Brasil registra 357 novas mortes em 24 h; casos confirmados passam de 50 mil

NATÁLIA CANCIAN E RENATO MACHADO – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O Brasil registrou 357 novas mortes nas últimas 24 horas, um aumento de 10,8%, segundo o Ministério da Saúde.

É o segundo maior número de óbitos diários desde o início da pandemia. O recorde foi batido na quinta (23), com 407 novas mortes.

Até então, o maior número de óbitos registrado em apenas um dia havia sido de 217, em 17 de abril.

Ao todo, o país tem 52.995 casos confirmados de Covid-19. No dia anterior, eram 49.492.

Polícia descobre fábrica clandestina de álcool em gel em São Paulo

ALFREDO HENRIQUE – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A polícia descobriu nesta quinta-feira (23) uma fábrica clandestina de álcool em gel que funcionava dentro de uma casa no Jardim Regente Feijó, na zona leste de São Paulo. Foram apreendidos álcool 96° e silicone, somando 3.400 litros, que seriam usados para a fabricação ilegal do produto. Um autônomo de 31 anos foi preso em flagrante.

Denúncias anônimas indicaram à polícia que o suspeito estaria manipulando álcool dentro da casa, na rua Bento Gonçalves. Por causa disso, investigadores foram até o local para realizar campana.

O delegado Afonso da Silva afirmou que, por volta das 10h desta quinta, investigadores flagraram dois funcionários saindo da residência suspeita carregando um galão em um carrinho de mão. “Essa foi a deixa para nós iniciarmos nossa operação”, disse o delegado titular da 4ª Divecar (Delegacia de Investigações sobre Roubos e Furtos de Veículos) do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais),
Silva acrescentou que havia álcool 96° no carrinho levado pelos dois homens. Na sequência, policiais do Deic entraram na residência.

O suspeito teria argumentado não produzir álcool em gel no local, acrescentando usar a residência somente para estocar o produto. Os argumentos não convenceram pois, ainda de acordo com o delegado, a presença de embalagens, equipamentos para engarrafar produtos, além de insumos como álcool e silicone, indicaram que o local era usado para fabricar clandestinamente álcool em gel.

A reportagem apurou que em um quadro que ficava dentro de um cômodo da casa estavam anotados prováveis compradores do produto ilegal como motéis, lojas de roupa de noivas, além de buffets de festas. Na lousa também estava escrito a meta de vendas do mês, estipulada em R$ 60 mil.

O autônomo não apresentou alvará autorizando a produção do álcool em gel à polícia. Por causa disso, ele foi preso em flagrante por produzir ilegalmente produto químico, além de o estocar. Sua defesa não havia sido encontrada até a publicação desta reportagem.

Os materiais químicos apreendidos serão investigados pelo Instituto de Criminalística.

Idosos e funcionários de abrigo em Piracicaba são diagnosticados com Covid-19

O Lar Betel de Piracicaba confirmou o registro de casos do novo Coronavírus na instituição. A confirmação por parte do abrigo veio após meios de comunicação Piracicabanos divulgarem que funcionários e moradores do lar haviam sido diagnosticados com Covid-19.

Segundo o comunicado oficial do Lar Betel, todos os infectados, tanto os idosos quanto os funcionários, estão sendo “atendidos e tratados dentro dos padrões médicos estabelecidos pelas autoridades municipais de saúde”. A nota emitida pela instituição ainda ressalta que apesar das medidas de contenção implantada, houve a confirmação do contágio.

De acordo com informações, ao menos 19 pessoas que frequentam o local foram infectadas pelo novo Coronavírus, sendo 11 funcionários e oito moradores.

Comércios de Rio Claro se reinventam na quarentena

A quarentena que ocorre em todo Estado de São Paulo como forma de combate ao coronavírus fez com que os comerciantes de Rio Claro criassem novas estratégias de vendas e relacionamentos com os seus clientes.

Na Racil Pet Shop, loja de rações, medicamentos e acessórios veterinários, que está no mercado há 18 anos, mesmo o comércio estando entre os considerados essenciais e que estão funcionando, a venda de balcão caiu e a saída foram as vendas por telefone e online.

“Desde que começou a quarentena, passamos a nos estruturar para atender nossos clientes. Tivemos uma queda de 30% na venda por balcão, mas por outro lado nossas entregas cresceram cerca de 300%. Além das vendas por telefone, passamos a atender pelo WhatsAap e não cobramos a entrega. Estamos conseguindo manter as vendas mesmo com a queda considerável, já que as pessoas estão comprando realmente o necessário”, explicou o proprietário Daniel Henrique dos Santos.

Na Merilin Cases, loja de acessórios, eletrônicos, celulares e tablets e assistência técnica, foi necessária uma adequação da equipe de 15 funcionários, já que a queda pela procura no balcão foi de 70%.

“Quando foi decretado o fechamento, colocamos alguns funcionários de férias, outros em home-office cuidando de nossas redes sociais para divulgar nosso serviço de delivery via telefone e WhatsApp. Logo no primeiro dia tivemos muitos pedidos, já que nossos clientes são fiéis e eu e minha esposa fizemos as entregas. Com o aumento de mais 100% na demanda, terceirizamos o serviço e hoje já contratamos um motoboy, que será mantido quando tudo isso passar. Estamos sobrevivendo nessa pandemia graças ao delivery”, afirmou o proprietário Diógenes Dietrich.

Bolsonaro deve ser investigado sob suspeita de crime de responsabilidade, dizem procuradores

JOSÉ MARQUES – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública provocou uma enxurrada de críticas de procuradores do Ministério Público Federal, alguns deles com passagem pela Lava Jato, e também pedidos de investigação sobre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Ex-integrante do grupo de trabalho da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República, o procurador regional Vladimir Aras disse nas redes sociais que os episódios narrados por Moro em seu pronunciamento “são gravíssimos”.

“Houve relatos sobre falsidade ideológica, obstrução da justiça e crime de responsabilidade, que deverão ser investigados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e pela Câmara dos Deputados”, afirmou Aras. “Interferência política na Polícia Federal é inadmissível.”

“A Polícia Federal se notabilizou como uma das forças policiais mais respeitadas do mundo por atuar tecnicamente, com um corpo funcional bem preparado e com bastante autonomia operacional. As consequências dessa intromissão política são incalculáveis.”

Ao anunciar sua demissão do governo federal nesta sexta-feira (24), Sergio Moro criticou a insistência do presidente Jair Bolsonaro para a troca do comando da Polícia Federal, sem apresentar causas que fossem aceitáveis.

Moro afirmou ainda que Bolsonaro queria ter acesso a informações e relatórios confidenciais de inteligência da PF. “Não tenho condições de persistir aqui, sem condições de trabalho.” E disse que “sempre estará à disposição do país”.

O presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), Fábio George Cruz da Nóbrega, também afirmou que as declações são “muito graves”.

“Sinalizam a ocorrência de crime de falsidade ideológica de responsabilidade do presidente da República, na assinatura de ato inexistente de exoneração a pedido do diretor-geral da PF, bem como de crime de responsabilidade, na tentativa de interferência na regularidade de investigações. Ambas as ocorrências precisam ser devidamente apuradas”, diz Nóbrega, em nota.

O procurador regional João Carlos Rocha, que foi assessor do ex-procurador-geral Rodrigo Janot, afirmou nas redes sociais que após as declarações de Moro “é inevitável que se instaure uma investigação sobre a conduta do presidente da República”.

“O ex-ministro da Justiça acaba de relatar diversos fatos envolvendo crimes comuns e de responsabilidade”, afirmou.

Bruno Calabrich, também procurador regional, disse que “a bola está com a PGR”. “Trocar um agente público para interferir no resultado de uma investigação é uma acusação grave e precisa ser apurada”, apontou. A procuradora Monique Cheker disse que a Procuradoria-Geral da República “tem o dever de apurar”.

Sem citar Moro, Yuri Luz, que integra a Lava Jato paulista, apontou possível omissão do ministro em declarar eventuais irregularidades que tenha presenciado no governo.

“Todo servidor público tem o dever de funcional de comunicar imediatamente, às autoridades competentes, as ilicitudes de que venha a ter ciência”, disse, no Twitter.

“Imediatamente. Não oportunamente. Falar o que ocorreu é importante. Mas não torna legal a omissão ilegal que perdura certo tempo.”

Como apontou a coluna Mônica Bergamo, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) enxergaram vários crimes que podem ter sido cometidos pelo presidente Jair Bolsonaro, segundo o que disse Moro em seu pronunciamento.

Outros membros do Ministério Público também fizeram declarações de solidariedade a Moro, não necessariamente apontando necessidade de investigação.

Para a procuradora regional Thaméa Danelon, que coordenou a força-tarefa da Lava Jato em São Paulo, “a criminalidade comemora” a saída de Moro do ministério.

Um dia antes, ela havia gravado um vídeo afirmando que “caso se confirme essa saída, vamos começar uma nova crise”. “Já estamos vivenciando crise, de saúde e da economia por conta do conoravirus, e vai ser mais um fator de crise para o nosso país”, disse.

Helio Telho, procurador da República em Goiás, questionou: “Bolsonaro está trocando Moro pelo Centrão? É isso, produção?”.

De Minas Gerais, o procurador Patrick Salgado afirmou não ter palavras “para descrever meu sentimento de profunda tristeza com a saída do homem íntegro, justo e ético” do Ministério da Justiça e sua “minha extrema decepção com o presidente Jair Bolsonaro”.

Antes do anúncio da saída de Moro, Jerusa Viecili, que integrava a Lava Jato de Curitiba, afirmou no Twitter que “investigações de crimes de colarinho branco e corrupção na área federal somente são possíveis com trabalho técnico e independente da Polícia Federal e do Ministério Público Federal”.

Cerâmicas: prefeito de Santa Gertrudes fala sobre 500 demissões na região

Em entrevista à rádio Excelsior/Jovem Pan News, o prefeito de Santa Gertrudes, Rogério Pascon, informa que o setor cerâmico já demitiu cerca de 500 trabalhadores nas empresas da região. O prefeito faz um apelo para que os empresários do setor mantenham os empregos, apesar da paralisação das atividades.

‘Agora acabou’, dizem assessores militares de Bolsonaro após saída de Moro

DANIEL CARVALHO E RICARDO DELLA COLETTA – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

Auxiliares militares do Palácio do Planalto se disseram consternados após os cerca de 30 minutos em que, ao anunciar que estava entregando o cargo de ministro da Justiça e da Segurança Pública nesta sexta-feira (24), Sergio Moro acusou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de querer interferir a Polícia Federal.

Assessores fardados do presidente reagiram com frases como “agora acabou” e apontando “o fim de muitas ilusões, inclusive as nossas”.

Houve relatos de silêncio nos corredores do quarto andar, onde ficam os gabinetes ministros palacianos e até de lágrimas após a fala de Moro.

Ao anunciar sua demissão do governo federal, Moro criticou a insistência de Bolsonaro para a troca do comando da Polícia Federal, sem apresentar causas que fossem aceitáveis. Moro afirmou ainda que o presidente queria ter acesso a informações e relatórios confidenciais de inteligência da PF.

Mais pragmático, o núcleo político do governo começou a agir para tentar conter os danos. Um articulador de Bolsonaro disse que um dos caminhos é exigir que Moro prove o que disse. Se relatou as ilegalidades que o Bolsonaro teria cometido, agora teria que comprovar.

Outra linha de defesa seria argumentar desgastar a imagem de Moro indicando que o ministro insinuou que, caso a nomeação de um indicado seu fosse confirmada, ele silenciaria sobre as supostas ilegalidades.

No núcleo mais ideológico do governo, já circula a estratégia de desmoralizar Moro para tentar manter unida a bolha bolsonarista.

Acusariam, por exemplo, que, à frente do Ministério da Justiça, não investigou Adélio Bispo, responsável por dar uma facada em Bolsonaro durante a campanha presidencial, em 2018.

Logo no início da manhã, Bolsonaro recebeu deputados bolsonaristas no Palácio da Alvorada. Os parlamentares saíram de lá seguindo a narrativa criada pelo governo para dar tentar não perder apoio de sua base popular lavajatista.

Pouco antes das 8h30, a Secom (Secretaria de Comunicação) da Presidência publicou um reprodução do decreto de exoneração de Maurício Valeixo no DOU (Diário Oficial da União) com as palavras “exonerar a pedido” em destaque.

“Ao contrário do que parte da imprensa está noticiando, a exoneração do sr. Maurício Valeixo se deu A PEDIDO do próprio. Contra fake news, busque sempre a fonte primária da informação. Bom dia”, dizia mensagem publicada pelo braço de comunicação do governo sobre o qual o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, exerce forte influência.

Ao deixar o Alvorada, Bolsonaro deu sequência à narrativa que construiu.
“Imprensa, vocês erraram tudo no dia de ontem. Um abraço”, afirmou, esquivando-se de questionamentos.

A partir daí, a tropa bolsonarista começou a reproduzir o discurso costurado logo cedo.

“Valeixo, diretor da Polícia Federal, deixa o cargo a seu pedido”, escreveu a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) em sua conta no Twitter.

Ao deixar o Palácio do Planalto, o deputado coronel Armando (PSL-SC), vice-líder do governo e um dos que estava, horas antes, no Palácio da Alvorada também seguiu o roteiro.

“Foi a pedido”, disse, minimizando a discussão sobre o assunto com o presidente.

Depois, o próprio Bolsonaro reproduziu o print do DOU da exoneração, destacando trecho do artigo 2º da lei 13.047/2014 segundo o qual cabe a ele escolher o diretor-geral da PF.

“Art. 2º-C. O cargo de Diretor-Geral, NOMEADO PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, é privativo de delegado de Polícia Federal integrante da classe especial.”

Logo depois do pronunciamento, porém, o tom de alguns apoiadores já era um pouco diferente.

“Sinto muito pela saída de Sergio Moro do governo. Não só por ser meu padrinho de casamento, mas principalmente pela sua conduta exemplar de cidadão, juiz e ministro. Sempre terá minha profunda admiração, bem como a gratidão de todos os brasileiros de bem. Obrigada, Moro!”, escreveu Zambelli em sua conta no Twitter.

Os filhos de Bolsonaro silenciaram nas redes sociais.

Volta às aulas em SP será com rodízio de estudantes

ISABELA PALHARES – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) 

O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta sexta-feira, 24, que a volta às aulas no estado de São Paulo será com o rodízio de estudantes para que seja mantida distância segura dentro das salas. O retorno está previsto apenas para julho.

O secretário de educação, Rossieli Soares, informou que as aulas serão retomadas inicialmente na educação infantil (dos 0 aos 5 anos) para filhos de mães que precisam retornar ao trabalho. “Vamos começar pela educação infantil em algumas regiões do estado quando houver liberação do Centro de Contingenciamento”, disse.

Segundo ele, a volta as aulas para os alunos do ensino fundamental e médio deve ocorrer em julho, com a diminuição do número de estudantes por sala e rodízio para garantir que seja mantida distância segura entre eles. “Em uma sala com 35 alunos nem sempre é possível manter a distância segura entre eles, por isso, vamos voltar com um rodízio de estudantes e nesse período manteremos as atividades de forma remota”.

Ao anunciar demissão, Moro diz que Bolsonaro queria mexer na PF para ter acesso a relatórios de inteligência

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Ao anunciar sua demissão do governo federal nesta sexta-feira (24), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, criticou a insistência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para a troca do comando da Polícia Federal, sem apresentar causas que fossem aceitáveis.

Moro afirmou ainda que Bolsonaro queria ter acesso a informações e relatórios confidenciais de inteligência da PF. “Não tenho condições de persistir aqui, sem condições de trabalho.” E disse que “sempre estará à disposição do país”.

A demissão de Moro foi antecipada pela Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (23).

“Não são aceitáveis indicações políticas.” Moro falou em “violação de uma promessa que me foi feita inicialmente de que eu teria uma carta branca”. “Haveria abalo na credibilidade do governo com a lei.”

Moro disse ter o dever de proteger a instituição da PF, por isso afirmou ter buscado uma solução alternativa para o comando da corporação, o que não conseguiu.

Ele enalteceu seu papel na busca pela autonomia da Polícia Federal e destacou essa característica da corporação nos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT.

Moro destacou a autonomia da PF nas gestões federais do PT, mesmo com “inúmeros defeitos” e envolvimentos em casos de corrupção. Relembrou promessa de “carta branca” recebida pelo então presidente eleito Jair Bolsonaro em 2018 para nomear todos os assessores, inclusive na Polícia Federal.

O ex-juiz da Lava Jato disse que nunca houve condição para ser ministro em troca de indicação para uma vaga de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). A ideia, segundo Moro, era buscar um nível de formulação de políticas públicas, de aprofundar o combate à corrupção e levar maior efetividade em relação à criminalidade violenta e ao crime organizado.

Moro diz que somente colocou uma condição a Bolsonaro para que assumisse o cargo. “Se algo me acontecesse, uma pensão para a [minha] família.”

No cargo, Moro cuidava também da segurança pública. “Me via, estando no governo, como um garantidor da lei e da imparcialidade e autonomia destas instituições”, afirmou o ministro, em seu pronunciamento nesta sexta-feira.

Em sua fala, Moro lamentou sua saída em meio à pandemia do coronavírus, com milhares de mortes no país, e enalteceu sua carreira como juiz federal, que incluiu a Operação Lava Jato de Curitiba.

Moro decidiu entregar o cargo nesta sexta-feira e deixar o governo após a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, ter sido publicada nesta madrugada no Diário Oficial da União. Ele anunciou a saída do governo a pessoas próximas.

Moro pediu demissão a Bolsonaro na manhã desta quinta-feira (23) quando foi informado pelo presidente da decisão de demitir Valeixo. O ministro avisou o presidente que não ficaria no governo com a saída do diretor-geral, escolhido por Moro para comandar a PF.
A exoneração foi publicada como “a pedido” de Valeixo no Diário Oficial, com as assinaturas eletrônicas de Bolsonaro e Moro. Mas o ministro não assinou a medida formalmente nem foi avisado oficialmente pelo Palácio do Planalto de sua publicação.
O nome de Moro foi incluído no ato de exoneração pelo fato de o diretor da PF ser subordinado a ele. É uma formalidade do Planalto.
“Fiquei sabendo pelo Diário Oficial, não assinei esse decreto”, disse o ministro. O agora ex-ministro disse que isso foi algo “ofensivo” e que “foi surpreendido”. “Esse último ato foi uma sinalização de que o presidente me quer fora do cargo.”
Na avaliação de aliados de Moro, Bolsonaro atropelou de vez o ministro ao ter publicado a demissão de Valeixo durante as discussões que ainda ocorriam nos bastidores sobre a troca na PF e sua permanência no cargo de ministro. Diante desse cenário, sua permanência no governo ficou insustentável, e Moro decidiu deixar o governo.
Moro topou largar a carreira de juiz federal, que lhe deu fama de herói pela condução da Lava Jato, para virar ministro. Ele disse ter aceitado o convite de Bolsonaro, entre outras coisas, por estar “cansado de tomar bola nas costas”.
Tomou posse com o discurso de que teria total autonomia e com status de superministro. Desde que assumiu, porém, acumulou uma série de recuos e derrotas.
Moro se firmou como o ministro mais popular do governo Bolsonaro, com aprovação superior à do próprio presidente, segundo o Datafolha.
Pesquisa realizada no início de dezembro de 2019 mostrou que 53% da população avaliava como ótima/boa a gestão do ex-juiz no Ministério da Justiça. Outros 23% a consideravam regular, e 21% ruim/péssima. Bolsonaro tinha números mais modestos, com 30% de ótimo/bom, 32% de regular e 36% de ruim/péssimo.
O ministro, nos bastidores, vinha se mostrando insatisfeito com a condução do combate à pandemia do coronavírus por parte de Bolsonaro. Moro, por exemplo, atuou a favor de Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, na crise com o presidente.
Aliados de Moro avaliam que ele foi um dos alvos da recente declaração de Bolsonaro de que usaria a caneta contra “estrelas” do governo.
“[De] algumas pessoas do meu governo, algo subiu à cabeça deles. Estão se achando demais. Eram pessoas normais, mas, de repente, viraram estrelas, falam pelos cotovelos, tem provocações. A hora D não chegou ainda não. Vai chegar a hora deles, porque a minha caneta funciona”, afirmou Bolsonaro no último dia 5 a um grupo de religiosos diante do Palácio da Alvorada.
Com a saída de Moro do governo, o chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge Oliveira, passou a ser um dos mais cotados para substituí-lo.
Num cenário ainda incerto, um dos desenhos do Planalto é de que haja a separação de Justiça e Segurança Pública, desejo antigo do presidente Bolsonaro.
Se isso se confirmar, a probabilidade maior é que Jorge assuma a Segurança Pública por ser policial militar da reserva do Distrito Federal. É considerada menor a possibilidade de que ele vá para a Justiça.
Já para a Justiça o nome mais forte é o do secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, que tem se aproximado de Bolsonaro. Lateralmente, há uma possibilidade de o ex-deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) ser escolhido.
Fraga, que é amigo pessoal do presidente, poderia ainda ser indicado para a Secretaria-Geral, no lugar de Jorge Oliveira. Com isso, o governo ganha um político no Planalto para auxiliar na articulação com o Congresso. Hoje, há apenas militares nas quatro pastas sediadas no prédio da Presidência.
Essas mudanças foram tratadas pelo presidente com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que esteve no Planalto na última quarta-feira (22).

Idosa de 89 anos que morou em Rio Claro é curada da Covid-19

Pessoas acima de 60 anos se enquadram no grupo de risco da Covid-19, mesmo que não tenham nenhum problema de saúde associado. Além disso, pessoas de qualquer idade que tenham comorbidades, como cardiopatia, diabetes, pneumopatia, entre outras, também precisam redobrar os cuidados nas medidas de prevenção ao coronavírus.

No Estado de São Paulo, segundo balanço divulgado nessa quinta-feira (23), entre as vítimas fatais estão 789 homens e 556 mulheres. Os óbitos continuam concentrados em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando 76,5% das mortes. Em Rio Claro, dos seis óbitos registrados até o momento, cinco são de idosos.

Apesar das estatísticas, um caso recente contrapõe todos os diagnósticos na luta contra a doença e, principalmente, com final feliz. A idosa Anézia Braga de Oliveira, de 89 anos, que morou em Rio Claro por cinco décadas e atualmente vive em São Paulo, foi confirmada com Covid-19 no dia 17 de março.

Foram 33 dias de internação, sendo 29 somente na unidade de terapia intensiva (UTI). No último dia 18 de abril, dona Anézia recebeu alta do Hospital São Luiz, na capital paulista, e saiu andando da unidade. De acordo com a filha Ana Silvia Braga de Oliveira, a recuperação da idosa surpreendeu a todos.

“A equipe médica ficou surpresa com a evolução positiva da minha mãe no enfrentamento da doença. Eles foram heróis todo esse tempo, aos quais somos eternamente gratos”, comenta Ana Silvia.

Apesar de recuperada, não foram dias fáceis. Dona Anézia sentiu quadro intenso de falta de ar, febre e mal-estar durante o tratamento, que foi à base de antibióticos. “Não pudemos ter contato com ela durante o tempo de internação. Depois, ela nos relatou que foram dias muito ruins. Nem ela sabe como saiu dessa”, explica a filha.

A família acredita que a idosa tenha contraído a doença durante o jantar comemorativo do seu aniversário, no dia 7 de março, uma vez que a nora de dona Anézia, também, positivou para a Covid-19. Até então, ninguém teve contato com pessoas doentes ou histórico de viagem, tendo sido uma transmissão comunitária.

Com dois casos positivos próximos, fica o aprendizado e o alerta para outras pessoas no enfrentamento da doença. “No início, foi proposto o isolamento social e percebeu-se a relutância popular para a medida. Com registros na minha família, tentava convencer os demais sobre a importância das medidas de prevenção. Todos precisam se propor a cooperar, a fim de evitar contaminações e sobrecarga do sistema de saúde”, conclui Ana.

Live

O caso de Anezia também foi destaque em live realizada pelo JC. Confira o vídeo completo abaixo:

Jaguatirica é encontrada morta às margens de rodovia em Cordeirópolis

O Pelotão Ambiental de Cordeirópolis recebeu nesta quinta-feira (23) uma notificação de que uma jaguatirica estava caída às margens da Rodovia Cássio Freitas, nas proximidades da Fazenda Ibicaba.

Ao chegarem no local, os profissionais constataram que o animal já se encontrava morto. A equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente encaminhou o corpo da jaguatirica aos órgãos competentes.

Jornal Cidade RC
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