RIO CLARO, SP, 29.06.2005: SUZANE-RICHTHOFEN – A estudante Suzanne von Richthofen, 22, acusada de ser mentora do assassinato de seus pais, é libertada do Centro de Ressocialização Feminino em 29 de junho de 2005, em Rio Claro (SP), após receber habeas corpus emitido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Apesar da confissão do crime, Suzane vai responder ao processo em liberdade. (Foto: Tuca Vieira/Folhapress)

ISABELLA MENON – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Suzane von Richthofen foi solta na tarde deste quarta-feira (11) 20 anos após sua prisão, em novembro de 2002, pelo assassinato dos pais Manfred e Marísia na zona sul de São Paulo. A Secretaria da Administração Penitenciária informou, por meio de nota, que a Justiça concedeu a ela a progressão ao regime aberto. O alvará de soltura de Suzane foi cumprido às 17h35.

Ré confessa, Suzane foi condenada em 2006 e está desde 2015 no regime semiaberto, no qual a execução da pena é realizada em colônias agrícolas, industriais ou em estabelecimentos similares. Em 2016, ela saiu pela primeira vez da prisão durante o feriado de Páscoa. No regime semiaberto, o condenado tem direito de trabalhar e frequentar cursos profissionalizantes, de ensino médio ou superior durante o dia, regressando à noite para sua unidade.

O crime em outubro de 2002 chocou o país. Aos 18 anos, a então estudante de direito da PUC-SP abriu porta da casa da família no Brooklin para que o então namorado, Daniel Cravinhos, à época com 21, e o irmão dele, Cristian, 26, assassinassem seus pais. Inicialmente, a polícia acreditava se tratar se de um caso de latrocínio (roubo seguido de morte). Porém, a casa não tinha sinais de arrombamento e tanto o alarme quanto o sistema interno de vigilância estavam desligados.

Dias após o crime, a compra de uma moto com parte do valor paga em dólares levou a polícia a desconfiar dos irmãos. Em 8 de novembro de 2002, Suzane, Daniel e Cristian foram presos e confessaram ter planejado e matado o casal. O caso ganhou dois filmes lançados na mesma data em 2020. Os longas são baseados nos autos do processo do assassinato do casal Von Richthofen e abordam as versões apresentadas por Suzane e Daniel ao tribunal.

Às vésperas da estreia, Suzane entrou com uma ação contra a produtora Santa Rita Filmes por causa dos longas “A Menina que Matou os Pais” e o “Menino que Matou Meus Pais”. A produtora, no entanto, ganhou todas as etapas em primeira instância do processo, que já foi transitado em julgado.

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