Edneia Silva

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Operários trabalham na construção de adutora no bairro Cidade Nova, em Rio Claro (foto divulgação)

Em tempos de crise hídrica, o investimento na redução do consumo e combate às perdas tem sido o encontrado pelas prefeituras para evitar o racionamento. Os municípios têm implementado ações e investido em melhorias na infraestrutura para diminuir os índices de perda d’água.

A Prefeitura de Ipeúna assinou, no último dia 24, contrato para adesão ao Plano Diretor de Combate às Perdas de Água, que vai beneficiar 14 cidades que fazem parte da Bacia PCJ – Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Uma empresa foi contratada para avaliar a situação do município com relação ao desperdício e apresentar um diagnóstico que permita que o governo municipal tome medidas para diminuir as perdas de água. O relatório deve ficar pronto em oito meses.

O prefeito de Ipeúna, Ildebran Prata, considera reduzir as perdas de água um desafio porque elas comprometem os sistemas públicos de abastecimento. No caso de Ipeúna, o prefeito informa que as perdas estão “relacionadas com as redes de amianto, que são antigas e ultrapassadas”.

Segundo ele, as ferramentas gerenciais que serão obtidas com o plano serão fundamentais na busca de recursos para otimizar o sistema de abastecimento, aumentar a eficiência operacional e melhorar o atendimento à população. O índice de perdas na cidade é de 35,62%.

Em Rio Claro, o índice de perdas é de 35%. O Daae (Departamento Autônomo de Água e Esgoto) vem tomando medidas para reduzir esse percentual. Uma delas é a substituição das comportas das Estações de Tratamento de Água (ETA) 1 e 2 e revestimento da central de distribuição da ETA 2. Além disso, o Daae substituiu a tubulação de cerca de 100 mil metros de rede de abastecimento. Também, houve investimento para a construção de sete reservatórios elevados e da barragem no rio Corumbataí.

O Daae elenca, ainda, a “recuperação e reativação do reservatório elevado de concreto da Vila Martins, que ficou desativado por cerca de 25 anos; implantação do monitoramento do nível dos reservatórios de água; início do processo de setorização e macro medição do sistema de abastecimento; troca e implantação de novos hidrômetros; implantação de mais de 24 quilômetros de novas adutoras; e ampliação da ETA 2”.

Segundo o Daae, muitas destas obras “já foram realizadas e outras estão em fase final de implantação”. Além disso, a autarquia ressalta que faz constantemente a manutenção corretiva e preventiva do sistema.

Em Santa Gertrudes, o índice de perdas caiu pela metade em três anos. De acordo com a Odebrecht Ambiental, que administra o sistema, as perdas eram de 50% quando a concessionária assumiu o serviço em 2011. Hoje, o percentual caiu para menos de 26%, um dos menores da região.

A empresa afirma que o trabalho para redução das perdas é contínuo e envolve várias ações, como agilizar o atendimento e correção de vazamentos que é feito em, no máximo, 2h45. Houve planejamento de investimentos para realização de trocas de rede completas, trocas de hidrômetro, setorização ou automação.

“As medidas preventivas praticadas pela Odebrecht Ambiental em Santa Gertrudes passam por investimentos em automação de todo o sistema de produção, reservação e distribuição de água, controle de bombeamentos com equipamentos eletrônicos, capacitação técnica das equipes, programas de caça-vazamentos, trocas de extensões completas de redes, uso de materiais de alta qualidade em redes e ligações, vistorias residenciais, dentre várias outras medidas”, explica a concessionária.

A empresa, também, conseguiu resultado positivo em Limeira com relação a perdas de água tratada. A cidade tem um dos menores índices de perdas do país: cerca de 15%. Na década de 1990, esse percentual era superior a 45%. Isso foi possível aos investimentos realizados, principalmente no controle de vazamentos.

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