Bolsonaro passeia de moto e, sem máscara, cumprimenta apoiadores em Guarujá, no litoral paulista, neste sábado (10) – Reprodução/Jair Bolsonaro no Facebook

KLAUS RICHMOND – GUARUJÁ, SP (FOLHAPRESS)

No litoral paulista para passar o feriado de Nossa Senhora Aparecida, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez neste sábado (10) um passeio de moto pelas ruas de Guarujá e voltou a se aglomerar com apoiadores.

Acompanhado de grande comitiva, Bolsonaro deixou o Forte dos Andradas no início da manhã. No trajeto de moto, ele parou por cerca de dez minutos no Canto do Tortuga, na Enseada, uma das praias mais populares da cidade, e desceu do veículo para conversar com apoiadores.

O presidente permaneceu durante todo o período sem máscara. No contato com apoiadores, criticou as medidas de isolamento social determinas por prefeitos e governadores para conter a disseminação do novo coronavírus. “Eu não mandei ninguém ficar em casa”, afirmou Bolsonaro.

O Brasil chegou neste sábado à marca de 150 mil mortos pela Covid-19.
No retorno ao forte, ele participou de uma live em suas redes socais ao lado de uma apoiadora.

Bolsonaro voltou a defender a indicação do juiz federal Kassio Nunes para a vaga de Celso de Mello no STF (Supremo Tribunal Federal). A nomeação ainda precisa ser aprovada pelo Senado.

“De onde ele está saindo [TRF-1] virá uma lista tríplice e quem vai indicar sou eu. Tem muita gente boa que passou pelo governo do PT. A gente não vai pegar e falar para esse pessoal: ‘olha, você trabalhou e está fora’. Tem gente que tem cabeça de militante, daí sempre vejo sempre a questão da pró-atividade deles”, argumentou.

O nome de Kassio para o Supremo foi criticado por bolsonaristas pelo fato de, em 2011, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) ter sido a responsável por indicá-lo ao TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) em lista sêxtupla elaborada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Kassio não estava entre os cotados para a indicação. Nomes como os de Jorge Oliveira, amigo de Bolsonaro e ministro-chefe da Secretaria Geral, além do de André Mendonça, atual ministro da Justiça, circulavam como favoritos.

O presidente também comentou processos julgados por Kassio que têm sido alvo de críticas de seus aliados. Em um deles, o então juiz federal liberou uma licitação do STF que previa a compra de itens considerados de luxo como lagosta e vinhos premiados.

“A lagosta é a lisura da licitação, não é a lagosta em si, esse foi o julgamento dele”, disse Bolsonaro, destacando que não levou em conta apenas o currículo de Kassio para indicá-lo ao STF.

Bolsonaro também foi questionado sobre o ex-ministro Sergio Moro, com quem acumulou uma série de atritos até a turbulenta saída do ex-juiz do governo, em abril. O presidente indicou que haveria pressão para Moro ocupar o cargo em que Kassio Nunes está cotado.

“Se o Sergio Moro não tivesse pedido demissão, hoje o pessoal estaria pressionando pra ele ir para o Supremo. Não sei se subiu para a cabeça, ele que tem que responder. Eu sei que desde quando ele saiu a PF triplicou as apreensões de drogas, de ilícitos, essas instituições se soltaram.”

Esta é a quinta visita de Bolsonaro ao forte e a sexta ao litoral sul paulista enquanto presidente – a última ocorreu em 7 de agosto, em visita às obras na ponte dos Barreiros, em São Vicente.

De acordo com o Palácio do Planalto, Bolsonaro não tem previsão de compromissos oficiais no período. Ele está acompanhado da filha mais nova, Laura, e deve retornar a Brasília nesta segunda-feira (12).

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