O município de Rio Claro ficou na 117ª posição no Ranking de Competitividade dos Municípios, divulgado nos últimos dias, conforme a Farol JC revelou. O ranking analisa 415 municípios brasileiros (7,45% do universo de municípios), representando os municípios do país com população acima de 80 mil habitantes de acordo com a estimativa do IBGE para o ano de 2021. O relatório é composto por 65 indicadores, organizados em 13 pilares temáticos e 3 dimensões: instituições, sociedade e economia.

De acordo com o levantamento, Rio Claro está ao lado de outros quatro municípios que mais obtiveram os maiores ganhos de posição em relação à edição anterior, como São Sebastião (SP), Cruzeiro (SP), Campo Limpo Paulista (SP) e Alfenas (MG). A cidade subiu 103 pontuações, ainda assim ficou atrás de municípios da região, como São Carlos (13ª), Piracicaba (21ª), Araraquara (27ª), Limeira (35ª) e Araras (55ª). A Cidade Azul subiu após o avanço nas dimensões instituições (+83 posições), sociedade (+119 posições) e economia (+4 posições).

A maior nota conferida ao município foi em relação a saneamento básico: a 5ª colocação em todo País, avançando expressivas 270 posições. O eixo analisou cobertura de abastecimento de água (nota 99.59), perdas na distribuição de água (70.37), perdas no faturamento de água (74.14), cobertura da coleta de esgoto (97.23), cobertura do tratamento de esgoto (99.91), cobertura da coleta de resíduos domésticos (100) e destinação do lixo (100). A potencialidade neste quesito poderá nortear, inclusive, as discussões no poder público acerca do futuro do Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae) e da concessão do Aterro Sanitário, conforme a coluna vem retratando há algum tempo.

Alguns desafios, no entanto, se impõem para a competitividade de Rio Claro frente aos outros municípios. A pior classificação, por exemplo, se deu no que tange ao Meio Ambiente: 309ª colocação entre as cidades analisadas. O eixo analisa as emissões de gases de efeito estufa (nota 73.52), cobertura de floresta natural (14.92), áreas recuperadas (7.1) – o que merece atenção. Os quesitos de combate ao desmatamento ilegal e velocidade deste crime pontuaram em ótimas notas 100 cada um.

Outro eixo analisado pelo Ranking de Competitividade dos Municípios é o funcionamento da máquina pública, que merece atenção. Rio Claro ficou na 289ª colocação geral, apesar de ter avançado 92 posições em relação ao relatório anterior. A pior nota para esse quesito foi a transparência municipal, com 41.17 e a 311ª colocação geral. Dentro do eixo, a pior colocação do município é o tempo para abertura de empresas, na 340ª posição, e com nota 67.8. O custo da função administrativa recebeu nota 80.05 com posição em 180ª.

Já o custo da função legislativa recebeu a segunda pior nota do eixo, 46.2, na 347ª posição geral. Não é de hoje que o alto custo do Poder Legislativo local é um indicativo ruim para Rio Claro. A cidade está entre as que têm as Câmaras Municipais mais caras de todo o Estado de São Paulo. O orçamento anual da Casa de Leis rio-clarense passa dos R$ 35 milhões, ainda que haja algum tipo de devolução do recurso ao fim de cada ano. Em 2021, foram devolvidos R$ 5 milhões. Por fim, ainda no eixo funcionamento da máquina pública, se destacaram as notas: qualidade da informação contábil e fiscal (79.87) e qualificação do servidor (53.79).

Segundo os organizadores, o Ranking de Competitividade é uma ferramenta que busca pautar a atuação dos líderes públicos brasileiros na melhoria da competitividade dos seus estados. A metodologia do ranking foi elaborada a partir de amplo estudo de benchmark internacional e de literatura acadêmica especializada sobre o assunto. O trabalho também traz a análise a partir dos 17 objetivos do desenvolvimento sustentável e suas 169 metas (ONU, 2015) bem como critério ESG (Environmental, Social and Governance) para valorização das boas práticas ambientais, sociais e econômicas dos municípios. Esse fator, inclusive, é sempre reiterado pelo prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) ao apresentar propostas de inovação para Rio Claro. O projeto de lei que versa sobre esses objetivos da ONU, porém, foi retirado da Câmara Municipal após interpretação equivocada de alguns vereadores sobre seus quesitos.

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