Zema é reeleito governador de Minas Gerais no 1º turno

Folhapress

O empresário Romeu Zema (Novo) foi reeleito governador de Minas Gerais no primeiro turno das eleições.

Nascido em Araxá (MG), Zema tem 57 anos e entrou para a política em 2018, quando foi eleito para comandar o Palácio Tiradentes pela primeira vez. Na esteira de uma onda antipolítica, impulsionada principalmente pelo então candidato à Presidência Jair Bolsonaro (à época no PSL; hoje, no PL), ele deixou para trás os partidos que, até então, configuravam as duas principais forças políticas do estado mineiro: PT e PSDB.

A reeleição de Zema no primeiro turno destas eleições marca uma nova derrota para petistas e tucanos. Seu principal adversário, Alexandre Kalil (PSD) -aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Minas- não conseguiu repetir o sucesso de sua campanha nas eleições de 2020, quando foi reeleito prefeito de Belo Horizonte já no primeiro turno. Dessa vez, não teve desempenho suficiente para levar a disputa pelo governo mineiro para o segundo turno.

Kalil chegou a crescer nas pesquisas de intenção de votos na reta final da campanha, mas Zema continuou liderando com folga. Já o candidato do PSDB, o ex-deputado federal Marcus Pestana, não conseguiu sair da lanterna no decorrer da corrida eleitoral.

APOIOS NA CORRIDA PRESIDENCIAL

Se, em 2018, Zema chegou a adotar o bordão “Bolsozema”, em referência a Bolsonaro, apesar de seu partido ter lançado um candidato próprio -o empresário João Amoêdo- para a disputa pela Presidência, este ano o cenário foi diferente.

Em sua campanha pela reeleição, o candidato do Novo evitou declarar apoio a Bolsonaro e afirmou que, por fidelidade partidária, endossaria a candidatura de Luiz Felipe D’Avila (Novo) à corrida pelo Planalto.
“Continuo discordando de boa parte do que o PT faz e discordo também de parte do que o presidente Bolsonaro adota como condução do governo”, afirmou em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

GANHO DE PATRIMÔNIO

Na campanha de 2018, Zema informou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ter um patrimônio de cerca de R$ 69 milhões. Neste ano, o valor declarado pelo político foi de aproximadamente R$ 129 milhões – considerando a correção pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), o montante seria de cerca de R$ 88 milhões, o que representa um ganho de 46,9% em seu patrimônio nos últimos quatro anos.

Mas, de acordo com Zema, o ganho de patrimônio aconteceu ainda antes do início de seu atual mandato como governador e tem origem na venda, em 2018, de duas empresas que faziam parte do Grupo Zema – e das quais ele tinha participações – para uma companhia de energia francesa.

Antes de entrar para a política, foi presidente do Grupo Zema de 1991 a 2016. Criado por seu bisavô, o conglomerado é composto por empresas de varejo, distribuição de combustíveis, concessionárias de veículos, serviços financeiros e autopeças.

Desde o início de seu primeiro mandato, em 2018, Zema afirma doar os salários a que teria direito como governador.

Astronauta Marcos Pontes é eleito senador por SP

Folhapress

O ex-astronauta e ex-ministro Marcos Pontes, (PL), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), foi eleito senador por São Paulo neste domingo (2), desbancando o ex-governador Márcio França (PSB), aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que era apontado como favorito pelas pesquisas.

Pontes foi eleito com 50% dos votos válidos, apuradas 94% das urnas. França conseguiu 36%. Outros concorrentes na briga pela cadeira em disputa neste ano, para um mandato de oito anos, saíram-se pior ainda: Janaina Paschoal (PRTB) teve 2% e Edson Aparecido (MDB), 8%.

Pontes chega ao Senado tendo como experiência prévia na vida pública os três anos e três meses em que foi ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações no atual governo. No posto, ele tentou dar verniz científico a ações controversas e endossou pautas bolsonaristas como os esforços do governo para promover medicamentos sem eficácia contra a Covid-19.

O então ministro exonerou, em 2019, o físico Ricardo Galvão do comando do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), no momento em que o titular do Palácio do Planalto discordava de dados do desmatamento elaborados pelo órgão.

Bolsonaro anunciou a escolha de Pontes para integrar o governo em outubro de 2018, pouco depois da sua eleição. Ele chegou a ser cotado para vice na chapa presidencial, mas o plano não avançou.

O presidente foi seu padrinho político na campanha ao Senado, ungindo-o como candidato oficial do Planalto, espaço também pleiteado por Janaina Paschoal, que em 2018 foi eleita deputada estadual com mais de 2 milhões de votos e a partir do ano que vem ficará sem cargo eletivo. A professora de direito, celebrizada pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), atacou a inexperiência política do rival na tentativa de desidratá-lo, mas o argumento foi insuficiente.

O receio de pulverização de votos no campo da esquerda se dissipou à medida que o ex-ministro foi subindo nas pesquisas e, embalado também pelo crescimento do candidato a governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), acabou se consolidando como o nome bolsonarista para o Senado.

Conhecido como o primeiro e único astronauta brasileiro, Pontes passou dez dias em órbita em 2006. Entrou para a política em 2013 e concorreu a deputado federal por São Paulo pelo PSB em 2014 –obteve 43.707 votos, mas não se elegeu e deixou o partido pouco depois.

Em 2018, foi segundo suplente de Major Olímpio (PSL-SP), que se elegeu senador e morreu de Covid-19 em 2021. O primeiro suplente, Giordano (MDB), assumiu a vaga. A terceira cadeira de São Paulo no Senado é ocupada por Mara Gabrilli (PSDB). O emedebista e a tucana têm mandato até 2027.

O novo senador prometeu ao longo da campanha se esforçar por temas ligados à ciência e à tecnologia, com medidas para facilitar o acesso de jovens à educação profissionalizante e para promover o empreendedorismo. Ele evitou embates diretos com os adversários e buscou reforçar a conexão com o eleitorado bolsonarista, declarando-se conservador e defensor das famílias.

A vitória de Pontes, que até semanas atrás era considerada improvável, é uma derrota para França e seu padrinho Lula, que davam a conquista como certa. Para consolidar a aliança da esquerda no estado, o representante do PSB desistiu da candidatura a governador e apoiou o candidato do PT, Fernando Haddad, na briga pelo Palácio dos Bandeirantes.

A passagem do ex-astronauta pela legenda que tem o socialismo no nome foi um dos temas explorados na campanha por adversários seus à direita, que questionaram os supostos laços de Pontes com o campo rival.

Ele evitou o embate sobre o tema, mas já disse no passado que se filiou ao PSB a convite de Eduardo Campos (1965-2014), que foi ministro da Ciência e Tecnologia e conduziu as tratativas para sua viagem sideral. Além disso, afirmou que buscava um partido sem escândalos de corrupção e que sua entrada na sigla não teve “absolutamente nada a ver com a ideologia socialista ou comunista”.

Pontes é tenente-coronel reformado da Força Aérea. O envio dele à Estação Espacial Internacional em uma nave russa Soiuz foi patrocinado pelo governo Lula, que sofreu críticas por ter pago US$ 10 milhões (R$ 52 milhões hoje) por uma carona sem resultados científicos notáveis para o país. A pioneira viagem de um brasileiro ao espaço acabou virando arma de marketing do petista.

Na época, Pontes foi condecorado pelo governo, que lhe deu status de herói nacional, e chegou a ser descrito como garoto propaganda. O ex-astronauta afirmou, em um texto sete anos após retornar à Terra, que houve tentativa de distorcer “a imagem positiva da missão espacial como arma para atacar” Lula e que “o tempo, para os bem informados, já provou que tudo isso é pura calúnia”.

Na campanha para o Senado, bolsonaristas reclamaram da pouca ênfase do candidato a bandeiras ideológicas do presidente, mas mantiveram o apoio a ele devido à bênção de Bolsonaro. Embora a falta de combatividade tenha sido vista de forma negativa inicialmente, a militância abraçou Pontes e fez sua candidatura decolar.

Sergio Moro derrota ex-padrinho político e é eleito senador no Paraná

Folhapress

O ex-juiz Sergio Moro (União) venceu a eleição para o Senado no Paraná neste domingo (2) e assumirá a vaga ocupada hoje pelo senador Alvaro Dias (Podemos), entusiasta da Operação Lava Jato e padrinho de sua entrada na política.

Com 96% das urnas apuradas, ele tinha 34% dos votos válidos. Alvaro Dias, que está no Senado há mais de vinte anos e buscava a reeleição, estava com 24%, atrás de Paulo Martins (PL), que conseguiu 29%.

Esta foi a primeira eleição disputada por Moro, que largou a magistratura em 2018 para ser ministro da Justiça no governo Jair Bolsonaro (PL) e desde então tropeçou em diversos movimentos políticos.

Na campanha, Moro prometeu liderar no Senado a oposição a um eventual governo liderado pelo PT, partido que foi o principal alvo dos processos que conduziu nos anos em que esteve à frente da Lava Jato. Ele assumirá o mandato de oito anos em fevereiro.

Moro conduziu as ações da Lava Jato no Paraná de 2014 a 2018, mas teve sua reputação abalada após a exposição de mensagens trocadas com os procuradores à frente da operação. O Supremo Tribunal Federal anulou suas decisões nas ações movidas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em entrevistas nos tempos de juiz, ele rejeitou a ideia de ingressar na política várias vezes. “Não seria apropriado da minha parte postular qualquer espécie de cargo político porque isso poderia, vamos dizer assim, colocar em dúvida a integridade do trabalho que eu fiz “, disse em evento da revista Veja em 2017.

O ex-juiz ocupou o cargo de ministro da Justiça por um ano e quatro meses, mas rompeu com Bolsonaro em 2020 e saiu do governo acusando-o de tentar interferir na Polícia Federal. Após a demissão, foi trabalhar para uma consultoria americana que tinha entre clientes empreiteiras envolvidas na Lava Jato.

Em 2021, incentivado por Dias, Moro se filiou ao Podemos com a ambição de organizar uma candidatura presidencial. Ele buscou aproximação com diferentes forças políticas que tentavam viabilizar a chamada terceira via, mas o desempenho fraco nas pesquisas fez murchar o interesse pelo seu projeto.

Em março deste ano, em iniciativa surpreendente, decidiu trocar de partido. Saiu do Podemos e foi para a União Brasil, e ainda trocou o domicílio eleitoral, deixando o Paraná para disputar a eleição em São Paulo.

A mudança de agremiação enterrou suas chances na corrida presidencial, já que os líderes da União Brasil logo rechaçaram a possibilidade de lançar seu nome para a Presidência. A troca de domicílio se mostrou outra aposta errada, abrindo caminho para questionamentos na Justiça Eleitoral.

O desgaste aumentou quando Moro disse à reportagem, em abril, que usava o estado de São Paulo como um “hub” para suas atividades profissionais e que seu endereço era um flat recém-alugado na capital paulista. Em junho, o Tribunal Regional Eleitoral cancelou a transferência de seu domicílio.

Sem opções, o ex-juiz da Lava Jato voltou ao Paraná e se lançou ao Senado contra o ex-padrinho político. O movimento causou constrangimento também para outro participante da Operação Lava Jato, o ex-procurador Deltan Dallagnol, que permaneceu no Podemos e gravou vídeo elogiando Alvaro Dias.

Na campanha eleitoral, o ex-juiz buscou reatar vínculos com o bolsonarismo e concentrou críticas no PT para tentar alavancar sua candidatura. Ele chegou a republicar um vídeo de Bolsonaro questionando a anulação de sentenças do ex-presidente Lula e produziu sátiras e paródias mirando petistas.

Em 2021, o Supremo concluiu que Moro agiu de modo parcial ao conduzir as ações movidas contra Lula no Paraná e por isso anulou suas decisões, incluindo a sentença do caso do tríplex de Guarujá. Nos meses seguintes, o ex-presidente conseguiu se livrar de dezenas de ações em outras jurisdições.

No início da campanha, Moro fez questão de anunciar que não votaria em Lula em hipótese alguma no segundo turno, exibindo uma propaganda na TV que afirmava ainda: “Em relação ao Bolsonaro, uma coisa eu posso dizer: nós temos o mesmo adversário”.

A reaproximação foi uma reviravolta no tom que adotava ao tentar viabilizar sua candidatura presidencial, quando associava o mandatário a uma “turma da rachadinha” e a agressões contra jornalistas.

Na campanha estadual, Moro tentou ligar Alvaro Dias à “velha política” e a partidos de esquerda, como o PT e o PSB. Dizia lutar “contra o sistema” e apoiou a reeleição do governador Ratinho Junior (PSD).
Em setembro, houve mais um embaraço a sua candidatura, quando uma juíza de segunda instância determinou buscas no apartamento dele em Curitiba para apreender material de campanha irregular. O ex-juiz da Lava Jato havia informado que seu comitê de campanha ficava no imóvel onde mora.

O pedido de busca partiu da coligação integrada pelo PT no Paraná, que questionava irregularidade na propaganda do adversário, como a falta de menção aos suplentes da chapa. O ex-magistrado falou em perseguição.

O legado de Moro como juiz da Lava Jato começou a ser cada vez mais contestado. Parte de suas 45 sentenças expedidas na época da operação foi anulada nos últimos anos por causa de mudanças de entendimento do STF e questionamentos sobre a tramitação dos casos.

Tarcísio e Haddad disputarão 2° turno em São Paulo e impõem derrota histórica ao PSDB

Folhapress

Tarcísio de Freitas (Republicanos), 47, e Fernando Haddad (PT), 59, avançaram para o segundo turno na eleição ao Governo de São Paulo. O resultado impõe uma derrota inédita ao PSDB do atual governador, Rodrigo Garcia, 48, que terminou em terceiro, e compromete o futuro da sigla.

Desde 1994, os tucanos vinham vencendo as eleições paulistas -inclusive no primeiro turno em 2006, 2010 e 2014. Segundo aliados, Rodrigo não deve declarar apoio formal a nenhum dos adversários no segundo turno.

Com 92,61% das urnas apuradas, Tarcísio aparecia na frente, com 42,59% dos votos, seguido por Haddad, com 35,46%. Rodrigo tinha 18,40%.

Nesta segunda etapa, Tarcísio pretendem seguir a mesma fórmula das últimas semanas -uma campanha casada com a de seus padrinhos políticos, Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foram ao segundo turno na disputa pela Presidência da República.

O apoio do vice na chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB) -que governou o estado por mais de 12 anos pelo PSDB -, é peça-chave para que Haddad conquiste votos. Lula tinha chances de vencer já no primeiro turno, e essa era a prioridade do PT e de Haddad, já que o resultado mais favorável na disputa nacional poderia impulsioná-lo, ao mesmo tempo em que a saída de Bolsonaro do páreo seria um revés para Tarcísio.

Além de não atingir esse trunfo, Haddad viu Tarcísio chegar à sua frente no primeiro turno e deve enfrentar grande dificuldade na segunda etapa -a última pesquisa Datafolha apontou o bolsonarista em trajetória ascendente e a apenas cinco pontos percentuais do petista. A direita sempre venceu no estado, considerado conservador e onde o antipetismo impediu que a esquerda tivesse chance de vitória.

A pesquisa Datafolha divulgada neste sábado mostra que, no segundo turno, Haddad marca 46% contra 41% de Tarcísio. A vantagem vem caindo -em agosto, os índices eram 53% a 31%. A rejeição ao petista cresceu ao longo da campanha e chegou ao pico de 40%, ante 33% do bolsonarista.

Os estrategistas do PT minimizam esse dado, argumentando que o índice não impede uma vitória e tem relação com o nível de conhecimento dos candidatos pela população.

Haddad, que foi ex-prefeito da capital paulista e ex-ministro da Educação de Lula, é bem mais conhecido (93% dos eleitores disseram saber quem ele é no Datafolha do último dia 29) do que Tarcísio (67%).

O ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro se esforçou para se apresentar como bolsonarista e alguém que conhece São Paulo, já que nasceu no Rio e mudou seu domicílio para São José dos Campos (SP) só para a eleição. Em uma entrevista, não soube indicar o colégio em que vota -viralizou e foi alvo de rivais.

Para projetar uma vitória de Haddad no próximo dia 30, o PT se agarra ao fato de que o antibolsonarismo é expressivo em São Paulo. O levantamento do Datafolha divulgado na véspera da votação mostrou que Lula tem uma leve dianteira numérica em relação a Bolsonaro no estado (41% a 37%).

Como Rodrigo era um adversário considerado mais forte na segunda etapa, uma vez que já havia até ultrapassado Haddad numericamente nas projeções de segundo turno, a campanha do PT centrou ataques no tucano, na tentativa de enfrentar Tarcísio nas próximas quatro semanas.

Para se diferenciar dos adversários, que buscavam reproduzir a polarização nacional entre PT e Bolsonaro em São Paulo, Rodrigo não se vinculou a nenhum presidenciável. A independência guiou seu mote de “proteger o estado da briga política” e o slogan “nem esquerda nem direita”. Por isso, afirmam aliados, a ideia é manter a neutralidade no segundo turno, justamente para não comprometer a imagem de terceira via. Os duros ataques trocados entre os três adversários também dificultam qualquer composição.

Uma parcela do PT, no entanto, afirma não ser impossível atrair tucanos -o próprio Lula conseguiu apoio de parte das figuras históricas da sigla. Nos bastidores, a campanha de Tarcísio diz que não haverá uma postura proativa na busca pelo PSDB, mas ressalta que todo apoio é bem-vindo.

Rodrigo amarga uma dura derrota para o PSDB mesmo com a máquina estatal a seu favor e o apoio de mais de 500 prefeitos -irrigados com verba e entregas do governo. Teve ainda a maior coligação e o dobro do tempo de TV, além da aliança com a União Brasil, que detém o maior volume de recursos para o pleito.

Por outro lado, o governador tinha o antecessor, João Doria (PSDB), de quem foi vice-governador, como âncora. A tentativa de Doria, cuja rejeição é alta, de se lançar ao Planalto gerou uma crise no partido, que acabou por enterrar sua candidatura. Assim, Rodrigo buscou esconder o aliado na campanha.

Haddad também montou uma coligação numerosa (PT, PSB, PV, Rede, PC do B e PSOL), numa inédita união da esquerda. Márcio França (PSB) e Guilherme Boulos (PSOL) desistiram de concorrer ao governo estadual para apoiá-lo. O petista teve a seu dispor R$ 25,8 milhões e declarou despesa de R$ 18,9 milhões, segundo dados de sábado. A maior parte (R$ 24,7 milhões) é de verba pública doada por PT e PSB.

Tarcísio arrecadou menos (R$ 16,3 milhões), R$ 10 milhões dos quais oriundos de partidos, e o restante de doações de pessoas físicas. Rodrigo, por sua vez, teve R$ 25,2 milhões de receitas e R$ 23,8 milhões de gastos -R$ 23,1 milhões em recursos públicos bancados sobretudo por PSDB e União Brasil.

O bolsonarista, do Republicanos, formou coligação com PSD, PL, PTB, PSC e PMN. Aliados polêmicos, como Eduardo Cunha (PTB), Fernando Collor (PTB) e o prefeito de Embu das Artes, Ney Santos (Republicanos), suspeito de ligação com a facção criminosa PCC, tornaram-se munição para os rivais.

A campanha de Tarcísio foi marcada pela necessidade de afirmar o candidato como bolsonarista e de contornar o fato de ele não ser paulista. Ele foi lançado ao governo de São Paulo por Bolsonaro, não sem antes ter cogitado se candidatar ao Senado por Goiás ou pelo Mato Grosso. Tarcísio também foi alvo de fogo amigo. Aliados do presidente se incomodavam com o fato de o ex-ministro não embarcar na guerra contra as urnas e o Judiciário, embora defenda o governo federal em termos de economia e resultados.

Por outro lado, o ex-ministro chegou a questionar a obrigatoriedade de vacinação para servidores e o uso das câmeras acopladas aos uniformes da Polícia Militar do estado, medida que reduziu a letalidade policial.

Já Haddad passou boa parte da campanha se esquivando de críticas à sua gestão na Prefeitura de São Paulo. A administração do petista foi considerada ruim ou péssima por 48%, e apenas 14% a avaliaram como ótima ou boa, de acordo com pesquisa Datafolha, o pior índice desde Celso Pitta.

Seguindo a indicação da campanha nacional do PT de centrar o discurso na inflação e na fome, Haddad apostou em promessas populares, como o aumento do salário mínimo paulista, a retirada do ICMS da carne e da cesta básica e a criação de um Bilhete Único metropolitano.

Damares Alves é eleita senadora pelo DF com mais de 600 mil votos

Folhapress

Na disputa de ex-ministras por uma vaga no Senado pelo Distrito Federal, Damares Alves (Republicanos), que chefiou o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, superou Flávia Arruda (PL), que comandou a Secretaria de Governo.

Com mais de 84% das urnas apuradas, Damares já soma 602.3375 votos, 45,02% dos votos válidos, cerca de 250 mil votos à frente de sua principal concorrente.

Arruda começou a última semana da campanha liderando as pesquisas de intenção de voto, mas Damares cresceu nos últimos dias e a ultrapassou, fechando as previsões com 43% dos votos, segundo o Ipec.

Durante a campanha, as duas protagonizaram também uma disputa pelo apoio do ex-chefe, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que terminou a corrida sem acenar a nenhuma das duas.

O crescimento de Damares contou com o apoio de Michelle Bolsonaro e impulso de eleitores mais conservadores, o que fez com que Flávia, aliada do atual governador Ibaneis Rocha (MDB), angariasse votos até do eleitorado progressista, como mostrou a Folha.

Liderança pode variar durante apuração; urnas de cada região são computadas em momentos diferentes

Folhapress

A votação deste domingo (2) terminou às 17h no horário de Brasília, e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) começou a apurar os primeiros votos no mesmo horário. Na primeira hora de apuração, ou seja, até às 18h, apenas 2% das urnas foram computadas.

Até o resultado final do pleito a liderança entre os candidatos concorrentes a algum cargo em disputa pode variar. Essa flutuação ocorre porque as urnas de cada região são computadas em momentos diferentes.

Depois que as seções de votação fecham, as urnas são levadas para os locais em que os dados serão computados, em cada cidade ou região. Entretanto, essas urnas estão em lugares diferentes e chegam em momentos distintos, com isso, não são computadas ao mesmo tempo.

Isso significa que uma determinada região favorável a um candidato pode ser computada primeiro. Quando as urnas de um local no qual este mesmo candidato não se saia tão bem passam a ser inseridas, o percentual poderá variar.

Em 2014, por exemplo, Aécio Neves (PSDB) liderou a apuração, considerando os votos totais, das 17h01, quando as primeiras urnas foram apuradas, às 19h31. A virada aconteceu às 19h32. Depois disso, Dilma Rousseff não deixou a liderança e venceu a disputa.

Em 2014, as eleições foram realizadas durante o horário de verão. Contudo, apenas os estados do Sul e do Sudeste, além de Distrito Federal e Goiás, adiantaram seus relógios. Por isso, a eleição acabou às 17h nessas localidades. No resto do país, as urnas foram fechadas a partir das 18h. Em algumas partes do Norte, o encerramento se deu às 19h ou às 20h.

Em 2018, Bolsonaro liderava a disputa presidencial com números próximos de uma vitória no primeiro turno, nas primeiras horas da apuração. Entretanto, a região sudeste estava com a computação de dados atrasada, por causa de problemas técnicos nos Tribunais Regionais Eleitorais de Minas Gerais e São Paulo.

As regiões Norte e Nordeste também estavam com a coleta de dados atrasada em relação ao Sul e Centro-Oeste. Quando esses locais passaram a computar mais votos, o percentual de Bolsonaro flutuou.

Eleitores e candidato são presos nos estados por boca de urna e tumulto

Folhapress

Eleitores e até mesmo um candidato foram presos neste domingo (2) nas capitais e cidades do interior do país por suspeita de boca de urna, agressões e tumulto nos locais de votação.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública registrou 245 prisões por supostos crimes eleitorais neste domingo (2). O número é sete vezes maior que os 34 casos observados entre os dias 26 de setembro e 1º de outubro, quando começou a Operação Eleições.

No total, já foram registradas 786 ocorrências. Desse total, 272 casos foram por boca de urna, 51 por compra de voto e corrupção eleitoral e 39 por tentativa de violar o sigilo do votos.

Os dados do Ministério da Justiça são de todas as forças de segurança que atuaram para garantir a segurança dos cidadãos, dos eleitores e das pessoas que trabalharam durante o pleito.

Houve também a apreensão de R$ 114,5 mil em dinheiro e de dez armas, sendo quatro no Paraná, duas no Amazonas e as demais no Maranhão, em Minas Gerais, em Goiás e no Rio Grande do Norte.

No Acre, o candidato a deputado estadual Francineudo Costa (União Brasil), foi preso pela Polícia Federal, acusado pelo crime de compra de votos. Ele foi flagrado portando R$ 2.300 em espécie próximo a uma sessão eleitoral em Rio Branco.

Ele foi conduzido a Superintendência da PF na capital do Acre para prestar depoimento e continua preso, segundo a instituição.

Em Salvador, um homem foi preso sob acusação de agredir eleitores em uma seção eleitoral em uma faculdade particular no bairro do Stiep. Ele foi levado por policiais militares e saiu da faculdade sob vaias e gritos de “racista” dos demais eleitores. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

No Rio Grande do Sul, até 16h, 39 pessoas haviam sido presas, a maior parte por boca de urna. Houve também um caso de lesão corporal (um eleitor feriu superficialmente um policial militar com uma faca, em Cerro Grande) e dois casos de desordem, de eleitores que estavam tumultuando as filas das votações com discussões.

Em Cuiabá, um homem de 60 anos foi preso com R$ 11,3 mil em cédulas de R$ 50. Segundo a polícia, ele admitiu que estava distribuindo dinheiro para eleitores. Em seu carro, encontraram uma com nomes e dados de pessoas, com santinhos de um candidato a deputado estadual.

Um homem também foi detido por causar confusão em uma seção eleitoral. Alterado e gritando, o jovem de 24 anos, se dizia eleitor de Ciro Gomes (PDT). A polícia foi acionada e ele, detido.

No Maranhão, a Polícia Militar relatou a prisão de nove pessoas por boca de urna e compra de votos no interior. As prisões começaram ainda de madrugada em Chapadinha, distante 200 quilômetros de São Luís.

A Polícia Militar recolheu uma arma de fogo municiada em Codó, no Maranhão, com um homem. Ela estava sem a documentação necessária. O homem que estava armado e mais duas pessoas abordadas foram encaminhados para a delegacia da cidade.

A equipe encontrou ainda diversos materiais de campanha, como santinhos, cartazes e adesivos de um candidato.

Três suspeitos foram presos entre as 4h e 6h30, com notas de R$ 50 em envelopes com nomes de eleitores e um caminhão frigorífico com pescado que supostamente seria distribuído a eleitores maranhenses. Houve outra prisão em Cajari e o acusado estava em um carro da Prefeitura da cidade.

Outras cinco pessoas foram presas em Imperatriz, São Pedro da Água Branca e Vitória do Mearim por fazer boca de urna. Todos foram ouvidos e postos em liberdade depois do registro de Termo Circunstanciado de Ocorrência.

No Ceará, duas pessoas foram presas em flagrante por propaganda eleitoral, com apreensão em dinheiro de R$ 18.126, dois telefones celulares, vale combustível, papéis e anotações diversas e material de propaganda eleitoral.

FOTO DA URNA

Uma mulher de 45 anos foi presa em flagrante neste domingo (2) após ter tirado duas fotos de uma urna eletrônica em Macapá, capital no Amapá.

De acordo com a Polícia Federal, ela teria feito imagens dos candidatos a deputado estadual e à presidente da República. A Polícia Militar foi acionada pelo presidente da seção, que funciona em uma escola municipal, que conduziu a mulher até a delegacia da Polícia Federal.

Ela, que atua como autônoma, responderá pelo crime de violar o sigilo do voto. A pena pode variar de seis a dois anos de prisão.

MURRO NA URNA

Em Cajazeiras, sertão da Paraíba, um eleitor do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso após dar murros na urna no momento da votação.

De acordo com a PM, o eleitor disse que estava digitando o número do candidato e aparecendo a foto de outro e por isso, teria perdido o controle.

A assessoria da Polícia Militar da Paraíba informou que, até as 15h, 17 prisões tinham sido realizadas relativas às eleições.

OUTROS CASOS

Em Minas Gerais, na cidade de Piranga, localizada a cerca de 170 quilômetros de Belo Horizonte, o Prefeito Luís Helvécio Silva Araújo (PMN) foi preso, suspeito de realizar propaganda eleitoral irregular nas redes sociais.

Uma mulher foi presa, em Brasília, após tentar fotografar a urna eletrônica durante a votação. O caso ocorreu na Escola Classe 115, localizada no Recanto das Emas, a cerca de 30 quilômetros da Esplanada dos Ministérios.

Também foram registrados casos de violência durante a realização das eleições. Em Goiânia, um homem foi preso suspeito de quebrar uma urna eletrônica. A ação foi filmada por outros eleitores, e a Polícia Federal abriu uma ocorrência contra o suspeito.

Em São Paulo, dois policiais militares foram baleados enquanto trabalhavam na Escola Estadual Deputado Aurélio Campos, em Cidade Dutra, na zona sul da capital Paulista. O autor dos disparos fugiu e o estado de saúde dos policiais não foi informado.

O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse que está tudo correndo dentro da normalidade.

“Está funcionando bem. Acho que pela primeira vez a gente consegue estar com os dados compilados de todas as unidades da federação, de todas as forças, da PF, PRF. A gente consegue juntar isso num centro para as pessoas terem os dados consolidados”, disse.

A declaração foi dada durante a visita no CICCN (Centro Integrado de Comando e Controle Nacional), em Brasília, coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O CICCN faz o monitoramento do trabalho dos agentes de segurança pública de todo o país para garantir a segurança do cidadão, eleitores e servidores da Justiça em locais de votação e de apuração de votos, ruas e estações de transporte.

O efetivo está atuando em possíveis atos de violência e crimes eleitorais com boca de urna, transporte ilegal de eleitores, compras de votos, e propaganda irregular. Nos estados, as ações são coordenadas dos Centros Integrados de Comando e Controle Estadual.

Cidade catarinense é a primeira a totalizar votos e ‘elege’ Bolsonaro

Folhapress

O município de Ponte Alta do Norte, em Santa Catarina, foi o primeiro a concluir a totalização dos votos neste domingo (2) nas eleições de 2022.

Segundo dados do TSE, 2.015 eleitores compareceram às urnas, que registraram 1.900 votos válidos.

A maioria do eleitorado de Ponte Alta, 50,21%, votou em Bolsonaro (PL), ante 44,4% votaram em Lula (PT). A população estimada de Ponte Alta é de 3.426 habitantes.

Com 10% das urnas apuradas no país, Bolsonaro lidera e vantagem para Lula é de seis pontos

Confira as parciais das eleições presidenciais com 10% dos votos apurados:

Jair Bolsonaro – PL
48,35%
5408287 votos

Lula – PT
42,87%
4795519 votos

Simone Tebet – MDB
4,56%
510262 votos

Ciro Gomes – PDT
3,07%
343022 votos

Soraya Thronicke – UNIÃO
0,48%
53811 votos

Felipe D’Avila – NOVO
0,47%
52697 votos

Padre Kelmon – PTB
0,07%
8141 votos

Sofia Manzano – PCB
0,04%
4373 votos

Léo Péricles – UP
0,04%
4365 votos

Vera – PSTU
0,02%
2557 votos

Constituinte Eymael – DC
0,02%
1866 votos

Seções apuradas: 47250 (10.01)% de 472075

TOTAL – 11608314

VÁLIDOS
11184900

BRANCOS
163375

NULOS
260039

ABSTENÇÕES
3057380

Estados já projetam atraso para encerrar votação​

Folhapress

O Maranhão terá o horário de votação estendido devido às filas nas sessões eleitorais. Segundo o secretário de tecnologia da informação e comunicação do TRE-MA, Gualter Lopes, ainda há zonas eleitorais na capital e no interior com votação em andamento.

“Teremos votação depois das 17h por causa das filas. O eleitor presente às sessões eleitorais antes do horário final tem esse direito garantido. No entanto a previsão é que as 17h30 já teremos uma parcial”, disse.

O Rio Grande do Norte registra média de duas horas de espera nas filas para votação. Em razão da demora, o Tribunal Regional Eleitoral estima o início da apuração dos votos a partir das 17h30 e a divulgação dos resultados por volta das 21h.

A expectativa é que os trabalhos estejam encerrados em todas as seções até 18h, segundo o presidente do TRE-RN, Cornélio Alves.

Em Alagoas, o resultado total das eleições deve atrasar por conta das filas. Segundo o TRE, o pleito aconteceu de forma tranquila, sem casos de violência e ninguém foi preso.

No Acre a votação vai se estender além das 15h local (17h horário de Brasília).

Em mais de vinte e cinco sessões, na capital e no interior, segundo o TRE, ainda há eleitores na fila aguardando para votar.

O atraso aconteceu por causa da lentidão na votação ao longo do dia.

Nestas sessões, os mesários distribuiriam senhas para os eleitores que estacavam não fila. Quem chegou após as 15h não poderá votar.

No Acre, 14 pessoas presas. Em Rio Branco, o candidato a deputado estadual Francineudo Costa (União Brasil) foi preso em flagrante com R$ 2.300 próximo a uma urna quando aliciava eleitores. Ele foi conduzido à sede da PF, prestou depoimento e continua detido.

Jornal Cidade RC
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.