Presidente Carlos Hummel, ladeado de antigos integrantes do Círculo Eduardo Leite e Luchini

Favari Filho

Presidente Carlos Hummel, ladeado de antigos integrantes do Círculo Eduardo Leite e Luchini
Presidente Carlos Hummel, ladeado de antigos integrantes do Círculo Eduardo Leite e Luchini

Um dos prédios mais antigos e históricos da Rua 2 abriga uma instituição septuagenária que sempre atuou em favor do trabalhador cristão de Rio Claro. O Círculo Operário Rioclarense (COR) foi formado em janeiro de 1945 a partir de reuniões que aconteciam na Casa de Nossa Senhora – situada também na Rua 2 entre as avenidas 12 e 14 – com munícipes imbuídos no desejo de ajudar uns aos outros. O local que abriga a sede foi doado pelo Governo do Estado depois da intervenção de dois ilustres cidadãos: Monsenhor Martins e Ulysses Guimarães.

De acordo com o atual presidente Carlos Hummel, que recebeu o Jornal Regional para discorrer um pouco sobre a entidade, desde a sua fundação o Círculo Operário vem seguindo os preceitos dos demais círculos do Brasil e, segundo consta dos anais da história, por muito tempo a organização auxiliou trabalhadores como uma espécie de sindicato prestando, inclusive, assessoria trabalhista para os associados, além de ter organizado durante anos os atos do dia 1º de maio na Praça da Liberdade.

Há setenta anos atendendo os circulistas, o Círculo Operário adquiriu excelência na prestação de serviços e dispõe de atendimentos médicos, dentários e causídicos, além de oferecer cursos e convênios com diversos laboratórios da Cidade Azul. Atualmente, o Círculo Operário conta com dois mil e quinhentos associados, contudo Hummel revela que pretende promover ações “para que o número de integrantes cresça ainda mais e o serviço seja usufruído por um maior número de rio-clarenses”.

O presidente, que atua na diretoria desde 1988, pretende promover uma ampla renovação na entidade, que deve incluir o remanejo de algumas salas e a inclusão da prestação de novos serviços. “Estamos reorganizando tudo desde o dia em que assumi a presidência. A ideia é expandir, porém, ao mesmo tempo, dar continuidade ao excelente trabalho prestado durante sete décadas pelo Círculo Operário”.

Outro ponto que deve receber atenção de Hummel em breve é o atendimento, o qual pretende informatizar no intuito de melhorar o acolhimento dos circulistas. “É uma questão de facilidade, a pessoa chega e tem o seu cadastro encontrado rapidamente”, defende. O presidente informa que, além da mensalidade dos associados, a entidade conta com verba proveniente das salas sobressalentes, uma vez que o prédio contém mais de quarenta e as vazias são alugadas para quem pretende obter um espaço na área central.

Ainda que tenha nascido da aspiração de trabalhadores católicos, o Círculo Operário atende a todas as denominações religiosas e os interessados podem comparecer à sede situada na Rua 2 nº 1117, de segunda a sexta-feira em horário comercial que, “com certeza, será muito bem recebido por todos os circulistas e poderá usufruir dos benefícios da nossa organização operária beneficente”, finaliza o presidente.

CÍRCULO OPERÁRIO
Ainda no final do século XIX, devido a problemas sociais relacionados ao mundo do trabalho advindos com a Revolução Industrial, a preocupação com o operariado por parte da Igreja Católica era bastante acentuada tanto que, em 1891, o Papa Leão XIII publicou a Encíclica Rerum Novarum que discorria sobre os direitos e deveres do capital e do trabalho.

Em 1932, em resposta ao apelo do Papa Pio XI – que em 1931 lançou a Encíclica Quadragesimo anno, na qual discorre sobre o aperfeiçoamento da ordem social atualizando a análise dos problemas colocados quarenta anos antes por Leão XIII – o padre jesuíta Leopoldo Brentano, fundou o Círculo Operário Pelotense (COP).

Desde então, O Círculo Operário foi se espalhando por todo o país e, em 1964, chegou a contar com quinhentos mil associados em mais de quatrocentos círculos espalhados por todo o Brasil, que, segundo consta do estatuto, tinham o intuito de organizar operários e prestar assistência aos filiados em quatro departamentos distintos: Departamento de Saúde; Departamento de Educação, Departamento Jurídico e Departamento Cooperativista.

A sua assinatura é fundamental para continuarmos a oferecer informação de qualidade e credibilidade. Apoie o jornalismo do Jornal Cidade. Clique aqui.