Filipe José

O dia 15 de maio marca a comemoração do Dia do Assistente Social, devido à homenagem que se deu a um documento conhecido por “Rerum Novarum”, que sustentou e deu vida à profissão que há mais de 80 anos foi inscrita na história do Brasil.

O papel do assistente social é principalmente preservar os direitos humanos por meio de politicas sociais e econômicas que visam combater a desigualdade, estabelecer direitos civis, políticos, defendendo a democracia e se empenhando em desfazer o preconceito para que possamos construir uma sociedade justa para todas as classes trabalhadoras.

Dona Anna Soriani, 96 anos, moradora da Casa de Repouso Alvorada, trabalhou por 35 anos na área e foi pioneira no serviço assistencial no meio rural. Ela se formou na década de 40 pela Universidade Rural do Rio de Janeiro, mas o curso superior de serviço social foi oficializado no país pela Lei nº 1.889 de 1953, e a profissão só foi regulamentada em 1962.

Ela conta que escolheu a profissão pois, desde pequena, teve a vocação e não se enxergava fazendo outra coisa. Um dos casos mais marcantes para ela foi logo que saiu da faculdade, época em que conheceu a família Paula Machado, proprietária da Fazenda São José, em Araras-SP, e foi convidada para exercer a função: “O espaço era muito amplo e parecia até uma cidade, tínhamos um campo de futebol, conseguimos incentivar os esportes para as crianças desde pequenas e eu tinha um escritório onde eu ficava responsável por toda a parte social da fazenda”.

Ao longo da vida, Anna escreveu dois livros, um deles, chamado “Caminho”, foi lançado em 2000 e conta um pouco sobre o serviço social e a vida rural, tal qual ela se encantou durante seu trabalho na fazenda, zona que para ela continua esquecida em relação à área urbana mesmo sendo responsável pela agropecuária e pela criação de animais: “Eu escrevi o livro para incentivar as pessoas a darem valor para a zona rural, para que eles não percam o encanto e não se sintam excluídos da sociedade. Parece que só somos lembrados em época de eleição”.

Seu segundo livro, intitulado “A Menina e a Gruta e O Grupo dos Seis”, foi lançado em 2004 e é guardado por dona Anna até hoje.

Ao ser questionada sobre o futuro da profissão e da educação no país, já que começou o movimento, Anna espera que todos continuem estudando, que as crianças e adolescentes tenham oportunidades igualitárias de estudo, pois é o bem mais precioso que temos, e ressalta a importância da profissão: “Eu gostaria que mais pessoas ingressassem na área da assistência social, essas pessoas serão responsáveis por garantir que a população mais desfavorecida tenha acesso aos seus direitos fundamentais”.

O curso dura quatro anos, sendo bacharelado ou licenciatura, incluindo as matérias Sociologia, Antropologia, Direitos Humanos, entre outras.

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