No dia 26 de fevereiro de 2020, o Ministério da Saúde confirmava aos brasileiros a notícia que ninguém gostaria de receber: um homem de 61 anos, de São Paulo, com histórico de viagem para Itália, região da Lombardia, estava com coronavírus. No mesmo mês, começaram as primeiras ações governamentais ligadas à pandemia da Covid-19, com a repatriação dos brasileiros que viviam em Wuhan, cidade chinesa epicentro da infecção. A partir disso e com o aumento de casos, vieram as medidas como lockdown e também o início da vacinação.

Passados quatro anos, o Jornal Cidade traz uma entrevista com Valeska Hamori Canhamero, responsável pelo setor de Vigilância Epidemiológica da Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro, que traça um panorama atual do cenário da Covid ao longo deste tempo na cidade.

JC: Qual o número de casos na cidade desde o início da pandemia?

Valeska: Até agora foram 36.061 casos de covid. Nesses dados estão contabilizados casos positivos fornecidos pelos serviços de saúde públicos e privados, com exceção dos autotestes disponibilizados em farmácias e drogarias.

JC: Quantas mortes foram registradas?

Valeska: Em Rio Claro, desde o início da pandemia, 708 pessoas foram a óbito por complicações da Covid-19.

JC: Como está a questão dos testes de Covid? São realizados ainda nas UPAs e hospitais? Qual a orientação da FMS?

Valeska: Tendo em vista a atual situação epidemiológica da Covid-19, quando temos casos com menor gravidade e poucas internações, a testagem passa a ser prioritária na população acima de 65 anos e para pessoas portadoras de comorbidades ou imunossupressão que apresentem sintomas característicos de síndrome gripal.

JC: Como está a vacinação contra a Covid em Rio Claro? A população segue comparecendo para reforços de doses ou este número caiu e a situação é bem diferente do que víamos no início da campanha, com filas e mais filas nos pontos de vacinação?

Valeska: Ao longo desse tempo, houve uma grande diminuição na procura pelas doses de reforço recomendadas pelo Ministério da Saúde. É visto que, quando temos um aumento no número dos casos, muitas pessoas com a vacinação irregular comparecem às unidades de saúde para regularizar as doses.

JC: Quantas doses o município aplicou até hoje?

Valeska: Desde o início da campanha até o momento, Rio Claro administrou pouco mais de 590.000 doses da vacina contra a Covid-19.

JC: Há programação para continuidade da aplicação das vacinas, já que oficialmente foi recomendada a aplicação de 4 doses?

Valeska: Em outubro de 2023, o Ministério da Saúde incluiu a vacina contra a Covid-19 pediátrica no calendário nacional de vacinação para o ano de 2024, com foco nas crianças de 6 meses a menores de 5 anos com esquema de 3 doses com intervalos determinados conforme o protocolo encaminhado para aquelas crianças que ainda não tenham tomado nenhuma vacina. Além das crianças, idosos, imunocomprometidos, gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde, pessoas com deficiência, população privada de liberdade e em situação de rua também devem receber uma dose de reforço no ano de 2024, porém o calendário ainda não foi definido pelo Ministério da Saúde.

JC: Qual o tempo de imunidade que as vacinas oferecem?

Valeska: Ainda estão sendo realizados estudos sobre o assunto, mas sabe-se que a imunidade adquirida após a vacinação tende a diminuir gradativamente após 6 meses da aplicação. Por isso, o Ministério da Saúde adota as ações de aplicação das doses de reforço para a população mais propensa a desenvolver complicações pela Covid-19.

JC: Quantas variantes do vírus estão presentes no nosso ambiente?

Valeska: No decorrer desses anos, várias variantes foram descobertas, o que é uma situação já esperada quando se trata de vírus. Atualmente os estudos mostram que predominantemente temos em circulação a subvariante da omicron EG5.1, denominada de éris. No entanto, é importante ressaltar que podem circular outras variantes ao mesmo tempo.

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