Chapa Altimari-Salomão é citada pelo ex-presidente da Odebrecht. Na foto de arquivo, políticos no estúdio da Excelsior Jovem Pan News

Da Redação

Novo desdobramento da Operação Lava Jato em RC. O ex-presidente da Odebrecht, Fernando Reis, entregou provas ao Ministério Público Federal (MPF), a fim de colaborar com as investigações. A colaboração ocorre como parte da empresa em acordo com o MPF. Dentre as provas consta uma planilha com os municípios com que interessavam para fazer lobby pela privatização na área de saneamento.

Em matéria assinada por Luiz Vassallo e Isabella Macedo, publicada na quinta-feira (15) pelo “Estado de S.Paulo”, consta que, em delação, o empresário afirmou que o mapeamento foi realizado após sofrer ao que chamou de ‘retaliação’ na chapa Altimari-Salomão. “A eleição municipal foi vencida pela chapa Du Altimari (PMDB) e Olga Salomão (PT), chapa para a qual não fizemos pagamento. Como primeiro ato após eleições da posse, o prefeito eleito anunciou a intenção de decretar a caducidade do contrato de concessão de esgoto de Rio Claro, mesmo não havendo motivo algum para tal”, afirmou o executivo.

Foi então que, segundo a reportagem, passou-se a mapear os municípios potenciais para se privatizar a área de saneamento. “Delatores contaram ao MPF que a empreiteira adotou o hábito de ‘mapear’ os municípios onde houvesse ‘potencial’ interesse de privatizar o tratamento de água e esgoto ou onde já houvesse atuação da empresa neste setor. De acordo com o ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis, o critério foi adotado em 2008, quando a empresa teria sofrido o que o executivo chamou de ‘retaliação’ do ex-prefeito de Rio Claro, no interior de São Paulo […] O presidente da Odebrecht Ambiental afirmou, em delação premiada, que o conflito em Rio Claro foi contornado após a ‘convocação de estudos’ e o convencimento de que não havia irregularidades no contrato”, diz trecho do texto. A assessoria de Du Altimari afirmou que “os advogados estão tomando conhecimento do assunto”. Já Olga Salomão não retornou contato até o fechamento desta edição.

Caixa dois

Os executivos da Odebrecht Ambiental relataram ter pago R$ 9,1 milhões em caixa dois a candidatos com este propósito, em eleições municipais de 12 municípios.

Fernando Reis estima que pelo menos R$ 20 milhões tenham sido doados pela Odebrecht Ambiental a candidatos, com o objetivo de manter ou obter contratos na área de saneamento. O valor mistura caixa dois a doações oficiais.

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