Cassia Regina Sargaço Nunes e Ana Cristina da Silva limpam túmulo no Cemitério São João Batista após reabertura

Os meses de paralisação de diversos setores por conta da pandemia afetou muitos trabalhadores no país e no mundo, e em Rio Claro não foi nada diferente. A vida das limpadoras de túmulos na Cidade Azul ficou um tanto quanto difícil e a volta ao trabalho no final do mês de setembro foi bastante celebrada.

Fátima Aparecida da Silva Heitor, de 59 anos, atua no ramo há 30 anos e conta que estava parada desde março, mas conta que muitas de suas patroas, mesmo não indo até o Cemitério São João Batista fazer a limpeza dos túmulos, realizaram o pagamento e é muito grata por isso, pois entenderam a situação.

“Nem todas, mas muitas delas entenderam e fiquei muito grata por isso, mas nós gostamos mesmo é de ganhar nosso sustento podendo trabalhar, vir até o cemitério, trabalhar, poder fazer nosso serviço do jeito certo, limpando como sempre fizemos. Agora que voltamos, estamos pegando firme na limpeza, pois precisamos trabalhar para poder sustentar nossas casas”, conta.

A limpadora explica que costuma cobrar de 30 a 50 reais pela limpeza nos túmulos e que também passa roupa para fora para poder pagar as contas do mês.

Cassia Regina Sargaço Nunes, prestes a fazer 26 anos, está no serviço há 14 anos e conta que começou bem jovem a lavar os túmulos, aos 12 anos.

“Comecei nova e também fiquei muito feliz com o retorno, poder ganhar nosso dinheiro trabalhando, lutamos para poder voltar a trabalhar e felizmente pudemos contar com a compreensão das nossas patroas, pois a maioria pagou mesmo quando estivemos paradas”, fala a jovem, que mesmo assim enfrentou dificuldades.

Com um filho de três anos, Cassia precisou encontrar outras maneiras de aumentar a renda dentro de casa, pois o marido acabou perdendo o emprego durante a pandemia.

“Ele trabalhava diretamente com um senhor, que precisou também parar as atividades para não correr riscos, então não pôde mais trabalhar e perdeu o emprego, foi muito difícil, comecei a lavar roupa para fora, mas agora estamos conseguindo voltar às atividades normais, pois gosto de fazer o que sempre fiz, minha vida é essa e não abro mão, estou grata por estar de volta.

Ana Cristina da Silva, de 39 anos, está há 20 no cemitério lavando túmulos e costuma levar, ao lado de sua equipe, mais dois profissionais, cerca de 100 por dia, enfrentou muitas dificuldades durante a paralisação.

“Eu morava de aluguel, infelizmente por ficar parada não consegui pagar e precisei sair da casa onde estava morando e procurar abrigo na casa da minha família, foi muito difícil, não tinha como fazer para pagar as contas, mas agora podemos voltar com nosso trabalho, dignamente e receber pelo serviço que estamos fazendo e feliz, isso não tem preço”, finaliza.

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