No Brasil, a questão da falta de tratamento de esgoto persiste como um desafio em quase todas as regiões do país (Foto: ETA 2 – Divulgação/PMRC/DAAE)

O tratamento do esgoto não é apenas um dos grandes desafios a serem superados, mas também um compromisso que todos os gestores devem assumir. O Instituto Trata Brasil revelou em um levantamento que apenas 52,2% do esgoto gerado, equivalente ao despejo diário de 5,2 mil piscinas cheias do material, é tratado antes de ser lançado no meio ambiente.

Gesmar Rosa, técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), enfatiza a necessidade de uma abordagem regionalizada por parte do governo para entender as necessidades específicas de cada localidade e investir de maneira adequada.

Ele ressalta que mesmo em áreas onde a solução pode ser simplificada, como redes de água e sistemas básicos de tratamento e distribuição, são necessários recursos, continuidade nos projetos e apoio das grandes companhias, pois o saneamento é uma questão de infraestrutura.

As metas estabelecidas pelo Marco Legal do Saneamento Básico, que prevê atender 99% da população com serviços de água tratada e tratar ao menos 90% do esgoto até 2033, exigem um esforço conjunto do governo, da sociedade e de todos os envolvidos. É fundamental priorizar o tema, comprometer-se com uma agenda estruturada de saneamento básico e acompanhar de perto o processo, desde a definição das obras necessárias até a gestão eficiente dos investimentos.

O tratamento de esgoto é apontado como o principal desafio a ser superado, com um indicador médio de tratamento de apenas 65,55%, um leve avanço em relação aos 63,30% registrados em 2021, de acordo com dados do SNIS (ano-base 2022) citados por Luana Pretto, do Trata Brasil. Fonte: Brasil 61/Agência do Rádio.