O final de semana passado em Rio Claro foi marcado por problemas envolvendo o abastecimento de água no município.

Tudo isso aconteceu devido às fortes chuvas registradas no início do ano.

A força da chuva gerou um grande aumento na turbidez do Rio Corumbataí e também do Ribeirão Claro, gerando dificuldade para o Daae (Departamento Autônomo de Água e Esgoto) tratar a água adequadamente e distribuir o bem com qualidade para o consumidor.

A situação registrada no fim de semana passado obrigou a autarquia a ter que interromper a operação das duas estações de tratamento de água, o que acabou deixando alguns munícipes sem água em alguns momentos.

A paralisação foi necessária para que a população não recebesse uma água impropria para uso, o que poderia acarretar até mesmo em problemas de saúde graves para o consumidor.

Quem explica os motivos para a interrupção da operação nas ETAs e as dificuldades para tratar a água diante do aumento da turbidez dos rios é Almir Fernandes da Silva, técnico responsável pelo tratamento da água no Daae.

“Quando nesse período chuvoso aconteceram essas pancadas atípicas, acontece o arraste na parte agrícola, de residências e loteamentos próximos ao rio e das águas que descem pelas ruas e deságuam nos rios, tem o efeito de chegar uma água com turbidez muito alta, o que torna praticamente impossível o tratamento. Pela legislação, vai se restringindo o uso da água por ela se tornar imprópria para consumo. Se a gente arriscar tratar essa água, podemos estar oferecendo um risco para a população”, explica o responsável técnico químico do Daae, que trabalhou ao longo do fim de semana para tentar reverter a situação.

Esta não foi a primeira vez que uma situação parecida como essa ocorreu, mas talvez, tenha sido o ano em que o problema atingiu o Daae com maior gravidade. Em outros anos, a ETA 2, responsável pela distribuição de água para 60% de Rio Claro, sofreu com a alta na turbidez do Rio Corumbataí. Já na ETA 1, que capta água do Ribeirão Claro, a situação ocorreu de forma inédita. Segundo o superintendente do Daae, o problema pode ser explicado por questões envolvendo a relação entre homem e natureza nos últimos anos. Osmar da Silva Júnior entende que, em casos como esse, o Daae, assim como a população é uma vítima da situação. Ele ainda ressalta que todos devem fazer a sua parte para amenizar as consequências do problema.

“O que a gente entende que afetou mais o problema do abastecimento público é a crise hídrica pela falta de chuvas. Isso acaba acarretando numa deposição materiais nos leitos e calhas dos rios. Nas primeiras chuvas do período de verão, esses materiais são carregados para a nossa captação, então vivemos um período de atenção para que a gente não comprometa o abastecimento e a qualidade da água. Esses efeitos externos das atividades do Daae interferem direto no nosso trabalho de saneamento. Estamos atuando no reflorestamento das margens dos rios para amenizar essa influência externa causada pela relação do homem com a natureza, que não foi positiva. A população precisa entender que a paralisação foi necessária para não afetar a água que chega na sua residência. Os munícipes também deve estar atentos para fazerem o uso racional da água, além de manterem a reserva mínima em suas casas através das caixas d’água, o que será cada vez mais importante”, destacou o superintendente da autarquia.

Queixas

Ao longo do fim de semana passado, as redes sociais ficaram cheias de moradores de Rio Claro reclamando da situação da água. Muitas pessoas questionaram a falta de água, enquanto outras registraram a água em suas casas. Algumas das queixas e registros foram enviados ao Jornal Cidade e não ficaram restritos a apenas um bairro. Imagens de chuveiros, torneiras, além de água “barrenta” em recipientes estavam entre os materiais enviados com as reclamações. Confira abaixo alguns dos registros:

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