O leite materno tem tudo de que o bebê precisa até o sexto mês de vida. Quando recebe só leite materno, não precisa consumir chá, sucos ou água. Fonte: Unicef.

Data traz conscientização e reportagem destaca o importante trabalho do Banco de Leite Humano da Santa Casa de Rio Claro

O leite é a primeira alimentação humana e fonte de nutrientes para as funções biológicas, sendo considerado o melhor alimento para os bebês, por ter papel muito importante na proteção imunológica contra doenças infecciosas, na adequação nutricional e no desenvolvimento afetivo e psicológico.

É um líquido complexo que contém carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas, minerais, substâncias imunocompetentes (imunoglobulina A, enzimas, interferon), além de fatores moduladores de crescimento. Devido à sua composição nutricional balanceada, é considerado um alimento completo e suficiente, inclusive em água, para atender às necessidades nutricionais da criança durante os seis primeiros meses de vida.

“É de extrema importância ter um dia que é de conscientização mundial para falar sobre a doação de leite humano. O tema este ano ‘Um pequeno gesto pode alimentar um grande sonho – Doe leite materno’ diz simplesmente tudo, porque é exatamente o que falamos para as mães no dia a dia. Não importa a quantidade de leite doada – pode ser um frasquinho com 100 ml, um pouco maior com 400 ml, não tem problema. A ingestão será feita por bebês prematuros que ficam na UTI Neonatal. Eles iniciam uma alimentação com 2,3 ml por mamada, então uma mãe que doa 100 ml vai poder alimentar um bebê por dias. Então realmente é isso, um pequeno gesto para um grande trabalho”, pontua a médica Denise da Silva Lopes, que é coordenadora do Banco de Leite Humano da Santa Casa de Rio Claro.

Doutora Denise da Silva Lopes.

Atualmente a demanda de uso do Banco de Leite da Santa Casa é de um litro de leite humano por dia, que é consumido por sete recém-nascidos que seguem internados (4 na UTI Neonatal, 1 no São Rafael e 2 no Berçário Patológico – quando a criança saiu da Neonatal mas ainda não foi para casa). O número de doadoras está em oito por semana, mas oscila: “Qualquer mulher pode estar doando o leite humano, não necessariamente as que tenham dado à luz na Santa Casa. Algumas condições devem ser levadas em conta, como é necessário que essa mãe tenha excedente de leite, não tenha nenhuma doença infecciosa, se fumante que seja de até 10 cigarros/dia e que tenha no cartão pré-natal as sorologias em dia”, complementa a Drª Denise.

Estando dentro destes requisitos, a mãe deve entrar em contato com o Banco de Leite através do telefone (19) 3535-7024. A equipe então vai combinar e enviar para a casa desta mãe um folder explicativo e um kit para ordenhar este leite: “Não existe custo nenhum, não visa lucro para nenhuma parte, apenas eleva o amor”, finaliza Denise.

O Brasil possui a maior e mais complexa rede de bancos de leite do mundo. Atualmente existem no país 219 bancos, em todos os estados e no Distrito Federal, e 196 Postos de Coleta, além de coleta domiciliar. O modelo brasileiro é focado na promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e continuidade da amamentação por dois anos ou mais. Além de coletar e distribuir leite materno de qualidade a bebês prematuros, contribuindo para a diminuição da mortalidade infantil.

Todo leite coletado nos bancos passa por um rigoroso controle de qualidade, antes de ser distribuído, e é fornecido de acordo com as necessidades de cada criança. No Brasil, nascem aproximadamente três milhões de bebês por ano, sendo que aproximadamente 330 mil são prematuros ou vêm ao mundo com baixo peso (menos de 2,5 kg). Muitas dessas crianças precisam permanecer internadas assim que nascem até terem condições de ir para casa. Esses bebês têm melhores chances de sobrevivência e recuperação se a alimentação com leite materno for ofertada.

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