A vice-diretora da Escola Estadual Marciano de Toledo Piza, localizada no bairro Cidade Nova, não ocupa mais o cargo. De acordo com a vítima, a diretora que estava de férias retornou à atividade e informou aos alunos que a servidora “tinha se demitido” após o caso de racismo que ganhou repercussão nacional. Além dela, dois alunos, que teriam praticado as ofensas contra a estudante Maria Júlia Quirino, de 15 anos, também não estudam mais na instituição.

A Secretaria da Educação do Estado de SP (Seduc-SP) informa que a escola, após receber mais orientações da equipe do Conviva, reforçou as ações pedagógicas antirracistas voltadas para todos os alunos. a pedido dos responsáveis dos alunos, foi realizada a transferência dos estudantes para outras escolas da região. A vice-diretora também pediu afastamento da unidade.

Maria Júlia diz que de certa forma se sente aliviada, mas que ainda se encontra em estado de choque: “O fato dessas pessoas não estarem mais na escola evita a todo momento que os fatos e xingamentos venham à minha memória, porém, apesar do apoio que venho recebendo, percebo alguns olhares ‘tortos’ ou ‘estranhos’ para mim. Não vou negar que é muito difícil e angustiante. Quem fez isso comigo vai seguir, mas e a minha dor? Ninguém sabe o que eu sinto”, relata a aluna que ontem esteve presente na delegacia após ser chamada para ser ouvida pela investigação.

Ela e a mãe pretendem seguir adiante com o caso e esperam que todas as medidas cabíveis sejam adotadas e que a Justiça seja feita: “É inaceitável que casos como este continuem acontecendo. Como mãe vejo e percebo a dor da minha filha”, disse a mãe Maria Marlene Quirino.

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