Parceria, companheirismo e muito amor. O Dia do Irmão é comemorado neste domingo (5) e, para celebrar a data, a ‘Reportagem da Semana’ foi atrás de uma história inspiradora: a de uma família que tem  muito a comemorar. Todos os dias. E, claro, nessa data que, aliás, muitos não conhecem.

O dia surgiu por iniciativa da Igreja Católica, que homenageia o aniversário de morte da missionária Madre Teresa de Calcutá desde 2007 – data que completou 14 anos de falecimento. No contexto religioso, o sentido da palavra irmão está ligado ao próximo.

Portanto, a data serve para incentivar as pessoas a repensarem as atitudes perante os outros seres humanos, sendo mais humildes, companheiras e gentis. Não se refere exatamente, ou somente, a irmãos biológicos, mas aqueles que se irmanam por ideias, sentimentos e ações.

Mas é sobre irmãos de sangue que o JC se deteve nesta semana. 13 irmãos. Isso mesmo. 13 irmãos rio-clarenses, todos de uma mesma família que dizem ter muito a comemorar.

A grande família

Em Rio Claro, a família Rios soma, entre os 13 irmãos, 495 anos. Ari,  Áurea, Aurélia, Áureo, Alan, Alana, Ariel, Ariana, Ariadne, Aran, Arian, Adams e Ávila. Eles são filhos de Nicolau Carlos Rios (falecido em 2007) e Maria das Graças Alves Rios (falecida em 1998). O pai era natural de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, e a mãe de Bebedouro, São Paulo.

Uma composição familiar assim é algo cada vez mais raro, uma vez que o número médio de filhos por casal só vem caindo, em quase todo o mundo. O mesmo acontece no Brasil, onde, segundo a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), a taxa de fecundidade média caiu de 4,3 filhos por família em 1970, para 1,7 filhos em 2020.

Na família Rios, essa estatística não se aplica. Ari e Áurea são os irmãos mais velhos, que têm atualmente 50 anos de idade e são gêmeos. Já o caçula é o Ávila, com 33 anos. Dos 13 irmãos, 11 moram na Cidade Azul; Ariadne, em Fortaleza; e Aurélia mora em Santos.

De acordo com Ari, a família sempre morou toda junta, mas depois os irmãos foram saindo de casa para estudar e construir cada um a sua família. “Chegou um período que moramos os 13 juntos. Era uma festa”, contou.

Ele afirmou que ter uma família com tantos irmãos é uma bênção. “Sou muito grato pela oportunidade de ter aprendido com cada um, sempre respeitando as diferenças e as individualidades. Vejo que é uma dádiva ter uma família grande. Foi preciso, claro, ceder e ter diálogo para acharmos o melhor caminho”, comentou.

Para se reunir, antes da pandemia, a família Rios procurava criar oportunidades em eventos familiares, e principalmente na confraternização de fim de ano, quando todos os irmãos se encontram com suas famílias. Mas, com a pandemia, o jeito foi o modo online.

Três gerações 

Hoje, a família Rios possui três gerações. Na linhagem direta de sangue são 18 pessoas. A irmã Áurea falou sobre a infância com os pais e a avó, que ajudou na criação dos irmãos.

“Em casa o diálogo sempre permaneceu. Lembro que meu pai fazia uma assembleia das temáticas mais recorrentes de divergências entre os irmãos e ele nos mostrava a sensibilidade e a importância do diálogo. Com certeza tínhamos divergências. Mas sempre foi tudo muito conversado entre nós. Os irmãos só passaram a deixar o núcleo familiar quando começaram a estudar. A gente procura preservar isso com nossos sobrinhos que moram aqui em Rio Claro”, disse.

Em tempos de pandemia, o Dia do Irmão ganha ainda mais sentido para essa grande família. Afinal, dos 13, nenhum pegou a doença. “Ter união não é apenas mostrar para os de fora essa unidade. É conviver no dia a dia com frustrações, individualidades, conquistas ou derrotas. União é sinônimo de compreensão. E dessa compreensão, sabemos que cada um tem seu jeito de ser, viver e estar. Quando estamos juntos, vivemos ou trazemos o carinho, e assim nos doamos, e somente quem é dos irmãos e das irmãs Rios, entenderá esse sentido da palavra”,  aspas escritas por todos os irmãos.

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