Sidney Navas

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Um mês após a proclamação, políticos locais participaram de uma festa na Praça da Liberdade, onde foi construído obelisco

Sábado, dia 15 de novembro, o País comemora a sua Proclamação da República, conhecida na história como um levante político-militar ocorrido em 1889 que instaurou a forma republicana federativa presidencialista de governo no Brasil, derrubando a monarquia e a soberania do imperador Dom Pedro II. A proclamação se deu na Praça da Aclamação (atual Praça da República), situada no Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil na época, quando um grupo de militares do exército brasileiro, liderados pelo marechal Manuel Deodoro da Fonseca, destituiu o imperador e assumiu o poder.

O pedagogo, jornalista e profundo conhecedor da história local, José Roberto Sant’Ana, explica que o município está diretamente ligado à data a partir do fato da mudança do regime haver sido pauta dos coronéis do café com base em Rio Claro e região. “Naquela ocasião, o poder econômico nacional centrava-se no café, cujas fazendas de proprietários republicanos distribuíam-se pelo interior paulista, com Rio Claro no eixo”, destaca o jornalista.

Em 1870 os republicanos lançaram seu manifesto. “Em 1872 eles criaram sua agremiação política, o Partido Republicano. Mais uma prova da evidência da importância de Rio Claro é que o partido local foi criado na mesma época de sua versão paulista e nacional”, revela.

Entre os expoentes locais, Sant’Ana lembra o papel desempenhado pelo advogado e vereador Cerqueira César. “Como vice-governador, ele assumiu o governo do Estado de São Paulo em 1891, depois de mudar-se de Rio Claro para a capital. Cerqueira César é um dos fundadores do jornal republicano O Estado de S.Paulo. Outro rio-clarense, Cândido Valle, era sócio do grupo que fundou o periódico, que depois tornou-se propriedade da família Mesquita”, observa Sant’Ana.

Outro destaque foi o senador Alfredo Ellis. O jornalista conta que o senador liderou um levante armado em 1891 a partir da nossa cidade para depor Deodoro da Fonseca, que logo no início da República havia fechado o Congresso. “O chamado Batalhão Alfredo Ellis foi vitorioso no objetivo de depor Deodoro. O marco de sua vitória é o monumento em frente ao Fórum, que marca a deposição das armas daqueles que em Rio Claro estiveram ao lado do marechal, que acabou renunciando”, comenta.

Outro fato que mostra a importância de Rio Claro no movimento está nos registros históricos pela festa comemorativa da República um mês depois de sua proclamação. O jornalista frisa que os políticos locais realizaram a festa na Praça da Liberdade. “A Câmara Municipal ficava ali, onde hoje é o Fórum. Houve participação de representantes das cidades da região, com bandas e eventos.”

Naquela data foi plantada a conhecida ‘Árvore da República’, no local onde hoje ela ainda se encontra mas, segundo especialistas, estaria condenada. Como não havia ainda o Hino da República, as bandas presentes executaram o Hino da França, símbolo internacional da Revolução Francesa, precursora do movimento no mundo moderno. Segundo informações repassadas pela assessoria de imprensa da prefeitura municipal, não está programado nenhum evento especial para comemorar a data.

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