FHC e Lula apoiam Dilma após Bolsonaro questionar tortura sofrida pela petista na ditadura

SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) demonstrou apoio à ex-presidente Dilma Rousseff (PT) após provocação do atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (sem partido), sobre a tortura que a petista sofreu durante a ditadura militar.

Em uma rede social, o tucano afirmou que “brincar com tortura é inaceitável”, independentemente do lado político das vítimas. Para ele, as declarações de Bolsonaro “passam dos limites”.

“Minha solidariedade à ex Presidente Dilma Rousseff. Brincar com a tortura dela -ou de qualquer pessoa- é inaceitável. Concorde-se ou não com as atitudes políticas das vítimas. Passa dos limites”, disse FHC.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também reagiu. “O Brasil perde um pouco de sua humanidade a cada vez que Jair Bolsonaro abre a boca. Minha solidariedade a presidenta @dilmabr, mulher detentora de uma coragem que Bolsonaro, um homem sem valor, jamais reconhecerá”, escreveu o petista em uma rede social.

A apoiadores o presidente chegou a cobrar que lhe mostrassem um raio-X da adversária política para provar uma fratura na mandíbula.

“Dizem que a Dilma foi torturada e fraturaram a mandíbula dela. Traz o raio-X para a gente ver o calo ósseo. Olha que eu não sou médico, mas até hoje estou aguardando o raio-X”, afirmou.

Já Dilma rebateu e classificou Bolsonaro como fascista, sociopata e “cúmplice da tortura e da morte”.

Para a petista, Bolsonaro mostra, “com a torpeza do deboche e as gargalhadas de escárnio, a índole própria de um torturador” e “ao desrespeitar quem foi torturado quando estava sob a custódia do Estado, escolhe ser cúmplice da tortura e da morte.”

PM de Araras apreende mais de 2,7 mil pinos de cocaína

Em Araras, um homem foi preso pela Força Tática da Polícia Militar por tráfico de drogas na noite da última segunda-feira (28). Com ele, foram apreendidos 2.752 pinos com cocaína, 50 porções de maconha, 87 pedras de crack e uma pedra maior da mesma droga, tudo embalado para venda.

De acordo com informações da Polícia Civil, uma denúncia informou à equipe que um homem levava drogas para uma casa no Jardim Universitário, região sudoeste da cidade.

O suspeito teria corrido para dentro da residência ao perceber a chegada da polícia. Um senhor que estava na garagem e que se identificou como sogro do suspeito autorizou a entrada dos policiais.

O rapaz foi abordado e as drogas foram encontradas dentro da mochila que carregava. Ele foi preso em flagrante e levado à delegacia onde permaneceu à disposição da justiça.

Convidados de Neymar chegam de jatinho para festa de Ano-Novo; saiba nomes

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A festa de Ano-Novo envolvendo o nome do craque de futebol Neymar Jr., 28, não para de ganhar novos desdobramentos. O planejamento do evento, que acontece na região da Costa Verde, no Rio de Janeiro, desde o último dia 25, conta com uma organização de luxo e uma lista de convidados famosos.

Entre os nomes que marcam presença no evento, que segundo o colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, deverá custar em torno de R$ 4 milhões, estão os dos cantores Kevinho, Alexandre Pires e o grupo Jeito Moleque. Para prevenir os penetras, cada convidado usa uma pulseira VIP, que de acordo com a revista Quem, é uma forma de identificar quem realmente faz parte da lista de Neymar.

A DJ Miss Natália, por exemplo, não se conteve e deixou “escapar” a pista, ao publicar uma foto em que aparece usando a pulseira e tem como localização o local do evento. Na postagem, estava também a youtuber Ana Liz Bittencourt. Já a influenciadora digital Camila Loures chegou de jatinho para a festa. Ela posou para uma foto no jato particular a caminho da cidade de Mangaratiba.

Ainda segundo informações de Ancelmo Gois, Neymar comprou um hangar desativado, da Fazenda Bom Jardim, para receber os convidados.

Procurada pela reportagem nesta segunda-feira (28), a assessoria do jogador se limitou a dizer que não haverá festa em sua residência. A agência de eventos Fábrica publicou na noite de domingo (27) uma nota de esclarecimento e confirmou a realização de uma festa de Réveillon na região da Costa Verde, no Rio de Janeiro, mas sem citar o nome do jogador.

Segundo a empresa, a festa “receberá aproximadamente 150 pessoas”, e não 500, como havia sido informado pelo jornalista Ancelmo Gois. Entretanto, promover aglomerações contraria as orientações das agências de saúde devido à recente alta de contaminação e mortes provocadas pelo novo coronavírus.

Diante do cenário da Covid-19, a festa tem gerado insatisfação entre os moradores de Mangaratiba, informou a CNN Brasil. Um funcionário do condomínio onde o evento tem sido realizado afirmou ao canal de televisão que a comemoração movimenta o local com entrada e saída de pessoas o tempo todo.

Ainda segundo a CNN Brasil, a assessoria do grupo musical “Vou pro Sereno” confirmou a apresentação no evento particular do jogador. As notícias sobre o evento apontam que Neymar proibiu que os convidados entrem com celulares na festa, para evitar a divulgação de fotos ou vídeos da comemoração nas redes sociais.

Família encontra jovem que estava desaparecida em Rio Claro

Giovana Paulino Lucas, de 17 anos, que estava desparecida desde a tarde desta segunda-feira (28) foi localizada pela família no final da manhã desta terça (29).

A informação de que a jovem foi encontrada foi divulgada pela mãe da garota, que através das redes sociais tranquilizou quem havia se preocupado com a situação e agradeceu a ajuda de todos.

O caso

Giovana Paulino Lucas saiu da residência em que mora na Avenida 58-A, bairro Jardim América na segunda-feira (28), por volta das 14 horas e depois disso não deu mais notícias. “Ela está com problemas emocionais, faz tratamento para transtorno bipolar e realmente não estava bem nos últimos dias. Tentamos controlar mas nem sempre conseguimos. Acabou saindo dizendo que ia na casa de uma amiga mas não chegou ao local”, disse a mãe.

Família busca por jovem desaparecida em Rio Claro

Uma jovem de 17 anos está desaparecida na cidade de Rio Claro e familiares registraram um boletim de ocorrência na Polícia Civil.

Giovana Paulino Lucas saiu da residência em que mora na Avenida 58-A, bairro Jardim América na segunda-feira (28), por volta das 14 horas e depois disso não deu mais notícias. “Ela está com problemas emocionais, faz tratamento para transtorno bipolar e realmente não estava bem nos últimos dias. Tentamos controlar mas nem sempre conseguimos. Acabou saindo dizendo que ia na casa de uma amiga mas não chegou ao local. Pedimos por favor para que entrem em contato com a gente ou com a polícia caso alguém saiba onde ela possa estar”, disse a mãe Márcia Paulino Barrotti.

Giovana saiu de casa usando um shorts jeans e uma blusa cor de rosa. Ela também está com os cabelos tingidos de rosa. Informações nos telefones: 99893-9718 (família), 190 (PM), 153 (GCM).

ATUALIZAÇÃO

No final da manhã desta terça (29), a mãe da jovem informou que ela foi localizada.

LOCOMOTIVA Casa de Recreação

Foi inaugurada na 5ª feira, dia 17 de dezembro, a Locomotiva Casa de Recreação. O proprietário e idealizador Ignácio Costa Izquierdo e sua esposa Adriana V. Ferreira Izquierdo trazem junto à LOCOMOTIVA um novo conceito em Recreação Infantil para o contra período escolar, em um espaço de 1.582 m2, especialmente montado para seu filho, com acompanhamento de profissionais especializados e treinados. Nossa equipe é composta por pedagogos e educadores físicos, além de uma coordenadora pedagógica que cuidará das tarefas escolares e uma nutricionista que será responsável por todo cardápio e fornecimento do almoço e jantar. Os pais poderão escolher em deixar as crianças no período da manhã ou tarde, tendo ainda a opção de almoço ou jantar, para facilitar o dia a dia. Nos meses de janeiro, julho e dezembro, teremos Loko Férias para crianças que precisam de um espaço para o período de férias. Nossas inscrições já estão abertas. Agende sua visita. Aqui, brincar é coisa séria! Endereço: Av.5A , nº 236 – Ruas 3B e 4B – Cidade Nova – Rio Claro/SP. Whats: (19) 99153-9170 Telefone: (19) 3557-9170 Instagram e facebook – @locomotivacasarecreacao

Contra Covid, Prefeitura do Rio bloqueará toda a orla no Ano-Novo

ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) –

A Prefeitura do Rio bloqueará toda a orla carioca na virada do ano, ampliando a restrição que já havia sido anunciada para o tradicional Réveillon na praia de Copacabana.
Numa entrevista permeada de alertas sobre os riscos da segunda onda de Covid-19, Alexandre Cardeman, chefe-executivo do COR (Centro de Operações Rio), elencou ações para impedir que pessoas se aglomerem nas praias da cidade.
Se autoridades estimaram que quase três milhões se reuniram para assistir à queima de fogos em Copacabana no Réveillon de 2020, o de 2021 terá um céu limpo. Os fogos de artifício estão proibidos entre a meia-noite desta quarta (30) até as 7h de sexta (1º), inclusive espetáculos promovidos pela rede hoteleira, segundo Cardeman.
O veto se estende a festas privadas no calçadão e na areia. Até esta segunda (28), quiosques como o Abracadabra Beach, na avenida Atlântica, a via costeira de Copacabana, ainda traziam cartazes anunciando música ao vivo para a virada. À reportagem um funcionário disse que os festejos foram cancelados após a ordem municipal, só a ceia continuará sendo servida.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) do Rio irá regulamentar o bloqueio às ruas da cidade para quem não for morador. Táxis, por exemplo, só poderão circular em Copacabana se o passageiro tiver comprovante de residência ou provar que está hospedado ou que trabalha no bairro.
Na conversa com jornalistas, Cardeman pediu mais de uma vez que as pessoas ficassem em casa para “mitigar aglomerações”. Era um “recado duro e direto para a população”, mas necessário num país que já computa 190 mil vítimas de Covid-19, número que deve inflar após as festas de fim de ano.
“Não há imagem melhor do que a orla vazia e a Praia de Copacabana sem ninguém para que possamos homenagear a todos que se foram”, disse. Os que insistirem em sair de casa, segundo ele, terão de “enfrentar transtornos” e “situação de desconforto”.

Fiocruz quer pedir registro de vacina de Oxford contra Covid à Anvisa até 15 de janeiro

NATÁLIA CANCIAN
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) –

À frente de um acordo que prevê a produção de uma vacina contra Covid-19 no Brasil, a Fiocruz planeja entrar com um pedido de registro do imunizante até o dia 15 de janeiro, disse à reportagem nesta segunda-feira (28) o vice-presidente de inovações da instituição, Marco Krieger.
Desde junho, a Fiocruz trabalha em uma parceria para transferência de tecnologia com a farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford, que desenvolvem a vacina. O acordo é considerado a principal aposta do Ministério da Saúde para a vacinação contra a Covid.
Segundo Krieger, o pedido pode ser feito já na próxima semana caso sejam finalizados alguns documentos.
Ele afirma que os primeiros dados ligados à vacina começaram a ser submetidos à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pelas empresas ainda em setembro, de forma escalonada.
“A maior parte dos dados já foram entregues, falta só a última parte de manufatura e controle que estamos finalizando para entrar. Devemos entrar [com o pedido] na semana que vem ou no mais tardar [poucos dias depois]. Nosso deadline interno é fazer isso até o dia 15 de janeiro, mas estamos com expectativa de antecipar um pouco”, afirmou.
A previsão de pedir o registro em janeiro já constava no cronograma da Fiocruz, mas a data ainda não tinha sido divulgada e havia dúvidas sobre o risco de haver atrasos nesse processo.
Mais cedo, o vice-presidente de inovações confirmou em entrevista à Rádio Gaúcha que o cronograma está mantido. Segundo ele, a instituição deve fazer o pedido de registro definitivo, e não o de uso emergencial.
A informação foi confirmada à reportagem. “Nossa expectativa era fazer pedido no fim de janeiro, a Anvisa demorar um mês e conseguirmos entregar as doses até março. Agora vimos que conseguimos antecipar em 15 dias a submissão, e temos sinalização da Anvisa de avaliações mais rápidas”, disse sobre o processo de entrega de dados à agência até que haja o pedido de liberação para oferta à população.
Atualmente, a Fiocruz tem um acordo para entregar 210 milhões de doses ao Ministério da Saúde –desse total, 100 milhões seriam entregues no primeiro semestre, e o restante nos meses seguintes. A expectativa é iniciar a produção das doses no dia 20 de janeiro.
Em audiência na Câmara dos Deputados na última semana, a presidente da fundação, Nísia Trindade, disse que a previsão era entregar 1 milhão de doses da vacina de 8 a 12 fevereiro e mais 1 milhão na semana seguinte para o PNI (Programa Nacional de Imunização), do Ministério da Saúde. A partir de então, serão 700 mil doses diariamente.
A instituição ainda trabalha para tentar adiantar parte das doses, o que permitiria antecipar a vacinação.
“Temos uma expectativa real de conseguir antecipar o número de doses, em vez de 100 milhões nos primeiros seis meses, adiantar em um a dois meses, e aumentar nossa escala em seguida. Estamos tentando acelerar, mas no momento nossos dados ainda são esses”, diz Krieger.
Nas últimas semanas, a possibilidade de haver atrasos no cronograma passou a ser aventada em meio a questionamentos sobre os dados de eficácia da vacina, que teve números diferentes conforme a aplicação das doses. A situação fez com que a AstraZeneca anunciasse novos estudos.
Krieger, no entanto, diz que isso não interfere no cronograma e que os dados já apresentados permitiriam a solicitação do registro. Os demais dados seriam adicionais, afirma. “Eles já trazem um benefício muito grande. São vacinas que estão mostrando capacidade de proteção muito alta, o que supera nossas expectativas”, diz. “Ela tem ainda vantagens adicionais, de estabilidade e facilidade de produção.”
Recentemente, a Anvisa concedeu um certificado de boas práticas de fabricação à empresa Wuxi Biologics, que fica na China, e que fornece os insumos para produção da vacina.

Mesmo com vacina, pandemia de coronavírus deve seguir por boa parte de 2021

EVERTON LOPES BATISTA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) –

A pandemia do coronavírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19, deve entrar o ano de 2021 com força, beirando os 200 mil mortos pela doença desde sua chegada ao Brasil.
Embora o cenário com relação às vacinas em desenvolvimento seja animador, com testes clínicos bem sucedidos e início da aplicação na população de países como Reino Unido e Estados Unidos, especialistas alertam que, pelo menos no Brasil, vamos passar boa parte do próximo ano como vivemos em 2020, com restrições do comércio e atividades culturais e a manutenção de medidas de proteção contra o contágio, como o uso de máscara e o distanciamento social.
O plano de vacinação nacional do governo -classificado por especialistas como lento e insuficiente para cobrir toda a população- as dificuldades logísticas para distribuir o imunizante à população e as altas taxas de transmissão do vírus tornam mais demorada a retomada de uma vida mais parecida com o que existia antes da pandemia.
A data para o início da imunização no país ainda é incerta. O Ministério da Saúde já fez quatro previsões: os meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março foram cogitados para o começo da campanha. O impasse fez crescer a insegurança da população com relação aos planos do governo, que afirma aguardar uma autorização para um imunizante pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) antes de bater o martelo.
“Até que os grupos prioritários sejam vacinados, deve-se passar quase um ano inteiro. Quando isso acontecer, devemos ter uma menor circulação do vírus na população, mas ainda teremos muitos casos novos da doença e mortes causadas por ela”, diz Viviane Alves, microbiologista e professora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB/UFMG).
Em três fases iniciais, a campanha deverá vacinar trabalhadores da área da saúde, pessoas com mais de 60 anos, indígenas e pessoas de comunidades tradicionais, pessoas com algumas comorbidades e deficiências permanentes severas, trabalhadores da educação e segurança pública, entre outros.
“Leva um tempo até que o programa de vacinação chegue a todos que fazem parte dos grupos de maior risco”, afirma Alves.
Quando for finalizada a vacinação dos grupos de risco, Alves diz que haverá maior tranquilidade para os mais suscetíveis à doença, com a diminuição no número de mortes entre essas pessoas. “Mas ainda não sabemos se as vacinas podem evitar a transmissão do vírus e, assim, se não forem seguidos os cuidados necessários, a transmissão entre os mais jovens ainda pode pressionar o sistema de saúde”, diz a cientista.
Segundo o imunologista Daniel Santos Mansur, professor e pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), os jovens adultos são grande parte do número de infectados pela doença por estarem mais expostos, circulando mais. Esse grupo também deve ser um dos últimos a receber a vacina, ficando à frente apenas das crianças, que tem as menores chances de complicações com a Covid-19.
“Não acho que a vacinação inicialmente vai mudar o cenário em termos de número de novas infecções a ponto de podermos deixar o distanciamento social e o uso de máscaras, por exemplo”, diz.
É possível ser infectado com o vírus, mas não manifestar nenhum sintoma da doença. Os chamados assintomáticos seriam cerca de 40% a 50% do total de infectados pelo Sars-CoV-2, segundo estimativas de cientistas. Os primeiros resultados divulgados dos estudos com as vacinas em teste são animadores, mas a eficácia medida diz respeito à capacidade que o imunizante tem para proteger contra o desenvolvimento da Covid-19 e não mostram os imunizantes podem diminuir a transmissão.
Os resultados da fase 3 de testes clínicos da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, publicados no início de dezembro, indicam que o imunizante é capaz de bloquear a transmissão do vírus em quem a recebe, de acordo com Mansur. Mas o pesquisador lembra que esse dado ainda precisa ser confirmado e que nenhuma outra vacina em desenvolvimento apresentou dados referentes à capacidade de evitar o contágio.
“Distribuir para todas as pessoas uma vacina que previne a doença e bloqueia a transmissão é o cenário ideal, mas ainda estamos um pouco longe dele”, diz Mansur.
Outro grande desafio é ampliar a cobertura vacinal até que a circulação do vírus diminua a ponto de reduzir drasticamente o surgimento de novos casos da doença. Para chegarmos a essa imunidade coletiva, porém, devemos superar a baixa quantidade de doses disponíveis das vacinas aprovadas, disputadas por todos os países do mundo. A resistência da população aos imunizantes disponíveis é outra barreira nesse caminho.
Um artigo publicado neste mês na revista científica BMJ por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins (Estados Unidos) mostrou que os países mais ricos já garantiram 51% das doses de vacinas disponíveis para compra, mesmo possuindo menos de 14% da população mundial.
No Brasil, a principal aposta foi a vacina de Oxford/AstraZeneca, da qual o governo federal garantiu cerca de 100 milhões de doses ainda em junho. O imunizante não foi aprovado em nenhum país ainda e foi passado para trás pela vacina criada pela Pfizer em parceria com a empresa de biotecnologia alemã BioNTech, com quem o governo só iniciou as tratativas para um acordo em dezembro para garantir a compra de 70 milhões de unidades.
Cada pessoa precisa receber duas doses das principais vacinas em desenvolvimento para adquirir proteção contra a doença. Assim, 70 milhões de doses seriam suficientes para vacinar 35 milhões de pessoas.
Para chegarmos à imunidade coletiva e diminuirmos radicalmente os riscos de infecção, especialistas apontam que uma parcela entre 70% e 80% da população precisa ser vacinada -o que representa algo entre 146 milhões e 180 milhões de brasileiros.
Além da baixa disponibilidade de doses inicial, o número de pessoas que recusam tomar a vacina tem aumentado nos últimos meses. Segundo pesquisa nacional do Datafolha divulgada neste mês, cerca de 22% dos entrevistados afirmam que não pretendem se vacinar. Em agosto, os que rejeitavam o imunizante somavam 9% da população brasileira.
Segundo cientistas e médicos, a disseminação de informações falsas e a atitude do presidente Jair Bolsonaro, que desencoraja a aplicação da vacina, contribuem para o movimento antivacina, que vai contra a ciência bem fundamentada dos imunizantes, que combateram doenças e evitam milhões de mortes todos os anos.
“Quando não atingimos a cobertura vacinal necessária, novos surtos podem acontecer. Foi isso que aconteceu nos últimos anos com os surtos de sarampo e febre amarela porque as pessoas deixaram de vacinar”, afirma Mirian de Freitas Dal Ben, médica infectologista no Hospital Sírio-Libanês.
“Vacinas são um mecanismo de controle de doenças, e quando um pequeno grupo decide não vacinar o impacto disso pode ser grande na população como um todo”, diz a médica.
Dal Ben afirma que quanto mais pessoas estiverem vacinadas, maiores as chances de diminuir a circulação do vírus e proteger pacientes com doenças de base que não podem receber o imunizante.
No dia 17 de dezembro, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que a vacina contra a Covid-19 pode ser obrigatória e liberou a União, estados e municípios a aprovarem uma lei que restringe direitos das pessoas que não quiserem se vacinar.
Os cientistas afirmam que há ainda muitos conhecimentos a serem produzidos a respeito do vírus e das vacinas que podem combatê-lo. Entre as incertezas que serão carregadas para o próximo ano, estão a duração da imunidade concedida pela vacina e a capacidade de mutação do vírus, que pode trazer a necessidade de uma vacinação recorrente e periódica, como acontece com a gripe. “Mas só teremos essas respostas com o passar do tempo”, diz Mansur.
De modo geral, cientistas e médicos concordam que a chegada das vacinas é o começo do fim da pandemia, mas não o fim da doença. “As pessoas não vão estar protegidas após a liberação da vacina. A liberação é apenas o início do processo de imunização da população, e a situação só vai estar confortável quando uma boa parte das pessoas for vacinada”, diz Dal Ben.
“A ameaça da Covid-19 vai continuar existindo. Mesmo após a vacinação ampla, a doença será transmitida em um nível menor, endêmico. Não vamos poder descuidar da cobertura vacinal sob risco de enfrentarmos novos surtos da doença”, conclui a médica.

Ladrão capota carro e foge após roubo duplo no Cidade Jardim

Um criminoso cometeu roubo duplo no início da noite dessa segunda-feira (28) na Rua 0, no bairro Cidade Jardim. Naquele trecho, o homem ainda não identificado abordou uma mulher que chegava com seu carro Honda a uma residência quando anunciou o assalto. Ao sair com o veículo, o ladrão não conseguiu dirigir por muitos metros, pois colidiu contra um carro Celta e capotou o utilitário em plena via pública.

Ao sair do veículo, o criminoso abordou o dono do outro carro o qual havia colidido e o obrigou a entregá-lo, fugindo do local levando também o celular da vítima. A Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal foram acionadas e comparecem na ocorrência. O veículo Celta acabou sendo localizado pelas autoridades já em Santa Gertrudes, a pouco quilômetros do local do crime. Até o momento o criminoso envolvido no roubo duplo não havia sido localizado pelos policiais.

Jornal Cidade RC
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