Quem passa pelas avenidas 1 e 2-JF, no Jardim Floridiana, é beneficiado com um colorido que enche os olhos. O responsável pela ‘obra de arte’ natural em uma rotatória é Carlos Roberto Jucosky, 62 anos, morador do bairro há 25 anos. O dispositivo construído no local foi uma maneira de trazer mais segurança ao trânsito, mas seu Carlos viu além e resolveu deixar o ponto mais agradável com um toque todo especial: “Em novembro do ano passado, eu tinha umas mudas de árvores em casa, como ipê por exemplo, e resolvi plantar. No meio da rotatória tinha só aquela braquiária. Mas daí eu pensei que essas árvores iam demorar de cinco a dez anos para pegar um porte e então eu optei por plantar um tipo de flor em toda a volta. Foi o começo dessa história, porque depois não parei mais e comecei a colorir. Plantei outras espécies como cravo, capitão e girassol”.

Mas não bastar apenas plantar, tem que cuidar e para isso seu Carlos separa um tempo três vezes na semana para fazer a manutenção: “Venho sempre cedinho por conta do calor. Faço poda, tiro folhas secas, é como uma terapia. Infelizmente eu dependo da chuva, se eu tivesse água seria melhor”, conta.

Essa paixão por plantas começou ainda na infância. Carlos guarda muitas lembranças boas: “Eu lembro de ir na casa da minha avó e ver ela mexendo com plantas. Minha mãe também era apaixonada por flores. Eu andava muito pelo mato e sempre trazia para ela samambaia, flores coloridas que eu encontrava, orquídeas. O quintal da minha mãe era repleto dessa beleza. Tudo plantado em latas, vasinhos. Infelizmente nenhuma das duas pôde ver como ficou a rotatória aqui. Tenho certeza de que iam gostar muito”, afirma.

Mas não foi só a rotatória que ganhou um toque especial. Seu Carlos também plantou na pracinha ao lado pelo menos umas 30 árvores frutíferas. Têm jambo, fruta do conde, acerola, atemoia, entre muitas outras qualidades: “Eu acredito que, se cada um plantasse algo em frente de casa, em algum lugar no bairro, a qualidade de vida seria bem melhor. Aqui no bairro eu vejo que ninguém se interessou muito pelo que eu fiz. É mais gente de fora que às vezes para, tira uma foto. Mas não tem problema, a minha parte eu fiz e não me arrependo. É uma terapia assim como minhas duas outras paixões, que é andar de bicicleta e pescar”, finaliza Carlos.

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