Frequentemente acionada para intervir, PM alerta que se trata de questão social e de saúde, setores sob responsabilidade da prefeitura

Teve grande repercussão nas redes sociais do Jornal Cidade na semana que passou a entrevista com o capitão Arruda, comandante da 1ª Cia da Polícia Militar em Rio Claro, a respeito dos moradores em situação de rua (ver vídeo abaixo). É no 190 que chegam muitas queixas de cidadãos de Rio Claro cobrando patrulhamento e remoção desses cidadãos dos lugares que ocupam na cidade. Além de explicar que as equipes só podem agir se há prática de crime, o policial destacou que se trata mais de uma questão social e de saúde, ou seja, um “´puxão de orelha” nos órgãos públicos responsáveis por essas áreas no município. Para o capitão Arruda, a população não deve dar esmolas, porque esse ato, embora movido pela solidariedade, ajuda a manter esses indivíduos vagando pelas ruas, sem solução para seus problemas .

Não é de hoje que as ações do poder municipal, ou a falta delas, a respeito das pessoas em situação de vulnerabilidade recebem questionamentos. Nos últimos dias, moradores em situação de rua procuraram o JC para alertar sobre problemas no atendimento e falta de segurança na Casa São Pio, mantida pela Associação Luz do Mundo, atual parceira do município no oferecimento de abrigo. Vale lembrar que durante décadas esse atendimento foi realizado em Rio Claro pelo Centro Espírita Verdade e Luz.

Em sua última entrevista na rádio Jovem Pan News, o prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) falou sobre a construção da Avenida Integração, ao longo da antiga ferrovia. Como efeito colateral, o projeto deve acabar com a concentração de dependentes químicos que se abrigam sob pontilhão da rua 6, na altura do Cervezão. Mas não existe um projeto específico para a situação.


“Vai ser um grande desastre do ponto de vista da história do planeta e do ponto de vista da ocupação humana no interior de São Paulo (…) apenas estamos questionando, inclusive junto ao Ministério Público, junto ao Gaema , que não concordamos com esse ponto escolhido”

Alexandre Perinotto, docente e pesquisador da Unesp e representante da universidade no Conselho Estadual do Meio Ambiente, sobre projeto do governo estadual de construção de uma represa entre Rio Claro e Ipeúna, na área dos rios Cabeça e Passa Cinco
Alexandre Perinotto

Alinhavos – Pelos lados do Solidariedade, o que não faltam são conversas do presidente Francisco Quintino e do filiado José Martiniano Grillo Neto, pré-candidato a prefeito, com lideranças da política local. Embora na classificação de Quintino a sigla esteja hoje no centro, as tentativas de articulação também caminham para a esquerda e para a direita. Na foto, Grillo com o vice-prefeito Rogério Guedes (PL mas de mudanças para o União Brasil) em evento ambiental ocorrido em setembro. Tanto Quintino como Grillo não falam em nomes, mas o que se sabe nos bastidores é que também já teriam acontecido conversas com os ex-prefeitos Juninho da Padaria (Patriota) e Du Altimari (MDB), o presidente do PT, João Guilherme (também “prefeiturável”) e o coronel Tomazella.

lll Outro lado

Questionado sobre a aproximação com a direita local enquanto em Brasília apoia o governo Lula (PT), Quintino argumenta: “Solidariedade se posiciona na construção de projeto político de centro no entendimento que a polarização nos extremos foi desgastante no embate político e na sociedade. É necessário pacificar o debate e avançar no diálogo de interesse da população de Rio Claro para além do fanatismo político”.

lll Da paz

A declaração do secretário de Segurança, Gustavo Viegas, de que haverá fiscalização de veículos por parte da Guarda Civil Municipal, com integração junto à Polícia Militar, deixou no ar uma certa dúvida sobre como vinha sendo, ou se não vinha sendo realizada esse tipo de ação. Questionado, o novo secretário apenas respondeu que já existia, “apenas será intensificada”, evitando conflito com o antecessor Rogério Guedes.

lll Filho pródigo

A movimentação em torno do Partido dos Trabalhadores em Rio Claro, agora na fase “Lula no poder” produz alguns conflitos. A aproximação de antigos filiados, como o secretário da Habitação, Agnelo Mattos, que foi para o Cidadania, é criticada pelos que se ressentem pela saída no momento em que a sigla enfrentava seu “inferno astral”. Por outro lado, há os que já calculam quantos votos esse retorno pode trazer.