Humanizar o parto não é moda, não é sobre parir em casa ou no hospital, na banheira ou fora dela, não se refere à via de parto (vaginal ou cesárea), ou sequer está ligado a simbolismo. A humanização tem seus pilares baseada na assistência prestada à mulher e ao bebê, quando o protagonismo do parto é todo restituído à mulher, com uma visão integrativa e interdisciplinar do parto, além de um evento biológico.
Considera os aspectos emocionais, sociais e culturais, respeitando e compartilhando decisões com base sempre em evidências científicas, proporcionando conforto, autonomia, tranquilidade, segurança, independentemente da via de parto. “Quando alguém me questiona sobre o parto humanizado, eu pergunto: Quantas vezes você pensa em engravidar? Quantas vezes você vai viver esse momento? Por que você pelo menos não se permite viver essa experiência?”, comenta Drª Rowena Moraes, médica obstetra.
![](https://www.jornalcidade.net/wp-content/uploads/2023/03/WhatsApp-Image-2023-02-28-at-16.11.26-769x1024.jpeg)
Afinal, aguardar um sinal que anuncie que o bebê está pronto, independentemente de data ou da hora. “O momento certo é decidido pelo bebê. Quando ele está́ maduro, libera substâncias que agem estimulando e iniciando as contrações… Ter calma, saber que o seu corpo e o do bebê estão em sintonia e acreditar que tudo ocorrerá de maneira fisiológica, contempla uma série de detalhes que tornam o parto um evento de amor compartilhado”, diz.
Preparar um plano de parto deixa sempre a paciente mais informada e segura de tudo sobre as etapas do trabalho de parto, o parto, posições de parir, opções de analgesia da dor, vantagens e desvantagens de diferentes escolhas, o que é cada tipo de procedimento e a necessidade ou não de cada um, e deixará a mulher melhor preparada para entender possíveis intervenções. Escolher bem seu acompanhante, e rede de apoio, pessoas que reforcem o quanto a gestante é forte, respeitando e aliviando sua dor e a encorajando, realmente presentes e envolvidas no processo, garantirão suas escolhas.
![blank](https://www.jornalcidade.net/wp-content/plugins/wp-fastest-cache-premium/pro/images/blank.gif)
Sobre a tão falada hora dourada, a natureza já nos concede a dádiva de ser o porto seguro dos nossos filhos, é tão natural o ato deles buscarem o nosso colo e muito mais natural é o nosso ato de aninhá-los, que acabamos por não perceber que este é um momento tão singular, é um abraço tão especial.
Mas não é apenas um abraço, existem inúmeros benefícios comprovados cientificamente, no clampeamento tardio e na hora dourada, e essa é nossa principal obrigação, garantir sempre a melhor assistência para esse binômio.
Mas, se você sonhou alto, tentou parir e não conseguiu, por uma escolha, fraqueza, ou por uma impossibilidade do processo que poderia colocar vocês dois em risco, não se culpe. Claro que existe a frustração, as perguntas, os porquês. O parto é apenas o ponto de partida. Lembrem-se, vocês terão uma jornada inteira pela frente, cheias de novas escolhas”.