Estados perdem R$ 16 bi em arrecadação no 1º semestre

JOÃO PEDRO PITOMBO – SALVADOR, BA (FOLHAPRESS)

Em meio à crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus, os estados brasileiros atravessaram o primeiro semestre de 2020 com uma queda na arrecadação de R$ 16,4 bilhões em comparação com o mesmo período do ano passado.

Levantamento da Folha de S.Paulo com base nos relatórios de execução orçamentária dos estados aponta que, das 27 unidades da federação, 20 registraram queda na arrecadação nos primeiros seis meses deste ano. Seis estados e o Distrito Federal tiveram arrecadação maior que no ano passado, com destaque para Mato Grosso e Amapá.

Ao todo, os estados tiveram uma receita com impostos, taxas e contribuições de R$ 251 bilhões entre janeiro e junho de 2020 contra R$ 267,6 bilhões no mesmo período de 2019, em valores atualizados pela inflação; uma queda de 6%.

Especialistas apontam que não há paralelo de baque tão grande no cofre dos estados na história recente do país. O resultado já é pior do que o obtido nas crises de 2008 e 2015.

No primeiro semestre de 2015, por exemplo, a queda na arrecadação dos estados foi de R$ 14,6 bilhões, em valores atuais, comparado ao mesmo período de 2014.

“Os estados seguem sofrendo bastante com a dinâmica de suas receitas próprias, dado que o isolamento social afetou diretamente a arrecadação de ICMS, principal tributo estadual”, avalia Juliana Damasceno, pesquisadora do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

A perda de receita aprofundou a crise em estados que já vinham enfrentando um cenário de dificuldade nas contas públicas, caso de Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Os três estados mantêm o pagamento escalonado de servidores públicos.

O Rio Grande do Sul, por exemplo, que vem fazendo um trabalho de reformas e redução de despesas, registrou queda real de 5,7% na arrecadação. Com isso, a meta de terminar o ano sem déficit não deve ser mais alcançada.

“Ainda assim, foi importante ter entrado na crise com as despesas congeladas. Caso contrário, nossa situação seria muito pior”, afirma o secretário estadual da Fazenda, Marco Aurélio Cardoso.

O tempo de atraso para quitar os salários dos servidores, que havia sido reduzido para 13 dias em janeiro deste ano, alcançou 39 dias em maio. Dessa forma, os salários que deveriam ter sido pagos até 31 de maio só foram totalmente quitados em 9 de julho.

Em geral, o impacto da perda de receita dos estados só não será pior por causa da aprovação das medidas de auxílio financeiro do governo federal aos estados e municípios. Estados e DF receberão, juntos, R$ 22,3 bilhões.

O benefício, contudo, vai compensar apenas entre 30% e 40% da perda de arrecadação dos entes, conforme estudo feito pela Secretaria da Fazenda de São Paulo.

“O pacote foi desidratado nas discussões entre o Congresso e a equipe econômica, o que na prática reduziu seu alcance, prolongando a situação de dificuldade que os estados já vinham enfrentando antes da pandemia”, afirma o secretário da Fazenda da Bahia, Manoel Vitório.

Com maior arrecadação própria entre os estados brasileiros, São Paulo teve uma receita de R$ 89,1 bilhões com tributos no primeiro semestre ante R$ 95,7 bilhões no mesmo período de 2019, uma queda de 6,8%. A Fazenda paulista estima que o estado deve fechar o ano com uma queda de receita de R$ 18 bilhões, equivalente a 10% da arrecadação.

Para neutralizar o impacto das perdas, São Paulo conta com a receita extra de auxílio aos estados e com a rolagem da sua dívida, aprovada no mesmo projeto de lei que criou o auxílio.

São Paulo pagaria este ano cerca de R$ 12 bilhões em parcelas da dívida para o governo federal, valor cujo pagamento foi postergado. As parcelas só voltarão a ser pagas em 2021.

“Ao contrário de outros estados que enfrentam uma situação mais difícil, vamos fechar o ano com caixa equilibrado”, diz o secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles.

Ele projeta um cenário de dificuldades no próximo ano e estima que a economia só deve voltar a atingir os níveis pré-crise no final de 2021. Por isso, a administração tomou medidas de contenção de gastos.

Os estados da região Nordeste, como Ceará, Rio Grande do Norte e Sergipe, tiveram uma forte perda na arrecadação com o ICMS. O mesmo aconteceu em estados do Sul, que têm uma economia mais voltada para o comércio de bens.

No Paraná, por exemplo, a arrecadação caiu de R$ 13 bilhões para R$ 11,6 bilhões, já descontados os repasses para municípios. A queda nas receitas com tributos foi de 10,5%.

O secretário estadual da Fazenda, Renê Garcia Junior, afirma que, além das exportações agrícolas, a economia paranaense depende do comércio inter-regional, sobretudo com São Paulo. Por isso, teve forte impacto das medidas de isolamento social.

A substituição do comércio em lojas físicas pelas compras online em meio à pandemia, explica o secretário, também impactou a arrecadação. Para completar, o fechamento definitivo de cerca de 20% das empresas do estado deve tornar o cenário ainda mais adverso.

Para minimizar o impacto das perdas, diz o secretário, o Paraná ampliou a fiscalização de grandes contribuintes, cortou gastos e redimensionou projetos.

Ao mesmo tempo em que estão perdendo receita, a maior parte dos estados teve que acelerar o volume de gastos, sobretudo com ações de enfrentamento à pandemia e compra de equipamentos como respiradores.

Das 27 unidades da federação, 21 registraram maior investimento no primeiro semestre comparado ao mesmo período de 2019. Estados como Pará, Mato Grosso e Tocantins mais que dobraram o nível de investimento.

Para a economista Juliana Damasceno, os estados carecem de ajuda do governo federal para além do sentido financeiro. Ela afirma que é preciso um plano de ação coordenado no enfrentamento à Covid-19, com planejamento conjunto de compras públicas e da reabertura da economia.

“A falta de perspectiva quanto aos rumos da pandemia reforça a necessidade de se ter alto grau de planejamento”, avalia.

Caminhoneiro de Rio Claro morre em acidente na Washington Luís

Um acidente com vítima fatal foi registrado na Rodovia Washington Luís (SP-310) no início da manhã desta segunda-feira (3). O acidente aconteceu por volta das 5h e vitimou um caminhoneiro de Rio Claro, Ronaldo Aparecido Victor dos Santos, de 39 anos.

Ronaldo seguia no sentido interior-capital quando, próximo ao município de Cordeirópolis, colidiu na traseira de um outro caminhão.

Segundo informações da Eixo SP, responsável pela administração do trecho, a concessionária foi acionada para socorrer a vítima, porém o caminhoneiro não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

Elektro oferece condições especiais para os clientes inadimplentes de Rio Claro

A partir desta segunda-feira (03), os clientes da Elektro de Rio Claro,  com contas de energia em atraso, estarão suscetíveis a ter o fornecimento de energia suspenso, conforme determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A empresa, no entanto, ressalta que os consumidores com conta em aberto serão previamente reavisados da existência do débito e terão a oportunidade de quitar a dívida, com condições especiais de pagamento, como parcelamento dos débitos.  

“O corte de energia é sempre o último recurso utilizado pela empresa, antes são adotadas todas as medidas administrativas para a quitação da dívida. Para evitar uma medida drástica, a empresa está disponibilizando condições, realmente, diferenciadas aos nossos clientes nesse momento de dificuldade”, comenta Robinson Delsin, Gerente de Recuperação da Receita da Elektro.  

A grande maioria dos mais de 2,7 milhões de clientes da concessionária se mantém com as contas em dia. Mas, para os que enfrentaram dificuldades, a empresa está disponibilizando um Portal de Negociação para pagamentos e parcelamento de débitos. A condição é válida para clientes residenciais com mais de duas contas de energia em aberto. O portal é mais uma iniciativa da distribuidora para minimizar o impacto econômico provocado pela pandemia da Covid-19 no orçamento doméstico.  

O Portal de Negociação da Elektro (www.elektro.com.br) oferece uma série de vantagens no pagamento de faturas, tais como quitação à vista, pagamento integral no débito com o cartão virtual Caixa Elo (Auxílio Emergencial) ou parcelamento em até 12 vezes no cartão de crédito (nesses dois últimos casos por meio da Flexpag, bom bônus de R$ 35 para os primeiros 500 clientes que negociarem o débito). Na negociação, são aceitos os cartões das bandeiras Master, Visa, Hiper, Elo e Amex.  

Além dos clientes classificados como baixa renda, a Aneel decidiu manter a proibição de cortes de energia por falta de pagamento para imóveis residenciais nos quais morem pessoas que dependam de equipamentos elétricos essenciais à preservação da vida até o final de 2020. Entretanto, a empresa reforça que não se trata de isenção da conta de energia e recomenda que os clientes evitem acumular dívidas com a distribuidora.  

PRAZO – Os clientes inadimplentes estão sendo comunicados previamente da existência do débito. Após receber o reaviso, o cliente terá aproximadamente 15 dias para regularizar a situação. Se permanecer o débito, pode ocorrer a suspensão do fornecimento. Nesse caso, a energia apensa será restabelecida em até 48 horas após a quitação das faturas em aberto.    

Morre primeiro cachorro diagnosticado com coronavírus nos EUA

LÍVIA MARRA – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O pastor alemão Buddy, primeiro cachorro com diagnóstico para coronavírus nos Estados Unidos, precisou ser submetido a eutanásia. Segundo veterinários, ele possivelmente sofria de linfoma.

Segundo a agência AFP, há dúvidas se, assim como humanos, animais com doenças preexistentes podem ser mais suscetíveis a formas graves da Covid-19.

Outros animais já receberam diagnóstico para a doença pelo mundo.

Apesar disso, não há indícios de que pets transmitam o vírus a humanos, mas eles podem levar a contaminação para casa por meio das patas ou pelos, se alguém infectado tossir ou espirrar próximo ou animal ou fizer um carinho com a mão contaminada.

Por isso, a recomendação é manter a higiene, evitar passeios em áreas com muitas pessoas e animais e lavar as patinhas com água e sabão neutro sempre que chegar em casa.

Gusttavo Lima diz que fumou maconha em viagem a Amsterdã

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O cantor Gusttavo Lima, 30, fez mais uma live neste final de semana, e aproveitou para contar uma história sobre a primeira, e única, vez em que fumou maconha. Segundo ele, foi em 2011, em Amsterdã, na Holanda, e quase o fez perder um show. “Foi o pior dia da minha vida. Nunca mais coloco isso na boca de novo”, afirmou.

Gusttavo, que compartilhava o palco com outros artistas na hora, afirmou que não haveria problema contar a história durante a live porque seus fãs “não têm mimimi” e disse que ele não guarda segredo de quem gosta dele, contando inclusive sua experiência caminhando pelas ruas da cidade, “que tem aqueles puteiros”.

O músico contou que estava acompanhado do empresário, do irmão, Luciano, além de alguns amigos, quando resolveu experimentar maconha. “Eu dei um tapa nesse trem, esperei um, dois minutos, e nada. Aí dei uns cinco tragos, caprichados. Passou uns cinco minutos, aí senti que a cadeira deu uma flutuada.”

“Pensa numa larica… Foi o pior dia da minha vida. Nunca mais coloco isso na boca”, afirmou ele, que confessou quase ter perdido o show que aconteceria naquela noite. “Eu passei no hotel pra tomar banho, mas quem disse que eu dava conta. Encostei na cama e fiquei. Eu estava ruim, ruim, minha cabeça a mil”, completou.

Gusttavo continuou a história e disse que chegou a comer umas 170 coxinhas, “aquelas pequenininhas”, antes de subir no palco, e que começou a melhorar apenas depois da terceira música. “Foi uma vez na vida, pra nunca mais. Deu uma depressão tão grande”, desabafou ele.

O músico já provocou polêmica em outras lives, chegando inclusive a ser advertido pelo Conar, órgão de regulamentação publicitária, após o excesso de bebidas alcoólicas. Devido às críticas, Gusttavo Lima chegou a dizer que não faria mais lives e que sua intenção era apenas mostrar sua vida em casa.

Engavetamento com 22 veículos deixa ao menos 8 mortos e dezenas de feridos no PR

(FOLHAPRESS) –

Ao menos oito pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em acidente envolvendo 15 carros, cinco motos, uma carreta e uma viatura policial na BR-277, em São José dos Pinhais (PR).
Segundo o Corpo de Bombeiros, um incêndio na vegetação provocou a tragédia no início da madrugada de segunda-feira (3). O engavetamento ocorreu na altura do km 77, sentido litoral, próximo à ponte do Rio Iguaçu.
De acordo com as primeiras informações, as equipes do Corpo de Bombeiros estavam a caminho da região para atender ocorrência de incêndio ambiental. Pessoas que passaram pelo trecho da rodovia momentos antes relataram que havia pouco visibilidade por causa do excesso de fumaça, o que pode ter provocado o acidente.
Ao menos 20 equipes de socorro, dos bombeiros e do Samu prestaram atendimento a cerca de 30 vítimas, duas em estado grave, outras cinco encaminhadas aos prontos-socorros da região e 16 com ferimentos leves. Os corpos, ainda não identificados, serão encaminhados ao Instituto Médico Legal de Curitiba.

Ex-papa Bento XVI está gravemente doente, diz jornal

Agência Brasil

O ex-papa Bento XVI está gravemente doente depois de retornar ao Vaticano de uma visita à Alemanha, disse hoje (3) o jornal alemão Passauer Neuer Presse, citando o biógrafo do ex-pontífice.

Bento XVI, de 93 anos, está bastante frágil e sua voz é praticamente inaudível, disse o autor Peter Seewald ao jornal.

Mas em um encontro com Seewald no sábado, o ex-papa pareceu otimista e disse que poderia voltar a escrever se recuperar as forças, afirmou a reportagem do jornal.

O ex-papa viajou para a Baviera, onde nasceu, em junho para fazer uma visita final a seu irmão doente Georg Ratzinger, que tinha 96 anos e morreu pouco depois.

Foi a primeira viagem do ex-papa para fora da Itália desde 2013, o ano que ele renunciou ao pontificado.

Covid-19: OMS prevê que pandemia durará muito tempo

Agência Brasil

O Comitê de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que a pandemia da covid-19 irá durar muito tempo e, por isso, é necessário continuar os esforços para a sua contenção em todo o mundo. Segundo dados oficiais da OMS, a doença já provocou 675.060 mortos e infectou quase 17,4 milhões de pessoas em todo o mundo.

O grupo de cientistas, que se reuniu por videoconferência, avaliou a evolução da pandemia de covid-19, tendo em conta toda a informação científica que surgiu sobre o novo coronavírus nos últimos três meses, data da última reunião.O Comité de Emergência da OMS é composto por 18 cientistas de vários países.

“A pandemia é uma crise sanitária que ocorre uma vez em cada século e os seus efeitos serão sentidos nas décadas seguintes”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, ao Comité, segundo um comunicado da organização.

O responsável fez também um balanço do que tem acontecido, salientando que “muitos países que pensavam que o pior já tinha passado estão agora enfrentando novos surtos, outros que tinham sido menos afetados estão com aumentos de casos e  de óbitos, enquanto países que tiveram grandes surtos conseguiram controlá-los”.

Recomendações

Entre as principais recomendações que o Comitê de Emergência dirigiu à OMS está a necessidade de continuar a apoiar os países com serviços médicos mais frágeis, bem como a necessidade de continuar a impulsionar as investigações em curso para se encontrar um ou mais tratamentos e vacinas para a covid-19. O objetivo é que, quando existir uma vacina, os países com menos recursos não fiquem de fora por incapacidade de as comprar.Ou seja, defendeu o Comitê,  afirmando que a distribuição de vacinas deve ser a mais equitativa possível.

Atualmente três potenciais vacinas (dos Estados Unidos, da Inglaterra e China) estão na fase três dos ensaios clínicos, para testar a sua segurança e eficácia.

A OMS referiu a este propósito que poderá ser possível que uma vacina esteja pronta para comercialização “na primeira metade de 2021”.

Relativamente às viagens, o Comite indicou que os países devem tomar medidas proporcionais e aconselhar os cidadãos em função dos riscos, avaliando as suas informações de forma regular.

Por outro lado, recomendou que os serviços de saúde sejam reforçados para permitir a identificação de novos casos e o rastreio de contatos.

Incidentes com pipas na rede elétrica crescem mais de 200% em São Paulo

MARCELA MARCOS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) –

Entre os dias 16 de março e 30 de junho deste ano, os chamados para reparar interferências na rede de energia na capital paulista relacionadas a pipas aumentaram 205%, passando de 1.114 no mesmo período de 2019 para 2.067 no atual, durante a pandemia. Os dados, fornecidos pela Enel-SP, indicam que as regiões mais afetadas são leste e sul, seguidas de oeste e norte, respectivamente.
A principal queixa é a falta de energia, que geralmente ocorre quando uma pipa com material cortante -cerol ou “linha chilena”- rompe um cabo elétrico, causando curto-circuito.
“Um bairro inteiro pode ficar sem luz por causa de uma única pipa”, alerta Vinicyus Lima, gerente de operações da distribuidora.
Ele atribui o aumento de casos nesse primeiro semestre à quarentena. “Com a antecipação das férias, o impacto foi maior para a nossa rede, porque muitas pessoas soltaram pipa em época que não é comum.”
O período de registros crescentes da Enel envolvendo o brinquedo coincide com a alta demanda na Nenê Pipas, que fica em Americanópolis, na periferia da zona sul paulistana.
“Antes da pandemia vinha uma média de 15 pessoas por dia na loja. Depois, nesse período de quarentena, principalmente em maio, foi para mil. Quando eu não podia abrir, chegou a formar fila na porta”, conta Renato Haro, o dono da loja.
Segundo o comerciante -que tem clientes de todas as regiões de São Paulo e até de outros estados, como Sergipe e Acre-, muitos fornecedores não têm mais matéria-prima para vender.
Na zona leste, outro comerciante do ramo, Danilo Jorge Pereira, de 38 anos, também viu a clientela disparar. “Geralmente, assim que passa o Carnaval a procura já diminui, mas este ano, com shopping e parque fechados, aumentou em aproximadamente 100%. Tem gente que veio na loja depois de 8, 10 anos sem empinar”, afirma o dono da Danilão Pipas, que fica no bairro de Cidade Patriarca. Na redondeza, ele garante que é comum, principalmente aos domingos, ver gente soltando pipa “até da sacada do apartamento”.
Com cuidados, a prática é bem-vinda O pintor residencial Edvaldo Capdevilla tem 58 anos e é adepto da prática desde a juventude. De uns tempos pra cá, só empinava uma vez por ano, mas não resistiu ao ver o céu “parecendo um enxame” nos últimos meses.
“A gente vê um baita quadrado bonito e se sente estimulado, quer colocar um no alto também. Mas a gente sabe onde pode soltar.”
Morador da Vila Germinal, na zona norte, ele cita locais da mesma região que são mais abertos e seguros, como um terminal de cargas da Vila Sabrina onde os pais levam filhos pequenos nas tardes de domingo. Por falar em segurança, aliás, o pintor já viu muito acidente por causa de pipa.
“É o que mais tem. Um conhecido provocou um curto e levou um choque porque foi mexer em uma pipa que estava enroscada em um cabo de energia.”
Assim como o risco que linhas com material cortante oferecem à vida de motociclistas e pedestres, ocorrências com choque também podem ser fatais, segundo o especialista da Enel.
“Muitas pessoas acham que podem resgatar pipa usando bambu ou um pedaço de madeira, achando que é isolante [elétrico]. A madeira em si pode não conduzir energia, mas as impurezas que ela carrega devido à poluição, somadas à umidade podem causar um acidente fatal, assim como o bambu, que retém água.”
Para Maria Angela Barbato Carneiro, coordenadora do Núcleo Cultura e Pesquisas do Brincar da PUC-SP, uma vez tomados os cuidados, a prática traz benefícios.
“Traz equilíbrio, concentração e até noções de Física, por estimular a observação da direção do vento.”
A brincadeira antiga, segundo ela, era usada como sinalização na guerra pelos japoneses, que indicavam, no alto, onde estavam sendo atacados. Mas, para entreter as crianças, o objeto não precisa ser complexo.
“Os pais podem montar uma capucheta [espécie de pipa sem varetas] com jornal. É barato e lúdico.”

Jornal Cidade RC
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