Alaane enfrenta a doença com otimismo e um sorriso no rosto

Dia 4 de fevereiro é o Dia Mundial de Combate ao Câncer. Instituição tem atualmente 557 pacientes em tratamento

O Dia Mundial do Câncer é uma iniciativa da União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), a maior e mais antiga organização internacional dedicada ao controle da doença, que reúne mais de mil organizações ligadas ao câncer em cerca de 160 países. Trata-se de uma data importante de conscientização internacional no calendário global de saúde que propõe ações de educação, de conscientização e de diálogo com governos.

Para o triênio 2022-2024, foi escolhido o tema “Close the care gap”, trabalhando a questão da equidade no controle do câncer. O objetivo é mostrar a importância de termos um mundo com acesso a serviços de câncer melhores e mais justos para todos.

Na cidade de Rio Claro um importante trabalho, que acontece na Santa Casa desde 2008, vale ser lembrado em data tão significativa. O setor de Oncologia tem atualmente 557 pacientes em tratamento (quimioterapia e hormonioterapia): “Atendemos a pacientes do Sistema Único de Saúde em diversas patologias oncológicas, pautados na humanização e acolhimento ao paciente com câncer. A porta de entrada é regulada através da Fundação Municipal de Saúde. Contamos com uma equipe de oncologistas clínicos e cirúrgicos, além da equipe multidisciplinar envolvendo enfermagem, farmacêuticos, psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas e serviço social”, conta Fabiana Schnetzler, que é gestora há sete anos do setor de Oncologia da Santa Casa de Rio Claro.

Fabiana Schnetzler – gestora do setor de Oncologia

Além dos que moram no município, o setor também atende pacientes de Santa Gertrudes, Analândia, Ipeúna, Corumbataí e Itirapina: “É importante ressaltar neste ponto que a Oncologia da Santa Casa de Rio Claro é também referência para tratamento de neoplasia maligna de cabeça e pescoço para todos os 26 municípios da nossa regional, que é a Diretoria Regional de Saúde de Piracicaba DRS-X”, explica a gestora.

Um levantamento realizado no ano passado aponta que 50 novos casos da doença foram atendidos por mês na instituição e com isso o setor busca ampliação: “Já temos um projeto pronto e um local que será na Rua 1 com a Avenida 19. Necessitamos de um espaço maior para trazer ainda mais conforto e acolhimento a nossos pacientes. O objetivo é dar início à construção ainda neste ano, mas para isso teremos que contar com o apoio da sociedade, já que o custo está estimado em R$ 5 milhões”, revela Fabiana.

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Parte da equipe de profissionais do setor de Oncologia

A reportagem do Jornal Cidade também teve a oportunidade de acompanhar alguns pacientes que estão sob os cuidados da Santa Casa enfrentando a doença. A primeira delas, por motivos pessoais, preferiu não se identificar. Ela enfrenta o terceiro tratamento em cinco anos: “Em 2019 fui diagnosticada com câncer de mama e me curei. Dois anos depois, em 2021, tive o resultado positivo para câncer de pele e iniciei um novo tratamento. Por fim agora estou de volta para dar início a uma nova fase, quando luto contra câncer nos ossos e fígado. Confesso que das três vezes que recebi o diagnóstico agora foi que fiquei mais abalada, mas eu estou encarando de frente e positivamente. Graças a Deus que tem tratamento e sou muito grata por ser muito bem assistida aqui na Santa Casa de Rio Claro. São verdadeiros anjos na minha vida todos os profissionais que aqui estão. Nesta etapa venho uma vez por mês para ser medicada e acolhida, e eu faço questão de dizer isso porque é muito importante para quem enfrenta a doença”.

Já Alaane Aparecida de Castro de Souza, 58 anos, enfrenta o tratamento pela primeira vez. Com casos da doença na família, a moradora do bairro Jardim das Palmeiras recebeu o diagnóstico de câncer no intestino no dia 11 de outubro do ano passado: “Eu comecei a sentir dor na região abdominal, desconforto, ânsia. Foi em um raio-X que eu fiz na 29 que a médica viu que havia uma obstrução no meu órgão e já fiquei internada. No dia seguinte já passei por cirurgia e em novembro iniciei a quimioterapia. Venho a cada 21 dias aqui na Santa Casa para a medicação na veia e também tomo remédios em casa. Confesso que aceitei bem a doença e me propus a lutar contra ela. E nesses momentos em que estou aqui, junto a outros pacientes que enfrentam a mesma situação, é fortalecedor. Somos uma família, conversamos, trocamos experiências e nesse processo percebemos que não estamos sozinhos. A doença pode estar no meu corpo, mas a luta é conjunta. O que essa equipe do setor de Oncologia faz é nos mostrar que a medicina e o acolhimento podem trazer a cura”, finaliza.

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Pacientes durante o tratamento na Santa Casa de Rio Claro

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