Familiares do cabeleireiro Claudinei Henrique Camargo, encontrado morto, esfaqueado e queimado em dezembro de 2017 no Jardim São Paulo, procuraram a reportagem do Jornal Cidade para relatar a dor que estão sentindo unida ao sentimento de impunidade após o julgamento e absolvição de dois dos quatro réus envolvidos no caso.
A investigação da Polícia Civil apontou que Henrique saiu para fazer um programa com um indivíduo de nome Renato (este já condenado a 18 anos de prisão). Quando chegaram ao terreno, atrás de um ecoponto, ambos de desentenderam pelo valor a ser pago a Henrique. Renato então teria asfixiado Henrique, que ficou desacordado no local.
Na sequência ele foi até um barraco e teria contado a dois travestis e a um outro homem o que tinha feito e pediu que eles “terminassem o serviço”.
Desses três indivíduos, dois teriam cumprido a ordem, esfaqueado e queimado parcialmente Henrique, sendo que o terceiro apenas teria visto a cena do crime já finalizada.
Decepção
Naira Camargo, sobrinha da vítima, afirma estar decepcionada com o desfecho e indignada com a falta de justiça.
“Nós sabemos o que aconteceu, os réus sabem o que fizeram, porém a alegação para a absolvição destes dois envolvidos foi de que não havia provas suficientes. Uma das travestis que foi absolvida neste julgamento do meu tio inclusive está presa neste momento e respondendo por um outro homicídio nos moldes do meu tio, onde esquartejaram e queimaram um homem no barraco da Paloma. A polícia prende, a Justiça solta, outros crimes vão acontecendo e tudo vira uma bola de neve. Na opinião da nossa família, a absolvição foi um erro cruel. Mais cruel ainda foi o que fizeram. Meu tio tinha apenas 27 anos quando morreu nas mãos deles e por um motivo banal”, lamenta Naira.
Na época a investigação apontou que Henrique teria pedido R$ 30,00 para fazer o programa com Renato, porém na hora resolveu aumentar o valor e pediu R$ 50,00.