A pandemia do novo coronavírus forçou uma reinvenção por parte de muitos profissionais, e com os professores não foi diferente. Há mais de dois meses as salas de aula estão vazias e ainda não existe uma previsão de retomada presencial para lecionar a milhares de alunos. Na tentativa de não se perder o ano letivo, a maneira encontrada foi usar e abusar da tecnologia para que a educação não ficasse ausente no dia a dia do aluno.

A reportagem do JC conversou com dois professores de escolas estaduais que falaram sobre as dificuldades desta interação online e também de como o ensino presencial é indispensável.

Professor há 15 anos, Andrei Guimarães Pinto leciona geografia na Escola Estadual Professor Délcio Baccaro, no Jardim Inocoop. Ele afirma que busca se aperfeiçoar neste momento através de tutoriais e troca de experiências com os professores mais novos que dominam estas novas tecnologias: “A rotina de trabalho está sendo em função do aplicativo do Centro de Mídias Paulista da Secretaria da Educação, no qual assistimos às aulas, e tiramos as dúvidas dos alunos através do chat e pelo WhatsApp. Porém nada substitui a sala de aula. A educação se dá através da troca de experiências, do olho no olho, do estímulo à curiosidade dos alunos”.

Andrei Guimarães Pinto leciona geografia na Escola Estadual Professor Délcio Baccaro

Já Glauce Timoni Góes Peleias dá aulas de ciências e orientação de estudo e tem como público-alvo adolescentes do 6º ao 9º ano da Escola Estadual Professora Carolina Augusta Seraphim: “O maior desafio é a devolutiva dos alunos, porque a escola em si se organizou bem e, quando o aluno não tem acesso à internet, a diretora leva na casa ou o pai vai buscar a parte escrita. Mas da maioria eu recebo a foto do caderno por WhatsApp e daí começa o trabalho de ver quem mandou, de quem eu preciso cobrar, as fotos às vezes vem desfocadas, cortadas”, diz Glauce.

Diante de algumas dificuldades, ela resolveu se transformar em uma personagem de quem é fã: a professora Minerva da saga Harry Potter. Passou a gravar vídeos orientativos e bem descontraídos para os alunos e, de acordo com ela, o retorno foi imediato: “Eles passaram a prestar mais atenção no conteúdo que me enviavam. Além disso foi uma maneira que encontrei de levar uma alegria para eles que também já estão cansados deste isolamento”, finaliza a professora que também descobriu um lado atriz nesta pandemia.

A sua assinatura é fundamental para continuarmos a oferecer informação de qualidade e credibilidade. Apoie o jornalismo do Jornal Cidade. Clique aqui.