Brasil tem 58 novas mortes por coronavírus, recorde em 24 h, e chega a 299 vítimas

PAULO SALDAÑA E NATÁLIA CANCIAN – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O Brasil já registra ao menos 299 mortes pelo novo coronavírus, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados nesta quinta-feira (2).

Foram 58 novas mortes confirmadas nas últimas 24 horas, o maior volume registrado desde o início da emergência pela Covid-19.

O recorde anterior havia sido registrado na terça (31), com 42 mortes confirmadas em apenas um dia.

Com os novos dados, o país também já soma 7.910 casos confirmados da doença. O número representa um salto de 16% em relação ao dia anterior, quando eram contabilizados 6.836 casos.

O ministério, porém, tem informado que o número real de casos tende a ser maior, já que são testados apenas os casos graves, de pacientes internados em hospitais, e há casos represados à espera de confirmação.

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo desta quinta-feira mostrou que equipes de atenção básica em várias cidades e estados afirmam que a subnotificação ao Ministério da Saúde de casos suspeitos tem sido gigantesca. Dizem ainda que, sem uma portaria específica do ministério, médicos têm se guiado por notas técnicas locais com orientações distintas.

Mais de 1 milhão de pessoas já foram infectadas por coronavírus; mortes superam 50 mil

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O número de pessoas infectadas em todo o mundo pelo Sars-CoV-2 ultrapassou a marca de 1 milhão nesta quinta-feira (2), segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins. A Europa já tem mais da metade das pessoas infectadas em todo o mundo, e os EUA são o país que tem mais casos sozinho: mais de 220 mil.

Os cinco países com mais casos são: EUA, Itália, Espanha, Alemanha e China.

Só na última semana, o número de mortos pela Covid-19 dobrou. A OMS (Organização Mundial da Saúde) disse temer uma escalada ainda maior da pandemia.

O número de casos diagnosticados, no entanto, reflete apenas uma parte do número total de infecções devido às diferentes políticas dos países para registrar os casos –alguns o fazem apenas com as pessoas em estado grave, como é o caso do Brasil.

Para comparação, a última pandemia, de gripe A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína, ocorreu de março de 2009 a agosto de 2010 e matou 18.449 pessoas em 214 países, segundo balanço da OMS.

A descoberta de um novo vírus na China foi comunicada à OMS no fim de dezembro de 2019. Desde então, 50 mil morreram em decorrência da Covid-19 –outra triste marca que foi batida nesta terça. Itália, Espanha e França são os países com mais mortes, e a China vem em seguida.

Só EUA, Itália e Espanha passaram dos 100 mil casos confirmados de Covid-19. Os EUA, porém, já somam mais de 200 mil infectados e mais de 5.000 mortes. Mesmo com as medidas de distanciamento, a Casa Branca já fala de 100 mil a 240 mil mortes em solo americano nos próximos meses.

Nos dois países europeus, ocorreram, respectivamente, mais de 13 mil e mais de 9.000 mortes. Os outros focos da doença na Europa são a Alemanha (mais de 84 mil casos e pouco mais de 1.000 mortes) e a França (mais de 59 mil infectados e mais de 4.000 mortes).

EUA, Itália e Espanha registraram mais de 800 pessoas mortas diariamente pela doença nos últimos dias. Preocupam também as curvam de contaminação e mortes na França e no Reino Unido.

Na China, onde o vírus se originou, pouco mais de 82 mil pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus e cerca de 3.000 morreram. Com medidas dramáticas e sem precedentes de isolamento, os chineses parecem ter conseguido conter a transmissão comunitária da epidemia, mas agora lutam contra casos importados de infecção. Por isso, as autoridades chinesas continuam investindo em detecção e medidas restritivas.

Medidas de confinamento já afetam quase metade do planeta. Agências internacionais alertam que algumas partes do mundo podem enfrentar escassez de alimentos se as autoridades não enfrentarem a crise corretamente. As diferentes agências da ONU pediram na quarta-feira, em comunicado comum, mais solidariedade aos vizinhos mais vulneráveis, para evitar uma tragédia alimentar.

A escassez derivada da pandemia provocou protestos em alguns países mais pobres. “Na Nigéria, quando você trabalha, já passa fome. Imagine quando não pode trabalhar”, resumiu Samuel Agber, que trabalha com reparos de aparelhos de ar-condicionado.

Na Índia, a polícia mostrava nas redes sociais faces bem diferentes. De um lado, aparecia dançando nas ruas com capacetes representando o vírus. De outro, agentes eram vistos agredindo quem violasse o confinamento.

O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, pediu hoje desculpas pelos “excessos” policiais durante a aplicação do toque de recolher noturno. Já Serra Leoa, um dos países mais pobres do planeta, decretou três dias de confinamento, com a frágil esperança de conter o primeiro surto da epidemia.

Na América Latina, que já registrou mais de 500 mortes, vários países anunciaram a prorrogação das medidas, em uma tentativa de evitar o colapso de seus sistemas de saúde.

Ao mesmo tempo, os países ricos estão pressionados não apenas pelo vendaval sanitário mas também pela paralisação de suas economias. “Nosso país enfrenta um desafio sem precedentes em sua história”, declarou o presidente Donald Trump.

HISTÓRICO

No dia 31 de dezembro de 2019, as autoridades chinesas emitiram o primeiro alerta à OMS sobre uma série de casos de pneumonia de origem desconhecida na cidade de Wuhan.

Em 9 de janeiro, análises do vírus apontaram que a pneumonia era causada por um novo coronavírus (posteriormente batizado de Sars-CoV-2).

A primeira morte pelo novo vírus foi registrada 2 dias depois, 11 de janeiro. Passados mais dois dias, foi notificado o primeiro caso da doença fora do território chinês, na Tailândia. Uma mulher que voltava de Wuhan tinha um quadro de pneumonia leve.

O primeiro caso da doença nos EUA foi confirmado no dia 21 de janeiro, em Washington. No dia 20 do mesmo mês, cientistas confirmaram a transmissão de humano para humano.

Em entre os dia 23 e 24 de janeiro, Wuhan e outros locais da província de Hubei confinam 40 milhões de pessoas para tentar conter a epidemia e outros pontos da China tomavam medidas restritivas. Ao mesmo tempo, a OMS reconhecia a seriedade da crise no país asiático, mas considerava não se tratar ainda de uma emergência de saúde pública global, que só acabou sendo declarada em 30 de janeiro.

Durante o mês de fevereiro o vírus continua a se espalhar pelo mundo e acaba por atingir gravemente a Itália. No dia 22 daquele mês, a escalada de casos no norte do país levou ao isolamento de 50 mil pessoas.

As medidas restritivas italianas cresceram até a proibição de deslocamento pelo país, em 8 de março.

No dia 11, a OMS declarava pandemia da Covid-19. Dois dias depois, afirmava que a Europa era o novo centro da doença. O número de mortos na Itália já passava de mil.

Conforme a situação se agravada no país mediterrâneo, as quarentenas e medidas restritivas se ampliavam, com milhões de pessoas em confinamento.

Em 25 de fevereiro, o Brasil confirmou o primeiro caso da doença. Nesta quinta, o país já soma 6.836 casos confirmados e 241 mortos.

Doria pede que população ‘não dê atenção’ a estímulo para sair de casa

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a pedir nesta quinta-feira (2) que a população do estado fique em casa a fim de evitar a propagação do novo coronavírus, e pediu que orientações contrárias sejam ignoradas.

“Por favor, não dê atenção a qualquer outro tipo de informação, solicitação, postagem, que seja feita no sentido de estimular que você saia da sua casa. Não saia, exceto por razões essenciais, circunstanciais”, afirmou.

O pedido acontece em um momento em que Doria e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) travam embate sobre a condução da crise do coronavírus. O comércio no estado está fechado desde o último dia 23, medida condenada pelo presidente.

Nesta manhã, Bolsonaro compartilhou em suas redes sociais depoimento em que uma apoiadora ataca governadores e a imprensa. No vídeo, uma mulher que se apresentou como professora particular apela para que o mandatário ponha “militares na rua” para encerrar medidas restritivas adotadas por governadores, que determinaram a suspensão de aulas e o fechamento do comércio para tentar conter a disseminação do Covid-19. “Professora em comovente depoimento para o presidente da República. Peço compartilhar”, escreveu o mandatário.

Doria, em entrevista à imprensa nesta manhã, afirmou que “a morte não escolhe bolsonarista ou petista.”

“E não esperem de mim que eu faça política em velórios. Eu tenho a obrigação e o dever, como governador de São Paulo, de proteger vidas, de defender as pessoas, de agregar, de somar, integrar e pedir solidariedade. A hora não é de dividir, não é de politizar”, disse. “Não pauto as minhas ações por conveniência, mas por convicção.”

Araras continua aguardando resultados de coronavírus do Instituto Adolfo Lutz

Ramon Rossi

Araras continua aguardando resultados do IAL (Instituto Adolfo Lutz) para diagnóstico de casos suspeitos de coronavírus (Covid-19) na cidade. O prazo para emissão dos laudos depende exclusivamente do IAL,  órgão oficial credenciado para realizar análises infectocontagiosas encaminhadas pela rede pública do Estado de São Paulo. Atualmente, o município contém 16 casos em investigação.

Segundo a assessoria do Instituto, são recebidas, por dia, 1,2 mil amostras para serem analisadas de todos os municípios paulistas e são processados “prioritariamente os casos graves e óbitos, conforme definido pelo Centro de Contingência de SP”.

Diante do aumento da demanda, o instituto não divulga mais previsões sobre o tempo para conclusão dos laudos – até então, o prazo informado era de até 15 dias. Ainda de acordo com o IAL, “a Secretaria de Estado da Saúde está ampliando a rede de diagnóstico e adquirindo insumos extras para a detecção de Covid-19. A pasta estadual já adquiriu 60 mil testes extras para suporte do Instituto Adolfo Lutz, importados dos Estados Unidos. O Ministério da Saúde também envia testes aos Estados”.

O Jornal Cidade obteve a informação que a Prefeitura de Araras também adquiriu testes rápidos para serem utilizados na cidade e agilizar o diagnóstico de casos. A previsão é que o material, que é importado, chegue nas próximas semanas. 

Prefeitura faz dedetização no cemitério municipal

A prefeitura de Rio Claro fará dedetização no Cemitério Municipal São João Batista na próxima semana. O serviço será realizado na segunda e terça-feira, dias 6 e 7 de abril. A medida visa eliminar baratas e outros insetos, e combater a proliferação dessas pragas. A dedetização será feita por equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde.

“Vamos aproveitar que o cemitério está fechado para visitações e fazer a dedetização”, comenta o diretor municipal de Administração, Sérgio Christofoletti, ressaltando que o serviço é essencial para eliminar insetos que transmitem doenças.

Os serviços de dedetização no cemitério são realizados duas vezes ao ano, uma próxima ao Dia das Mães e outra próxima ao Dia de Finados. Concluídos os serviços, a equipe de limpeza fará a varrição interna e externa do local.

Desde quinta-feira, dia 26 de março, o Cemitério Municipal São João Batista está fechado para visitações, lavagem de túmulos e reformas em jazigos, como medidas de prevenção e combate ao novo coronavírus (Covid-19). O local está aberto apenas para enterros.

Receita adia para junho pagamento da primeira cota do Imposto de Renda

Agência Brasil

A Receita Federal adiou a data de pagamento da primeira cota do Imposto de Renda da Pessoa Física e retirou a exigência de informar o número do recibo de entrega da última declaração. As medidas são em decorrência do adiamento do prazo final para entrega da Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física, do dia 30 de abril para o dia 30 de junho de 2020, anunciada nessa quarta-feira (1º).

“Como consequência, a data do débito automático da 1ª cota passa de 10 de abril para o dia 10 de junho e as datas permitidas para o débito automático das demais cotas passam a ser aquelas compreendidas entre 11 de junho (originalmente era 11 de abril) e o último dia do prazo, agora, dia 30 de junho de 2020”, informou hoje (2) a Receita, em nota.

Sobre o recibo do ano anterior, a Receita informou que, historicamente, há contribuintes que se dirigem às unidades de atendimento do órgão para pegar o número do recibo da última declaração, seja porque perderam a versão impressa ou não têm mais acesso à mídia ou ao computador em que estava armazenado o recibo.

“Com a alteração do prazo e a retirada da exigência da informação do número do recibo, objetiva-se evitar eventuais aglomerações de contribuintes no atendimento da Receita Federal, bem como em empresas ou instituições financeiras, na busca de informes de rendimentos, e em escritórios de profissionais ou em entidades que prestem auxílio no preenchimento das declarações, de modo a contribuir com o esforço governamental de diminuir a propagação do novo coronavírus”, disse a Receita.

Governo estuda mandar aviões da FAB para buscar equipamentos médicos na China

BRUNO B. SORAGGI – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O Ministério da Saúde estuda enviar aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) para trazer da China equipamentos médicos a serem usados na prevenção e no tratamento da Covid-19 no Brasil.

O uso de aeronaves do governo seria uma das três estratégias consideradas pela pasta para a retirada de itens importados.

“Com a retomada da produção na China, a expectativa é a normalização futura da oferta dos equipamentos, a adequação dos preços e a retomada da compra descentralizada. Para a retirada desses produtos adquiridos pela pasta estão sendo analisadas três estratégias: a utilização de voos comerciais regulares que têm se mostrado difícil devido à diminuição de voos, a contratação de aviões cargueiros e o envio de aeronaves da FAB.”

Os Estados Unidos também enviarão 23 aviões para voltar com toneladas de equipamentos e produtos hospitalares da China. A notícia acendeu luz amarela em especialistas brasileiros que tentam comprar insumos de empresas do país asiático.

“A notícia mostra que vamos ter sérios problemas de abastecimento”, diz o médico Carlos Morel, ex-presidente da Fiocruz que hoje negocia com empresas do país asiático a importação de insumos para a fundação, vinculada ao Ministério da Saúde, e outros para órgãos do país.

“O capitalismo selvagem vai se impor. Cada país vai querer se proteger”, diz ele. Morel afirma que “a pressão sobre as empresas chinesas está no nível máximo” e os preços dos insumos médicos estão aumentando freneticamente. “Sobem de um dia para o outro”.

Morel diz que as companhias chinesas já começaram a avisar que muitos equipamentos, como leitos hospitalares, só poderão ser entregues em junho.
Os vôos ordenados pela Casa Branca para a China foram noticiados pelo “The New York Times”. O jornal diz que o primeiro avião trouxe 80 toneladas de mercadorias, como 10 milhões de luvas, 1,8 milhão de máscaras, aventais e “milhares de termômetros”.

Ex-vereador Arthur Ribeiro morre aos 104 anos

Faleceu nesta quinta-feira (02) Arthur Antonio Ribeiro, aos 104 anos. Ex-vereador em Rio Claro, Ribeiro foi entrevistado do Jornal Cidade em dezembro do ano passado, quando completou admiráveis 104 anos de vida.

Nas redes sociais, familiares lamentaram a perda e exaltaram a dedicação do ex-vereador ao município. Seu corpo será velado no Velório Municipal nesta sexta-feira (03), das 7 às 10 horas, quando será levado para sepultamento no Cemitério São João Batista.

Ribeiro deixa os filhos Maria Therezinha e Sebastião, além de netose bisnetos.

Vacina contra coronavírus testada nos EUA produz anticorpos em roedores

MATHEUS MOREIRA – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A mais nova candidata a vacina contra o coronavírus teve resultados positivos no primeiro teste em animais. Apelidado de PittCoVacc, o fármaco, aplicado em camundongos, foi capaz de estimular a produção de anticorpos suficientes para a neutralização do Sars-CoV-2 dentro de duas semanas depois da aplicação. O nome da vacina homenageia a Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA), onde é realizada a pesquisa.

Apesar do avanço, o estudo ainda requer acompanhamento a longo prazo dos animais em que a vacina foi testada para confirmar a imunização. Os camundongos que receberem a vacina da Mers, por exemplo, mantiveram a imunização por um ano. A situação da vacina contra a Sars-CoV-2 parece repetir o feito.

A base para a vacina já existia graças a estudos anteriores para vacinas contra a Sars e a Mers, segundo os pesquisadores. Daí em diante, o que o grupo fez foi aplicar uma técnica já utilizada para vacinas contra a gripe, que consiste em usar pedaços da proteína do vírus (cultivado em laboratório) para induzir o sistema imunológico a produzir anticorpos.

A administração da vacina será por meio de matrizes de microagulhas dissolvíveis, ou seja, uma peça cujo tamanho não excede a ponta de um dedo e que tem cerca de 400 microagulhas feitas de açúcar e com pedaços da proteína do vírus.

Essa peça é colada na pele do paciente, como se fosse um adesivo, e por meio das agulhas, que liberam a vacina sob a pele, o fármaco chega ao organismo. Além disso, a matriz de microagulhas se mantém como curativo, uma vez que as agulhas dissolvem na aplicação.

O uso dos adesivos de microagulhas ajuda a evitar irritações na pele e infecções causadas durante a retirada de agulhas ou quebra de microagulhas não dissolvíveis.

De acordo com os pesquisadores, o sistema produtivo da vacina é escalável, ou seja, pode ser reproduzido com facilidade para atender a demanda. Isso porque tanto as células utilizadas para produção das proteínas do vírus quanto as matrizes de microagulhas podem ser produzidas em massa.

Outra boa novidade, neste caso, é que a vacina não precisa ser mantida em refrigeração, podendo ser armazenada em temperatura ambiente até a aplicação, reduzindo os custos de transporte e armazenamento refrigerado.

Em comunicado, os pesquisadores dizem acreditar que a urgência da demanda por uma vacina contra o coronavírus pode cortar de um ano para alguns meses a concessão de autorização para o início dos ensaios clínicos, com testes em humanos.

São Paulo afasta 600 policiais por suspeita de Covid-19

ROGÉRIO PAGNAN – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O número de policiais civis e militares de São Paulo com suspeita de infecção pelo coronavírus explodiu na última semana e chega a cerca de 600 profissionais afastados no estado. São funcionários que estão internados ou cumprindo ordens médicas de isolamento por 14 dias. Só da PM são cerca de 450 profissionais afastados.

Na semana passada, quando foram iniciadas medidas mais concretas de proteção da tropa (como o uso de luvas e máscaras), membros da cúpula das polícias estimavam um contingente infectado inferior a dez profissionais.

A expectativa do comando da PM, segundo a reportagem apurou, é que o quadro se agrave até o próximo dia 15, quando é esperado o pico de contágio no estado. A corporação está preparada para o afastamento de até 20% da tropa (cerca de 17 mil policiais), embora acredite que o número deva ficar bem abaixo disso.

Caso a situação se agrave, há pronto um plano para suspender férias e licenças-prêmio, que seria suficiente para repor o contingente e manter o policiamento normalmente.

O número de afastados hoje representa cerca de 0,5% dos cerca de 120 mil policiais civis e militares de SP da ativa, incluindo a Polícia Científica.
Para tentar reduzir os afastamentos, a PM deve começar a realizar nesta quinta (2) exames rápidos. Quem não tiver a doença volta ao trabalho imediatamente ou fica afastado por tempo menor.

Um dos primeiros grupos que serão testados são os cerca de 800 profissionais do Centro de Operações da PM, do telefone 190 –onde trabalhava a sargento Magali Garcia, 46, que morreu na segunda (31) após complicações da Covid-19. Outras 20 pessoas que trabalhavam com ela foram afastadas após apresentarem sintomas como febre e tosse.

O número de policiais contaminados vem sendo tratado com reserva pela cúpula da Segurança Pública, que teme elevar a tensão entre policiais e interferir no moral da tropa –mais do que nunca, peça fundamental para o governo paulista no controle social.

Para o sociólogo Luís Flávio Sapori, professor da PUC-Minas, a polícia paulista não tem opção a não ser se proteger como profissionais da saúde de forma a evitar o exemplo da polícia de Nova York (EUA), que tem 10% do efetivo já infectado (5.500 profissionais).

“Não vejo alternativa a não ser disseminar os equipamentos de proteção individual. Os policiais se tornaram um grupo de risco importante pelo trabalho que precisam continuar exercendo”, afirma.

Segundo o coronel da reserva Glauco Carvalho, ex-comandante da PM na capital, um dos trabalhos do comando tem sido justamente garantir a higidez da tropa.

“A grande preocupação do comando agora é diminuir atividades de rotina administrativa, para que todos os comandantes, ao menos uma vez por dia, possam conversar com a tropa, para tranquilizá-la”, diz.

“A PM vai ter papel ainda mais fundamental conforme a disseminação da doença. Ela deverá ser empregada em larga escala, seja para socorro de pessoas, seja para o descontrole de grupos sociais necessitados, dada a crise econômica que se vislumbra.”O presidente da Associação dos Delegados de São Paulo, Gustavo Mesquita Galvão Bueno, diz que o sentimento entre policiais civis é de preocupação, porque parte deles está no grupo de risco. Cerca de um terço tem condições de se aposentar, por exemplo, e delegacias continuam recebendo gente no mesmo volume.

“As pessoas têm que se conscientizar que [ao ir à delegacia] estão colocando em risco não só os policiais mas elas próprias, e que todo o sistema de saúde que precisa ser preservado no momento”, afirma.

O delegado defende uma campanha do governo paulista de divulgação da ampliação da delegacia eletrônica. Neste mês, a ferramenta passou a permitir o registro de quase todos os crimes, com exceção de homicídio, latrocínio (roubo com morte), estupro e violência doméstica.

Bueno também defende que a Polícia Civil reestruture os distritos policiais para evitar o contágio, como fizeram por conta própria os policiais do 27º DP (Campo Belo), que construíram um esquema de proteção para as equipes que atendem ao púbico.

“Se pensar em um cenário que esse efetivo precise ser afastado, fique doente e faleça, aí sim a gente vai ter um colapso no sistema de segurança pública.”

Outro grupo de profissionais com preocupações redobradas são os médicos legistas, que, por decreto da Secretaria de Estado da Segurança Pública, estão autorizados desde 21 de março a só realizarem necropsia em casos absolutamente necessários.

“O risco de contaminação local, até na sala de necropsia, é muito grande. Se você fizer a necropsia de uma pessoa que tem Covid-19, vai espalhar para o material da necropsia, para a sala, para todo mundo que está trabalhando lá”, diz o presidente Associação dos Médicos Legistas do Estado de São Paulo, Celso Domene, 74. “Não dá para brincar com essa doença.”

Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança informou que todo policial com suspeita ou diagnóstico de Covid-19 está devidamente afastado, conforme orientações do Comitê de Contingência do Coronavírus. A instituição afirma que acompanha o quadro clínico dos profissionais, fornecendo todo o suporte necessário para sua recuperação.

“A SSP também tem adotado todas as medidas necessárias para garantir a proteção acerca da Covid-19, como aquisição e distribuição de novos EPIs (equipamentos de proteção individual), máscaras e luvas, para os servidores e agentes de segurança.”

Robin Williams terá canal no YouTube com momentos marcantes de sua carreira

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ator e humorista vencedor do Oscar Robin Williams, morto em 2014, ganhou um canal especial no YouTube chamado Robin Williams: Comic Genius. O projeto da TimeLife, tem como objetivo relembrar e homenagear diversos momentos da carreira do comediante.

“O canal oficial celebra a vida e a genialidade em quadrinhos de Robin Williams. Se você conhece Robin no palco ou na tela, como comediante, alienígena ou gênio -esteja preparado para rir e chorar com essas performances inesquecíveis e hilárias”, diz a descrição da página.

O canal terá performances de stand-up e entrevistas icônicas concedidas durante vários períodos de sua carreira. O conteúdo também está disponível no formato de DVD, com mais de cem apresentações do comediante.

Williams cometeu suicídio aos 63 anos. Sua viúva e terceira mulher, a designer gráfica Susan Schneider, revelou mais tarde que ele sofria de Demência de Corpos de Lewy, uma doença neurodegenerativa que altera o humor e os movimentos e causa alucinações. Ele tinha três filho.

Robin Williams é conhecido por seus papéis em filmes como “Sociedade dos Poetas Mortos” (1989), “Uma Babá Quase Perfeita” (1993), “Jumanji” (1995), “Flubber – Uma Invenção Desmiolada” (1997), “Patch Adams – O Amor é Contagioso” (1998) e “O Homem Bicentenário” (1999).

Ele venceu o Oscar de melhor ator coadjuvante em 1998, por “Gênio Indomável”, no qual contracenou com Matt Damon. Ele fez um psicólogo que tratava o protagonista do filme, Will (vivido por Damon). Além disso, venceu por cinco vezes o prêmio Globo de Ouro, duas vezes o Emmy e seis vezes o Grammy, por seus discos de stand-up.

Williams foi indicado ao Oscar em outras três oportunidades: por “Bom Dia, Vietnã” (1988), “Sociedade dos Poetas Mortos” e “O Pescador de Ilusões” (1992). No Globo de Ouro, ganhou o prêmio especial Cecil B. Demille em 2005, pelo conjunto de sua obra. No ano de sua morte, ele havia lançado a comédia “O Que Fazer?”, ao lado de Mila Kunis, Peter Dinklage e Melissa Leo.

VIDA

Robin McLaurin Williams nasceu em 21 de julho de 1951, em Chicago, no Estado americano de Illinois. Ele começou a carreira como comediante stand-up e ganhou notoriedade na década de 1970, ao aparecer na TV no programa “The Richard Pryor Show”, na NBC.

Depois, ganhou um papel na série “Happy Days”, como o alienígena Mork, entre 1978 e 1979. Ele se destacou e ganhou um prêmio Globo de Ouro pelo programa. No cinema, seu primeiro papel foi em “Óculos Para Quê?”, de 1977. Ele também interpretou Popeye, numa adaptação cinematográfica do desenho animado, três anos depois.

Em 1986, já com a carreira em ascensão, apresentou o Oscar ao lado de Jane Fonda e Alan Alda. A grande guinada de sua carreira, no entanto, veio com “Bom Dia, Vietnã”, de 1988, pelo qual foi indicado ao prêmio da Academia pela primeira vez. O filme estabeleceu Williams, que era mais conhecido como comediante, como ator dramático.

Em 1992, Williams também fez sucesso ao dublar, na versão original, o gênio de “Aladdin”. A participação garantiu que o ator fosse chamado para diversos outros trabalhos de dublagem, incluindo os filmes “A. I. Inteligência Artificial” (2001), “Robôs” (2005) e “Happy Feet – O Pinguim” (2006).

Jornal Cidade RC
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