Ele usa o carro no dia a dia e por onde passa chama atenção. Quando está estacionado na rua pessoas se aproximam para tirar foto com o Corcel, a frase no vidro traseiro “sou idoso ando devagar” é uma das coisas que mais chama a atenção dos admiradores. Hermes Fiorio, proprietário do carro, diz que às vezes recebe propostas, algumas até indecentes, mas toda vez que tentou vender deu errado e agora não pretende mais desfazer do carro, “as vezes dá umas dores de cabeça, deixa a gente na mão, fico meio bravo, chateado, gasto dinheiro, mas não pretendo vendê-lo.” Ele garante que a família curte junto e é o sobrinho Jessé Luiz quem o ajuda nas manutenções do carro: “Um carrinho clássico né, claro que sempre tem uma gambiarra aqui, outra ali, um amarradinho de arame, um durepox, uma cola quente, um super bonder, mas faz parte do carro antigo né?” fala ele rindo da situação.  

Hermes relata que o carro surgiu na família em meados de 2017, quando ele viu o Corcel no estacionamento foi amor à primeira vista, de imediato iniciou a negociação, mas sem muito sucesso até que recebeu uma ligação “você tem que vir buscar o carro agora, se não for agora pelo valor que você está me oferecendo a gente não fecha negócio,” lembra ele. Fiorio também é vendedor, conta que bateu o desespero do carro ser vendido pra outra pessoa “sou fã de carro antigo, já tive fusca, meu pai já teve vários carros antigos como Corcel, Dodge, DKV e Fusca e aí é aquela coisa né, brasileiro gosta de carro antigo, aí misturou o útil ao agradável e o corcel não é diferente… é um carro antigo, bem antigo, então vamos pegar o Corcel” comenta ele. “Wilson Corcel Bege” é o nome que foi dado ao Corcel. Na cor bege voltado para o amarelinho, o carro é platinado, tem motor 1.4 da Renault, câmbio 4 marchas, retrovisores originais, movido a gasolina e bancos baixos.

Com uma estética totalmente peculiar o Corcel carrega no bagageiro farolete com personalização de carinha, disjuntor, placa decorativa, bandeira brasileira, barril da Heineken, guarda-chuva e malas de viagem. Também tem penduricalhos no retrovisor, direção customizada com corda, objetos de decoração como almofadas e violão no banco traseiro, bolachas de mesa de bar coladas no forro do teto e adesivos em várias partes do carro, principalmente vidros e lataria.  “Pretendo fazer mais algumas alterações no carro, na estética dele, na funilaria, eu quero deixá-lo naquele estilo Rat Look que é a carroceria mais envelhecida, os pontos de ferrugem destacando mais, porque ele é um carro que por onde passa ele chama a atenção pelo estilo da época… pessoas querem tirar foto e falam: “ah meu pai teve um, aprendi a dirigir nesse carro, já andei muito nesse carro quando era criança”… então quero preservar a história, mas ao mesmo tempo deixar com esse estilão enferrujado, com detalhes, com coisa pendurada, com coisas no bagageiro que acho que é o charme do carro também,” garante o proprietário do carro.

Hermes disse que o carro chegou faltando bastante coisa, praticamente só comprou a lataria, as rodas, motor e estofamento. Estava faltando o forro da porta, acessórios e a grade da frente. Devagarinho foi comprando as peças e montando tudo até o carro chegar nesse formato atual. Ele garante que a manutenção é mais cara se for deixá-lo no modo original, com a customização já facilita. A suspensão pode ser usada a mesma do Corcel II, Belina e Del Rey, a vela é do Fusca, segundo ele o mais caro é a lataria e a lanterna que é mais raro de achar. Adaptações sempre são necessárias já que hoje as peças no mercado são bem inferiores, mas garante que não é pior porque o Corcel ainda é rico em peças originais.

Hermes leva o Corcel em exposições e encontros de carros antigos e tem vontade de voltar a ter um Fusca. O dele era de 1971 no estilo original, tem paixão pelo carro “o charme do fusca, a estética dele… o meu era bem ajeitadinho,” afirma.

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