Brasil já registrou mais de 500 mil casos da doença este ano; número é quatro vezes maior que em 2023

O Brasil já registra 512.353 casos de dengue em 2024, de acordo com dados divulgados na terça (13) pelo Ministério da Saúde. O número inclui as ocorrências e casos prováveis, ou seja, que ainda estão em investigação. Os dados são atualizados semanalmente pelo Ministério da Saúde, desde o início do ano. O estado de São Paulo é o segundo no ranking com 83.651 casos e 15 mortes (21 outros óbitos estão em investigação).

Em Rio Claro, com 21 casos até janeiro, bairros com mais incidência são Jd. Novo I, Jd. Novo II, Jd. das Palmeiras e Vila Alemã. Diante desse aumento de casos, o Jornal Cidade preparou várias perguntas sobre a doença e o mosquito transmissor para Valeska Hamori Canhamero, responsável pelo setor de Vigilância Epidemiológica da Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro. A seguir ela esclarece verdades e mitos com informações importantes para a população.

(JC) – Existe um tipo sanguíneo preferido do Aedes aegypti?

(Valeska) – Apesar de algumas informações descreverem algo sobre a relação de tipo sanguíneo X dengue, cientificamente não há comprovação e trabalhamos com a informação de que todos são suscetíveis.

(JC) – O vírus da dengue só é transmitido pela fêmea do mosquito?

(Valeska) – Sim.

(JC) – O Aedes aegypti só pica durante o dia ou à noite também?

(Valeska) – O hábito de circulação do mosquito é no período diurno.

(JC) – É verdade que o mosquito não consegue atingir locais altos?

(Valeska) – O voo fica mais limitado a locais baixos (altura dos membros inferiores) e não há estudos que especifiquem a altura de voo. Porém, em edificações que possuem elevadores, eles podem servir de mecanismo para que o mosquito atinja lugares mais altos, por isso todos devem eliminar recipientes que acumulem água, inclusive em edifícios.

(JC) – Além da água parada, as larvas do mosquito gostam de sol e luz forte?

(Valeska) – O ambiente de reprodução ideal do Aedes aegypti é local com água parada e temperatura elevada, independente de luz solar direta.

(JC) – A dengue pode ser contraída mais de uma vez?

(Valeska) – Sim, pois existem 4 tipos de vírus (Den 1, 2, 3 e 4). Uma vez picada por um tipo de vírus, a pessoa desenvolve imunidade, mas em virtude da circulação de outro tipo de vírus, o mosquito pode picar a pessoa que já teve a doença anteriormente por outro vírus.

(JC) – O uso de inseticidas nos ambientes é suficiente para eliminar o Aedes aegypti?

(Valeska) – Inseticidas na forma de aerossol são eficazes.

(JC) – Velas de citronela são realmente eficazes?

(Valeska) – Pode auxiliar, mas não é a recomendação que fazemos. Repelentes líquidos daqueles ligados nas tomadas são mais eficientes para repelir o mosquito.

(JC) – Como tem sido o trabalho e as escolhas dos bairros em Rio Claro para que as equipes realizem vistorias e orientações?

(Valeska) – A partir do envio de notificação de suspeita, já é informado o CCZ para que as ações de bloqueio nas redondezas do domicílio dessa suspeita sejam desencadeadas.

(JC) – Quantos casos foram registrados em todo o ano de 2023? Quantos casos temos até o momento em 2024?

(Valeska) – 2023 – 700 casos positivos

2024 – 21 casos (dados até janeiro).

(JC) – Quais os bairros de Rio Claro com maior número de casos até o momento?

(Valeska) – Estamos com os casos espalhados. Os mais atingidos são Jardim Novo I, Jardim das Palmeiras, Vila Alemã e Jardim Novo II.

Importante:

1. Pessoas confirmadas com dengue devem usar repelente, pois o mosquito pode transmitir a dengue para as demais pessoas que convivem no mesmo local.

2. Na presença de febre, dor de cabeça, dor no corpo, procurar atendimento médico para avaliação.

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