De caráter internacional e completando 10 anos em 2023, o movimento Maio Amarelo tem como uma das frentes de pensamento conscientizar a população de que um tráfego organizado não se faz somente com agentes institucionais e educadores do setor, mas principalmente com o autocuidado de quem sai com um veículo ou anda pelas ruas diariamente.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2021, o Brasil registrou 31.468 mortes no trânsito, sendo os motociclistas os que mais perderam a vida, com 12.011 óbitos, seguidos pelos ocupantes de automóveis, com 6.987 vítimas fatais, e pedestres, com 5.120 mortes. Além disso, um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou que o Brasil é o terceiro país com mais mortes no trânsito em todo o mundo, perdendo neste ranking apenas para a Índia e a China.

Trazendo este cenário para terras rio-clarenses, a realidade é que por aqui o trânsito também deixou marcas profundas ultimamente, com ocorrências impactantes e infelizmente com algumas famílias enlutadas.

Um desses casos foi registrado em setembro do ano passado e tirou a vida de Luzia Cabo Virtù. Aos 57 anos, ela não resistiu aos ferimentos após sofrer um acidente de trânsito na Rua M-4 esquina da Avenida M-27, Parque das Indústrias (região do Grande Cervezão). Luzia pilotava uma motocicleta e levava na garupa o marido. Consta no boletim de ocorrência, elaborado pela Polícia Militar, que no cruzamento o motorista de uma Saveiro ultrapassou a sinalização de “Pare”, vindo a atingir a motocicleta ocupada por Luzia e o marido. Ambos foram socorridos, mas Luzia não resistiu aos ferimentos. O marido Nelson ainda se recupera das sequelas do acidente e não superou a perda da companheira.

Já em outubro, um dentista de Rio Claro renasceu após sobreviver a um terrível acidente. Antonio Carlos Buschinelli Carneiro, de 62 anos, tinha ido até a Paróquia de Nossa Senhora Aparecida para rezar pelo dia da padroeira. No retorno para casa, em uma motocicleta, foi atingido por um veículo dirigido por um motorista que estava na contramão. O autor, que havia acabado de cometer uma tentativa de assalto, fugiu sem prestar socorro. Seis meses depois da ocorrência, Antonio Carlos segue em recuperação.

Outro caso de grande repercussão, desta vez em fevereiro deste ano, foi o do cabeleireiro Osmir José Moreira, de 70 anos. Ele foi atropelado por volta das 6 da manhã na Rua 1-A com a Avenida 46, no Jardim Primavera, por um condutor de 25 anos que estava na direção de um Ford Fiesta vermelho e dirigia sob o efeito de álcool. Com o autor do atropelamento também foram encontrados pinos contendo cocaína.

“Se nós tivermos a educação de entender que nós somos responsáveis pela vida das pessoas que estão no nosso veículo e das que não estão, nós teríamos com certeza a redução de acidentes. Porque a responsabilidade com a vida de terceiros é o que faz o trânsito ser mais seguro”, alerta a GCM Joelma, comandante da Guarda Civil Municipal de Rio Claro.

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