Walter Rocha e Silva teve o nariz quebrado ao ser atingido por uma tartaruga, equipamento de sinalização de trânsito. O objeto foi lançado por seu aluno, de 14 anos

Adriel Arvolea

Walter Rocha e Silva teve o nariz quebrado ao ser atingido por uma tartaruga, equipamento de sinalização de trânsito. O objeto foi lançado por seu aluno, de 14 anos
Walter Rocha e Silva teve o nariz quebrado ao ser atingido por uma tartaruga, equipamento de sinalização de trânsito. O objeto foi lançado por seu aluno, de 14 anos

No dia 5 de maio de 2015, um professor foi agredido em sala de aula, na Escola Estadual Prof. João Baptista Negrão Filho, no Jardim Guanabara II. A vítima, Walter Rocha e Silva, teve o nariz quebrado ao ser atingido por uma tartaruga, equipamento de sinalização de trânsito. O objeto foi lançado por seu aluno, de apenas 14 anos.

Segundo o docente, esta não foi a primeira vez que o estudante causou problemas na unidade escolar. “O aluno estava chutando as cadeiras e pedi para que se retirasse da sala, sendo mandado à diretoria. Ele retornou para pegar o material escolar e fez ameaças contra a minha vida. Então, eu o acompanhei à direção quando ele pegou o objeto e lançou contra a minha cabeça”, relata.

No momento, Silva afirma que está com medo e deve buscar nova orientação profissional, já que se sente inseguro diante do caso. “Tenho medo de voltar para a escola. Não sei o que eu faço. Com ele na rua ou na escola, tenho medo. Penso em deixar a sala de aula. Falta respeito e somos (professores) impossibilitados de realizar o nosso trabalho”, confessa o docente.

Conforme avalia, boa parte dos alunos, ainda, tem respeito para com o professor. O problema reside, dentre tantos outros, no fato de o estudante ficar sentado, por quatro horas, numa cadeira dura, olhando para o quadro negro escrito com giz, o que cansa e causa certa revolta. “Fiquei com raiva do aluno que me agrediu, claro. Mas, será que ele não é mais uma vítima da sociedade? O sistema num todo provoca isso. Este é só mais um caso que se soma à violência contra os professores”.

Silva conta que iniciou o sonho de ser professor em 1998, quando fez Magistério. Já em 2009, cursou licenciatura em Química para voltar às salas de aula, mas confessa que está frustrado, novamente, após a agressão. Uma das atuais reivindicações da greve dos professores é a segurança e a melhoria das escolas. “Esta foi a pior situação que vivenciei em sala de aula. Além de professor, somos amigo, pai e conselheiro, mas não esperava por isso”, desabafa.

Enquanto isso, Silva só espera que as coisas melhorem tanto para ele quanto para o aluno que o agrediu em sala de aula. Uma esperança para quem acredita na educação pública.

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