SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O médico Carlos Iglesias, que está no centro da confusão que aconteceu neste final de semana no restaurante Gero, nos Jardins, em São Paulo, disse que a briga começou porque o estabelecimento se recusou a atendê-lo.

Em entrevista ao Fantástico na noite deste domingo (27), Iglesias afirmou que chegou ao local às 21h, mas seus amigos atrasaram por volta de 50 minutos. Por causa da pandemia, os restaurantes na capital paulista só podem funcionar até as 22h.

“O restaurante estava lotado, cheio de gente, mais de cem pessoas. E aí o maitre falou: ‘Não vamos servi-los. Na sequência, vira uma loira que estava na mesa ao lado fala assim: ‘Vá embora, eu sou a dona do restaurante’. 21h50 da noite”, disse ele ao programa. Iglesias é membro da família que é dona do Grupo Rubaiyat (com restaurantes no Brasil, Espanha, Argentina e Chile).

Procurado pelo Fantástico, o Gero não quis se manifestar sobre o caso. A reportagem tentou contato tanto com o Grupo Rubaiyat quanto com o Gero (que pertence ao Grupo Fasano), mas não obteve retorno até a conclusão deste texto.

O vídeo da confusão, que aconteceu na noite de sexta (25), foi divulgado pelo colunista Leo Dias, do jornal Metrópoles, e viralizou na internet, gerando diversos memes.

ENTENDA

Ao ser informado de que não seria atendido, Iglesias teria se revoltado e passado a ofender clientes e funcionários. “Vai embora, nojento!”, gritava uma cliente dentro do restaurante. “Depois ele bate em alguma mulher”, preocupou-se outra.

Aos berros, o médico disse que tinha se portado como um cavalheiro, mas foi agredido por uma cliente. “Esta senhora desrespeitou a mim e eu não admito isso”, afirmou. “A senhora é uma mal educada. Você não é dona de espaço público.”

A confusão não terminou nem quando Carlos deixou o restaurante. Na porta, ele disse ter sido chutado (não fica claro se por um segurança da casa ou por outro cliente).

“Vamos resolver isso na polícia”, dizia. “Deixa a polícia vir que eu vou resolver isso com você.”

Enquanto isso, outros clientes hostilizavam o médico. “Qual o seu CRM mesmo? A gente quer o número pra nunca mais lembrar que ele existe”, disse uma frequentadora. Nesse momento, ouve-se um coro: “CRM! CRM! CRM!”.

Outro cliente tentou apaziguar os ânimos: “Deixa eu te falar, você bebeu um pouco a mais, vai descansar”. “Eu não vou descansar, eu vou registrar um BO contra vocês, que vocês merecem”, respondeu Carlos.

“Eu sou cliente da casa, eu quero te ajudar, calma!”, pediu o homem, que se identificou como “irmão do delegado federal Marcelo Ivo”. A essa altura, o médico já havia ligado para alguém chamado João Batista. “Ele é meu delegado”, afirmou. “Que Marcelo Ivo?”, continuou. “E daí, você é melhor? Você não”.

Outro rapaz tentou intervir, mas Carlos não gostou. “Tira a mão de mim, não encosta em mim que eu não estou encostando em você”, reclamou.

“Você vai se arrepender”, comentou o irmão de Marcelo Ivo. “Você vai me dar uma porrada?”, questionou o médico. “A gente é educado, a gente tem berço”, retrucou o rapaz. “Você está falando com alguém que tem berço.”

“E eu não tenho?”, quis saber. “Não, não tem”, gritou uma cliente de longe.
No sábado (26), Carlos fez um novo vídeo falando sobre a confusão. “Eu vou passar um recado pra vocês, seus playboys que estavam lá no Gero ontem embriagados e que não têm educação”, disse. “Eu, graças a Deus, conheço a família Fasano há muitos anos e, por onde ando, ando com orgulho e saúde. Por onde piso, piso com educação.”

“Porque aqui teve educação, teve educação americana, teve educação europeia, e somos pessoas que viemos do trabalho, não dessas baixarias desses moleques filhinhos que ficam falando que o pai deles é médico”, afirmou. “Médico tem aqui, com CRM vigente. Vocês vão ver.”

“Você, pessoalzinho do Gero, seus playboyzinhos que não valem nada, tomem vergonha na cara que a plaquinha do teu Mercedes já está gravada e você que se cuide e venha pedir desculpas se você é um homem decente e é filho de um médico.”

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