Gabriel Martins Alves de Oliveira, 2, morreu na sexta-feira (12) ao ser esquecido no carro

Ednéia Silva

Gabriel Martins Alves de Oliveira, 2, morreu na sexta-feira (12) ao ser esquecido no carro (Imagem: Reprodução Globo News)
Gabriel Martins Alves de Oliveira, 2, morreu na sexta-feira (12) ao ser esquecido no carro (Imagem: Reprodução Globo News)

Três casos de crianças esquecidas dentro de automóveis terminaram em morte em menos de cinco dias. Duas crianças morreram na última quarta-feira (17) após serem esquecidas pelos pais dentro do carro. Os casos ocorreram em São Bernardo do Campo e em Belo Horizonte (MG). Na sexta-feira (12), um caso semelhante aconteceu no Rio de Janeiro. Um menino de dois anos morreu ao ser deixado por duas horas dentro de um veículo de transporte escolar irregular.

A polícia está investigando os três casos. A morte do menino Gabriel Martins Alves de Oliveira, de dois anos, causou revolta em muitas pessoas. Isso porque a Polícia Civil do Rio de Janeiro descobriu que a motorista que deveria levá-lo à escola deixou o menino no carro sob sol forte por duas horas para fazer as unhas num salão de beleza. O fato foi comprovado por câmeras de segurança que filmaram a mulher entrando no salão. O garoto morreu de insolação. A polícia está investigando as circunstâncias da morte do menor para verificar se houve crime de abandono de incapaz.

Nos outros dois casos, o esquecimento foi causado por alteração na rotina dos pais. A pequena Marina Machado, 2, de São Bernardo do Campo, foi esquecida pelo pai. Ele pegou a criança na casa da avó para levá-la à escola. Ao ser informado de que a instituição não estava funcionando, ele foi para o trabalho, esquecendo a menina dentro do automóvel. Cinco horas depois, ele foi buscar a criança na escola, quando se deu conta do esquecimento. A criança já estava morta.

No mesmo dia, outra menina morreu de maneira semelhante no bairro Jaraguá, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. A pequena Clarisse, de um ano e 11 meses, foi esquecida dentro do carro pela mãe, que deveria tê-la levado à escola. A tarefa de levar a filha ao berçário era sempre executada pelo pai, que está viajando, portanto coube à mãe levá-la para a creche. No fim do expediente, ao buscar a filha na escola, foi informada de que a menina não tinha ido. Ela então foi até o carro, onde encontrou a criança.

Por que esses casos têm sido cada vez mais comuns? A psicóloga Valderez G. Marques credita o fato à correria do dia a dia. Junte-se a isso estresse, as cobranças diárias relativas ao trabalho e ao lar, e tragédias como essas, infelizmente, podem acontecer. Para ela, não dá para julgar esses pais, porque essas mortes são um reflexo da sociedade em que vivemos, que não oferece possibilidade de sair da rotina.

No entanto, a psicóloga observa que podem existir coisas mais complexas nesses esquecimentos, que exigem um estudo desse comportamento de forma mais aprofundada para se falar com certeza sobre o assunto.

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