IBGE encerra coleta do Censo e inicia apuração final após atrasos

Imagem: Divulgação/IBGE.

Folhapress

São Paulo é o estado que tem a maior taxa de recusa a atender recenseadores do Censo 2022. A informação foi divulgada nesta terça (1º), durante o terceiro balanço da coleta de dados feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A média nacional de recusa está em 2,33%; a paulistana em 4,03%.

Com a dificuldade, o órgão passará a notificar condomínios com o alerta de que devem permitir a entrada dos recenseadores. Caso a proibição se mantenha, medidas judiciais poderão ser tomadas.

“Vamos entregar cartas de notificação a esses condomínios. Elaboramos um ofício de aviso que o síndico é obrigado a permitir a entrada do recenseador para a realização do censo. Caso insistam na recusa, o artigo 330 do Código Penal estará sendo descumprido”, disse Cimar Azeredo, diretor de pesquisas do IBGE.

O artigo 303 do Código Penal versa sobre “desobedecer a ordem legal de funcionário público”, cuja pena pode ser a detenção, de 15 dias a 6 meses, e multa.

É também em São Paulo que há a maior necessidade de recenseadores, com 3.874 vagas somente na capital. Em todo o país, são 90.552 recenseadores em campo -apenas 49,5% do total de vagas disponíveis.

Os trabalhadores temporários enfrentam recusas de parte da população a responder aos questionários. Fake news sobre o censo e até ameaças contra os profissionais adicionam obstáculos ao avanço da coleta. “A dificuldade ocorre onde o trabalho é mais competitivo. Também enfrentamos dificuldades com o período eleitoral, em que houve maior número de pessoas contratadas para trabalho em panfletagem e com bandeiras nas ruas”, analisou Azeredo.

Segundo Bruno Malheiros, diretor de recursos humanos do IBGE, não há atrasos de salários. Um recenseador em São Paulo pode receber até R$ 3.000, de 10 a 15 dias de trabalho. Mas há casos de trabalhadores que conseguiram receber R$ 12 mil devido à produtividade.

Além de São Paulo, seis das 27 unidades da Federação têm índice de recusa acima média nacional. Roraima, com 3,72%, e Rio de Janeiro, com 3,5%, vêm em seguida com os maiores índices. Já Paraíba (0,92%) e Piauí (1,08%) são os estados com a menor taxa de recusa.

Desde o início da operação, em 1º de agosto, até o dia 31 de outubro, foram recenseadas 136.022.192 pessoas, em 47.740.071 domicílios no país. Os trabalhos devem se estender até meados de dezembro, segundo o órgão, com os primeiros resultados previstos para serem divulgados em 28 de dezembro.

Azeredo também frisou que ainda não há necessidade do aumento do orçamento, no entanto, se não conseguirem contratar mais recenseadores, verbas destinadas para transportar funcionários entre cidades serão necessárias.

Até 31 de outubro, 66% da população já havia sido recenseada, o que representa cerca de 136 milhões de pessoas.

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