O gerente de Recursos Humanos, Antonio Paulo Golim, comprou, em julho de 2015, uma  VW Kombi, modelo 1974. Originalmente ela era Standard, modelo mais simples fabricado pela Volkswagen, com espaço para nove pessoas.

Quando Golim comprou a ‘corujinha’, como é apelidada no Brasil, ela era utilizada para fazer entregas de galões de água mineral. Com boa estrutura, bem alinhada e com poucos podres, a perua facilitou para que o rio-clarense iniciasse o processo de restauração.

Hoje, a Kombi está caracterizada como de luxo, em função das melhorias implementadas. Se não bastasse isso, ela também possui placas pretas, o que a caracteriza como exemplar de colecionador.

“Eu nunca tive antes uma Kombi; essa é a primeira, mas ela já esteve presente na minha vida na época da adolescência. Meu vizinho tinha uma e frequentemente eu o via manobrando aquele ‘miniônibus’ para entrar e sair da garagem. E, em algumas situações de coincidência de trajeto, eu pegava carona com ele. Era uma grande satisfação me sentar ali no banco da frente, vendo as imagens passarem, com o nariz colado no pára-brisa. A Kombi ia devagar, solavancando, mas superava todos os obstáculos”, relembrou ele.

Golim fez reforma completa deixando-a totalmente desmontada para depois instalar os itens revisados ou novos. A parte de aço da Kombi seguiu para o jateamento de areia, processo que retirou completamente a tinta antiga. Depois, a lataria passou pelas etapas de desamassar, soldar, trocar peças, aplicação de fundo, estaqueamento, pintura e polimento.

“A tapeçaria foi totalmente refeita, com requintes de sofisticação, como a instalação de carpete tipo buclê e revestimento completo da parte interna, envolvendo teto e colunas”, explicou. E, por fim, foram feitas revisões completas e instalações das partes elétrica e mecânica.

O amor pelos antigos

O profissional de RH disse que dos carros fabricados nos anos 70 e 80, poucos estão circulando atualmente, exceto os que estão nas mãos dos colecionadores. “Os carros produzidos naquela época deixam saudades. O meu primeiro carro foi um Fusquinha 1974 e que me trouxe muitas alegrias”, disse.

Hoje em dia, depois de muito trabalhar, o rio-clarense se permitiu ao hobby de ter veículos antigos e relembrar os anos dourados vivenciados no passado. 

Depois de muito procurar, encontrou um Fusca 1960, motor de 1200 cilindradas, elétrica de 6 volts, que manteve por 15 anos, mas que foi vendido para um amigo. E, hoje, com muita satisfação, é proprietário da Kombi da reportagem e também de um Karmann-Ghia 1968, que será apresentado aos leitores nas próximas edições do ‘Meu Carro, Meu Xodó’.

“Adoro participar de exposições de carros antigos, onde tenho a oportunidade de ver os clássicos de várias marcas, modelos, cores e anos de fabricação.  Posso admirar como essas jóias estão funcionando até hoje, mesmo com a simplicidade de sua engenharia, se comparada à tecnologia dos veículos atuais”, explicou.

Atualmente, ele participa de dois clubes de carros antigos, que são o Antigo Auto Clube de Rio Claro – AACRC e Air Cooled Club de Rio Claro – ACRC. “Locais onde você encontra amigos que têm a mesma paixão pelos clássicos. ONDE VOCÊ combina a participação em exposições e fortalece amizades”.

Curiosidades

 As Kombis produzidas até o ano de 1975 ganharam o apelido de ‘corujinha’, por terem os vidros dianteiros repartidos, modelo que está ficando cada vez mais raro e procurado pelos colecionadores. Tanto é que tem muita gente comprando Kombi para reformar e exportar para Europa e Estados Unidos. São locais onde esse tipo de veículo deixou de ser produzido há bastante tempo. A Kombi foi produzida no Brasil entre os anos de 1957 e 2013 e por não ter condições técnicas para atender a legislação que exigia a instalação de air bag, teve a sua produção findada.

Em 2014, a Volkswagen causou sensação no Brasil e em outros países com uma campanha inusitada, tecnicamente chamada de ‘deslançamento da Kombi’ mas que ficou popular por aqui como ‘A Despedida da Kombi’. A principal peça publicitária era um vídeo, narrado em primeira pessoa, com os ‘últimos desejos’ da Kombi, declaração em que ela deixava para seus fãs mais ardorosos algumas lembranças, como um antigo manual, um acessório, etc. 

Proprietários antigos do modelo, que ganharam a vida ou viveram momentos marcantes com a ‘perua’ foram retratados no vídeo, gerando muita repercussão. Além disso, a fabricante produziu uma edição limitada final, cujos exemplares foram exportados para vários países do mundo e, obviamente, disputados por colecionadores.

Recentemente, a Volkswagen da Alemanha anunciou a ‘volta da Kombi’, ainda para 2022, embora com características e design um pouco diferentes, e classificada como ‘minivan’. A versão elétrica deve ser lançada em breve no país europeu, de onde será exportada para outras regiões do mundo. Se vai ou não provocar paixões como os modelos tradicionais, aí já é outra história.

Foto: Vanessa Silva/ Estúdio Aquarella

 

Foto: Vanessa Silva/ Estúdio Aquarella
Foto: Vanessa Silva/ Estúdio Aquarella
Foto: Vanessa Silva/ Estúdio Aquarella
Foto: Vanessa Silva/ Estúdio Aquarella
Foto: Vanessa Silva/ Estúdio Aquarella

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