O prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) em entrevista nesta semana na Rádio Jovem Pan News Rio Claro FM 106,1

O prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) em entrevista na Rádio Jovem Pan News Rio Claro FM 106,1

FAROL JC – O discurso do prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) na última semana ao Grupo JC de Comunicação, de que ao invés de discutir ideologias vai preferir discutir sobre ações voltadas para Rio Claro, chamou a atenção nos bastidores. Há quem observe que a declaração é um prenúncio do que virá por aí na campanha eleitoral, num tom em que buscará evitar acenar para apenas um lado político, ao contrário de outros adversários que vêm trabalhando para justamente isso, como o seu atual vice-prefeito Rogério Guedes, que já se coloca como o “candidato da direita”.

Em entrevista na Rádio Jovem Pan News Rio Claro aos jornalistas Carla Hummel, José Rosa Garcia e Murillo Pompermayer, Gustavo declarou que o ritmo do trabalho eleitoral durante os 45 dias de campanha vai ser ditado não só por ele, mas por um conjunto de situações. “É difícil prever como vai ser o ritmo, a temperatura e o caminho que será [seguido]. Não depende só de mim. Caso dependa de mim, a gente vai debater tudo que for necessário”, disse. Porém, afirma que não vai fugir do debate ideológico, mas diz que sua intenção será falar de projetos para o município que, segundo ele, é o que a população quer saber.

“Não tem problema debater nenhum ponto, ideológico, político. Acho que as pessoas estão mais interessadas na construção do hospital público, se caso fiquem doentes, se terão leitos de internação, como é o caso nosso de dobrar [a quantidade de leitos]. Acho que elas vão querer saber se a cidade vai se tornar mais segura, se vai ter emprego na cidade, se de fato o projeto do aeroporto vai andar. Se quem estiver aqui vai conseguir concluir o projeto do aeroporto e do trevo da Viviani. Essa é a minha sensação ouvindo as pessoas, mas o ritmo que vai acontecer, quem vai ditar é a dinâmica do processo e eu estou preparado para enfrentar qualquer tipo de desafio que se coloque durante o período eleitoral”, disse.

Uma eventual temperatura ideológica, sabemos, não é totalmente descartada diante da investida de Rogério Guedes. Enquanto ele afirma que foi coordenador da campanha em prol de Bolsonaro e Tarcísio na última eleição geral, Gustavo rebate dizendo que esse trabalho foi feito por ele próprio. De fato, são coisas distintas. O que se viu foi Rogério organizando carreatas e movimentando o eleitorado pelas ruas. Já Gustavo liderou uma frente com prefeitos da região em prol de Bolsonaro e Tarcísio. E isso deverá ser levado aos debates.

Por outro lado, o próprio Rogério, após repercussões negativas envolvendo Bolsonaro em questões nacionais, como a própria não reeleição, colocou um pouco o pé no freio e passou a dizer que não é de “extrema” direita – como Bolsonaro é classificado – e que quer ter diálogo enquanto alguém de “direita”. Outras figuras do outro lado, que apoiaram Lula e fizeram forte campanha pela esquerda, também passaram a dizer que querem “equilíbrio”.

A bem da verdade é que o tema ideológico não será ignorado, na prática. Ainda mais se tratando de Rio Claro e os futuros candidatos(as) ao Poder Legislativo. O que se espera, realmente, é que o contexto da ideologia não seja um pretexto para falta de argumentos. O foco, claro, sempre deve ser a população – que é quem vai apertar o voto nas urnas. Os adversários políticos, sobretudo aqueles que irão disputar a Prefeitura, precisarão ter inteligência e discursarem sem demagogias ou papos furados.

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