O professor doutor Mauro Galetti, docente do Departamento de Ecologia da Universidade Estadual Paulista (UNESP – Rio Claro)

Da Redação

O professor doutor Mauro Galetti, docente do Departamento de Ecologia da Universidade Estadual Paulista (UNESP – Rio Claro)
O professor doutor Mauro Galetti, docente do Departamento de Ecologia da Universidade Estadual Paulista (UNESP – Rio Claro)

O professor doutor Mauro Galetti, docente do Departamento de Ecologia da Universidade Estadual Paulista (UNESP – Rio Claro), publicou artigo na revista Science, que será lançada nesta sexta-feira (25). A publicação foi feita em conjunto com pesquisadores dos Estados Unidos, México e Reino Unido. No artigo, os cientistas mostram que o mundo está passando por um intenso processo de extinção de animais causado pela ação humana. A perda da fauna, chamada de “defaunação”, tem um forte impacto negativo nos ecossistemas.

“Nosso trabalho vem alertar para a rápida diminuição das populações de vertebrados e invertebrados no planeta e suas consequências para o bem estar da humanidade”, explica o professor Mauro Galetti. De acordo com ele, 322 espécies de vertebrados terrestres foram extintas desde 1.500. Na população restante, há redução de 25% na abundância. Declínio mais acentuado ainda se verifica na população de invertebrados: 45% em 67% das populações monitoradas.

A pesquisa realizada pelos docentes foi focada na extinção local de populações que é um processo muito mais rápido que a extinção de espécies. Portanto, o impacto no ecossistema é maior. “Essa extinção local de animais afeta o funcionamento dos ecossistemas naturais vitais ao homem”, destaca o pesquisador. Segundo ele, salvar os animais é importante porque eles fornecem serviços ambientais imprescindíveis à sobrevivência dos humanos. “Os animais beneficiam o bem estar da humanidade não apenas provendo de alimento, mas polinizando e dispersando plantas, e controlando pragas e doenças. Um planeta sem fauna trará sérias consequências à nossa própria espécie”, alerta Galetti.

Mas como garantir a proteção da biodiversidade? A criação de reservas, que vem sendo apontada como possível solução, é contestada por Mauro Galetti. Conforme ele, grandes áreas protegidas também estão “defaunadas” como a Mata Atlântica brasileira. O caminho apontado pelos cientistas para resolver o problema é a “refaunação”, ou seja, proteger os animais da caça e da extração ilegal em áreas protegidas e reintroduzir os animais extintos em seus habitats naturais.

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