No mês em que se comemorou o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 junho), o Jornal Cidade foi conhecer a história de um funcionário público que tem uma importante missão: o controle de tudo o que entra no aterro sanitário de Rio Claro. Aos 70 anos de idade, 43 deles Geraldo Cardoso já dedicou à função: ele é o balanceiro do local e de quebra um patrimônio, já que é o trabalhador mais antigo na Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

“A balança funciona porque todos os resíduos coletados na cidade de Rio Claro são pesados para depois serem levados e descartados no aterro sanitário. A gente faz isso para ter uma ideia de quanto de resíduos o município produz e de qual a vida útil do nosso aterro sanitário”, explicou Regina Ferreira da Silva (diretora do Departamento de Resíduos Sólidos).

Nascido em Guarantã, no estado de São Paulo, Geraldo escolheu a Cidade Azul para morar e tem o local de trabalho como sua segunda casa: “Todos os dias eu saio de onde eu moro, no bairro São Miguel, com alegria para vir trabalhar. O percurso é longo mas a satisfação da gente fazer o que ama é maior”, relata.

Geraldo é o balanceiro da noite e pesa por expediente aproximadamente 10 caminhões de lixo de diferentes partes da cidade. Ao receber a reportagem com muita simpatia e um jeito leve de ver a vida em sua sala, fez questão de contar ‘tim tim por tim tim’ tudo o que faz: “Quando eu chego eu subo as escadas, abro a minha sala e a primeira coisa depois disso é passar álcool em gel na minha mesinha. Depois é só esperar os caminhões irem chegando. Quando chega eu vou pesando e anotando tudo: o peso bruto, o da tara, o líquido… e assim eu vou tocando a vida”, enfatiza o idoso com um sorriso no rosto.

Sobre as lembranças de antigamente, ele faz questão de dizer o tanto que o trabalho se tornou mais prático a partir de mudanças: “Lá no começo, há 43 anos, não era nessa casinha que eu ficava, era em outro lugar. Lá só tinha um bocal de lâmpada, não era assim como é hoje. Muitas vezes ficava no escuro, dava medo, porque o expediente muitas vezes termina de madrugada”.

Ele ainda ressalta que outra coisa gratificante da profissão, além de contribuir com o meio ambiente, são os amigos: “Eu faço questão de tratar todo mundo bem e com isso fiz muitas amizades. Tenho carinho por todos que por aqui passaram e ainda passam. Já perdi alguns que infelizmente faleceram, mas ficam as lembranças. Poder fazer parte da história do desenvolvimento da cidade, através das minhas mãos e anotações, é uma alegria enorme”, finaliza seu Geraldo.

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