O Plano Municipal de Cultura ficou para ser votado em segundo turno na próxima legislatura da Câmara de Vereadores. Isto porque, na noite de ontem (14), sob protestos, os parlamentares aprovaram pedido de vistas de 30 dias. A solicitação do adiamento da votação foi protocolada pelos vereadores Anderson Christofoletti (MDB), Seron do Proerd (DEM), Rogério Guedes (PSL) e Thiago Yamamoto (PSD), ganhando apoio dos vereadores Irander Augusto (Republicanos), José Pereira (PSD), Val Demarchi (DEM), Paulo Guedes (PSDB) e Júlio Lopes (PP).

Os parlamentares não falaram publicamente em plenário sobre a motivação do adiamento, mas informaram que a nova justificativa é por conta do impacto financeiro que o projeto de lei poderia impor, além da constituição do Conselho de Cultura. Na semana passada, com a ajuda da bancada religiosa, uma emenda que exclui mulheres, negros, indígenas, juventude, deficientes e LGBTQ+ foi aprovada e corria-se o risco de todo o projeto de lei ser derrubado ontem sem o adiamento.

Carol Gomes (Cidadania) lamentou o ocorrido e expôs a intolerância dos colegas. “Esse Plano ficou nesta Casa por meses e só agora viram que o Conselho seria deliberativo? É hipocrisia, política rasteira, o que vemos é individualismo, fundamentalismo. Jesus mandou olharmos o próximo, não segregar e olhar para si”, declarou. Geraldo Voluntário (MDB) acompanhou, afirmando que “Deus é um só para todos segmentos religiosos. Por que estamos tirando o direito de um cidadão? Estamos sendo humilhados”, questionou.

Maria do Carmo Guilherme (MDB) acrescentou que “eu peço desculpas. Temos que respeitá-los, é uma grande decepção”. Anteriormente à votação em plenário, Janaina Augusto, representante do Conselho da Comunidade Negra de Rio Claro, chegou a apelar em discurso pela aprovação do projeto com a alteração na emenda que excluiu os negros, assim como Ari Rios, diretor de políticas sindicais do Sindicato dos Servidores Públicos de Rio Claro, em vão. Com isso, o projeto retorna somente em 2021.

Última

Na última sessão ordinária do ano, 18 projetos de lei foram aprovados. O texto do Plano de Cultura ficou para a próxima legislatura

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