Imagem ilustrativa. Foto: Freepik.

Humanizar o parto não é moda, não é sobre parir em casa ou no hospital, na banheira ou fora dela, não se refere à via de parto (vaginal ou cesárea), ou sequer está ligado a simbolismo. A humanização tem seus pilares baseada na assistência prestada à mulher e ao bebê, quando o protagonismo do parto é todo restituído à mulher, com uma visão integrativa e interdisciplinar do parto, além de um evento biológico.

Considera os aspectos emocionais, sociais e culturais, respeitando e compartilhando decisões com base sempre em evidências científicas, proporcionando conforto, autonomia, tranquilidade, segurança, independentemente da via de parto. “Quando alguém me questiona sobre o parto humanizado, eu pergunto: Quantas vezes você pensa em engravidar? Quantas vezes você vai viver esse momento? Por que você pelo menos não se permite viver essa experiência?”, comenta Drª Rowena Moraes, médica obstetra.

Parto humanizado é especialidade da Dra. Rowena Moraes.

Afinal, aguardar um sinal que anuncie que o bebê está pronto, independentemente de data ou da hora. “O momento certo é decidido pelo bebê. Quando ele está́ maduro, libera substâncias que agem estimulando e iniciando as contrações… Ter calma, saber que o seu corpo e o do bebê estão em sintonia e acreditar que tudo ocorrerá de maneira fisiológica, contempla uma série de detalhes que tornam o parto um evento de amor compartilhado”, diz.

Preparar um plano de parto deixa sempre a paciente mais informada e segura de tudo sobre as etapas do trabalho de parto, o parto, posições de parir, opções de analgesia da dor, vantagens e desvantagens de diferentes escolhas, o que é cada tipo de procedimento e a necessidade ou não de cada um, e deixará a mulher melhor preparada para entender possíveis intervenções. Escolher bem seu acompanhante, e rede de apoio, pessoas que reforcem o quanto a gestante é forte, respeitando e aliviando sua dor e a encorajando, realmente presentes e envolvidas no processo, garantirão suas escolhas.

A humanização tem seus pilares baseada na assistência prestada à mulher e ao bebê, quando o protagonismo do parto é todo restituído à mulher.

Sobre a tão falada hora dourada, a natureza já nos concede a dádiva de ser o porto seguro dos nossos filhos, é tão natural o ato deles buscarem o nosso colo e muito mais natural é o nosso ato de aninhá-los, que acabamos por não perceber que este é um momento tão singular, é um abraço tão especial.

Mas não é apenas um abraço, existem inúmeros benefícios comprovados cientificamente, no clampeamento tardio e na hora dourada, e essa é nossa principal obrigação, garantir sempre a melhor assistência para esse binômio.

Mas, se você sonhou alto, tentou parir e não conseguiu, por uma escolha, fraqueza, ou por uma impossibilidade do processo que poderia colocar vocês dois em risco, não se culpe. Claro que existe a frustração, as perguntas, os porquês. O parto é apenas o ponto de partida. Lembrem-se, vocês terão uma jornada inteira pela frente, cheias de novas escolhas”.

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