Ednéia Silva

Rio Claro investiga um caso suspeito da febre chikungunya. A vítima é uma mulher que começou a sentir os primeiros sintomas da doença há cerca de duas semanas. Ela foi atendida por um médico que suspeitou de artrite e reumatismo e a encaminhou para um reumatologista. Foi esse profissional que desconfiou que poderia ser chikungunya.

Tito Lúcio, marido da paciente, conta que o médico solicitou que fosse feito exame de dengue, mas o resultado deu negativo. O profissional então informou a Vigilância Epidemiológica sobre a suspeita no mesmo dia do atendimento para que fossem tomadas as devidas providências. Porém, segundo ele, a família não foi procurada pelo órgão.

Diante da demora, o marido procurou a central da dengue para para agilizar o processo. Foi somente na última segunda-feira (6) que ele conseguiu a guia para fazer o exame. O problema é que o resultado demora cerca de 20 dias. Enquanto isso a paciente não pode iniciar o tratamento porque não tem diagnóstico confirmado. Como as dores são muito fortes, ela está tomando Tramal para controlá-las. Tito reclama que se o exame tivesse sido feito logo no início não teria se perdido tanto tempo.

Em nota, a Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro informou que “a Vigilância Epidemiológica só pode atuar num caso assim quando recebe a notificação sobre o estado de saúde do paciente. Assim que acontece a notificação acusando a suspeita, a VE faz o protocolo exigido pelo Ministério da Saúde e colhe os exames necessários para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo”.

O comunicado diz ainda que “independente de resultado de exame o paciente com suspeita deve seguir os procedimentos indicados pelo profissional médico que o atendeu. No caso de agravamento da situação, o paciente deve procurar imediatamente o serviço de saúde”.

SOBRE A DOENÇA

A infecção pelo vírus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais dolorosos. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), além da “dor nas juntas”, os principais sintomas da chikungunya são febre, náusea, dor de cabeça, fadiga, irritação na pele, ânsia de vômito e dor muscular. Outra importante diferença em relação à dengue é que os sintomas da chikungunya podem perdurar por vários meses. Assim como a dengue, o paciente que contrair a febre uma vez fica imune ao vírus.

No idioma africano makonde (língua falada por um grupo que vive no sudeste da Tanzânia e norte de Moçambique), o nome chikungunya significa “aqueles que se dobram”, em referência à postura que os pacientes adotam diante das penosas dores articulares que a doença causa. A doença é transmitida pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes aegypti, e também pelo mosquito Aedes albopictus.

O vírus foi isolado inicialmente na Tanzânia por volta de 1952, em uma aldeia próxima à fronteira com Moçambique. Desde então, há relatos de surtos em vários países do mundo. A doença chegou ao Brasil no ano passado. Desde então já infectou 3.822 pessoas, segundo levantamento feito pelo Ministério da Saúde até o dia 7 de março. Foram 2.772 casos autóctones em 2014 e 1.049 neste ano.

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