Uefa anuncia retorno da Champions League com jogos únicos em Portugal

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Uefa anunciou nesta quarta-feira (17) a data e o novo formato para a retomada da Champions League. A competição voltará a ser disputada no dia 7 de agosto, com partidas únicas em Lisboa, Portugal.

As quartas de final e as semifinais serão divididas entre os estádios de Sporting e Benfica. A decisão, prevista para 23 de agosto, ainda não tem local definido, mas acontecerá em uma dessas duas sedes.

Ainda restam quatro confrontos das oitavas que não puderam ser concluídos antes da paralisação por conta da pandemia de Covid-19, em março. A Uefa discute se essas partidas acontecerão nos respectivos países ou se também serão transferidas para Portugal.

Caso sejam disputadas em território português, os estádios do Porto e do Vitória de Guimarães sediarão os jogos.

Juventus x Lyon, Manchester City x Real Madrid, Bayern de Munique x Chelsea e Barcelona x Napoli são os duelos restantes das oitavas de final. Paris Saint-Germain, Atlético de Madrid, RB Leipzig e Atalanta já estão classificados para as quartas.

O Estádio Olímpico Atatürk, em Istambul, que receberia a final desta temporada da Champions, sediará a decisão da temporada 2020/2021.

A Uefa deverá anunciar nas próximas semanas o protocolo sanitário para a retomada do torneio. A entidade que comanda o futebol europeu afirmou que seguirá monitorando a situação no continente e que discutirá com autoridades locais a possibilidade do retorno gradual dos torcedores aos jogos.

Também interrompida pela pandemia, a Europa League seguirá modelo similar ao da Champions e terá jogos apenas em um país. A Alemanha foi a escolhida para sediar as quartas de final, semifinais e a final do torneio.

Os jogos acontecerão entre 10 e 21 de agosto, nas cidades de Duisburg, Düsseldorf, Gelsenkirchen e Colônia, que receberá a decisão. Assim como no caso da Champions, resta definir se os jogos restantes das oitavas de final serão disputados na Alemanha ou nos respectivos países dos clubes mandantes.

‘Está chegando a hora de tudo ser colocado no devido lugar’, diz Bolsonaro após decisões do STF

DANIEL CARVALHO – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

Ao ser abordado nesta quarta-feira (17) por uma apoiadora que afirmou que outros Poderes não permitem que o presidente governe, Jair Bolsonaro (sem partido) disse que houve abuso na operação autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) contra seus aliados e que “está chegando a hora de tudo ser colocado no devido lugar”.

“Em 1970, eu já estava na luta armada e conheço tudo o que está acontecendo no Brasil. Você está falando respeitosamente comigo, sei disso. Mas tem gente que nasceu 40 anos depois do que eu vivi e quer dizer como devo governar o Brasil. Eu estou fazendo exatamente o que tem que ser feito”, disse.

“Eu não vou ser o primeiro a chutar o pau da barraca. Eles estão abusando. Isso está [a] olhos vistos. O ocorrido no dia de ontem [terça, 16], no dia de hoje [quarta], quebrando sigilo de parlamentares, não tem história nenhuma visto numa democracia por mais frágil que ela seja. Então, está chegando a hora de tudo ser colocado no devido lugar”, afirmou o presidente no jardim do Palácio da Alvorada, onde reuniu apoiadores.

A declaração de Bolsonaro veio depois que uma mulher, que se diz ativista conservadora, afirmou que Bolsonaro não conseguia governar por causa da interferência de outros Poderes e da esquerda. A conversa foi gravada e divulgada por apoiadores. A imprensa não teve acesso ao local.

Um dia antes, em rede social, Bolsonaro afirmou em redes sociais que não pode “assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas”. Ele afirmou ter presenciado abusos nas últimas semanas.

Segundo o presidente, o histórico do governo prova que sempre esteve “ao lado da democracia e da Constituição brasileira”. De acordo com ele, até o momento nenhuma medida demostra qualquer apreço a autoritarismo.

Nesta terça-feira, a Polícia Federal realizou operação contra aliados do presidente, a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) e com autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Foram expedidos 21 mandados de busca e apreensão. A medida tem o objetivo de instruir o inquérito que investiga a origem de recursos e a estrutura de financiamento de grupos suspeitos da prática de atos antidemocráticos.

Entre os alvos estavam um advogado e um marqueteiro ligados à Aliança pelo Brasil, partido que Bolsonaro tenta criar desde sua saída do PSL, no final do ano passado.

Além disso, também a pedido da PGR, Moraes determinou a quebra de sigilo de dez deputados e um senador – todos aliados do presidente. A solicitação foi feita em 27 de maio e autorizada pelo ministro no mesmo dia no âmbito do inquérito que investiga atos antidemocráticos. No mesmo despacho, Moraes autorizou a operação desta terça-feira.

“Do mesmo modo, os abusos presenciados por todos nas últimas semanas foram recebidos pelo governo com a mesma cautela de sempre, cobrando, com o simples poder da palavra, o respeito e a harmonia entre os Poderes. Essa tem sido nossa postura, mesmo diante de ataques concretos”, escreveu o presidente.

Após o avanço das investigações, Bolsonaro afirmou que tomará medidas legais. “Luto para fazer a minha parte, mas não posso assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas. Por isso, tomarei todas as medidas legais possíveis para proteger a Constituição e a liberdade dos brasileiros.”

Leia abaixo a íntegra da publicação do presidente:

“O histórico do meu governo prova que sempre estivemos ao lado da democracia e da Constituição brasileira. Não houve, até agora, nenhuma medida que demonstre qualquer tipo de apreço nosso ao autoritarismo, muito pelo contrário.
Em janeiro 2019, após vencermos nas urnas e colocarmos um fim ao ciclo PT-PSDB, iniciamos uma escalada do Brasil rumo à liberdade, trabalhando por reformas necessárias, adotando uma economia de mercado, ampliando o direito de defesa dos cidadãos.
Reduzimos também todos índices de criminalidade, eliminamos burocracias, nos distanciamos de ditaduras comunistas e firmamos alianças com países livres e democráticos. Tiramos o Estado das costas de quem produz e sempre nos posicionamos contra quaisquer violações de liberdades.
O que adversários apontam como “autoritarismo” do governo e de seus apoiadores não passam de posicionamentos alinhados aos valores do nosso povo, que é, em sua grande maioria, conservador. A tentativa de excluir esse pensamento do debate público é que, de fato, é autoritária.
Vale lembrar que, há décadas, o conservadorismo foi abolido de nossa política, e as pessoas que se identificam com esses valores viviam sob governos socialistas que entregaram o país à violência e à corrupção, feriram nossa democracia e destruíram nossa identidade nacional.
Suportamos a todos esses abusos sem desrespeitar nenhuma regra democrática, até mesmo quando um militante de esquerda, ex-membro de um partido da oposição, tentou me assassinar para impedir nossa vitória nas eleições, num atentado que foi assistido pelo mundo inteiro.
Do mesmo modo, os abusos presenciados por todos nas últimas semanas foram recebidos pelo governo com a mesma cautela de sempre, cobrando, com o simples poder da palavra, o respeito e a harmonia entre os poderes. Essa tem sido nossa postura, mesmo diante de ataques concretos.
Queremos, acima de tudo, preservar a nossa democracia. E fingir naturalidade diante de tudo que está acontecendo só contribuiria para a sua completa destruição. Nada é mais autoritário do que atentar contra a liberdade de seu próprio povo.
Só pode haver democracia onde o povo é respeitado, onde os governados escolhem quem irá governá-los e onde as liberdades fundamentais são protegidas. É o povo que legitima as instituições, e não o contrário. Isso sim é democracia.
Luto para fazer a minha parte, mas não posso assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas. Por isso, tomarei todas as medidas legais possíveis para proteger a Constituição e a liberdade do dos brasileiros. BRASIL ACIMA DE TUDO; DEUS ACIMA DE TODOS!”

Taxa de contágio por coronavírus no Brasil cai pela 3ª semana seguida, indica cálculo

ANA ESTELA DE SOUSA PINTO – BRUXELAS, BÉLGICA (FOLHAPRESS)

O contágio de coronavírus no Brasil desacelerou por três semanas seguidas, segundo cálculos do Imperial College, uma das principais instituições globais de pesquisa de epidemias. Apesar da melhora, o país ainda apresenta taxa acima de 1, o que indica que a transmissão está fora de controle.

O número, também chamado de Rt, indica para quantas pessoas na média cada infectado com o coronavírus transmite o patógeno.

A taxa de contágio calculada nesta semana para o Brasil é de 1,05, ou seja, cada 100 pessoas contaminadas transmitem o coronavírus para outras 105, que por sua vez transmitem para 110,25 e assim por diante, fazendo com que a doença se espalhe em velocidade progressiva no país.

Na semana passada, a taxa calculada para o país era de 1,08; no final de abril, chegou a 2,8. Esta é a oitava semana seguida em que o Brasil registra transmissão fora de controle.

Os cientistas estimam que o número de mortes por coronavírus no Brasil na semana que começou em 14 de junho seja de 7.090, mas alerta que mudanças na metodologia de divulgação do país podem afetar os resultados.

O número de óbitos estimados é o maior entre os entre os 51 países acompanhados pelo Imperial College por terem transmissão ativa: registraram ao menos dez mortes em cada uma das duas semanas anteriores e um total de no mínimo cem mortes desde o começo da pandemia. Em segundo lugar vem o México, com 3.600.

Em relação ao contágio, a taxa brasileira é a 27ª maior entre os 51 países. São considerados com transmissão ativa outros cinco países da América do Sul, todos com taxas mais altas que o Brasil: Bolívia e Peru (1,36), Argentina (1,29), Chile (1,12) e Colômbia (1,1).

De 24 países com transmissão fora de controle no começo de maio, outros 15, além do Brasil, continuam nessa situação. Entre esses, o país tem o terceiro número mais baixo.

O centro de estudos de epidemia do Imperial College usa em seus cálculos o número de mortes –por isso, o impacto de medidas de prevenção ao contágio aparece apenas em algumas semanas, ja que a taxa calculada se refere ao momento de infecção.

Os pesquisadores também analisam a precisão dos dados de casos de coronavírus divulgados por país. Para isso, eles partem da premissa que os mortos equivalem a 1,38% dos casos relatados, e estimam quantos deveriam ser os casos a partir das mortes divulgadas cerca de duas semanas depois (média de 10 dias, com desvio padrão de 2).

Pelos cálculos do centro de epidemiologia, os números de casos reportados pelo Brasil nas duas semanas anteriores são 34% dos que seriam esperados pelo número de mortes relatadas na última semana.

Secretário de Educação responde às críticas de vereadores

A Secretaria Municipal de Educação fez novo esclarecimento nessa terça (16) a vereadores da Câmara Municipal que criticaram, na sessão de segunda-feira (15), a falta de atividades educacionais durante este período de enfrentamento ao novo coronavírus em que as aulas foram suspensas em todo o país. Carol Gomes (Cidadania), Luciano Bonsucesso (PL) e Yves Carbinatti (PSD) sugeriram o uso da internet, cartilhas, programa de TV e parcerias para que estudantes tenham afazeres em casa.

A Educação, no entanto, afirma que enviar materiais impressos não cumprirá qualquer finalidade pedagógica, além disso isso excluirá grande parcela de estudantes. “A atividade escolar, a aula, propriamente dita, constitui mediação que é essencialmente produzida pelas professoras e professores, numa relação permanente com seus estudantes”, informa o secretário.

Adriano Moreira alerta que, “para desenvolver todo esse trabalho de planejamento, que é individual, mas também coletivo, seria necessário fazer com que os professores e as professoras retornassem imediatamente ao trabalho. Elaboradas as atividades, os professores e professoras precisariam ter contato direto com os pais ou responsáveis para sua entrega, bem como para orientá-los a como desenvolvê-las com seus filhos. Portanto, se determinássemos esta política, promoveríamos, necessariamente, a flexibilização da quarentena, e forçaríamos, inegavelmente, a diminuição do distanciamento social”.

Um plano de retomada do ano letivo já está em elaboração e é composto por protocolo de saúde, novo calendário escolar, planejamento didático, princípios e diretrizes operacionais que fundamentarão e orientarão trabalhos. “Aguardamos a definição, por parte das autoridades sanitárias, da data de retorno, bem como dos parâmetros de higiene e saúde para o atendimento escolar. Este plano prevê formas de participação e de diálogo, considerando as limitações impostas pela prevenção ao coronavírus”, conclui.

Na coluna FAROL, disponível na edição impressa do JC desta quarta (17), o jornalista Lucas Calore trouxe mais detalhes sobre a discussão entre vereadores e professores. Confira:

O pronunciamento assinado pelo secretário de Educação, Adriano Moreira, em tom de nota de repúdio, é direcionado aos vereadores Luciano Bonsucesso (PL), Carol Gomes (Cidadania) e Yves Carbinatti (PSD). Luciano ainda fez discurso contra professores citando inclusive o pagamento dos salários aos mesmos. Alguns professores foram ao Facebook criticar esse discurso, incluindo o que foi dito pelos demais parlamentares quanto a uma suposta estagnação da secretaria durante este período de enfrentamento ao coronavírus. Adriano declarou em nota que os três vereadores “denegriram, injustamente, o trabalho do corpo docente da Rede Municipal Pública”. Também nas redes sociais, a vereadora reagiu e disse que vai interpelar judicialmente o secretário, porque, segunda ela, seu discurso foi de sugestão de medidas que podem ser adotadas e não contra a classe dos professores. Yves publicou pronunciamento dizendo que “minha fala ao pedir que fossem estudadas possibilidades de passar atividades e pedir um debate entre pais e professores foi apenas a transmissão de um apelo que recebo nas ruas”. Luciano disse que se pronunciará em sua página hoje.

Nota

O pronunciamento do titular da Secretaria da Educação está disponível na íntegra no site www.educacaorc.com.br

Empresa paulista desenvolve tecido capaz de eliminar novo coronavírus por contato

Pesquisadores da empresa paulista Nanox, apoiada pelo Programa Fapesp Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe), desenvolveram um tecido com micropartículas de prata na superfície que demonstrou ser capaz de inativar o novo coronavírus (SARS-CoV-2).

Em testes de laboratório, o material foi capaz de eliminar 99,9% da quantidade do vírus após dois minutos de contato. O desenvolvimento do material teve a colaboração de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP), da Universitat Jaume I, da Espanha, e do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

“Já entramos com o pedido de depósito de patente da tecnologia e temos parcerias com duas tecelagens no Brasil que irão utilizá-la para a fabricação de máscaras de proteção e roupas hospitalares”, diz à Agência Fapesp Luiz Gustavo Pagotto Simões, diretor da Nanox.

O tecido é composto por uma mistura de poliéster e de algodão (polycotton) e contém dois tipos de micropartículas de prata impregnadas na superfície por meio de um processo de imersão, seguido de secagem e fixação, chamado pad-dry-cure.

A Nanox já fornecia para indústrias têxteis e de diversos outros segmentos essas micropartículas, que apresentam atividade antibacteriana e fungicida, e em tecidos evitam a proliferação de fungos e bactérias causadoras de maus odores.

Ensaios

Com o surgimento do novo coronavírus e a chegada da pandemia no Brasil, os pesquisadores da empresa tiveram a ideia de avaliar se esses materiais também eram capazes de inativar o SARS-CoV-2, uma vez que já havia sido demonstrado em trabalhos científicos a ação contra alguns tipos de vírus.

Para realizar os ensaios, a empresa se associou a pesquisadores do ICB-USP, que conseguiram logo no início da epidemia no Brasil isolar e cultivar em laboratório o SARS-CoV-2 obtido dos dois primeiros pacientes brasileiros diagnosticados com a doença no Hospital Israelita Albert Einstein.

Amostras de tecido com e sem micropartículas de prata incorporadas na superfície foram caracterizadas por pesquisadores da Universitat Jaume I e do CDMF por espectroscopia e colocadas em tubos contendo uma solução com grandes quantidades de SARS-CoV-2, crescidos em células.

As amostras foram mantidas em contato direto com os vírus em intervalos de tempo diferentes, de dois e cinco minutos, para avaliar a atividade antiviral.

Os experimentos foram feitos duas vezes, em dois dias diferentes e por dois grupos diferentes de pesquisadores, de modo que a análise dos resultados fosse feita de forma cega.

Resultados

Os resultados das análises por quantificação do material genético viral por PCR indicaram que as amostras de tecido com diferentes micropartículas de prata incorporadas na superfície inativaram 99,9% das cópias do novo coronavírus presentes nas células após dois e cinco minutos de contato.

“A quantidade de vírus que colocamos nos tubos em contato com o tecido é muito superior à que uma máscara de proteção é exposta e, mesmo assim, o material foi capaz de eliminar o vírus com essa eficácia”, diz Lucio Freitas Junior, pesquisador do laboratório de biossegurança de nível 3 (NB3) do ICB-USP, à Agência Fapesp.

“É como se uma máscara de proteção feita com o tecido recebesse um balde de partículas contendo o vírus e ficasse encharcada”, comparou o pesquisador. Além de testes para avaliação da atividade antiviral, antimicrobiana e fungicida, o material também passou por ensaios para avaliação do potencial alérgico, fotoirritante e fotossensível, para eliminar o risco de causar problemas dermatológicos.

Aplicação em outros materiais

A empresa pretende avaliar agora a duração do efeito antiviral das micropartículas no tecido. Em testes relacionados à propriedade bactericida, os materiais foram capazes de controlar fungos e bactérias em tecidos mesmo após 30 lavagens, afirma Simões.

“Como o material apresenta essa propriedade bactericida mesmo após 30 lavagens, provavelmente mantém a atividade antiviral por esse mesmo tempo”, estima. De acordo com o pesquisador, as micropartículas podem ser aplicadas em qualquer tecido composto por uma mistura de fibras naturais e sintéticas.

Além de tecidos, a empresa está testando agora a capacidade de inativação do novo coronavírus pelas micropartículas de prata incorporadas à superfície de outros materiais, como filmes plásticos e um polímero flexível, semelhante a uma borracha, que utilizou para desenvolver uma máscara de proteção contra o novo coronavírus em parceria com a fabricante de brinquedos Elka.

“O tecido foi o primeiro resultado da aplicação das micropartículas de prata para inativar o novo coronavírus. Mas, em breve, devemos ter vários outros”, projeta Simões.

Governo de São Paulo libera retorno de times paulistas aos treinos

PEDRO IVO ALMEIDA – SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

Os times paulistas estão liberados para voltar a treinar. A confirmação foi informada à FPF (Federação Paulista de Futebol) pelo vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM). As equipes precisarão seguir etapas e recomendações para poderem retornar às atividades.

Os principais passos a serem seguidos para a retomada, prevista no protocolo, incluem, na ordem, testagem, educação e conscientização, retomada com trabalho individual e, por fim, proteção e higiene. Até o isolamento mínimo foi mencionado.

“Acabei de receber um ‘ok’ do Rodrigo Garcia. Já repassei ao Reinaldo [Carneiro Bastos, presidente da FPF] e ao Moisés [Cohen, chefe-médico da FPF]. Agora é aguardar o anúncio do [governador de São Paulo, João] Doria e iniciar essa retomada gradual, seguindo todos os protocolos”, disse o delegado Olim, presidente do TJD-SP (Tribunal de Justiça Desportiva do Estado de São Paulo).

Os principais clubes de São Paulo tiveram uma reunião com a Prefeitura da capital paulista na última semana. No encontro, os dirigentes entregaram o protocolo ao Centro de Continência do coronavírus de São Paulo, órgão do governo estadual. O documento é o que será utilizado agora pelos times para voltarem a treinar.

Vale lembrar que ainda não há previsão para a retomada dos jogos. Existe, entretanto, uma tendência de que as partidas voltem a acontecer após um mínimo de 20 dias de “pré-temporada”.


Confira itens do protocolo que será adotado pelos clubes paulistas:

– Todos os envolvidos nos treinamentos (atletas, comissão técnica e demais profissionais) serão testados antes do início das atividades e a cada mudança de fase de treinos;

– É obrigatório o uso de máscaras a todos, exceto aos atletas apenas durante as atividades físicas;

– Haverá processo constante de educação e reforço sobre as medidas de prevenção à doença a todos os profissionais;

– A retomada dos treinos respeitará as recomendações de distanciamento físico, iniciando com trabalhos individuais, ao ar livre;

– Profissionais deverão ter equipamentos de hidratação individuais;

– Todos envolvidos nos treinamentos deverão manter a rotina apenas de casa-treino-casa, mantendo o isolamento social como premissa.

Senado dá aval para governo ampliar suspensão do contrato e redução de jornada e salário

IARA LEMOS – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) 

Os senadores aprovaram nesta terça-feira (16) a MP (Medida Provisória) da redução de jornada, corte de salário e suspensão de contratos de trabalho. O texto permite que o governo prorrogue a vigência da medida até o fim do ano, enquanto durar a vigência do estado de calamidade pública causado pela pandemia do novo coronavírus.

O texto foi aprovado com 75 votos favoráveis e nenhum contrário. Por acordo, os senadores retiraram todos os destaques que haviam sido encaminhados à medida.

Finalizada a votação no Senado, a MP será agora encaminhada para sanção do presidente da República Jair Bolsonaro.

O corte na jornada é acompanhado de uma diminuição proporcional de salário, que pode ser de 25%, 50% ou 70%. A medida vale por até três meses. Já a suspensão de contrato tinha vigência de dois meses.

Agora, o governo de Jair Bolsonaro prepara um decreto para ampliar o prazo de suspensão de contrato e redução de salário e de jornada de trabalhadores, medida adotada para tentar conter demissões durante a crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus.

A proposta do Ministério da Economia prevê que o prazo máximo para a suspensão integral de contratos seja ampliado dos atuais dois meses para quatro meses. Já a redução proporcional de salário e jornada passaria de três meses para até quatro meses.

Pela proposta da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, é possível combinar períodos de suspensão do contrato com redução de jornada, mas ainda está em discussão o prazo máximo que o trabalhador poderá ser submetido a essas medidas.

Hoje, o teto é de 90 dias -o empregador pode, por exemplo, suspender o contrato por 60 dias e, em seguida, reduzir a jornada por mais 30 dias.

Pelas contas da equipe econômica, o programa de proteção ao emprego deveria alcançar 24,5 milhões de trabalhadores com carteira assinada, mais de 70% de todos os empregados formais do país.

Após dois meses e meio de vigência do programa, as adesões estão bem abaixo do estimado, em cerca de 11 milhões de trabalhadores afetados. O custo total do programa aos cofres públicos é projetado em R$ 51,2 bilhões.

Além disso, estima-se que 1 milhão de empregados que tiveram o contrato suspenso estão voltando ao trabalho em setores que ainda não puderam reabrir, como bares e restaurantes. Por isso, existe a pressão para a prorrogação da medida.

O relatório votado pelo Senado foi construído por Vanderlan Cardoso (PSD-GO), que analisou 80 emendas no Senado.

Segundo o relator, estimativas da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho apontam que, sem a adoção dessas medidas, cerca de 12 milhões de brasileiros poderiam perder seus empregos.

Destes, 9,3 milhões recorreriam ao seguro desemprego e os outros 3,5 milhões buscariam benefícios assistenciais para sobreviver.

“Não há como negar que, apesar do custo financeiro das medidas adotadas, elas são imprescindíveis para assistir os trabalhadores, bem como auxiliar empregadores a manterem os empregos. Sem elas os prejuízos sociais seriam incalculáveis”, disse o relator.

O texto colocado em votação no Senado foi o mesmo que saiu da Câmara, apenas com alterações de redação feitas pelo relator, a fim de que o texto não precisasse retornar para a Câmara. Dois artigos inteiros, contudo, foram impugnados pelos senadores.

No texto que havia sido aprovado na Câmara, os deputados alteraram o índice de correção de dívidas trabalhistas, e inseriram na CLT um dispositivo que aumentava o valor da gratificação de função do bancário, incluindo na lei trecho que já era contemplado por convenção coletiva.

A intenção era que bancários pudessem continuar recebendo sete salários de gratificação de função, anualmente, sem qualquer alteração na jornada de trabalho, segundo a justificativa do destaque.

O trecho trouxe polêmicas, sobretudo pela alteração na CLT. Sob receio de judicialização, os senadores conseguiram a impugnação de todo o artigo que trata deste trecho. A impugnação, por retirar do texto o trecho na íntegra, não faz a medida retornar para a Câmara.

,”Se aprovarmos com essa medida, estaríamos abrindo margem para um precedente grave”, disse a líder do Cidadania, Eliziane Gama (MA), autora do requerimento que pediu a impugnação.

No mesmo artigo impugnado, estava incluído também um trecho que realizava a atualização de débito judicial trabalhista.

Até então, a atualização era feita pela TR, mas a maioria das decisões do TST (Tribunal Superior de Trabalho) e dos TRTs (Tribunais Regionais de Trabalho) tomava como base o IPCA-E, índice inflacionário, além de juro de 1% ao mês, segundo o autor da emenda aprovada na Câmara, deputado Christino Áureo (PP-RJ).

Pelo texto que saiu da Câmara, a correção seria feita pelo IPCA-E mais a remuneração adicional da poupança, que é de 70% da Selic (hoje em 3% ao ano).

No Senado, o relator fez uma mudança de redação, deixando claro no texto que a correção pela inflação e de juros sobre o valor a ser recebido pelo trabalhador numa ação judicial começaria a partir do momento em que a pessoa teria direito ao montante. Mesmo com a mudança de redação, o trecho foi suprimido pelos senadores.

Outra medida retirada pelos senadores por meio de impugnação foi o artigo que trazia a possibilidade de renegociação de empréstimo consignado (descontado direto do contracheque) por funcionários que tiveram a jornada e salário reduzidos, o contrato suspenso ou contraírem o novo coronavírus.

Eles poderiam renegociar o crédito e diminuir as prestações na mesma proporção do corte salarial. Também teriam carência de 90 dias para pagar.

O autor do requerimento de impugnação, senador Weverton Rocha (PDT-MA), alegou que a medida geraria mais dívidas aos trabalhadores durante a negociação.

“Essa medida vai salvaguardar os trabalhadores brasileiros”, disse o senador.

Na sequência da votação, os senadores apreciaram o texto sem os dois artigos retirados na íntegra, mantendo as demais decisões dos deputados, que incluíram também na MP a possibilidade de prorrogação do dispositivo por decreto enquanto durar o estado de calamidade pública, que se encerra em 31 de dezembro.

Por acordo individual, o empregador pode fazer cortes de jornadas e salários em 25%, 50% ou 70%, a depender da faixa de renda do trabalhador. Nos acordos coletivos, é permitida redução em qualquer percentual.

Trabalhadores afetados pela medida têm direito a uma estabilidade provisória no emprego pelo período equivalente ao da redução do corte de salarial. Se a empresa decidir demiti-lo sem cumprir a carência, precisa pagar uma indenização maior.

De acordo com a MP, as negociações para a redução de jornada e salário podem ser feitas com trabalhadores que ganham piso salarial de R$ 2.090 e trabalhem em empresas com receita superior a R$ 4,8 milhões. Se o faturamento da companhia for menor que isso, o piso é para a redução de R$ 3.135.

O texto permite, no entanto, acordo individual para trabalhadores que ganham entre o piso (R$ 2.090 ou R$ 3.135) e R$ 12,2 mil se a redução proporcional de jornada e salário for de 25%, limitando o poder dos sindicatos.

O governo paga aos trabalhadores com redução de jornada e salário uma proporção do valor do seguro-desemprego. A compensação é de 25%, 50% ou 70% do seguro-desemprego, que varia de R$ 1.045 a R$ 1.813,03. No caso da suspensão de contrato, o empregado recebe valor integral do seguro-desemprego.

O setor empresarial conseguiu manter a garantia de prorrogação da reoneração da folha de pagamento a 17 setores até 31 de dezembro de 2021. Os setores beneficiados teriam o fim da reoneração em 31 de dezembro deste ano.

O Ministério da Economia é contrário. Segundo a pasta, essa medida representará uma renúncia fiscal de R$ 10,2 bilhões -dinheiro que deixa de entrar nos cofres públicos.

Pela MP, o trabalhador afetado por corte de jornada ou suspensão de contrato recebe um auxílio do governo para amenizar a queda na renda da família.

O projeto prevê um auxílio de R$ 600 pago durante três meses a trabalhadores intermitentes. Os sindicatos ainda tentam aumentar o período para 120 dias.

De acordo com a MP, o salário-maternidade deverá considerar a remuneração integral. A manutenção do emprego prevista pela MP contaria a partir do término do período de estabilidade da mãe previsto no ato das disposições constitucionais transitórias.

Envolvido em roubo de celulares no Shopping é identificado pela DIG

Equipes da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Rio Claro sob o comando do delegado Alexandre Socolowski estiveram em São Paulo para dar andamento a um caso que chamou a atenção em julho do ano passado: o assalto a um quiosque de venda de celulares dentro do Shopping Rio Claro.

Na ocasião, bandidos de cara limpa chegaram nos funcionários e primeiro se passaram por clientes que queriam ver os aparelhos. Na sequência eles anunciaram o assalto e mostraram as armas que estavam escondidas embaixo da roupa. Passava um pouco das 11h30 e havia movimento de pessoas que circulavam pelo Shopping. As vítimas então não reagiram e os criminosos levaram inúmeros aparelhos celulares e fugiram na sequência sem que a segurança notasse.

Tudo foi filmado por câmeras de segurança e as imagens ajudaram na identificação de um dos envolvidos que teve o mandado de prisão temporária expedido. Com o apoio do DOPE (Departamento de Operações Policiais Estratégicas), as equipes de Rio Claro foram até a capital em busca de E.R.S.M, sexo masculino, 24 anos. Ele não foi localizado, porém durante as buscas novas provas importantes foram obtidas e permitirão que a Justiça determine agora a prisão preventiva. As investigações continuam para a identificação dos demais envolvidos.

RELEMBRE COMO FOI A AÇÃO NO VÍDEO

VÍDEO: Criança passa por cirurgia após acidente com linha chilena no Jd. das Nações

Uma criança de apenas nove anos de idade ficou gravemente ferida no Jardim das Nações 1 ao ser atingida no pescoço e ombro por uma linha chilena.

Miguel Chaves de Oliveira andava de bicicleta quando aconteceu o acidente: “Eu fui até o final da rua para pegar impulso e ir mais rápido com a bicicleta. De repente eu senti o meu pescoço queimar e eu cai da bicicleta. Quando eu coloquei a mão eu senti a linha e vi muito sangue. Eu só pensei em sair correndo e ir pedir ajuda da minha mãe. Eu não queria morrer sem ver a minha mãe”, conta o menino.

A mãe estava a poucos metros de distância, sentada no ponto de ônibus junto com o padrasto de Miguel. Foi ele quem viu primeiro o menino: “Meu marido me alertou e já foi correndo ao encontro do Miguel e me disse que precisávamos ir urgente para o hospital porque ele estava com o pescoço aberto. Pensei em chamar o SAMU mas, em frente ao prédio, tinha uma motorista de Uber que tinha acabado de deixar uma passageira. Ela foi um anjo e disse que levava a gente. Meu marido enrolou uma camiseta no pescoço do Miguel e fomos direto para a Unimed. Lá só tenho que agradecer a todos que rapidamente viram a gravidade e nos atenderam e principalmente nos acalmaram diante de tudo”, relembra a mãe Jessica Chaves Pinheiro.

Jessica Chaves Pinheiro ficou desesperada ao ver o filho ferido e pedindo por ajuda

Miguel precisou ser levado imediatamente para o centro cirúrgico. Teve veias, tireoide e músculos cortados. Por centímetros a linha não atinge a artéria do menino, provocando uma tragédia.

Diante do que ocorreu, além do JC, a mãe foi até as redes sociais e fez um apelo para que as pessoas se conscientizem dos perigos do uso do cerol e linhas chilenas nas brincadeiras com pipas: “Enquanto não houver punições severas, vidas irão se perder. Por sorte eu tenho meu filho aqui hoje comigo, mas muitas famílias não tiveram a mesma sorte. Peço um olhar mais atento das autoridades e administração municipal principalmente aqui no Nações. Estão fazendo até campeonato de pipas com essas linhas cortantes. Não podem transformar a brincadeira em crime”, finaliza Jessica.

Na última semana, equipes da GCM de Rio Claro fizeram fiscalizações em bairros como Jardim Brasília e Guanabara e apreenderam várias linhas com cortantes (veja foto ao lado). Denúncias podem ser feitas através dos telefones 0800 771 15 32 ou 153.

Linhas com materiais cortantes apreendidas pela Guarda Civil Municipal de RC

O ex-deputado Aldo Demarchi (DEM) foi o primeiro parlamentar a ter um projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa sobre o assunto, que proibia a fabricação e comercialização de cerol, mistura de cola e vidro moído usado como cortante nas linhas de pipa. Em 2019, o deputado Coronel Telhada (PSDB) apresentou um novo projeto, desta vez mais completo, incluindo linha chilena.

Jornal Cidade RC
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.