Câmara de RC gasta mais com aposentados do que com vereadores

Em entrevista à rádio Excelsior/Jovem Pan News, o presidente da Câmara Municipal, André Godoy, fala sobre as despesas do Legislativo de Rio Claro, segundo lugar no ranking de gastos das câmaras paulistas. De acordo com Godoy, o custo da complementação a 14 aposentados da Câmara custa mais que o dobro do valor dos salários dos vereadores.

Supremo segue tradição e elege Luiz Fux para presidir a corte a partir de setembro

MATHEUS TEIXEIRA – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), foi eleito nesta quinta-feira (25) para presidir a corte nos próximos dois anos. O magistrado tomará posse no cargo em 10 de setembro e sucederá o ministro Dias Toffoli à frente do tribunal.

A eleição ocorreria apenas em agosto, mas foi antecipada a fim de dar mais tempo para o ministro formar seu gabinete em meio a dificuldades burocráticas devido à pandemia do novo coronavírus.

A escolha de Fux mantém a tradição do Supremo de eleger o integrante mais antigo do tribunal que ainda não tenha presidido a corte.

Fux assumirá a chefia do Poder Judiciário em um ano marcado pelos conflitos do presidente Jair Bolsonaro com o Supremo e também pelas crises social e sanitária desencadeadas pela Covid-19. A ministra Rosa Weber foi eleita vice-presidente.

No STF desde 2011, Fux tem boa interlocução com o mundo político e com membros do atual governo. Nos enfrentamentos de Bolsonaro com ministros STF, porém, tem priorizado a união interna e o apoio a colegas de Supremo.

Prova disso foi o discurso feito após ser eleito. Fux fez questão de elogiar o ministro Alexandre de Moraes, que tem sido criticado pelo governo por determinar operações policiais contra aliados do chefe do Executivo. Segundo Fux, Moraes “tem conduzido suas tarefas empenhando-se numa defesa institucional ímpar”.

O futuro presidente também ressaltou que não hesitará em defender o Supremo e a democracia brasileira. “Eu prometo aos meus colegas que vou lutar incansavelmente para manter o STF no mais alto patamar das instituições brasileiras. Vou sempre me empenhar pelos valores morais, pelos valores republicanos, me empenhar pela luta da democracia e respeitar a independência entre os Poderes dentro dos limites da constituição e da lei”, disse.

Magistrado de carreira, Fux passou por todas as instâncias do Judiciário e também foi promotor de Justiça antes de chegar ao Supremo. É professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e tem doutorado na instituição.

Pelo histórico, é considerado um juiz completo e com amplo domínio do direito. No entanto, é criticado por uma ala do STF por ser suscetível à opinião pública.

Nos dois anos à frente do Supremo, deve herdar uma extensa judicialização da crise do coronavírus e terá que decidir se leva a plenário julgamentos importantes, como o da discriminalização das drogas e o da divisão dos royaltes do petróleo entre os estados brasileiros.

No Supremo, Fux ficou conhecido por ser um dos principais apoiadores da Lava Jato e costuma se opor à ala garantista da corte, que faz críticas à operação. Nesse ponto, destoa de Toffoli, atual presidente.

A atuação do ministro no STF também ficou marcada por ter, em decisão liminar (provisória), concedido auxílio-moradia a todos os juízes.

O benefício de R$ 4,3 mil foi estendido a toda magistratura em setembro de 2014 e só foi revogado por ele mesmo em novembro de 2018.

O magistrado alegou que integrantes do Ministério Público recebiam a verba e, pelo princípio da isonomia entre as carreiras, juízes também deveriam receber.

O ministro só retirou o benefício da categoria após extensa negociação para o então presidente da República, Michel Temer, sancionar reajuste de 16,3% dos salários do STF, que são usados como parâmetro para o teto constitucional.

Assim, apesar da perda dos R$ 4,3 mil, o salário máximo do serviço público, que muitos magistrados atingem, saltou de R$ 33,7 mil para R$ 39,3 mil.

Fux também é alvo de críticas por ter trabalhado para emplacar a filha Marianna Fux como desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Ela assumiu a função com 35 anos e ocupa, desde 2016, a vaga destinada à advocacia no segundo grau do Judiciário fluminense.

Na sessão desta quarta, após a eleição de Fux, Toffoli enalteceu a trajetória profissional do colega e lembrou que ele foi responsável por coordenar o grupo de trabalho que redigiu o novo Código de Processo Civil sancionado em 2015 e que ficou conhecido como “código Fux”.

Bolsonaro anuncia Carlos Decotelli como novo ministro da Educação

O presidente Jair Bolsonaro anunciou, na tarde desta quinta-feira (25), que o professor Carlos Alberto Decotelli da Silva será o novo ministro da Educação. O decreto de nomeação foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União. Em uma postagem nas redes sociais, Bolsonaro publicou uma foto ao lado de Decotelli e destacou sua formação acadêmica. 

O novo ministro ocupava até recentemente o cargo de presidente do Fundo Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao Ministério da Educação, responsável por executar parte das ações da pasta relacionadas à educação básica em apoio aos municípios, como alimentação e transporte escolar. Ele entra no lugar de Abraham Weintraub, demitido na semana passada. É o terceiro ministro a comandar o MEC desde o início do governo Bolsonaro. 

Segundo informações oficiais, Decotelli atuou durante toda a transição de governo após a eleição de Bolsonaro, em 2018, e ajudou a definir ideias e novas estratégias para as políticas educacionais da atual gestão. Financista, autor de livros e professor, Decotelli fez pós-doutorado na Bergische Universitãt Wuppertal (Alemanha), é doutor em administração financeira pela Universidade Nacional de Rosário (Argentina), mestre em administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), possui MBA em administração também pela (FGV) e é bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O novo ministro ainda passou pelas Forças Armadas como professor, e atualmente é oficial da reserva da Marinha. 

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Rio Claro só retornará aulas se pandemia estiver controlada

O prefeito João Teixeira Junior (DEM) e o secretário municipal de Educação, Adriano Moreira, ressaltaram nesta quinta-feira (25) que a Prefeitura elabora um plano de retomada de aulas que segue as diretrizes impostas pelo Governo do Estado de São Paulo. Isto é, uma das condições para que ocorra o retorno das aulas é o controle da pandemia do novo coronavírus.

A data prevista é para 8 de setembro, no entanto, a retomada das aulas presenciais só vai acontecer se todas as regiões do estado permanecerem na etapa amarela – a terceira menos restritiva segundo critérios de capacidade hospitalar e progressão da pandemia – por 28 dias consecutivos. Clique aqui e assista à entrevista com Juninho e Moreira.

Rio Claro, que estava na fase laranja, regrediu à fase vermelha nesta quinta e assim ficará por 10 dias, através de novo decreto, que restringe as atividades não essenciais como forma de enfrentamento ao avanço de casos positivados da doença. Confira reportagem completa na edição impressa do JC nesta sexta-feira (26).

Ao lado de Toffoli, Bolsonaro fala em cooperação e harmonia entre Poderes

RICARDO DELLA COLETTA – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

Numa cerimônia ao lado do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu a cooperação e a harmonia entre os Poderes, numa nova sinalização de distensionamento da relação do Planalto com as demais instituições.

As declarações ocorreram em cerimônia de assinatura de um acordo para integração de sites informativos sobre leis e outras normas legais entre os sistemas da presidência da República, do STF e do STJ (Superior Tribunal de Justiça) , entre outros órgãos.

“Esse entendimento, essa cooperação, bem revela o momento que vivemos aqui no Brasil. Eu costumo sempre dizer quando estou com o presidente Toffoli, com o [Davi] Alcolumbre [presidente do Senado] e o [Rodrigo] Maia [presidente da Câmara], que somos pessoas privilegiadas. O nosso entendimento, no primeiro momento, é que pode sinalizar que teremos dias melhores para o nosso país”, disse Bolsonaro.

“Somente dessa forma, com paz e tranquilidade, e sabendo da nossa responsabilidade, que nós podemos colocar o Brasil naquele local que todo mundo sabe que ele chegará. E se Deus quiser o nosso governo dará um grande passo nesse sentido. Obrigado a todos pelo entendimento, pela cooperação e pela harmonia”, completou o presidente.

Bolsonaro baixou o tom nos últimos dias e tem buscado uma aproximação com o Judiciário e o Legislativo. Isso ocorre após semanas de atritos com o Congreso Nacional e o Supremo -onde corre a investigação que apura se o presidente tentou interferir na Polícia Federal e o inquérito das fake news, que mira em aliados do mandatário.

O principal gesto no sentido de distensionar a relação com o Supremo foi a demissão, na semana passada, do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub. O ex-titular do MEC foi gravado numa reunião ministerial dizendo que, se dependesse dele, “botava esses vagabundos na cadeia, começando no STF”.

Um dia depois do anúncio da saída de Weintraub, os ministros Jorge de Oliveira (Secretaria-Geral), André Mendonça (Justiça) e José Levi do Amaral (Advocacia Geral da União) viajaram a São Paulo para um encontro com o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Moraes é relator do inquérito das fake news e conduz o caso das investigações do atos antidemocráticos contra a corte.

Segundo relato à reportagem, os integrantes do governo disseram que Bolsonaro está disposto a iniciar um nova fase na relação com o Judiciário.

Antes de estender a bandeira branca a Moraes, Bolsonaro havia disparo diversas críticas contra o ministro do STF. A Corte, no entanto, reagiu e se mostrou unida diante dos ataques a um de seus integrantes, um dos pontos levados em conta pelo Planalto para buscar uma estratégia pacificadora.

Além de operações contra apoiadores e da quebra de sigilo de deputados bolsonaristas, a prisão na semana passada de Fabrício Queiroz, amigo de Bolsonaro e ex-assessor de seu filho Flávio, escalou as preocupações entre os principais assessores do presidente.

Jair Bolsonaro também tem buscado uma nova linha de ação na relação do Executivo com o Congresso Nacional. Além de evitar trocas de farpas com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o mandatário tem distribuído cargos para os partidos que integram o Centrão.

A cerimônia desta quinta no Palácio do Planalto também foi marcada por elogios de Toffoli a Bolsonaro e ao ministro Jorge de Oliveira, além de nova defesa pela harmonia das instituições.

“A integração das três bases [informativas] é, assim, a representação prática da afirmação, que venho reverberando, de que o Estado é único, com Poderes harmônicos e independentes entre si, estando apenas dividido em três funções”, disse o presidente do STF.

Estudante sem máscara vai ser barrado na volta às aulas em SP

TAYGUARA RIBEIRO – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O uso de máscaras será obrigatório para professores, funcionários e estudantes no retorno às aulas, de acordo com o subsecretário de Articulação Regional de São Paulo, Henrique Pimentel. Segundo ele, a questão será regulamentada por meio de um decreto que deverá ser publicado pelo governo estadual, gestão João Doria (PSDB), nas próximas semanas.

Pimentel diz que os alunos terão que usar o item não apenas na entrada, mas também durante todo o período dentro da escola. “A gente está lidando com uma nova cultura, uma nova rotina, as escolas terão que administrar isso”, diz sobre a possibilidade de algum jovem se recusar a usar a máscara durante as aulas ou a manter o distanciamento social.

“Essas atitudes serão lidadas como outras questões de indisciplina, com a diferença que neste caso a recusa em usar pode colocar em risco a saúde de outras pessoas”, completa.

Pimental explica que as famílias serão orientadas sobre como serão as novas regras por conta da pandemia do novo coronavírus. Uma das recomendações deverá ser para que os alunos tenham a temperatura medida antes de sair de casa.

Os alunos não poderão entrar na escola fora do dia determinado para cada grupo, mas o governo garante que na rede estadual todos os estudantes terão aulas presenciais ao menos uma vez por semana. Como serão as divisões dos grupos de alunos ainda não está definido, e o detalhamento também deverá constar no decreto.

As escolas particulares terão liberdade para definir a melhor forma para o revezamento de alunos. “Se uma escola tiver só 16 alunos em uma turma e uma sala grande o suficiente que garanta a distância de 1,5 metro entre cada aluno, a turma toda poderá voltar”, diz o subsecretário.

Já em relação às escolas estaduais, as normas ainda deverão ser discutidas pelo governo junto com as escolas, mas a tendência é que existam critérios iguais para todas as unidades estaduais e que os diretores definam apenas questões mais específicas de cada local.

O subsecretário falou ainda que serão estabelecidas novas rotinas mais rígidas de higienização, com a utilização de produtos específicos.

SP chega a 248.587 casos de Covid-19 e ultrapassa a Itália em números absolutos

PATRÍCIA PASQUINI – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O estado de São Paulo chegou à marca de 248.587 casos de Covid-19 nesta quinta-feira (25) e ultrapassou a Itália em 9.177 infectados. O país, primeiro da Europa atingido pela pandemia, em janeiro, quase um mês antes do Brasil, registrou 239.410, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins (EUA).

O número de mortes por Covid-19 no estado soma 13.759, de acordo com balanço divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi (zona sul). Em 24 horas, o número de óbitos aumentou 3%.

A taxa de ocupação de leitos de UTI reservados para pacientes com Covid-19 alcançou nesta quinta 65,5% no estado e 67,9% na Grande São Paulo -5.608 pacientes com confirmação ou suspeita da doença estão internados em UTIs e 8.369, em enfermarias.

Casarão do Barão do Grão Mogol tem lugar na história e no imaginário popular

Em meio à paisagem rural no Distrito de Ajapi, em Rio Claro, um pedaço do passado aguarda resgate. É o Casarão do Barão de Grão Mogol, localizado no bairro rural da Mata Negra. O imóvel hoje está localizado numa propriedade privada, da família Rossi. O JC conversou com o conservador e restaurador João Rossi, integrante da família e que atua em busca de recursos para promover a restauração do patrimônio.

Qual o seu vínculo com o Casarão do Grão Mogol?

Rossi – Meu bisavô Pedro Rossi adquiriu em 1924 parte da Fazenda Angélica, onde se encontra o casarão, que atualmente pertence a alguns primos, dentre os quais destaco a Sandra Rossi Mattos. Sandra e eu temos um forte elo com a história, devido à minha profissão, e temos encabeçado a longa busca por soluções para que o imóvel não se perca. Nosso interesse na sua preservação e conservação vem ao encontro da preservação da história da nossa Rio Claro.

O que se sabe até o momento sobre a história do casarão?

Rossi – Sabe-se que a casa fora concluída em 1883, mas a história da fazenda tem início em 1817, antes mesmo da fundação de Rio Claro. Gualter Martins Pereira (Barão de Grão Mogol) arrematou a fazenda em um leilão e foi para a cidade, construiu este casarão, deixando a antiga sede que pertenceu ao senador Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, considerado um dos fundadores da cidade. A fazenda possuiu escravos, mas também foi pioneira na implantação da mão de obra meeira, com colonos europeus. O cultivo inicial em terras da Fazenda Angélica foi com cana-de-açúcar, mas na época do barão já se cultivava o café.

Qual a importância histórica do casarão? O imóvel é tombado como patrimônio?

Rossi – De suma importância, tanto que foi um dos primeiros imóveis tombados pelo CONDEPHAAT (Conselho de defesa do patrimônio histórico e artístico do Estado de São Paulo). A casa chama atenção por sua excepcional arquitetura de inspiração baiana no interior de São Paulo.

Qual o estado de conservação? Nesse momento, vocês buscam recursos junto ao poder público para fazer a restauração? Em qual etapa isto se encontra?

Rossi – A casa não está em bom estado de conservação, mas temos avançado muito na incansável busca por soluções para sua conservação e restauro. Em breve teremos boas novidades para todos nós, rio-clarenses, que amamos nossa história!

Existem muitos relatos envolvendo o barão e os escravos, muitos inclusive com casos de tortura e de crueldade praticados contra os escravos. O que existe de concreto?

Rossi – Infelizmente, nosso país foi um dos últimos a abolir a triste realidade da escravidão. Quanto ao barão, existem muitas lendas que envolvem sua história, porém nenhuma prova temos da narrativa de crueldades ou torturas da parte dele. O que temos é a grande contribuição que ele deixou para a cidade no exercício de presidente da Câmara dos Vereadores. Vou além: em seu testamento, já após a abolição, do qual ele foi pioneiro na cidade, antecedendo a Lei Áurea, indenizou seus escravos, doando a cada ex-escravo um lote de terra na Mata Negra (nome dado à vegetação por ser escura e fechada, não como referência à morte de negros). A história desse brasileiro é complexa, encantando quem a pesquisa e estuda. Quem conhece um pouco da sua história entende o momento político e social da época. Destaco inclusive a generosidade no fim de seus dias. Ao contrário do que muitos pensam, o barão não pode ser relacionado a tantos personagens fictícios de filmes e novelas. Destaco também que a fazenda não é mal assombrada, tampouco sua esposa, que praticamente não viveu na casa, nunca esteve presa ou acorrentada. Enfim, a Sandra e eu temos nos emprenhado em escrever a história dessa fazenda, apagada por lendas e superstições.

Entre as pesquisas realizadas por João Rossi sobre o Casarão, a história do túmulo do Barão de Grão Mogol também chama a atenção. O local acabou se tornando ponto de visitação em meio a um canavial.

Na região também está localizado o túmulo do barão. No local existe um antigo cemitério?

Rossi – A fazenda é relativamente distante da cidade, então, na década de 1870, quando a mesma era propriedade do London and Brazilian Bank, houve um grande surto de varíola e não havia possibilidade de levar todos os mortos para serem enterrados no cemitério da cidade. Diante disso foi autorizada a ereção de um cemitério na fazenda, dividido em duas alas, uma para católicos e outra para protestantes. O barão, falecido em 1890, teve seus restos trasladados para a fazenda na década de 1920.

Este cemitério, ao contrário do que está divulgado, não foi criado como cemitério para atender exclusivamente escravos, mas sim colonos europeus, escravos e alforriados. O último sepultamento neste cemitério de que temos notícias foi de um natimorto no início da década de 1950, filho de João Tessari, que na época era colono da fazenda. Estima-se que aproximadamente 80 almas tenham sido sepultadas neste Campo Santo. Infelizmente, quando a fazenda foi dividida, na década de 1950, meu bisavô Ângelo Seneda deixou de cuidar do dito cemitério, pois ele ficou próximo às terras do seu irmão Pedro Seneda. Ao longo do tempo, o descuido foi tomando conta do local que, infelizmente, hoje está quase que todo tomado por canaviais.

O JC já fez outras reportagens sobre o local. Confira abaixo um vídeo de nossos arquivos:

“O menor salário da Câmara hoje é o do vereador”, explica André Godoy

Ao debater a proposta de redução do número de vereadores na Câmara Municipal de Rio Claro, o presidente André Godoy destaca que a redução das cadeiras não é a única medida necessária para diminuir custos. Além de defender redução do repasse feito pela prefeitura ao Legislativo, Godoy também lembra que, na questão de salários, chefes de Gabinete e assessores ganham mais que os vereadores.

Área azul continua funcionando mesmo com fechamento do comércio

A área azul continua funcionando em Rio Claro mesmo com o fechamento da maioria das atividades comerciais no município, a partir de quinta-feira (25).

“Renovamos a recomendação para que as pessoas permaneçam em casa, mas quem precisar ir de carro até o Centro deve ficar atento à área azul, que continua operando”, comenta o prefeito João Teixeira Junior.

Devido ao aumento de casos de Covid-19 no município, a prefeitura interrompeu nesta semana a reabertura gradual do comércio e determinou que apenas os estabelecimentos ligados a serviços essenciais podem permanecer abertos. Em princípio, essa nova etapa de prevenção está prevista para dez dias.

“Estamos tomando essas medidas a partir de critérios técnicos e sempre dando prioridade à saúde da população”, comenta o prefeito Juninho. “Com base nessas análises decidimos que, por enquanto, a área azul permanece ativa”, reforça.

Trabalharemos para restaurar o serviço financeiro no Brasil rapidamente, diz WhatsApp

ISABELA BOLZANI – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O chefe do WhatsApp, Will Cathcart, afirmou nesta quinta-feira (25) que o aplicativo de mensagens vai trabalhar com seus parceiros e com as autoridades brasileiras para restaurar seu serviço de pagamentos digitais no Brasil rapidamente. O executivo é responsável por coordenar todas as estratégias de produtos do aplicativo no mundo.

Na terça-feira (23), o Banco Central e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) suspenderam o acordo entre WhatsApp, Cielo e instituições financeiras que permitia pagamentos e transferências de recursos diretamente entre usuários do aplicativo.

Em comunicado, a autoridade ordenou que as bandeiras de cartão de crédito Visa e Mastercard, usuárias do sistema, suspendessem a operação de pagamentos dentro do novo modelo.

No mesmo dia, o BC também mudou o prazo que concede a empresas de pagamentos para se adaptarem às regras do mercado. Antes, a autoridade dava 180 dias para adaptação quando entendia que era necessária a regulação de novos participantes ou de novos serviços. O prazo, agora, é de 30 dias – podendo ser uma suspensão imediata caso o BC considere necessária uma autorização prévia.

Na prática, essa mudança travou a operação de pagamentos pelo WhatsApp.

Na quarta-feira (24), lideranças do aplicativo de mensagens e técnicos do BC se reuniram na sede da autoridade monetária, em Brasília, segundo o executivo do WhatsApp.

“Nos reunimos com as autoridades do BC e estamos animados em permitir que os brasileiros enviem pagamentos seguros e sem dinheiro físico no Whatsapp o mais breve possível”, afirmou Cathcart, em nota.

Ainda segundo o executivo, o BC expressou, nesta reunião, a intenção de encontrar um caminho com a Visa e a Mastercard (bandeiras parcerias do novo modelo do Whatsapp) para que o serviço prossiga, além de envolver outras autoridades para resolver quaisquer dúvidas pendentes.

“O WhatsApp afirmou seu apoio a um modelo pró-competitivo e aberto para pagamentos e também seu compromisso em fornecer pagamentos via PIX tão logo o sistema esteja disponível. O Banco Central ressaltou que respalda plataformas como o WhatsApp que estão inovando em pagamentos digitais e criando novas maneiras de apoiar pessoas e pequenas empresas em todo o Brasil”, disse Cathcart, em nota.

Sobre a mudança do prazo, o Banco Central afirmou, em nota, entender que seria necessário “reduzir o prazo padrão”, inclusive tendo discricionariedade sobre ele, posto que a razão para ter esses arranjos é o “risco ao normal funcionamento das transações”, sendo certo que o prazo não guardava proporcionalidade com a motivação”.

Em relação à reunião realizada na quarta-feira (24), a assessoria de imprensa do BC afirmou desconhecer mais detalhes.

Google anuncia que vai pagar por notícias

NELSON DE SÁ -SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Em novembro, após duas décadas em publicidade no Google e no DoubleClick, Brad Bender foi indicado pelo presidente do gigante de buscas, Sundar Pichai, como vice-presidente de produto, mas em jornalismo, News.

E na madrugada desta quinta (25) ele anunciou seu primeiro resultado, um programa de licenciamento de conteúdo. Ou seja, o Google vai pagar aos veículos de jornalismo profissional pelo uso de notícias.

O novo produto ou experiência só estará disponível mais para o fim do ano, nas ferramentas Google News e Discover. Os países já confirmados, neste primeiro anúncio, são Alemanha, Austrália e Brasil. Aqui, já estão fechados acordo com o jornal Estado de Minas e A Gazeta (do Espírito Santo).

Bender não dá detalhes, diz que ainda está em desenvolvimento, mas enfatiza que o programa “sinaliza um grande desenvolvimento na maneira” como o Google trabalha com publishers, as empresas jornalísticas.

“Sundar falou da importância do jornalismo de qualidade, do quanto ele valoriza o jornalismo.”

PERGUNTA – Na prática, como o conteúdo licenciado será apresentado no Google News e no Discover?

BRAD BENDER – Vamos licenciar o conteúdo para um produto inteiramente novo, essa experiência de descoberta, que permitirá aos usuários entrar mais fundo em assuntos complexos. E estamos planejando pagar pelo que estamos chamando de “extended metering” (medição estendida), que é dar acesso a conteúdo de paywall, para que os usuários possam ir além dele e ter a oportunidade de se tornarem clientes fiéis, potencialmente assinantes. A licença vai variar de publisher para publisher, mas pode incluir coisas como imagens de alta resolução, vídeo, áudio, além da medição estendida.

Como vocês vão estimar um pagamento justo pelas notícias?

BB – Estamos fazendo parceria com cada publisher diretamente. Não é a primeira vez que licenciamos conteúdo. Já pagamos antes por conteúdo de áudio, clima, mas esta é realmente uma mudança de passo significativa na nossa atividade. Vamos investir um valor expressivo para criar esse produto. Mas os termos serão privados, para cada publisher.

Vocês vão lançar o novo produto mais à frente, até o fim do ano. Esperam reunir mais veículos?

BB – Já temos vários. No Brasil, Diários Associados e A Gazeta [Espírito Santo]. Na Alemanha, temos Der Spiegel, Frankfurter Allgemeine Zeitung, Die Zeit. Temos Schwartz Media, The Conversation, Private Media na Austrália. Vários acordos estão fechados e estamos ansiosos para expandir. Neste momento, conversamos em meia dúzia de outros países. E é realmente o caso de ter a mistura certa de publishers, um painel representativo de cada país. Estamos focando uma gama diversa e ampla, com atenção especial para noticiário local, tentando nos concentrar em publishers que se dedicam à cobertura jornalística de qualidade sobre assuntos que importam para a comunidade. E que tenham alcance significativo em seus mercados.

O programa pode ser um modelo para outras plataformas, não só YouTube, mas Facebook e até TikTok?

BB – Veja, nós nos importamos com o futuro do jornalismo. E eu penso que garantir um futuro para o jornalismo requer que todos deem um passo adiante. Empresas como nós, empresas como essas que você nomeou, governos, sociedade civil, mesmo usuários, todos temos um papel a representar. Para nós, o sucesso do Google vem de existir esse ecossistema aberto de informação. Os nossos interesses são alinhados com os publishers. Estamos construindo em cima disso, dos nossos anos de esforços com a indústria do jornalismo. É um passo adiante significativo no engajamento com o setor.

A Austrália vem cobrando que as plataformas paguem por notícias. A França também, mas ela não está no programa. Vocês negociaram com veículos franceses? As demandas dos dois têm a ver com o desenvolvimento deste novo produto?

BB – Nós escutamos, em alto e bom som, que temos que fazer mais para apoiar publishers ao redor do mundo. E este anúncio é parte da solução. Só para ficar claro, estamos em discussão com publishers franceses há meses, antes da ordem das autoridades de concorrência, e esse continua sendo um dos elementos que estamos conversando. E estamos engajados com as autoridades australianas de concorrência, em seu processo de criar um código de conduta para notícias.

Você vem do lado publicitário do Google. O programa é baseado nessa sua experiência?

BB – Minha experiência em publicidade, o tempo que passei com publishers digitais, 20 anos, me permitiu um entendimento e uma apreciação mais profundos do modelo de negócios e dos desafios. Muitos publishers estão tendo uma abordagem multifacetada para a criação de um modelo mais sustentável. Publicidade é uma parte. Assinantes, receita com leitores, é outra. E vemos este programa como sendo mais uma parte.

Por que alguém de publicidade é escolhido para consertar um atrito de dez anos ou mais?

BB – Uma das razões por que me animei a vir para notícias é por ter esse entendimento. Por ter visto o valor do jornalismo, mas também por entender o que está acontecendo no lado do negócio. A razão por que é importante para o Google é que nós vemos informação de qualidade como essencial para a sociedade e a democracia, mais amplamente. Estou animado a ajudar a fazer a ponte, superar a divisão, e a levar o negócio do jornalismo a um lugar mais sustentável. Da minha perspectiva, este programa de licenciamento sinaliza um grande desenvolvimento na maneira como trabalhamos com publishers, como apoiamos jornalismo de qualidade. Como mencionei, é só o começo.

Os primeiros países serão Alemanha, Brasil e Austrália. Há uma razão para estes três serem priorizados?

BB – Primeiro, queríamos dar a notícia, porque temos vários acordos assinados e estamos ansiosos para compartilhar isso amplamente. E ressaltar estes três países demonstra um dos princípios do programa, de buscar um conjunto diverso e representativo. Temos um das Américas, um no Pacífico e um na Europa. É emblemático da nossa abordagem.

Como estão as negociações no Brasil? E o que é específico nessa atenção ao mercado brasileiro?

BB – Estamos engajados com publishers que podem trazer seu jornalismo e voz editorial para a experiência. Queremos ter certeza de conseguir marcas respeitadas e publishers locais, assim como atores digitais. Enfatizar jornalismo é provavelmente mais importante do que nunca, uma forma de ajudar a lidar com alguns dos problemas complexos que estão sendo enfrentados no Brasil, como desinformação. É ajudar a garantir que as pessoas tenham um debate público bem informado. Parte da solução é oferecer às pessoas informação de qualidade e desenvolver ações que apoiem o jornalismo profissional. Isso é algo que eu destacaria como específico para o Brasil. Ajudar a conectar as pessoas às fontes mais confiáveis de informação.

Jornal Cidade RC
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