Construção em Cordeirópolis tem um centro de recuperação de animais, mas munícipes questionam o surgimento das espécies silvestres em meio às obras

Um filhote de jaguatirica foi avistado na obra da barragem de Santa Marina na quarta-feira (6), em Cordeirópolis. A presença de animais no local tem sido recorrente, diante da grandeza do equipamento público que vem sendo construído na cidade próxima a Rio Claro. Segundo a Prefeitura, em quatro anos quase mil animais já foram salvos na construção que acontece em uma área de 730 mil metros quadrados, ou seja, 30 alqueires ou 47 campos de futebol.

“Para tentar minimizar os impactos sobre a fauna e a flora local e garantir o bem-estar dos animais e a vegetação, desde a sua fundação, a Prefeitura Municipal segue à risca as orientações do Departamento de Gestão da Fauna Silvestre (DeFau) através do programa “Resgate e Translocação de Fauna Silvestre”.

O trabalho é desenvolvido por uma equipe de profissionais veterinários e biólogos autorizados pelo Departamento de Fauna, da Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais, o DeFau CBRN, órgão ambiental ligado ao Sistema Integrado de Gestão Ambiental da Fauna de São Paulo (GEFAU).

O prefeito Adinan Ortolan acompanha semanalmente o decorrer da obra; nesta semana visitou o “mini hospital” instalado às margens da represa e destacou que a iniciativa promove ações de compensação à flora e à fauna. Nas redes sociais, no entanto, os munícipes criticaram a situação após a divulgação do vídeo do filhote de jaguatirica.

“Parece bonitinho, mas todo mundo precisa saber que não há nada belo em ver um animal acuado por ver seu habitat já tão ameaçado pelo avanço ‘urbano’. Cordeirópolis sempre foi uma área de muitos animais silvestres. Os mesmos não vivem entre nós, fogem e acabam sendo vistos em meio às construções que vão surgindo”, disse um morador.

Outra munícipe comentou que “É óbvio que esse animal não apareceu para uma ‘visitinha’, ele está, ao contrário, fugindo dali porque a sua casa está sendo invadida”, desabafou. Segundo Adinan, “estamos monitorando o animal e, além dos pássaros, gambás, serpentes e lagartos, entre outras espécies, quando são encontrados são encaminhados ao Centro de Recuperação de Animais”, pontua.

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