‘Crianças terão prejuízos no ensino e precisamos de plano de recuperação’, diz educadora

ISABELA PALHARES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com os filhos há dois meses longe da escola por causa da pandemia do coronavírus, muitos pais se preocupam com o fato de que eles podem ter aprendido menos do que o esperado. Para a educadora Maria José Nóbrega, é preciso que famílias, escolas e autoridades educacionais reconheçam que os estudantes terão prejuízos acadêmicos.
As crianças menores, especialmente aquelas que estavam em processo de alfabetização, devem ter déficits maiores ao final do período. Considerada uma das fases mais delicadas e importantes da vida escolar, a alfabetização depende de um trabalho contínuo de estímulo, análise e conhecimento de quem vai ensinar.
“Os pais precisam tomar cuidado ao tentar ensinar a criança para não atrapalhar o que já foi desenvolvido pela escola, para não criar um trauma com a escrita. Provavelmente, a forma como os pais foram alfabetizados não é mais como é feito hoje”, disse Maria José, que já trabalhou como assessora pedagógica no Ministério da Educação, em secretarias municipais e estaduais de educação e em colégios particulares, como o Pio XII e Vera Cruz.
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Pergunta – Mesmo com as aulas a distância, as crianças devem ter prejuízo no aprendizado neste ano?
Maria José Nóbrega – Não é possível imaginar que as crianças não terão algum tipo de prejuízo acadêmico neste ano. Todo o planejamento que estava sendo feito para o ano letivo era para a modalidade presencial e as escolas tiveram que se adaptar emergencialmente e pela primeira vez para atuar a distância.
Então, é claro que haverá prejuízo. É o tipo de situação na qual o melhor a se fazer é reduzir os danos e entender que todos estamos passando pela mesma dificuldade. Também precisamos reconhecer que, quanto mais jovem o estudante, mais difícil é a mudança para o modelo remoto. Para as crianças pequenas, está e vai ser mais complicado.

O prejuízo pode ser maior para crianças que estão em processo de alfabetização?
MJN – Sim, especialmente para as crianças de 5 anos, da educação infantil, e 6 anos, no 1º ano do ensino fundamental, que estavam iniciando os processos de introdução à escrita quando as aulas foram suspensas. Entre os educadores, há um consenso de que a alfabetização é um dos períodos mais delicados e importantes da formação escolar.
Precisamos encarar que não há muito a se fazer neste momento. É um problema que uma geração inteira está vivendo e que vamos ter de enfrentar quando as escolas retomarem as atividades presenciais.
A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) nos dá tempo para recuperar, porque ela prevê que, se a alfabetização não for consolidada no 1º ano, ela continua no próximo ano. Quando as aulas voltarem, vamos viver um processo de adaptação, rever os currículos e reforçar os conteúdos estruturantes, e a alfabetização certamente é um deles.
Neste momento, as escolas estão mantendo atividades que são possíveis com a mediação dos pais, que não são especialistas. Na volta, é preciso pensar em um diagnóstico preciso para identificar até onde as crianças conseguiram avançar.

O que as escolas podem fazer nessa situação para reduzir os efeitos negativos?
MJN – Para começar, precisamos pensar que as crianças estão aprendendo, mas de uma forma diferente e que vão ter outros aprendizados. Então, é importante que todos façam esforços para que o desenvolvimento delas continue ocorrendo.
Mas é preciso entender que, em sala de aula, principalmente na alfabetização, o professor está muito atento às hipóteses que a criança levanta em relação ao funcionamento da escrita e é a partir delas que conduz o processo. O aprendizado também ocorre muito com a troca entre os alunos. Nessa situação, nós perdemos a riqueza dessas duas situações.
Em algumas escolas com mais recursos, ainda é possível organizar, com plataformas eletrônicas, momentos que se assemelham ao que ocorre em sala de aula. Só que esses encontros online precisam ocorrer com a mediação de adultos, porque as crianças não têm autonomia para acompanhar sozinhas.

Como os pais podem ajudar nesse processo?
MJN – É preciso muito cuidado com as intervenções feitas, já que esse é um processo muito sensível. Os pais não devem tentar substituir os professores, mesmo e especialmente com as crianças pequenas.
A alfabetização exige conhecimento científico. Nem todo professor que fez pedagogia se sente capaz de ser alfabetizador, porque há uma especialização dentro da área. O risco de o pai achar que tem de ser alfabetizador de seus filhos é que ele vai resgatar na memória como foi o seu processo de alfabetização. O ensino de 20, 30 anos atrás era muito diferente, não se tinha os conhecimentos científicos que temos hoje.
Hoje sabemos que a alfabetização ocorre com dois procedimentos. Um deles é a criança entender a relação das letras com o som. O outro é a introdução da criança à cultura escrita para que ela se sinta estimulada a ler. Os pais têm um papel fundamental nessa segunda dimensão, lendo para os filhos com frequência.
Ler em voz alta para uma criança é uma parte do processo. Só os pais podem ler ou propor que cada um leia uma parte do texto, perguntar se a criança consegue achar uma palavra repetida. Pode ser como uma brincadeira, uma atividade leve. Não precisa virar uma aulinha.

Quais cuidados os pais precisam ter para não atrapalhar o processo de alfabetização?
MJN – Uma criança, durante a alfabetização, não vai escrever corretamente, já que ela precisa alcançar outro passo que é descobrir a existência de um sistema ortográfico. Para tratar dessas regras, as escolas fazem um trabalho reflexivo, pedem que as crianças observem e criem hipóteses próprias.
Antigamente, quando a criança escrevia algo errado, o professor mandava escrever a palavra dezenas de vezes para memorizar a forma certa. Essa intervenção resolvia o problema localmente. E foi assim que muitos pais aprenderam e que podem tentar fazer com seus filhos.
Essa abordagem não permite uma reflexão da criança ou que ela veja sentido no que está fazendo. Com isso, escrever se torna uma atividade desestimulante, a criança se sente incapaz. Essa é uma situação que aconteceu com muitos dos adultos de hoje, que por esse tipo de ensino criaram um representação de si de não saberem escrever, de não gostarem de ler.
Exercícios como esse geram angústia na criança, que vai se tornar resistente a estudar e acaba aumentando o estresse doméstico. Ela vai passar a achar que aprender é um horror.

Muitas crianças estão sem acesso a atividades remotas e em casas onde não há nenhuma continuidade ao processo de alfabetização. Quais consequências podem ser esperadas para esses estudantes?
MJN – Essa é uma questão muito séria porque temos um abismo de desigualdade social no país. Isso fica escancarado nas imagens que vemos de pessoas em filas para conseguir o auxílio emergencial para ter o que comer. Ao ver imagens como essas, como esperar que elas tenham acesso à tecnologia para a educação dos filhos?
Corremos grave risco de acirrar ainda mais as desigualdades sociais já há muito tempo conhecidas e muito pouco enfrentadas.
Muitas redes de ensino estão tentando negociar com empresas de telefonia a liberação de pacote de dados para os alunos terem acesso a aplicativos para as aulas remotas. Isso também é um delírio. Não leva em conta o ambiente que o aluno tem em casa para estudar, se tem algum dispositivo móvel, com quantas pessoas ele compartilha esse celular.
É uma situação perversa e que vai exigir um diagnóstico e reforço escolar muito maior nas escolas públicas do que nas particulares.

Crianças sem acesso a nenhuma atividade escolar nesse período podem esquecer o que aprenderam? A alfabetização pode regredir?
MJN – Quando a criança está sendo alfabetizada, muitas vezes a escrita é memorizada, automatizada. Isso acontece, por exemplo, com a escrita do próprio nome. Isso é importante porque é uma fonte para descobrir como o processo de escrita acontece.
É possível que algumas aprendizagens sejam perdidas, principalmente se forem muito incipientes. O que depende de treino e sistematização pode sim recuar e regredir.

Daae faz reparo em rede de água na área sul

O rompimento de uma rede de abastecimento de água no início da noite desta segunda-feira (18) deixou comprometido o fornecimento de água no Jardim Itapuã, parte do Cidade Jardim, Leblon, Botânico e outros condomínios, especialmente nos imóveis que não possuem caixa d’água.


Equipe do Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae) já iniciou manobras para fechar registros e realizar o conserto. A previsão é que tudo esteja resolvido até às 21 horas, quando então o abastecimento de água começará a ser normalizado.

Rio Claro registra 51 casos positivos de Covid-19

Boletim divulgado pela Secretaria de Saúde de Rio Claro aponta mais dois casos positivos de Covid-19 no município. Agora são 51 casos, sendo que 23 foram apontados em testes rápidos e precisarão ser confirmados em exames laboratoriais.

Os novos casos positivos são de uma mulher na faixa etária entre 41 e 60 anos e de um homem com idade entre 61 e 80 anos. Ambos estão hospitalizados com quadro clínico estável. Ao todo são 22 pacientes internados, incluindo casos suspeitos, o que representa aumento de cinco internações em relação ao boletim divulgado no domingo (17).

Desse total, dez estão em UTI, número que também aumentou, já que no domingo eram sete.A quantidade de pacientes recuperados permanece em 13. O boletim aponta também 13 casos suspeitos. O município tem oito óbitos confirmados e nenhum em investigação.

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Acirc orienta comerciantes sobre opções para manter vendas durante a pandemia

No segundo vídeo da série lançada na semana passada, a Associação Comercial e Industrial de Rio Claro-Acirc agora orienta as empresas sobre como manter as vendas durante a pandemia, utilizando as ferramentas digitais. A associação também vem orientando os lojistas sobre alternativas de crédito disponíveis para o setor.

Araras: vacinação contra gripe começa segunda-feira para professores e pessoas de 55 a 59 anos

Ramon Rossi

Professores das redes públicas e particulares e adultos de 55 a 59 anos começaram a ser imunizados contra a gripe nesta segunda-feira (18). Eles fazem parte do público-alvo da 3ª fase da Campanha Nacional de Vacinação contra Gripe, que foi dividido em duas etapas para evitar aglomerações – a primeira, que terminou na última sexta-feira (15), envolveu deficientes, crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes e mães no pós-parto até 45 dias.

A vacinação segue até o dia 5 de junho e as pessoas que fazem parte dos grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde, mesmo que de outras fases, podem procurar as salas de vacinação se ainda não estiverem imunizados. A meta do governo é vacinar pelo menos 90% de cada um desses grupos.

Vale lembrar que a vacina não previne contra o coronavírus (covid-19). Ela imuniza contra os vírus H1N1, Influenza B e H3N2, que podem provocar gripes e outras complicações respiratórias.

Nesta etapa, o horário de funcionamento das seis salas de vacina será das 8h às 15h30. Outras informações sobre a Campanha de Vacinação podem ser obtidas pelo telefone 19 3543-1522, ramais 219 e 226.

Locais onde são aplicadas as doses da vacina

– CS2 Dr. João Geraldo Noronha (Belvedere)

– PSF Edmundo Ulson (Parque Tiradentes)

– PAM Antônio Carlos Fabrício (José Ometto 2)

– PAM Dr. Osvaldo Salvador Devitte (Narciso Gomes)

– PSF Madre Carla Rabolin (Jardim Alvorada)

– PSF Ênio Vitalli (Jardim Piratininga)

Ex-governador de São Paulo, Laudo Natel morre aos 99 anos

MAURICIO PULS – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O ex-governador de São Paulo, empresário e dirigente esportivo Laudo Natel morreu na manhã desta segunda-feira (18), aos 99 anos. A causa da morte não foi divulgada.

O São Paulo Futebol Clube, que foi dirigido por Natel, comunicou o falecimento nas redes sociais e disse lamentar a partida de seu patrono.

“Nosso eterno agradecimento a uma das figuras mais importantes da história de nosso clube pelas décadas de amor incondicional às nossas cores”, afirmou. O clube decretou luto de três dias.

Biógrafo do ex-governador, o jornalista Ricardo Viveiros disse, em uma rede social, que Natel “foi um pequeno grande homem, simples, ético, capaz, trabalhador, elegante, sensível e de larga visão como empreendedor”.

Viveiros, que publicou em 2010 o livro “Laudo Natel: Um Bandeirante”, afirmou ainda que o político, “em duas gestões como governador em tempos sombrios, transformou o estado de São Paulo, antecipando o futuro”.

Laudo Natel (1920-2020) governou São Paulo em duas gestões na ditadura militar (1964-1985), mas sua influência política desapareceu com a ascensão de seu ex-secretário Paulo Maluf -que o derrotou na convenção da Arena que indicou o candidato do partido a governador, em 1978.

Sua carreira política começou tarde e foi impulsionada, em grande parte, por seus êxitos nos negócios. Filho de um administrador de fazendas, Natel nasceu em São Manuel (SP), em 14 de setembro de 1920.

Quando seu pai morreu, em 1937, ele desistiu de tentar estudar direito e começou a trabalhar como funcionário do Banco Noroeste, em Pirajuí (SP). Lá conheceu sua mulher, Maria Zilda -com quem teria dois filhos, Ivan e Maurício.

No Noroeste ele se tornou amigo de Amador Aguiar, gerente da agência de Lins (SP), com o qual trabalhou como subcontador. Quando o Bradesco foi fundado, em 1943, na cidade de Marília (SP), Amador foi convidado para dirigir o banco, e convenceu Natel a acompanhá-lo.

Mudou-se para São Paulo em 1945, quando a sede do Bradesco foi transferida para a capital e no ano seguinte tornou-se sócio do São Paulo Futebol Clube.

Natel estudou economia na USP e, em 1950, tornou-se um dos diretores do Bradesco. Dois anos depois, assumiu também o Departamento de Finanças do São Paulo.

Convenceu a diretoria do clube a vender seu terreno no Canindé para quitar suas dívidas e iniciar a construção do estádio do Morumbi, com projeto do arquiteto Vilanova Artigas.

Segundo Natel, o Morumbi (que custou cerca de US$ 70 milhões) foi integralmente pago por meio de campanhas, sorteios, venda de cadeiras cativas e de títulos patrimoniais. Mas o clube também recebeu recursos da Prefeitura de São Paulo (em 1956) e do governo estadual (de 1956 a 1958), que somaram US$ 3 milhões.

Em 1958, Natel foi eleito presidente do clube. Passou também a assumir diversos cargos em organismos empresariais -como diretor da Associação Comercial de São Paulo e do Sindicato dos Bancos de São Paulo.

Em 1961 foi convidado para ser candidato a vice-governador, no ano seguinte. Na época as eleições para governador e vice eram separadas. O governador Carvalho Pinto (PDC) lançou seu ex-secretário José Bonifácio Coutinho Nogueira. Como candidato a vice, a coligação lançou Natel.

A eleição ao governo se polarizou entre Jânio Quadros (PTN) e Adhemar de Barros (PSP), que venceu por pequena margem (1.249.414 votos a 1.125.941). Mas, para vice, Natel ganhou com 1.200.807 votos, contra 944.604 de Faria Lima (vice de Jânio) e 543.411 de Teotônio de Barros (vice de Adhemar).

Após a posse, Natel se aproximou do governador -que apoiou abertamente a deposição do presidente João Goulart, em 1964. Em 1965, ainda como vice de Adhemar, Natel concorreu à Prefeitura de São Paulo pelo PR, mas perdeu para o janista Faria Lima: este teve 452.162 votos, contra 198.222 de Natel.

Após vários desentendimentos com o governo federal, Adhemar teve seu mandato cassado em 5 de junho de 1966. O general Castello Branco permitiu a posse de Natel, com a condição de que este aceitasse os nomes indicados pelo Planalto para a Secretaria de Fazenda (Delfim Netto) e para o comando da Força Pública (João Baptista Figueiredo).

Natel concordou e assumiu no dia 6 de junho. Ficou no cargo até 31 de janeiro de 1967. Nesse período, reuniu as 11 usinas hidrelétricas de São Paulo na Cesp (Companhia Energética de São Paulo) e melhorou as finanças estaduais.

Findo seu mandato, Natel se preparou para disputar a próxima eleição para o cargo, intensificando suas idas ao interior. Mas as eleições para governador continuaram sendo feitas de forma indireta, e na prática a decisão cabia ao presidente.

Em 1969, quando ainda presidia o São Paulo, ele convidou o general Costa e Silva para a inauguração do estádio do Morumbi, em 1970. Com a doença e morte do presidente, o general Emílio Médici assumiu o cargo.

Laudo decidiu convidá-lo: “Eu fiquei até em dúvida se devia convidar o Médici, porque já tinha convidado o Costa. Depois eu raciocinei: não estou convidando propriamente a pessoa, estou convidando o presidente. Então ele veio”.

Segundo Natel, os assessores de Médici temiam que ele fosse vaiado: “O Morumbi estava lotado, e eu quis que ele entrasse comigo dentro do estádio. A segurança dele, o pessoal de assessoria temia que ele pudesse ser vaiado. Falei: ‘Presidente, pode entrar tranquilamente porque eu não posso ser vaiado hoje, e o senhor vai entrar comigo’. Ele entrou e, para sua surpresa, foi uma ovação. Cento e dez mil pessoas de pé, aclamando”.

Na opinião de Natel, esse fato contribuiu para sua escolha como governador, em 1970: “Não sei se ele se impressionou também um pouco com isso, o fato é que um dia recebo um telefonema dele e dizia: ‘Olha, eu tô lhe convidando pra ser governador de São Paulo e não quero que o senhor agradeça essa indicação porque eu cheguei ao seu nome, eu estou lhe convocando pra repartir comigo uma responsabilidade’. E assim me tornei governador”.

Na realidade, apesar de contar com a rejeição do governador Abreu Sodré, Natel tinha o apoio de dois antigos auxiliares, que estavam com Médici: Delfim, então ministro da Fazenda, e Figueiredo, que chefiava o Gabinete Militar.

Natel deixou o cargo de diretor-gerente do Bradesco e assumiu o governo em 15 de março de 1971. Na sua segunda gestão, unificou a malha ferroviária paulista na Fepasa, criou a Sabesp, a Cetesb e a Unicamp, inaugurou as primeiras estações do Metrô de São Paulo e investiu na ampliação das rodovias -setor a cargo de seu então secretário de Transportes, Paulo Maluf.

Tentou articular a prorrogação do mandato de Médici, mas fracassou. Com a posse de Ernesto Geisel na Presidência, em 1974, não teve nenhuma influência na escolha de novo governador -Paulo Egydio Martins.

Em abril de 1978, porém, após a definição do general João Baptista Figueiredo como novo presidente, o presidente Ernesto Geisel permitiu que seu sucessor escolhesse o candidato do Planalto ao governo de São Paulo. Figueiredo indicou Natel. Contrariado, o governador Paulo Egydio não o apoiou.

Confiante na indicação do Planalto, Natel praticamente não fez campanha: seus assessores logo recolheram um abaixo-assinado com o apoio de 876 convencionais.

Enquanto isso, seu ex-secretário Paulo Maluf fez questão de visitar todos os delegados da Arena no Estado. Na convenção do partido, realizada em 4 de junho de 1978, Maluf derrotou Natel por 617 votos a 589.

Natel recorreu à Justiça, alegando que Maluf era inelegível porque era acionista da Fiação e Tecelagem Lutfala, empresa que estava sob intervenção. Mas o recurso foi derrotado no Tribunal Superior Eleitoral por 4 votos a 2.

Aliados de Natel acreditavam que Geisel poderia usar o AI-5, ainda em vigor, para cassar Maluf, mas o presidente nada fez -e Maluf foi eleito governador, indiretamente, em 1º de setembro de 1978.

Em 1982, Natel ainda tentou ser indicado candidato a governador de São Paulo pelo PDS, mas foi derrotado na convenção do partido por Reynaldo de Barros, que tinha o apoio de Maluf.

Depois disso, dedicou-se apenas a suas atividades no setor privado, como diretor da Companhia Sul-América de Seguros.

Cidade de SP deve ter feriadão de 6 dias a partir de quarta para aumentar isolamento

ARTUR RODRIGUES – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O governador, João Doria (PSDB), e o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciaram que serão votados projetos para antecipação de feriados, que podem criar um megaferiado de seis dias na cidade de São Paulo a partir de quarta-feira (20).

O anúncio foi feito durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, na zona oeste de São Paulo. As medidas ainda serão votadas pelo Legislativo, mas as ações propostas na pandemia têm sido aprovada com facilidade.

A medida foi tomada devido ao fato de que os índices de isolamento social costumam sem maiores em feriados e finais de semana. No sábado (16), a capital teve uma taxa de 52% e o estado, de 50%. No domingo, a capital atingiu 56% e o estado, 54%

A Câmara Municipal de São Paulo votará nesta segunda a antecipação do Corpus Christi e Consciência Negra, para quarta e quinta (21). A sexta (22) será ponto facultativo.

Doria também mandará à Assembleia Legislativa projeto para antecipar o feriado de 9 de Julho para segunda-feira (25).

Com a aprovação dos projetos, o feriadão começaria na quarta e terminaria na segunda.

Doria iniciou a coletiva fazendo um discurso em que tenta desconstruir a tese de que a quarentena é o que afeta a economia. “Para vencer a crise, temos que vencer o coronavírus. O inimigo da economia não é quarentena, é a pandemia”, disse.

Covid-19: estudo medirá propagação nas cidades

O Ministério da Saúde está financiando o estudo ‘Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19’, coordenado pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas que vai analisar a evolução de casos da Covid-19 na população brasileira. Ao todo, 99.750 pessoas de 133 municípios de todas as regiões do país serão submetidas ao teste rápido (sorologia), que detecta se a pessoa já teve a doença. Foram enviados 150 mil testes rápidos para viabilizar a ação.

A ideia é identificar de que forma o vírus está se propagando em todo o Brasil e criar políticas públicas mais eficientes sobre o comportamento do coronavírus no território brasileiro. Essas “cidades sentinelas” foram escolhidas por serem municípios-sede de cada sub-região intermediária do país, de acordo com critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa será feita em três fases, com entrevistas que ocorrerão a cada duas semanas por meio de visitas domiciliares, conduzidas por equipes do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE). A primeira fase teve início no dia 14 de maio e se estenderá até este domingo (17), com previsão de realização de entrevistas e testes rápidos em 33.250 participantes (250 em cada uma das 133 cidades). As Secretarias Estaduais de Saúde receberam ofício do Ministério da Saúde sobre a pesquisa.

‘The Politician’ e ‘Umbrella Academy’ ganham datas de estreia da 2ª temporada

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

As séries “The Politician” e “The Umbrella Academy” tiveram as datas de suas segundas temporadas reveladas nesta segunda-feira (18) pela Netflix.
A produção de Ryan Murphy, que narra a história de Payton Hobart (Ben Platt), volta em 19 de junho, enquanto a história dos irmãos com super-poderes retorna em 31 de julho.
A trama da 2ª temporada de “The Politician” acompanha Payton e sua equipe tentando vencer a eleição para um assento no senado de Nova York, e buscando decidir que tipo de político o jovem quer ser.
Já a continuação de “The Umbrella Academy” deve focar na relação de Vanya (Ellen Page) com seus irmãos, ao descobrir que tem poderes como eles, diferente do que ela acreditou a vida inteira.

Multas do Procon-SP ultrapassam R$ 3 mi

Passados dois meses desde que a Covid-19 foi reconhecida como calamidade pública pela Organização Mundial da Saúde, a Secretaria Extraordinária de Defesa do Consumidor e o Procon-SP já aplicaram mais de R$ 3 milhões em multas por práticas abusivas através do Código de Defesa do Consumidor.

As fiscalizações continuam diariamente a fim de garantir que a legislação seja respeitada e que a população do Estado de São Paulo não seja prejudicada. Os setores que mais sofreram autuações foram as farmácias, com multas em torno de R$ 2,3 milhões, e os supermercados, multados em cerca de R$ 800 mil. Foram no total 12 supermercados, 12 farmácias, 8 revendedores de gás e mais dois estabelecimentos comerciais, totalizando 34 fornecedores até agora.

“O trabalho do Procon não vai parar. A fiscalização e aplicação de multas são essenciais para garantir as boas práticas no mercado de consumo. A população tem que ser protegida de aumentos abusivos de itens essenciais neste momento de pandemia”, assegura Fernando Capez, secretário de Defesa do Consumidor.

Crise do Coronavírus: 75,5% do empresariado de RC e região já sente impacto da pandemia

Pesquisa elaborada pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) de Rio Claro, com 77 representantes de indústrias, comércios e serviços do município, aponta que 75,5% do empresariado da cidade e região já sente o impacto da pandemia do novo coronavírus nas empresas. A cidade enfrenta a crise desde o mês de março através de distanciamento social e a decretação da quarentena, determinada pelo Governo Estadual, em que somente atividades essenciais podem continuar funcionando abertamente ao público. Rio Claro registrava, até esse sábado (16), 48 casos positivos da Covid-19.

O levantamento do Ciesp tem como objetivo ampliar e entender melhor a situação das empresas e da economia neste período. De acordo como diretor Anselmo Quinelato “com essa pesquisa poderemos identificar as demandas do setor produtivo e direcionar esforços para ajudar os nossos associados e a nossa comunidade a superar este momento difícil. Acreditamos com isso estar dando a nossa contribuição para a saída de uma crise sem precedentes na nossa história”, informa.

João Zaine, gerente regional, diz que os números mostram que a crise já afetou de maneira muito acentuada praticamente todos os setores da economia, com raras exceções, e que a retomada será lenta. “Também podemos observar que existe uma dificuldade para as empresas terem acesso prático às medidas e produtos anunciados pelo Governo Federal”, acrescenta à reportagem do JC. O material, que teve colaboração da Associação Comercial e Industrial de Rio Claro (Acirc), traz panorama de Rio Claro, Santa Gertrudes, Corumbataí, Ipeúna, Itirapina, Araras e Leme.

Resultados

A pesquisa aponta que numa escala em que “1” é o melhor cenário e “10” o pior, 27,3% do empresariado estima que o pior cenário da pandemia atingirá o seu negócio. Outros 23,4% responderam o cenário “8”, enquanto 9,1% apontaram um nível “9” de impacto. Quando questionados em quanto tempo acontecerá este impacto, 75,5% do empresariado afirma que já sente os efeitos negativos da crise. Já para 20,8% dos entrevistados os resultados devem aparecer entre um e três meses.

Diante da paralisação na maioria dos setores, as vendas são diretamente atingidas. Para 24,1% do empresariado nenhum tipo de serviço/produto está sendo vendido até o momento, enquanto para 21,5% as vendas estão de 61% a 70% piores. Entre os problemas que as empresas estão enfrentando nesta pandemia está o cancelamento ou suspensão de vendas para 18,1%, já a prorrogação de prazos de recebimento ocorre para outros 16,6%.

Do total de entrevistados, 21,8% optou pelo regime de trabalho home office, 17,8% concedeu férias para parte dos empregados e 12,6% reduziu a carga horária. Para 31,9% do empresariado estima-se que em seis meses seus negócios voltarão à normalidade. Para 11,1% em 10 meses e 9,7% em oito meses ou mais de um ano.

Confira o resultado da pesquisa na íntegra:

Metodologia

Com a intenção de ter uma visão geral da economia da regional, a pesquisa do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) incluiu não só as indústrias, mas também o setor de comércio e serviços de toda a região de Rio Claro de 23 de abril a 7 de maio.

Segunda parcela do auxílio de R$ 600 começa a ser paga nesta segunda

CRISTIANE GERCINA – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A Caixa Econômica Federal começa a pagar nesta segunda-feira (18) a segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600.

O dinheiro será liberado para beneficiários do Bolsa Família cujo final do NIS (Número de Inscrição Social) seja 1. Ao todo, 1,9 milhão terá os valores hoje.

Os pagamentos seguirão até o dia 29 deste mês para quem faz parte do programa do governo federal.

Já os trabalhadores informais que se inscreveram por meio do aplicativo Caixa | Auxílio Emergencial ou pelo site auxilio.caixa.gov.br e os inscritos no CadÚnico que tiveram a primeira parcela do benefício liberada até 30 de abril recebem os valores a partir do dia 20 de maio, quando a grana começa a ser depositada nas contas.

Os saques em dinheiro para esses cidadãos só serão possíveis a partir do dia 30. O valor será liberado conforme o mês de nascimento do beneficiário.

A cada dia, será pago um mês diferente. O calendário começa com nascidos em janeiro e termina no dia 13 de junho, com o pagamento de quem faz aniversário em dezembro.

Segunda parcela

Nesta terça (19), será feita ainda a liberação da grana para um novo lote de beneficiários inscritos para receber a primeira parcela. Ao todo, são 8,3 milhões.

Boa parte destes trabalhadores se inscreveu nos primeiros dias, mas teve que passar por uma reanálise de dados por parte da Dataprev (empresa de tecnologia do governo federal)

O calendário de liberação destes valores também será por mês de aniversário do cidadão. Começa nesta segunda, para nascidos em janeiro, e vai até 29 de maio, para quem faz aniversário no mês de dezembro.

De acordo com a Caixa, até agora, 50,4 milhões de pessoas receberam o auxílio emergencial, liberado pelo Congresso para compor a renda de famílias carentes na pandemia do coronavírus.

Aprovado em 30 de março no Senado Federal, após passar pela Câmara, o auxílio emergencial só foi oficialmente lançado pelo governo em 7 de abril, quando começaram as inscrições.

Para receber, o trabalhador deve ter mais de 18 anos, não ter renda formal e fazer parte de família com renda, por pessoa, de R$ 522,50 ou renda total de R$ 3.135.

Jornal Cidade RC
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