Câmara de Santa suspende sessões após vereador testar positivo para Covid-19

*** Atualizado às 19h55

A Câmara Municipal de Santa Gertrudes suspendeu até o dia 23 de junho os trabalhos após ser confirmado nesta terça-feira (9) um caso de Covid-19 em um vereador que terá a identidade preservada.

Em ato assinado pelo presidente Antônio Carlos Cândido (PTB), nessa terça-feira (9), a declaração de início de quarentena, que começa nesta quarta-feira (10), ocorre por recomendação da Secretaria Municipal de Saúde da cidade vizinha.

No período, a sede da Casa de Leis será desinfetada e os funcionários estarão trabalhando home office. Com isso, as sessões ordinárias desta terça-feira e do dia 16 de Junho estão canceladas. Mais informações você confere na edição impressa do JC nesta quarta-feira (10).

Chuva forte causa pontos de alagamento em Rio Claro

Uma chuva de curta duração atingiu Rio Claro no início da tarde desta terça-feira(9) causando alguns pontos de alagamento na cidade. De acordo com o Centro de Análise e Planejamento Ambiental (CEAPLA), da Unesp de Rio Claro, foi registrado 12.6mm de chuva que equivale a aproximadamente 13 litros de água por metro quadrado.

Um leitor do Jornal Cidade registrou na Rua 9, no Cidade Jardim, um ponto de alagamento que há muitos anos causa transtorno aos moradores e por quem passa pelo local.

PGR envia ao Congresso parecer contra adiamento das eleições municipais

MARCELO ROCHA – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O vice-procurador-geral Eleitoral, Renato Brill de Góes, defendeu nesta terça-feira (9) a manutenção das datas previstas para as eleições municipais de 2020.

De acordo com Góes, a adoção de um protocolo de segurança associado à redução do número de casos do novo coronavírus, que estaria prevista em estudos estatísticos, permite que se mantenha o calendário da Justiça Eleitoral.

O primeiro e o segundo turno das eleições estão previstos para os dias 4 e 25 de outubro, respectivamente.

O representante do MPE (Ministério Público Eleitoral) afirmou que a manutenção dessas datas é fundamental em razão de todo o processo desencadeado após o pleito e que visa a aferir a regularidade do processo. Ele também defendeu “a impossibilidade de prorrogação dos mandatos de prefeitos e vereadores em curso”.

A avaliação do vice-procurador-geral Eleitoral consta de ofício enviado aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

No início da semana passada, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou aos presidentes dos 27 Tribunais Regionais Eleitorais que é possível que as eleições precisem ser adiadas para novembro e dezembro.

Segundo ele, o Congresso Nacional -instituição à qual cabe aprovar emenda constitucional que estabeleça o adiamento- avalia a hipótese de que o primeiro turno da votação para prefeitos e vereadores ocorra no dia 15 de novembro e o segundo, no dia 6 de dezembro.

Barroso disse ainda que o TSE, a Câmara e o Senado concordam que o adiamento deve ocorrer pelo menor tempo possível, de modo que não seja necessária a prorrogação dos mandatos dos políticos.

No ofício a Maia e Alcolumbre, o vice-procurador-geral eleitoral disse que, sendo inevitável a modificação de datas, o adiamento não deve ultrapassar 30 dias. Nesse caso, o MPE sugeriu as datas de 25 de outubro (primeiro turno) e 15 de novembro (segundo turno).

O MPE considera fundamental que seja assegurado prazo razoável entre a votação e a diplomação dos eleitos, para que sejam realizados os procedimentos previstos na legislação com o objetivo de averiguar a lisura e a legitimidade do processo eleitoral, por meio de eventuais ações judiciais.
Por essa razão, sustentou Góes, torna-se inviável a realização de qualquer um dos turnos das eleições em dezembro.

A avaliação do representante do MPE considera estudos matemáticos preditivos, sendo um deles realizado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) em parceria com a Universidade de Bordeaux, na França.
Segundo a pesquisa, os números de registros da Covid-19 devem se estabilizar no fim de julho.

“Nesse contexto, entende-se que a curva preditiva de tais pesquisas permite sejam mantidas as datas estabelecidas no art. 29, II, da Constituição Federal para a realização das eleições, afastando-se a hipótese de seu adiamento”, afirma Góes.

VEJA AS PRINCIPAIS DATAS DAS ELEIÇÕES
4 de abril
A data marcou o fim do prazo para que detentores de mandatos no Executivo renunciassem aos cargos para se lançarem candidatos
6 de maio
Foi o último dia para que os eleitores regularizassem sua situação junto à Justiça Eleitoral
15 de maio
Foi permitido iniciar a arrecadação facultativa de doações, por meio de plataformas de financiamento coletivo credenciadas
30 de junho
Pré-candidatos que apresentem programas de rádio ou TV ficam proibidos de continuar a fazê-lo
20 de julho a 5 de agosto
Início das convenções partidárias para a escolha dos candidatos. Também a partir de 20 de julho, os candidatos passam a ter direito de resposta à divulgação de conteúdo difamatório, calunioso ou injurioso por veículo de comunicação
15 de agosto
Última dia para os partidos registrarem as candidaturas
20 de agosto
Caso o partido não tenha feita o registro, o candidato pode unilateralmente fazer o seu pleito até esta data
16 de agosto
Passa a ser permitida a propaganda eleitoral, inclusive na internet. Os comícios poderão acontecer até o dia 1º de outubro
28 de agosto
O horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão passa a ser veiculado de 28 de agosto a 1º de outubro
19 de setembro
A partir desta data, os candidatos não poderão ser presos, salvo no caso de flagrante delito. Eleitores, por sua vez, não poderão, em regra, ser presos a partir do dia 29 do mesmo mês
4 de outubro
O primeiro turno de votação para vereadores e prefeitos
25 de outubro
Segundo turno para municípios com mais de 200 mil eleitores
18 de dezembro
Diplomação dos eleitos

Alunos de Araras terão laboratório de inovação tecnológica assim que as aulas presenciais voltarem

Ramon Rossi

Quando as aulas presenciais voltarem em Araras, os alunos da rede municipal de ensino terão um laboratório de inovação tecnológica novinho esperando por eles. As atividades do  FabLab, que está sendo implantado próximo à Secretaria Municipal de Educação, na Avenida Senador César Lacerda de Vergueiro, no Centro, terão foco na elaboração de projetos na área de robótica e na fabricação de peças utilizando equipamentos como impressora 3D.

O projeto começou a ser elaborado em 2019 pela equipe da Secretaria de Educação e conta com investimentos do Governo Federal, por meio da Qese (Quota Estadual de Salário Educação).

“Esses recursos já estão na conta da Secretaria de Educação e são destinados justamente a investimentos em educação básica e formação de professores. Estamos trazendo, com o FabLab, o que há de mais moderno na área de inovação tecnológica aos nossos alunos para que eles possam aprender conceitos diferenciados, que abrem um novo universo de possibilidades para a formação dessas crianças e adolescentes”, explicou Roza.

Ele conta que a equipe técnico-pedagógica da Secretaria visitou ano passado a feira Bett Brasil Educar, a maior em inovação tecnológica da América Latina, e teve contato com projetos voltados à área de educação. “A partir daí, começamos a planejar nosso próprio espaço para atender alunos da rede municipal”, completa.

O prédio onde o FabLad vai funcionar foi alugado pela administração municipal após processo de chamamento público. Pelo contrato firmado, o proprietário do imóvel é responsável pela reforma para adequação do local às exigências feitas pela Prefeitura. O aluguel será pago apenas quando essas obras forem concluídas, o que está previsto para este mês.

A Secretaria de Educação atua em frentes simultâneas para dar início efetivamente às atividades do FabLab e, embora ainda não haja uma data definida para o retorno das aulas por conta da pandemia do novo coronavírus, o objetivo é estar com o local pronto para funcionar já a partir de agosto.

“Estamos abrindo processo para a seleção de professores, mediante a apresentação de projetos na área de tecnologia, para atuar no FabLab, e também registro de preço dos equipamentos que serão utilizados nas atividades”,  completa Roza.

Além de impressoras 3D, o local vai contar com máquinas para prototipagem, corte em vinil, routers, entre outros aparelhos necessários para a fabricação de peças utilizadas nos projetos desenvolvidos por alunos e professores. O foco do FabLab é principalmente estudantes do ciclo 2 do ensino fundamental, que compreende do 5° ao 9° ano.

Hospital de campanha de Rio Claro tem previsão de ficar pronto ainda este mês

A Prefeitura de Rio Claro segue projetando a instalação de um hospital de campanha para enfrentamento ao novo coronavírus. A previsão é de que o mesmo seja instalado ainda em junho. O avanço dos casos no município, sobretudo na última semana, vem motivando a Fundação Municipal de Saúde a recorrer a este instrumento. Até essa segunda-feira (8), o número de positivados chegou a 190 pessoas. Um dado alarmante é que a cidade alcançou o número mais alto de internações desde o início da pandemia, com 46 pessoas nesta situação, sendo 10 delas em UTIs (unidades de terapia intensiva).

Para a implantação do hospital de campanha novos respiradores foram adquiridos pela administração municipal. São 11 novos equipamentos e a demora para a aquisição se deu por conta dos preços altos praticados pelas empresas. “Teremos um ganho de atendimento e resposta à população. Provavelmente nesta semana os respiradores chegam. [Pagamos] um preço que foi possível no momento”, disse o prefeito Juninho (DEM).

De acordo com o secretário de Saúde, Maurício Monteiro, um respirador ‘top de linha’ custava meses atrás cerca de R$ 12 mil, a Prefeitura chegou a receber propostas de R$ 350 mil, no entanto consegui comprar por cerca de R$ 55 mil em alguns equipamentos e R$ 110 mil nos demais.

Além dos respiradores, redes de gás e oxigênio já estão sendo projetadas. A capacidade estimada de UTI no hospital de campanha deve ficar entre 25 e 30 leitos. “Se faz necessário [o hospital]. O que tornou viável foi a aquisição dos respiradores”, acrescenta Juninho.

UTI

A partir desta quarta-feira (10), 10 novos leitos de UTI serão inaugurados em parceria da Prefeitura com a Santa Casa de Misericórdia, sendo 8 para o SUS (Sistema Único de Saúde) e dois para convênios. Esses dois podem ser convertidos em SUS em caso de necessidade maior. A entrevista na íntegra está disponível em vídeo no www.facebook.com/jcrioclaro.

SP tem novo recorde de mortes de coronavírus em um dia

CAROLINA MORAES – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O estado de São Paulo registrou 334 mortes causadas por coronavírus nas últimas 24 horas, o maior número em um dia desde o começo da pandemia, segundo os dados divulgados nesta terça-feira (9).

O último recorde havia sido de 327, batido na última terça-feira (2). O número total de óbitos é de 9.522.

São Paulo também registrou 5.545 novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas, totalizando 150.138.

Assintomático transmite coronavírus e, sem teste e rastreamento, quarentena é necessária, diz OMS

ANA ESTELA DE SOUSA PINTO – BRUXELAS, BÉLGICA (FOLHAPRESS)

Pessoas com coronavírus mas sem sintomas (os chamados assintomáticos) também transmitem o patógeno, afirmou nesta terça (9) Maria van Kerkhove, líder técnica da OMS (Organização Mundial da Saúde).

A entidade promoveu uma entrevista extra para esclarecer declaração dada na véspera pela cientista, que, segundo ela, levou à interpretação incorreta de que assintomáticos não transmitem o coronavírus.

No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro também usou a declaração para defender a flexibilização das quarentenas, mas o diretor-executivo da OMS, Michael Ryan, repetiu nessa terça que medidas de confinamento devem ser usadas para interromper o contágio enquanto não for possível testar todos os suspeitos, tratar os contaminados, rastrear os contatos e testá-los e isolá-los.

“Ainda não temos estudos suficientes para saber quantos são os assintomáticos. Trabalhos tem resultados muito variados, e alguns indicam até 40% dos casos. Sabemos que eles também podem transmitir o coronavírus, mas ainda não conhecemos a intensidade”, disse Maria.

Ela disse que era preciso esclarecer que, na entrevista de segunda-feira, estava se referindo “a dois ou três estudos de alcance limitados, a textos não publicados e a informações discutidas entre cientistas”, e que ainda não se sabe o suficiente sobre a transmissão em nível global.

Segundo Ryan, é justamente porque ainda há muitas questões a responder sobre a Covid-19 que a OMS recomenda a vigilância (por meio de testes, rastreamento e isolamento) e as medidas de distanciamento físico.

“Mesmo sem dados precisos sobre a transmissão, vários países do mundo já mostraram que, quando fazemos isso, suprimimos o contágio”, disse o diretor-executivo.

“Quando não sabemos onde o vírus está, colocamos todos em suas casas até as chamas baixarem, e, quando temos um bom sistema de vigilância, reabrimos cautelosamente”, acrescentou.

Ryan disse ainda que identificar casos assintomáticos exige estratégias mais amplas de testes, para as quais muitos países não têm recursos. Por isso, a OMS defende que os testes sejam priorizados para diagnosticar quem tem sintoma, casos suspeitos, profissionais de saúde e instituições como asilos e prisões.

Segundo o diretor-técnico, quando há capacidade para testar suspeitos e rastrear contatos, todos os contatos devem ficar isolados por 14 dias,mesmo os assintomáticos. Ele afirmou que, nos países em que o contágio ainda está acelerado, confinamento é necessário para segurar o coronavírus enquanto se reforçam as estruturas de vigilância e tratamento.

“Ainda estamos subindo a montanha desta pandemia, e temos que implementar as medidas que vimos funcionar em outros lugares. Ninguém tem todas as respostas e todo o conhecimento, mas adotamos o consenso do momento, com base no que se sabe até agora. Nós aconselhamos. Mas quem resolve o que fazer são os países”, disse Ryan.

VÍDEO: Figueira causa estrago em banheiro de residência no bairro Consolação

A polêmica envolvendo uma árvore localizada na Escola Municipal Diva Marques Gouvea ganhou novos capítulos nos últimos dias. Isso porque a raiz da figueira causou novos danos estruturais a uma residência localizada ao lado da escola. Desta vez, o problema aconteceu no banheiro da casa, que teve os canos entupidos pelas raízes da planta.

A situação da árvore, inclusive, é alvo de uma disputa judicial entre a família moradora da residência e a Prefeitura de Rio Claro. No ano passado, foi determinada a remoção da árvore, porém a decisão foi revista e a figueira permaneceu no local. Após isso, até chegaram a ser feitas obras para minimizar os estragos causados na residência, porém isso não resolveu completamente o problema.

“Semana passada o vaso entupiu, o encanador não conseguiu desentupir, tivemos que chamar uma empresa especializada. Quando tiraram o vaso, vimos a surpresa: a raiz estava invadindo o encanamento. Por isso, a empresa teve que dar um laudo pra gente, informando que o esgoto da casa está condenado. A raiz está dentro do banheiro, minha mãe tem mais de 80 anos de idade e, no inverno, está precisando sair para usar o banheiro de fora. Queremos que a Prefeitura resolvesse isso e não entrasse mais com recursos. Nós já ganhamos em primeira instância, o juiz já mandou cortar a árvore”, afirma Pedro Wolf, filho da proprietária da residência.

Segundo Pedro, todo o caso, além do prejuízo financeiro, preocupa a família com relação aos riscos e à segurança dos moradores da casa: “Esse problema vem desde 2006, quando já pedíamos para podar a árvore e a Prefeitura negava. A gente não tem condição de arcar com os prejuízos causados e a estrutura vai ficando cada vez mais danificada, podendo trazer consequências muito graves”.

O que diz a Prefeitura

Procurada pela reportagem do JC, a Prefeitura se pronunciou sobre o caso e comunicou que a administração municipal aguarda decisão judicial, com base em perícia realizada este ano no imóvel, para tomar as providências determinadas pela Justiça.

Disputa

Há anos existe o impasse entre a família e a Prefeitura por conta da figueira. No ano passado, a Justiça determinou a retirada da árvore, porém recursos fizeram a decisão ser revogada.

Moraes manda governo Bolsonaro retomar divulgação de dados totais da Covid-19

WILLIAM CASTANHO – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), mandou nesta segunda-feira (8) o governo Jair Bolsonaro retomar a divulgação na íntegra dos dados acumulados de mortes e casos confirmados de Covid-19 no site do Ministério da Saúde.

A decisão atende pedido feito pelos partidos Rede Sustentabilidade e PCdoB. A ação foi apresentada ao Supremo no sábado (6).

Desde a semana passada, o governo tem sido alvo de críticas por atrasar a divulgação dos dados sobre a pandemia no Brasil. Além disso, o acumulado deixou de ser informado e passaram a ser publicados apenas os casos registrados na últimas 24 horas.

Moraes, na decisão, determinou que o governo retome a divulgação no formato anterior. Na medida cautelar, o ministro ordenou que o ministério faça a divulgação “exatamente conforme [era] realizado até 4 de junho” -portanto, sem a alteração anunciada pelo ministério nesta segunda.

Mais cedo, o Ministério da Saúde havia recuado e anunciado que irá manter disponíveis os números acumulados de mortes e de casos confirmados da Covid-19.

No entanto, a pasta também confirmou que vai promover uma mudança na divulgação, dando destaque aos dados efetivamente ocorridos nas últimas 24 horas.

O ministério afirmou que vai adotar o modelo de divulgação com dados com base na data de ocorrência dos óbitos -e não na data de notificação, como vinha acontecendo desde o início da pandemia. O modelo que será abandonado é usado por praticamente todos os países.

Segundo o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, a nova plataforma poderá estar disponível a partir desta terça-feira (9).​

O ministro, porém, escreveu na decisão que, “em virtude da urgência, intime-se, inclusive por meio de WhatsApp do advogado-geral da União [José Levi do Amaral], a União para o cumprimento da decisão e para prestar as informações que entender necessárias, em 48 (quarenta e oito) horas”.

Moraes destacou ainda urgência na divulgação de dados sobre sobre a Covid-19 no Brasil. “O desafio que a situação atual coloca à sociedade brasileira e às autoridades públicas é da mais elevada gravidade, e não pode ser minimizado, pois a pandemia de Covid-19 é uma ameaça real e gravíssima.”

Ele lembrou que a doença já matou mais de 36 mil pessoas no país e tem pressionado o sistema público de saúde brasileiro, “com consequências desastrosas para a população”.

Segundo levantamento de consórcio de veículos de imprensa, do qual a Folha faz parte, 37.312 mortes foram registradas no país até esta segunda desde o início da pandemia. Foram 849 óbitos em 24 horas.

Moraes defendeu a adoção de “medidas de efetividade internacionalmente reconhecidas, dentre elas a colheita, a análise, o armazenamento e a divulgação de relevantes dados epidemiológicos necessários, tanto ao planejamento do poder público para tomada de decisões e encaminhamento de políticas públicas, quanto do pleno acesso da população para efetivo conhecimento da situação vivenciada no país”.

“A Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988, consagrou expressamente o princípio da publicidade como um dos vetores imprescindíveis à administração pública, conferindo-lhe absoluta prioridade na gestão administrativa e garantindo pleno acesso às informações a toda a sociedade”, afirmou o ministro.

Por isso, segundo Moraes, o governo é obrigado a tornar os dados públicos. “À consagração constitucional de publicidade e transparência corresponde a obrigatoriedade do Estado em fornecer as informações necessárias à sociedade.”

O ministro afirmou ainda que, passado o prazo de 48 horas, a ação deve ser encaminhada a novos pedidos liminares (decisões provisórias) e a análise do plenário do tribunal.

Cordeirópolis: estação de esgoto será entregue no sábado

Em entrevista à rádio Excelsior/Jovem Pan News, a vice-prefeita de Cordeirópolis, Fátima Celin, explica as obras que serão entregues neste sábado (13) quando a cidade vai completar 72 anos. Além da estação de tratamento de esgoto, também será entregue a rotatória do Jardim Paraty, utilizada por motoristas de toda a região para acessar a rodovia Cássio Freitas Levy.

Covid-19: “Não há nenhum tratamento específico”, alerta médico

Pneumologista e professor livre-docente do Departamento de Cárdio Pneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo-USP, Daniel Deheinzelin está na linha de frente no atendimento aos pacientes da Covid-19 em São Paulo desde o início da pandemia. Em entrevista ao Jornal Cidade, o médico que trabalha nos hospitais Sírio-Libanês, Nove de Julho e Oswaldo Cruz, na Capital, alerta para os perigos do novo coronavírus.

JC – Quais os danos que o vírus causa ao organismo? Já é possível estabelecer um padrão ou cada caso é um caso?

Deheinzelin – Primeiro é preciso dizer que 3 de cada 5 infectados serão totalmente assintomáticos. Pacientes sintomáticos podem ter desde um quadro de resfriado até quadros mais graves. O principal e mais frequente é um quadro de pneumonia. Mas sabemos que o vírus pode afetar o olfato, o paladar, causar diarreia, sintomas neurológicos, afetar os rins, o coração e causar tromboses em diferentes órgãos. E a forma mais grave é uma insuficiência respiratória com queda importante dos níveis de oxigênio no sangue, o que está sendo medido através da saturação do sangue.

JC – Em relação às pesquisas, nesse momento, há algum tratamento contra a Covid-19?

Deheinzelin – Não há nenhum tratamento específico para eliminar o vírus, ou seja, não temos uma Medicação antiviral que funcione para diminuir a carga de vírus no organismo. Um exemplo de antiviral efetivo são os medicamentos para HIV que fazem os níveis de vírus em circulação no paciente chegarem a zero. Então estamos discutindo tratamentos de suporte, visando estabilizar as alterações que o vírus causa, para dar tempo para que o organismo elimine o vírus com seus mecanismos de defesa.

JC – Nos hospitais onde o senhor atua, os pacientes são medicados com cloroquina ou com outro medicamento? Qual sua opinião sobre o uso da substância?

Deheinzelin – Toda vez que nos deparamos com uma epidemia, uma série de tratamentos que não têm eficácia comprovada são utilizados. A cloroquina está nessa categoria, ou seja, nunca foi comprovada por estudos clínicos a sua eficiência em doenças virais. Ela vem sendo testada desde a década de cinquenta (usada para tratar mononucleose, que depois foi entendido ser uma doença autolimitada) , sem efeitos documentados. Foi usada na epidemia de influenza H1N1 em 2009 e os estudos na época não mostraram efeitos benéficos. Agora com o coronavírus ela voltou à tona, mas os poucos trabalhos que estão surgindo não mostram eficiência e, pior, mostram uma frequência muito elevada de efeitos colaterais, inclusive levando à morte por arritmia. Por essas razões, não prescrevo cloroquina aos pacientes que atendo.

JC – Outro medicamento que tem sido apontado como possível tratamento é a ivermectina. Já existe comprovação de sua eficácia?

Deheinzelin – Sem confirmação.

JC – Existem ainda muitos mitos envolvendo o novo coronavírus?

Deheinzelin – Não podia ser diferente. O vírus foi identificado como causador de uma nova doença em 12/01/2020, há menos de seis meses. É a primeira vez que o mundo acompanha uma epidemia em tempo real, com modelos matemáticos altamente complexos. E vejo pessoas sem formação em epidemiologia discutindo esses artigos como se entendessem do assunto. A ciência por trás dos dados discutidos na maioria das vezes é de baixa qualidade (estudos retrospectivos, com número de casos pequeno ou trabalhos experimentais como o francês que sugeriu o efeito da cloroquina, que não só não foi publicado, como foi retirado dos sites onde estava pelos autores). Esse dado, que é natural numa doença que se conhece há menos de seis meses, aliado às fake news, é o que tem mais dificultado o cuidado desses pacientes.

JC – No seu dia a dia, com quais mitos o senhor mais se depara?

Deheinzelin – Temos problemas no diagnóstico, já que para diagnóstico do vírus por material de garganta nem sempre é sensível o bastante (existe um momento ideal na evolução do quadro quando a positividade é maior, em geral entre o terceiro e quinto dias de sintomas), problemas no tratamento, como a recomendação de usar cloroquina mesmo sem evidências de funcionamento e problemas com o diagnóstico de assintomáticos, já que a sorologia não é sensível o bastante. Com relação à sorologia é preciso dizer que nem temos certeza se todos que tiveram contato com o vírus vão desenvolver anticorpos. Provavelmente não. Por outro lado as pessoas estão com medo de ir aos hospitais ou prontos-socorros e muitas outras doenças graves estão ficando sem tratamento, o que aumenta o número de mortos.

JC – E de que forma isso agrava ainda mais a situação na pandemia?

Deheinzelin – Acho que o medo de saber se está doente ou não e o medo de, ao ir tratar outros problemas de saúde, pegar o vírus, agravam mais a pandemia. Pacientes ficam sintomáticos e tendo contato com outras pessoas, aumentando a transmissão.

JC – Como o senhor analisa a decisão do governo estadual de flexibilizar o funcionamento do comércio e de outros setores neste momento?

Deheinzelin – Penso que não deveria ser flexibilizado nesse momento, já que não atingimos o pico e temos uma taxa de transmissão ainda maior do que um. Isso quer dizer que um infectado transmite para mais do que uma pessoa. Do ponto de vista médico a flexibilização é um risco nessas condições.

JC – Quantos pacientes com Covid-19 o senhor já atendeu?

Deheinzelin – Internados mais de cem e mais outros cem com formas leves de doença tratados em regime ambulatorial.

JC – Com essa experiência, qual dica o senhor daria para os médicos que trabalham em cidades onde a doença começa a se manifestar?

Deheinzelin – A primeira é recomendar que as pessoas procurem assistência no início dos sintomas. Inicialmente se pediu que as pessoas ficassem em casa se os sintomas fossem leves, mas hoje isso parece errado. A piora em geral se dá entre o quinto e décimo dia e nessa hora o quadro pode ser mais grave e difícil de tratar. A segunda é ficar atento a um distúrbio de coagulação que estamos vendo com muita frequência. Os pacientes têm um quadro de hipercoagulabilidade que tem sido documentado na maioria dos trabalhos em que isso foi estudado. E o tratamento com anticoagulante, especificamente a heparina (QUE SÓ DEVE SER UTILIZADA SOB ORIENTAÇÃO MÉDICA), tem beneficiado um grande número de pacientes com as formas graves da infecção, resultado que só mais recentemente está sendo comprovado em todo o mundo.

Currículo

Daniel Deheinzelin é pneumologista e professor livre-docente pelo departamento de Cárdio Pneumologia da FMUSP. Trabalhou no Hospital das Clínicas por quase 20 anos e na UTI do Hospital ACCamargo por 10 anos. Atualmente atende em seu consultório e nos hospitais Sírio-Libanês, Nove de Julho e Oswaldo Cruz, em S. Paulo.

No site de vídeos YouTube, Deheinzelin é conhecido pelas participações nas entrevistas do médico e apresentador Dráuzio Varella.

Jornal Cidade RC
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.