Eleições 2020: Delegado Nivaldo apresenta propostas para Rio Claro
Em entrevista à rádio Jovem Pan News, o candidato a prefeito, Delegado Nivaldo (PDT), fala sobre sua trajetória e apresenta propostas para administrar o município.
Em entrevista à rádio Jovem Pan News, o candidato a prefeito, Delegado Nivaldo (PDT), fala sobre sua trajetória e apresenta propostas para administrar o município.
JÚLIA MOURA – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
A segunda-feira (9) é de forte alta de ativos de risco, como ações e mercados emergentes, após a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais dos Estados Unidos e a notícia sobre a eficácia da vacina contra Covid-19 da Pfizer em parceria com a BioNTech.
Por volta de 11h35, o Ibovespa, maior índice acionário da Bolsa brasileira, sobe 3,2%, a 104 mil pontos, maior patamar desde agosto. O dólar cai 2,3%, a R$ 5,26, menor valor desde setembro, com a maior parte das moedas emergentes em expressiva valorização.
As ações preferenciais (sem direito a voto e mais negociadas) da Petrobras sobem 10,7%, a R$ 21,87. As ordinárias (com direito a voto) têm alta de 10,9%, a R$ 22,04. Ações de bancos também têm forte alta e sobem cerca de 7%.
Nos EUA, o índice Dow Jones sobe 5,4% e S&P 500, de 3%, ambos para pontuações recordes. Já a Bolsa de tecnologia Nasdaq tem alta de 1%.
Na Europa, a Bolsa de Londres se valoriza 7% e a de Paris, 8%. Frankfurt sobe 6%.
As Bolsas asiáticas também fecharam em alta. O índice CSI 300, que reúne as maiores empresas das Bolsas de Xangai e Shenzhen, ganhou 1,96%. Tóquio subiu 2,12% e Hong Kong,1,8%.
“O cenário Biden nos EUA envolve melhores perspectivas para o conflito comercial contra a China, além de uma provável maioria. Especula-se ainda que a descendência irlandesa do democrata possa aumentar as chances de acordos comerciais entre EUA e Reino Unido e União Europeia”, escreveu aXP Investimentos em relatório a clientes.
“Um Senado republicano irá evitar mudanças drásticas defendidas por Biden durante sua campanha, como a reversão da redução dos impostos corporativos implementados durante o mandato de Donald Trump, e uma presidência democrata deve aliviar as tensões com a China. Na fronte econômica, a probabilidade de aprovação de um novo pacote de estímulos econômicos robusto fica reduzida, mas o mercado já mostrou apostar suas fichas no Federal Reserve [banco central americano), que sinalizou estar disposto a promover todo o estímulo necessário”, escreveu a equipe da Guide Investimentos em relatório aclientes.
A corretora pondera que o maior risco aos mercados ainda é a pandemia, com recorde de casos nos EUA e na Europa.
“Biden deve trazer medidas mais drásticas de contenção da doença, mas o tempo que levará para o novo presidente assumir e implementar tais mudanças impede menores preocupações nesta frente. Enquanto isso, na zona do euro, o mercado já parece ter precificado a reintrodução de medidas de distanciamento social. A perspectiva com a distribuição de uma vacina também ajuda a acalmar os ânimos”, diz a Guide.
A Pfizer divulgou nesta segunda que sua vacina apresentou mais de 90% de eficácia na análise preliminar dos testes de fase 3. Os resultados ainda são parciais e não correspondem à conclusão do ensaio clínico, mas a análise interina, feita quando há um número suficiente de casos da doença em um dos braços do estudo -de intervenção ou que recebeu placebo-, realizada por um comitê externo à companhia, apontou uma eficácia elevada da vacina em proteger contra a Covid-19.
Após autorização da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária e das Autoridades Sanitárias da China, o Instituto Butantan receberá as primeiras 120 mil doses da Coronavac com chegada prevista para o dia 20 de novembro no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
A matéria-prima será transportada em bolsas de 200 litros dispostas em containers refrigerados, já que a Coronavac não necessita de temperaturas negativas para seu armazenamento.
Até dezembro de 2020, o Instituto Butantan receberá 46 milhões de doses da Coronavac, sendo 6 milhões de doses da vacina já prontas para aplicação e outras 40 milhões que serão formuladas e envasadas em fábrica própria do Instituto. Outras 15 milhões de doses devem chegar até fevereiro de 2021.
O transporte da matéria-prima usada na vacina será feito por aviões fretados e comerciais para transportar a carga da China até o Brasil.
Estudos clínicos
Em fase final de estudos clínicos no Brasil, a Coronavac é considerada uma das vacinas mais promissoras no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), e vem sendo testada em sete estados brasileiros, além do Distrito Federal.
Coordenado pelo Instituto Butantan, os testes envolvem 13 mil profissionais de saúde em centros de pesquisa de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Até o momento, mais de 10 mil pessoas já receberam ao menos uma das duas doses da vacina ou placebo.
Assim que os estudos clínicos comprovarem os índices de segurança e eficácia, a Coronavac será submetida ao devido registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para, somente depois, ser distribuída para a vacinação da população.
O Grupo JC de Comunicação (em parceria com a Acirc e o Ciesp) realiza nesta terça-feira (10), a partir das 19h30, o debate entre os candidatos a prefeito (a) de Rio Claro. Acompanhe o debate através da rádio Jovem Pan News (AM 1410, a partir das 20h10), no canal do JC no Youtube (youtube.com/jornalcidade) e nas páginas do Jornal Cidade no Facebook e no Instagram (a partir das 19h30).
Que o estado de São Paulo é conhecido como a locomotiva do Brasil já não é novidade há bastante tempo. Atualmente, SP ocupa a 21ª posição no ranking das maiores economias do mundo, um lugar de destaque e superior a países como a Argentina e Bélgica, segunda aponta reportagem do Valor Econômico com base em dados do Banco Mundial, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Fundação Seade.
Com PIB na casa dos U$ 603,4 bilhões, São Paulo é a terceira maior economia e o terceiro maior mercado consumidor da América Latina. Entre suas principais potencialidades, o estado é o maior produtor mundial de suco de laranja, açúcar e etanol.
Além disso, possui o maior porto – o de Santos – e o maior aeroporto – Guarulhos – da América Latina, além de abrigar quatro das dez das melhores faculdades da região. É também no território paulista que estão 19 das vinte melhores rodovias do Brasil.
São esses fatores, entre outros, que fizeram com que São Paulo atingisse um crescimento de 2,8% em seu Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, segundo dados do Banco Central. O desempenho da economia paulista foi maior que o triplo da média nacional, na faixa dos 0,9%.
Segundo dados da Secretaria da Fazenda e Planejamento (SEFAZ) de SP, esse destaque aconteceu em todos os setores. Na indústria, São Paulo cresceu 0,2%, enquanto o Brasil recuou 1,1%. O comércio do estado subiu 2,4%, superior aos 1,8% da média nacional. E no setor de serviços, os 3,3% de expansão em São Paulo superaram em muito o 1% nacional.
Para o Secretario Henrique Meirelles, à frente da pasta, a aceleração da economia paulista ajudou bastante no desempenho do país. “São Paulo foi o principal motor do crescimento brasileiro em 2019, graças a uma melhora em todos os nossos setores, que tiveram desempenho bem acima do restante do país”, disse no início deste ano, quando saíram os números.
Em 2019, foram gerados quase 185 mil novos empregos em São Paulo, equivalente a cerca de um terço do total de 644 mil vagas criadas no país. A taxa de desemprego paulista, que estava acima da nacional desde o fim de 2014, praticamente retornou à média nacional.
Entre as medidas que contribuíram para essa performance estão o foco no fortalecimento da indústria, a realização de concessões e de privatizações e a melhoria do ambiente de negócios, com a busca e implantação constantes de modelos inovadores de incentivos ao setor produtivo.
Na outra ponta, existe também a preocupação em fortalecer a situação fiscal de São Paulo, que em 2019 teve um superávit de R$ 18,3 bilhões – melhor resultado primário desde 2010. Para isso, vêm sendo adotadas medidas como cortes de gastos e aprimoramento e expansão das receitas. Sem elevar alíquotas ou criar novos tributos, o estado aumentou sua arrecadação em 3,4% no ano.
Em 2020, economia volta a crescer
Mesmo com os impactos provocados na economia pela crise da Covid-19 este ano, o PIB do Estado de SP voltou a crescer ao nível registrado antes da pandemia. Entre os motivos dessa retomada está o amplo pacote de investimentos anunciado pelo Governo do Estado no último mês de outubro para a retomada econômica até 2022, aliado às medidas de desoneração dos cofres públicos.
“A economia do Estado de São Paulo começa a se recuperar e o PIB do estado volta ao mesmo nível que teve em janeiro deste ano, antes da pandemia. O PIB de São Paulo chega a 103,2 pontos, praticamente o mesmo observado em janeiro. O desempenho da economia de São Paulo é substancialmente melhor do que o desempenho do PIB do Brasil”, destacou recentemente o Governador João Doria.
O crescimento estimado do PIB foi de 2,1% no mês de julho. Nos meses de maio e junho, os índices foram de 4,5% e de 5,5%, respectivamente. Com esses resultados, o PIB de São Paulo chegou a 103,2 pontos, um desempenho semelhante ao observado no mês de janeiro, quando o PIB atingiu 103,4 pontos e o país ainda não sofria os impactos da pandemia.
O Secretário da Fazenda Henrique Meirelles destacou que o PIB paulista avançou 1,8% em julho, em comparação com julho de 2019, e ressaltou que no acumulado de 12 meses, a atividade econômica do Estado avançou 0,4%.
Os resultados apresentados pela economia paulista são de fundamental importância para o país, já que SP é responsável por 32% do produto interno bruto nacional e, na área agrícola, responde por 20% de tudo que é produzido pelo país.
Os dados do PIB fazem parte do novo indicador PIB+30, criado pela Fundação Seade para disponibilização de informações mais rápidas e precisas e utilizado pelo Governo de São Paulo como apoio para tomada das decisões, especialmente na área econômica.
ANA BOTTALLO – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
A vacina contra Covid-19 da farmacêutica norte-americana Pfizer, em parceria com a alemã BioNTech, apresentou mais de 90% de eficácia na análise preliminar dos testes de fase 3, conforme divulgou a própria empresa nesta segunda-feira (9).
Os resultados ainda são parciais e não correspondem à conclusão do ensaio clínico mas à análise interina, feita quando há um número suficiente de casos da doença em um dos braços do estudo – de intervenção ou que recebeu placebo –, realizada por um comitê externo à companhia, e apontou uma eficácia elevada da vacina em proteger contra a Covid-19.
Com 94 casos de Covid-19 confirmados em um universo de mais de 43 mil participantes, o comitê científico pôde avaliar a eficácia preliminar da vacina que se mostrou também segura, sem a ocorrência de efeitos adversos sérios.
A vacina da Pfizer, chamada de BNT162b2, utiliza a tecnologia de mRNA (o material genético do vírus) para induzir resposta imune no organismo. Em fases anteriores de estudo, a vacina, administrada em duas doses, estimulou a produção elevada de anticorpos após 28 dias de aplicação.
O presidente e CEO da Pfizer Albert Bourla falou em “grande dia para a ciência e humanidade”. “O primeiro compilado de resultados do nosso ensaio clínico de fase 3 para a vacina da Covid-19 indicou evidência inicial de que a nossa vacina previne contra a Covid-19.”
Os resultados parciais apresentados indicam que o imunizante foi capaz de prevenir a infecção, não apenas proteger contra o quadro agravado da doença, um fator importante para garantir o fim da cadeia de transmissão do vírus e impedir a ocorrência de casos nos indivíduos vacinados.
A farmacêutica irá continuar o ensaio de fase 3 até a ocorrência de 164 casos confirmados de Covid-19 dentre os participantes do estudo.
Bourla afirmou ainda que irá submeter para aprovação ao FDA (órgão que regulamenta medicamentos nos Estados Unidos) o uso emergencial da vacina no país até o final do mês, após a obtenção dos resultados dos últimos dois meses de estudo da vacina. A Pfizer pretende produzir 50 milhões de doses até o final de 2020, com capacidade para produzir 1,3 bilhão até o final de 2021.
A vacina é uma das onze mais avançadas na corrida por vacina contra a Covid-19. Dentre as vacinas em última fase de estudos –a terceira fase, quando são avaliados milhares de pessoas–, a Pfizer é a primeira a apresentar resultados interinos da sua candidata à vacina, o que pode colocar a farmacêutica americana à frente das concorrentes.
As outras vacinas atualmente em fase 3 são: a da Universidade de Oxford/AstraZeneca, cujos estudos clínicos foram interrompidos por seis semanas após a ocorrência de um efeito adverso grave em um dos voluntários, já retomados, e cuja produção no Brasil será em parceria com a Fiocruz; a da empresa chinesa Sinovac, produzida no Brasil em parceria com o Instituto Butantan; a da farmacêutica Johnson & Johnson, que também parou os testes na Bélgica e nos Estados Unidos por um período de mais de dez dias após a ocorrência de um efeito adverso desconhecido em um dos voluntários, retomados recentemente; e a da Moderna, em parceria com o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos.
A Moderna também utiliza plataforma genética para levar até o organismo a informação do Sars-CoV-2 e induzir a produção de resposta imune. Os resultados positivos da vacina da Pfizer podem indicar uma possível direção também de sucesso da vacina da Moderna/Niaid, cujas tecnologias são similares.
Outras vacinas em fase 3 são a Sputnik V e EpiVacCorona, desenvolvidas por institutos de pesquisa da Rússia, que receberam aprovação para uso limitado no país mesmo sem a divulgação dos resultados de fases inicias de testes em humanos, e as desenvolvidas pelas estatais chinesas Sinopharm e CanSino, também aprovadas no país asiático para uso limitado na população e cujos resultados de fases 1 e 2 pouco se sabe até o momento.
A última vacina a entrar na terceira fase de estudos recentemente foi a Novavax, que utiliza fragmentos de proteínas do vírus em sua composição.
Informações do repórter Gilson Santullo direto do plantão policial.
Informações do CEAPLA-Unesp Rio Claro.
Agência Brasil
Um dia depois de conquistar a Presidência dos Estados Unidos (EUA), o democrata Joe Biden e seus assessores trabalharam nesse domingo (8) sobre como lidar com a crise do novo coronavírus, ao mesmo tempo em que reforçaram a intenção de contornar as enormes divisões políticas no país.

O republicano Donald Trump, primeiro presidente em exercício dos EUA a perder uma disputa à reeleição em 28 anos, não deu nenhuma indicação de admitir a derrota, enquanto sua equipe eleitoral avançava com disputas jurídicas contra o resultado.
Em demonstração da difícil batalha que Biden enfrentará depois de assumir o cargo em 20 de janeiro, no trabalho com parlamentares do partido de Trump, os principais republicanos no Congresso ainda não haviam reconhecido o ex-vice-presidente como vencedor.
Em discurso em seu estado natal, Delaware, na noite de sábado (7), Biden enviou mensagem de unidade e conciliação, declarando que é “hora de curar” o país e de alcançar norte-americanos que votaram em Trump e republicanos no Congresso.
“O trabalho começa imediatamente”, disse a vice-gerente de campanha de Biden, Kate Bedingfield, no domingo, ao programa Meet the Press, da NBC.
Biden deixou claro, no sábado, que combater a pandemia é uma prioridade. Bedingfield disse que Biden planeja lançar uma força-tarefa contra o novo coronavírus nesta segunda-feira (9) para traçar o caminho a seguir, liderada pelo ex-cirurgião-geral Vivek Murthy e pelo ex-comissário da Food and Drug Administration David Kessler.
Ao abordar a pandemia, Biden prometeu melhorar o acesso aos testes e, ao contrário de Trump, acatar os conselhos de cientistas e importantes autoridades da saúde pública.
Cerca de 10 milhões de norte-americanos que perderam o emprego durante o confinamento permanecem inativos, e os programas de ajuda federal expiraram.
Biden e seus assessores também seguirão em frente com o trabalho de escolha das autoridades que farão parte do governo.
“Ele vai começar o trabalho de transição para valer esta semana”, afirmou Bedingfield. “Ele fará anúncios ao povo americano sobre como vai cumprir essas promessas de campanha.”
Bedingfield acrescentou que Biden vai “realizar um mandato para unir o país – para unificar, baixar a temperatura, deixar de lado a dura retórica da campanha e realizar o árduo trabalho de governar”.
Agência Brasil
O controle da sífilis em recém-nascidos de mães com diagnóstico da doença requer adoção de estratégias complementares de saúde pública. Oferecer cuidado pré-natal não é suficiente para evitar complicações clínicas nos recém-nascidos de mães com a doença.

O alerta é de pesquisadores de três instituições sul-mato-grossenses: Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Fundação Oswaldo Cruz, em estudo publicado na Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo.
A pesquisa recebeu financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento de Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
O estudo foi realizado no Hospital Universitário de Dourados (HU), em Mato Grosso do Sul, instituição responsável por 63,7% dos nascimentos ocorridos na cidade de Dourados, em 2017. Os pesquisadores acompanharam 63 mulheres em período de gestação que receberam o diagnóstico de sífilis. Elas fazem parte de um total de 199 casos confirmados de gestantes com sífilis atendidas pelo HU no período, sendo que 84% desses casos são de sífilis congênita, situação em que a bactéria Treponema pallidum, que causa a doença, passa de mãe para filho durante a gestação ou no momento do parto.
A partir do acompanhamento das 63 gestantes, os autores concluíram que o cuidado pré-natal não é suficiente para prevenir a transmissão da bactéria aos recém-nascidos e a evolução da infecção para a neurossífilis, complicações da doença quando a bactéria atinge o cérebro, meninges e medula espinhal. Apesar de 95,2% das mães terem recebido cuidados pré-natais, apenas 6 entre 10 iniciaram as consultas no primeiro trimestre de gravidez. O pré-natal tardio foi um dos determinantes para mais da metade (50,8%) dos nascidos terem necessitado de internação por complicações da sífilis.
Os resultados desse estudo indicam que o controle da neurossífilis continua sendo um desafio não resolvido e pode trazer impactos econômicos para o Sistema Único de Saúde (SUS). “O diagnóstico tardio da sífilis materna e o elevado número de recém-nascidos internados por complicações da doença aumentam os gastos do SUS. Para um controle mais eficaz da sífilis em gestantes, o tratamento da doença deve ser priorizado pelos gestores e profissionais de saúde”, ressalta a bióloga do Laboratório de Pesquisa em Ciências da Saúde da Universidade Federal da Grande Dourados, Simone Simionatto, autora principal da pesquisa.
Além do diagnóstico tardio de sífilis em gestantes, outro gargalo está no acompanhamento inadequado de parceiros sexuais, fator que favorece a transmissão vertical do T. pallidum, da mãe para o bebê. Menos da metade dos parceiros das gestantes (46,8%) recebeu o tratamento com penicilina. Entre as gestantes, quase 20% não receberam doses do antibiótico. “Acreditamos que a dificuldade na adesão dos parceiros aos cuidados do pré-natal está relacionada às atividades laborais e ao nível de relacionamento afetivo com as gestantes”, ressalta Simone.
A baixa adesão do parceiro ao tratamento para sífilis, acredita a especialista, está atrelada à sua falta de conhecimento da doença, ao nível de instrução e ao não acompanhamento da parceira durante o pré-natal, deixando assim de receber informações importantes para o entendimento da necessidade de controle da doença. “A sífilis é uma doença com fases distintas. Algumas delas sem manifestação clínica, ou seja, o parceiro apresenta lesões que regridem em algumas semanas sem o tratamento, o que leva a crer em uma possível cura. No entanto, o parceiro permanece com a infecção e pode transmitir novamente a sífilis à gestante durante as relações sexuais desprotegidas”, acrescenta Simone Simionatto.
A droga de primeira escolha para o tratamento em todas as fases da sífilis é a penicilina, que pode ser usada na forma cristalina, procaína ou benzatina. Durante a gestação, a penicilina é a primeira escolha, por ser capaz de atravessar a barreira transplacentária. “A penicilina passou a ser o antimicrobiano de escolha para o tratamento, visto que o T. pallidum é extremamente sensível a essa droga, não havendo relatos de resistência bacteriana em mais de 60 anos de estudos. O tratamento para sífilis é disponibilizado pelo SUS, no entanto nos últimos anos os serviços de saúde sofreram com o desabastecimento mundial de penicilina”, lamenta a pesquisadora.
O estudo evidencia a relação entre vulnerabilidade social e comportamento sexual de risco como determinantes para ocorrência de sífilis. Entre as 63 pacientes participantes do estudo, mais da metade (55,6%) tiveram a primeira relação sexual abaixo dos 15 anos; 90,5% tiveram relações sexuais sem preservativos; 66,7% tinham menos de 30 anos; 63,5% não completaram o ensino fundamental; 82,5% se declararam não brancas; 66,7% são casadas; 65% estão desempregadas e 73% vivem com menos de um salário mínimo.
Apesar de os dados da pesquisa mostrarem que a sífilis atinge as camadas mais pobres, ela tem distribuição ampla em toda a população. “No entanto, em grupos mais vulneráveis como gestantes, indígenas, população privada de liberdade, mulheres profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens, as taxas de prevalência e incidência são mais frequentes”, aponta Simone.
A Organização Mundial da Saúde estima mais de 11 milhões de novos casos anuais de sífilis, sendo 90% deles em países em desenvolvimento, como o Brasil. A sífilis gestacional afeta aproximadamente 1,5 milhão de grávidas por ano no mundo.
Uma meta-análise mostra que uma entre quatro gestantes infectadas com T. pallidum sofrem aborto ou têm bebês natimortos; 12,3% dos bebês morrem logo após o nascimento e 12,1% nascem prematuros ou com baixo peso. A meningite causada pela infecção bacteriana em bebês pode causar hidrocefalia, isquemia e infarto do cérebro ou medula espinhal. As manifestações da neurossífilis também podem comprometer o desenvolvimento neuropsicomotor do recém-nascido e, nos casos mais graves, levar à morte.
O diagnóstico precoce de sífilis durante a gestação reduz o tempo de exposição do feto ao T. pallidum, diminuindo as chances de transmissão e complicações na gestação. Melhorar a qualidade dos serviços de saúde, afirma Simone Simionatto, é importante para o controle efetivo da doença, reduzindo os gastos com o tratamento e a internação dos bebês. Segundo ela, estudos como esse podem auxiliar na implementação de estratégias de saúde pública para o controle mais efetivo da enfermidade.
“Uma vez que vários fatores foram associados ao T. pallidum entre as mulheres, provavelmente várias abordagens poderiam contribuir para reduzir as taxas dessa infecção. Uma alternativa para reduzir a prevalência da sífilis seria concentrar esforços no acompanhamento dos casos positivos e na eficácia do tratamento, bem como do tratamento dos parceiros sexuais. Assim, os programas de rastreamento podem ser uma abordagem preventiva essencial. Estudos têm demonstrado que o rastreamento regular (a cada três ou seis meses) em grupos de alto risco para adquirir IST pode contribuir para a redução da incidência de sífilis”, sugere Simone.
O uso correto e regular da camisinha feminina e/ou masculina continua sendo um dos principais aliados na prevenção da doença. Até o momento não há relatos de doenças ou condições genéticas que predisponham o indivíduo ao desenvolvimento da sífilis. “O que se tem relato são os casos de coinfecção de HIV e sífilis, onde os pacientes com HIV podem evoluir para as formas graves da doença. As altas taxas de sífilis podem ser um risco potencial para a propagação de outras ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis), incluindo HIV, durante o sexo desprotegido”, orientou a pesquisadora.
A chance de transmitir o HIV aumenta cinco vezes se um dos parceiros tiver uma IST ulcerativa como a sífilis, por exemplo. As lesões de sífilis contêm uma abundância de linfócitos, o que torna a infiltração do HIV mais recorrente. “Além disso, a imunossupressão causada pelo HIV pode favorecer a evasão dos mecanismos de defesa do hospedeiro pelo T. pallidum”, conclui Simone.
Uma campanha nacional dos Serviço Social de Transportes (Sest) e Serviço Nacional de Aprendizagem dos Transportes (Senat) vai alertar motoristas de transportes de cargas sobre os riscos de roubos nas rodovias brasileiras. De hoje (9) a sexta-feira (13) serão montados 350 postos de atendimento para os caminhoneiros e outros profissionais do setor.

Nesses locais, montados em pontos de parada credenciados pelo Ministério de Infraestrutura, postos de combustíveis e postos da Polícia Rodoviária Federal, os motoristas receberão orientações sobre planejamento de rotas para evitar roubos de cargas e acidentes.
Também serão oferecidos serviços de odontologia, fisioterapia, nutrição e psicologia, além de orientações de autoproteção e prevenção da covid-19.
De acordo com a Sest e o Senat, dados da Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística mostram que o Brasil registrou mais de 18.300 roubos de cargas em rodovias, causando prejuízos de R$ 1,4 bilhão ao setor.
LUCIANO TRINDADE – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
No duelo entre os técnicos portugueses Abel Ferreira, do Palmeiras, e Ricardo Sá Pinto, do Vasco, neste domingo (8), em São Januário, venceu aquele que tinha mais opções no banco de reservas para mudar um jogo que levou mais de uma hora para ter alguma emoção.
Com um gol de Luiz Adriano após pênalti sofrido por Lucas Lima, o time alviverde voltou do Rio com uma vitória, 1 a 0, em jogo pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro, no qual os paulistas somam 31 pontos, na sexta posição, próximo ao grupo dos quatro primeiros colocados.
No lance que originou a penalidade, o camisa 20 palmeirense foi derrubado na área por Neto Borges um minuto após ter sido colocado em campo por Ferreira, insatisfeito com a falta de criatividade da equipe. Lucas Lima substituiu Raphael Veiga.
A estrela do treinador português, recém-contratado pelo time paulista, deu a ele a segunda vitória à frente do Palmeiras -na estreia dele, a equipe ganhou do Red Bull Bragantino, por 1 a 0, no duelo de volta pelas quartas de final da Copa do Brasil, que confirmou a classificação alviverde à próxima fase.
Até a mudança promovida já aos 24 minutos do segundo tempo, o jogo em São Januário caminhava para um empates sem gols, que refletia bem a falta de criatividade das duas equipes.
Com as duas defesas bem postadas, congestionamento no meio-campo e falta de inspiração dos homens de frente, poucas chances de gol foram criadas.
Assim como fez em sua estreia, Ferreira manteve a postura tática definida pelo interino que o antecedeu, Andrey Lopes, no esquema 4-3-3, com Felipe Melo e Zé Rafael fazendo a ligação da defesa com o ataque. Veron, Veiga e Roni adiantados e Luiz Adriano na referência.
No primeiro tempo, essa formação não conseguiu criar nenhuma chance clara de gol, abusando de bolas alçadas na área, com pouca objetividade. Só não sofreu na defesa porque os cariocas optaram por deixar a bola com o adversário e encurtar os espaços para tentar descolar um contra-ataque.
Não funcionou.
Nos 45 minutos finais, o cenário se manteve parecido, embora as dois times tenham, ao menos, finalizado com mais precisão ao gol. Gabriel Menino teve uma boa chance pelo Palmeiras e Cano exigiu uma boa defesa de Weverton.
Quando Lucas Lima descolou o pênalti, Luiz Adriano converteu aos 27 minutos, ao conseguir pegar o rebote do goleiro Fernando Miguel, que havia feito a defesa no primeiro chute do atacante.
Aos 35 minutos, Felipe Melo sofreu uma lesão e não teve mais condições de continuar em campo. Como Ferreira já havia feito cinco substituições, o Palmeiras teve de atuar com um jogador a menos até o fim do jogo, que ainda teve sete minutos de acréscimo.
Nem assim o Vasco conseguiu buscar o empate e o time paulista conseguiu segurar a vantagem.
Os palmeirenses voltam a campo agora na próxima quarta-feira (11), quando vão enfrentar o Ceará no jogo de ida pelas quartas de final da Copa do Brasil, às 16h30, no Allianz Parque. Já a equipe vascaína terá uma semana livre até o confronto com o Sport, sábado (14), em Recife.
VASCO
Fernando Miguel; Miranda, Leandro Castan e Ricardo Graça (Vinícius); Léo Mattos, Andrey (Ribamar), Leonardo Gil (Marcos Júnior), Benitez (Carlinhos), Neto Borges e Talles Magno; Germán Cano. T.: Ricardo Sá Pinto
PALMEIRAS
Weverton; Gabriel Menino (Marcos Rocha), Luan, Gustavo Gómez e Viña; Felipe Melo, Zé Rafael e Raphael Veiga (Lucas Lima); Gabriel Veron (Gustavo Scarpa), Rony (Willian) e Luiz Adriano (Danilo). T.: Abel Ferreira
Estádio: São Januário, no Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Anderson Daronco (RS)
Assistentes: Rafael da Silva Alves e Michael Stanislau (ambos do RS)
VAR: Daniel Nobre Bins (RS)
Cartões amarelos: Léo Mattos (V); Viñ, Lucas Lima e Gustavo Gómez (P)
Gols: Luiz Adriano, aos 27min do segundo tempo