Volta às aulas presenciais será obrigatória em SP a partir de próxima segunda

SÃO PAULO, SP (FOLHPRESS) – A volta às aulas presenciais será obrigatória a todos os alunos das redes pública e particular de ensino a partir de segunda-feira (18) no estado de São Paulo. A informação foi publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pela Folha de S.Paulo.

Com a decisão, que deve ser anunciada oficialmente nesta quarta-feira (13) pelo governador João Doria (PSDB), acaba o rodízio de estudantes nas salas de aula.

Outra mudança é o fim da exigência, a partir do dia 3 de novembro, de distanciamento de um metro entre os alunos, o que levava as escolas a fazer revezamento de frequência.

Na rede pública de ensino, 3,5 milhões de alunos estão matriculados em mais de 5 mil escolas em todo o estado.
O uso de máscara continuará obrigatório para professores, estudantes e funcionários, assim como a utilização de álcool em gel.

Até o momento, a frequência presencial às escolas é optativa tanto na rede pública como na particular.

Em Julho, o governador João Doria anunciou a ampliação do funcionamento do comércio em São Paulo e o fim do limite de 35% de alunos nas escolas. Desde então, as instituições de ensino básico podiam atender os estudantes de acordo com seu espaço físico, respeitando apenas a regra de distanciamento de um metro.

Desde o início do processo de reabertura das escolas, a gestão Doria afirmava que o retorno dos alunos ocorreria de forma gradual, de acordo com as fases do Plano São Paulo. Em maio, no entanto, o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, anunciou que pretendia acabar com os limites de ocupação nas unidades para acelerar a volta às aulas.
Levantamento da Folha mostrou que os maiores colégios particulares se organizaram para atender todos os dias todos aqueles que quiserem frequentar as aulas. Já na rede pública, prevalece o sistema de rodízio, com o máximo de 50% dos estudantes por vez.

No entanto, mesmo autorizadas a atender 100% dos matriculados todos os dias, escolas particulares da capital não viram o retorno de todos os estudantes.

Rio Claro tem 13 hospitalizados por Covid

Rio Claro não registrou nenhum caso de infecção por coronavírus nas últimas 24 horas e com isso o município mantém 19.202 casos positivos, de acordo com o boletim da Secretaria Municipal de Saúde emitido nesta terça-feira (12). 


O município tem 13 pessoas hospitalizadas e índice de 15% de ocupação de leitos. Dos pacientes internados, sete estão em unidade de terapia intensiva. Há quatro pessoas em isolamento domiciliar.
Até agora Rio Claro tem 18.609 pessoas recuperadas da Covid-19. 


A Secretaria Municipal de Saúde alerta a população para a importância da vacinação e para que mantenha os cuidados preventivos, com uso de máscara, distanciamento social e higienização frequente das mãos.

Faixas no centro de SP chamam atenção para aumento de crianças em situação de rua

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “Tem criança na rua”, denuncia uma de cinco faixas espalhadas por pontos turísticos do centro de São Paulo neste 12 de outubro, Dia das Crianças.


Praça da Sé, viaduto do Chá, Teatro Municipal, Pátio do Colégio e praça do Patriarca amanheceram com grandes faixas em que também se lê “Órfãos da pátria, Órfãos da pandemia” e “Olhai as crianças em risco de situação de rua”.


As mensagens foram elaboradas pelo escritor e “artivista” Tião Nicomedes, 53, para um evento de acolhimento e doação de brinquedos a crianças em situação de rua que se converteu em palco para o protesto por conta do agravamento no quadro de pessoas vivendo em barracas na região central da capital paulista. O evento que virou protesto foi feito em parceria com o Comite PopRua (Comitê Intersetorial da Política Municipal para a População em Situação de Rua).


“A quantidade de gente que a pandemia trouxe para a rua fez desse evento um grito sobre o que está acontecendo, na cidade e no país, com a questão das crianças, da pobreza e da fome. Boa parcela está na rua, sem vacina, e está aqui por comida, pra não morrer de fome”, explica Tião, que se autointitula “artivista”, mistura de artista e ativista, e conhece do assunto.


Tião já viveu nas ruas do centro de São Paulo, situação da qual saiu com o auxílio de políticas e equipamentos públicos de assistência social, antes de se tornar dramaturgo e funcionário da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social da cidade de São Paulo. Tião já contou sua história no podcast Cara Pessoa, parceria da Folha com a Conectas.
Em 2019, o último censo da população em situação de rua de São Paulo apontou mais de 24 mil pessoas sem teto. Hoje, estima-se que já seriam mais de 30 mil pessoas nessas condições na capital paulista.


“O que tem me espantado é que tenho visto famílias demais, famílias inteiras na rua com móveis, com sofá, com tudo de casa. Sem rumo”, afirma ele. “É criança cuidando de criança, ou sozinha por aí. E pais de rua assumindo essas crianças, numa situação em que vejo mais exploração do que cuidado”, avalia. “E está na cara do Estado.”
Segundo Tião, essa população se tornou órfã da pátria, slogan que estampa uma das faixas do protesto. “São brasileiros que não podem ficar em lugar nenhum. Estão expatriados na própria pátria.”


No mês passado, o presidente do Movimento Estadual da População de Rua de São Paulo, Robson Mendonça, se acorrentou em frente à Câmara Municipal em protesto contra o fim de programas emergenciais para os sem-teto criados durante a pandemia.


O Brasil tem hoje mais pessoas na miséria do que em 2011 e em relação a antes da pandemia. São 27,4 milhões de brasileiros vivendo com menos de R$ 261 ao mês, ou R$ 8,70 ao dia, segundo a FGV Social.


“Imagina que essas crianças tinham seu quarto ou uma cama e agora estão emboladas numa barraca com todo mundo. Elas estão espantadas. Será que essas crianças vão crescer sem um lar e uma comida decente preparada pela família?”, questiona o artivista.


Tião relata casos em que crianças foram presas furtando “churrasco grego ou bolacha”. “Já foram para a Fundação Casa e estão vivenciando a cadeia. Estamos em 2021. Não era pra gente estar assim”, lamenta. “Se o resgate de milhares de pessoas em situação de rua já era algo difícil, sem um planejamento ou uma política fica impossível”, critica.


Para Tião, “enquanto os partidos e os políticos brigam numa eleição permanente, a solução não vem”. “O pessoal vai sofrendo e pagando essa conta”, diz. “O que estamos fazendo com as nossas crianças? E que adultos nós vamos ter? Quem serão nossos cidadãos com isso que nós estamos oferecendo?”, questiona.


Tião havia elaborado originalmente um evento social de arte e brincadeiras para crianças em situação de rua com a artista plástica, produtora cultural e atriz Marina Veneta, morta aos 27 anos em agosto passado.


“Virou uma homenagem a ela, que, como todo artista, sofreu muito durante a pandemia”, explica ele, que se reuniu ao grupo Grafiteiros do Bem e recebeu doações de brinquedos a serem distribuídos durante as atividades com crianças que hoje moram em barracas no centro da cidade. Eles nomearam a iniciativa de “Dia de Veneta”.

INSS alerta contra golpes que prejudicam aposentados

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) alerta para alguns tipos de golpe contra aposentados e pensionistas. Essa prática se tornou comum nos últimos anos em várias regiões do país. 

A maioria das situações ocorre por meio de ligação telefônica aos segurados ou envio de mensagens por e-mail. Além de dados pessoais, os estelionatários também pedem a transferência de dinheiro para a liberação de supostos benefícios.

Segundo o INSS, em um desses golpes os criminosos têm se passado por integrantes do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) visando pedir a transferência de dinheiro para liberar supostos valores de benefícios atrasados.

Eles ligam para o segurado argumentando que ele teria direito a receber valores atrasados de valores pagos pela Previdência Social. Para a liberação do dinheiro, é solicitado que os segurados informem dados pessoais, além de efetuar o depósito de determinada quantia em uma conta bancária.

Falsa revisão de benefício

Outra prática fraudulenta aplicada é a da falsa revisão de benefício. Nesse tipo de golpe, os estelionatários abordam os segurados e afirmam que teriam direito a receber valores referentes a uma falsa revisão de benefícios concedidos em governos anteriores. Também é solicitada a transferência de dinheiro para outra conta para a revisão fraudulenta.

Segundo a Previdência, todas as revisões de benefícios são baseadas na legislação e os segurados não precisam fazer nenhum pagamento para ter direito.

Outro tipo de situação é a da falsa auditoria geral da Previdência. Nessa modalidade, os criminosos enviam documentos a segurados convocando para uma Chamada para Resgate.

“Segundo o documento, os segurados teriam direito a resgaste de valores devidos a participantes de carteiras de pecúlio que teriam sido descontados da folha de pagamento como aposentadoria complementar”, informou a Previdência Social.

Acrescentou que ela não pede dados pessoais dos seus segurados por e-mail ou telefone e alerta para que ninguém disponibilize esse tipo de informação. O INSS esclareceu que não realiza nenhuma forma de cobrança para prestar o atendimento, nem serviços.

Ainda de acordo com a Previdência, a principal recomendação para os segurados é que não forneçam dados pessoais, não utilizem intermediários para entrar em contato com a Previdência e, em hipótese alguma, depositem qualquer quantia para ter direito a algum benefício previdenciário.

Caso a pessoa tenha sido vítima de algum tipo de golpe, deve procurar a Ouvidoria e também registrar boletim de ocorrência numa delegacia da polícia civil.

Jovem morre após colidir moto contra poste, em Rio Claro

Um jovem identificado como Thiago Henrique Burriguel, de 26 anos, morreu após colidir a moto contra um poste em Rio Claro, na madrugada desta terça-feira (12).

O acidente aconteceu na Avenida Brasil com a Avenida M-18, no bairro Vila Martins. A Polícia Militar esteve no local junto do Corpo de Bombeiros.

O corpo do estudante se encontra no IML (Instituto Médico Legal). Ainda não há informações sobre velório e sepultamento.

Prematuro extremo recebe alta em RC e passa o Dia das Crianças em casa

A data de hoje, 12 de outubro, Dia das Crianças, chega com uma festa a mais para o pequeno Miguel Rocha Costa. A previsão para o seu nascimento era ontem mas ele acabou vindo ao mundo no dia 17 de junho com apenas 23 semanas e cinco dias, pegando a mamãe Francieli, o papai Valdeílson e toda a família de surpresa.

“Eu estava tendo uma gravidez tranquila até que o meu marido testou positivo para a Covid-19. Gerou-se uma suspeita que também estivesse porque é a única explicação para o que aconteceu. Eu comecei em uma sexta-feira a sentir uma dor na barriga como se fosse uma cólica, procurei a Santa Casa e em um primeiro exame não deu nada que pudesse preocupar. Porém nos dias seguintes a dor começou a aumentar, passei a ter dilatação e os médicos pediram repouso absoluto. Ele fizeram o que podiam mas seis dias depois não houve mais como segurar a gravidez e o Miguel nasceu de parto normal pesando 640 gramas”, relembra a mãe.

Assim que o bebê nasceu, Francieli nem pôde ter muito contato com ele. Prematuro ao extremo, Miguel foi levado para a UTI, onde lutou bravamente para viver e ganhar peso: “Sem dúvida foi um milagre tudo o que aconteceu. Ele nasceu muito frágil, passou por vários procedimentos e eu acredito que se não fosse a minha fé, a fé da minha família e toda a equipe de profissionais da Santa Casa que cuidou dele, esse Dia das Crianças seria diferente”, afirma.

O bebê recebeu alta no dia 30 de setembro e de acordo com a mamãe se adaptou muito bem em casa: “Ele é super bonzinho, tranquilo e comilão! Ele já deu até uma engordadinha. Estamos muitos felizes e gratos por ter ele em casa neste primeiro de muitos Dias das Crianças”, celebrou a mãe.

Veja como será a programação de missas em Aparecida nesta terça (12)

O Dia de Nossa Senhora Aparecida será comemorado no Santuário Nacional de Aparecida (180 km de SP), nesta terça-feira (12), com a celebração de missas ao longo de todo o dia.


Com o avanço da vacinação contra a Covid-19, o local reabre aos fiéis que terão que seguir protocolos como o uso obrigatório de máscaras. A expectativa do santuário é que o público seja o semelhante ao de 2019, quando cerca de 160 mil pessoas foram às celebrações de 12 de outubro. No ano passado, os eventos foram limitados e fechados.


As missas e novenas estão sendo realizadas desde o fim de semana, quando romeiros começaram a chegar à cidade.
Para quem não for a Aparecida nesta terça, há a opção de acompanhar as celebrações em homenagem à padroeira do Brasil online.


As principais cerimônias serão transmitidas ao vivo pela TV e pela rádio Aparecida, pelo site e pelo canal no Youtube do Santuário.


Por causa da pandemia, a capacidade de público dentro da Basílica foi reduzida. Cada missa poderá receber apenas 2.500 pessoas com demarcações para distanciamento social. Segundo a assessoria de comunicação do Santuário, será realizado o controle de acesso com aferição de temperatura e higienização com álcool em gel.


Um diferencial deste ano, é que algumas missas serão realizadas no centro de eventos do santuário. Com as mesmas regras de segurança da Basílica, o local terá a capacidade para receber 5.000 pessoas em cada cerimônia.


As celebrações terão início às 4h55 com o toque festivo dos sinos da Basílica Histórica e terminarão às 19h com a missa de encerramento e show pirotécnico.


A organização do local também pede que os fiéis evitem aglomerações nas áreas externas do santuário, inclusive no estacionamento.


Também estão liberados para visitação do público a passagem pelo nicho onde fica a imagem de Nossa Senhora Aparecida, a Casa da Velas, a Sala de Promessas e outras atrações do Santuário, como o bondinho.


O Santuário tem ainda uma área para a recepção dos romeiros que vão a pé ou de bicicleta até a Basílica, a chamada Tendas dos Peregrinos. Nela, os romeiros podem usufruir do serviço de acolhida, receber massagens, lavagem dos pés, passar por atendimento médico e de enfermagem e até fazer exercícios de alongamento.


“Em 2019, recebemos aproximadamente 160 mil pessoas. Já em 2020, por causa da pandemia, as celebrações foram fechadas ao público. Estiveram presentes apenas figuras religiosas, pessoas ligadas à pastoral, ao Santuário mesmo. Por isso, recebemos apenas 30 mil pessoas. Agora, para este ano, estamos com expectativa alta e esperamos receber um público parecido com o período pré-pandemia”, afirma o santuário, em nota.


Segundo a concessionária Nova Dutra, que administra a rodovia Presidente Dutra, até as 11h desta segunda-feira (11), 24.248 peregrinos foram contabilizados caminhando ou andando de bicicleta pelos acostamentos da via na região de Pindamonhangaba (156 km de SP), no Vale do Paraíba, e Itatiaia, no sul fluminense.


“Este ano, de 1º de outubro até o dia 10, foram registrados 19 atropelamentos de romeiros que caminhavam pela pista sentido Rio de Janeiro, de costas para o tráfego da rodovia Presidente Dutra, com destino ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida. Desse total, quatro romeiros, sendo dois pedestres e dois ciclistas, morreram. Outros três ficaram gravemente feridos; seis foram vítimas moderadas e seis vítimas leves”, afirma a CCR NovaDutra em nota.

Programação completa de 12 de outubro no Santuário Nacional


– 4h55 – Toque festivo dos sinos na Basílica Histórica
– 5h – Missa
– 7h – Missa*
– 9h – Missa Solene*
– 12h – Missa das crianças*
– 12h – Homenagem a Nossa Senhora Aparecida – Toque dos Sinos
– 12h30 – Missa no centro de eventos
– 14h – Missa
– 14h30 – Missa no centro de eventos
– 15h – Consagração Solene na Basílica Histórica*
– 16h – Missa
– 16h30 – Missa no centro de eventos
– 18h – Missa no centro de eventos
– 18h – 18h45 – Angelus na Basílica Histórica*
– 19h – Missa de encerramento*
– Após missa das 19h ocorrerá um show pirotécnico

*Podem ser acompanhadas virtualmente:

Televisão: canal 41.1 na cidade de SP
Rádio: https://www.a12.com/radio-am
Site: https://www.a12.com/tv/tv-ao-vivo
YouTube: https://www.youtube.com/user/santuarionacional
Facebook: https://www.facebook.com/santuariodeaparecidaoficial/videos/

Brumadinho: ao menos um parente de cada empregado morto fechou acordo

Ao menos um parente de cada um dos 250 trabalhadores mortos na tragédia em Brumadinho (MG) fechou acordo de indenização. Segundo informou a Vale, já foram destinados para esta finalidade cerca de R$ 1,1 bilhão. Esse valor corresponde a mais de 680 acordos trabalhistas que envolvem 2,4 mil pessoas. Entre os trabalhadores mortos, estão empregados da mineradora e de empresas terceirizadas que prestavam serviço na Mina Córrego do Feijão, onde houve o rompimento da barragem em janeiro de 2019.

A Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos (Avabrum) informou não ter como confirmar os dados divulgados pela Vale. Segundo Josiane Melo, que integra a diretoria da entidade, a negociação de cada um é assunto extremamente particular. “Nenhum dinheiro vai ser suficiente para suprir o que nos tiraram. A vida não tem preço”, ponderou ela.

As indenizações aos parentes dos trabalhadores seguem parâmetros de um acordo firmado em julho de 2019 entre a Vale e o Ministério Público do Trabalho (MPT). Ficou estabelecido que pais, cônjuges ou companheiros e filhos dessas vítimas receberiam, individualmente, R$ 500 mil por dano moral. Já os irmãos receberiam R$ 150 mil cada um. Além disso, a título de dano material, a Vale deve pagar uma pensão mensal para os familiares que dependiam financeiramente da vítima.

Há outros benefícios como plano de saúde para cônjuges e filhos, além de auxílio creche e auxílio educação para os filhos. O acordo assegura que dependentes de cada morto não devem receber menos que R$ 800 mil, ainda que o cálculo fique abaixo desse valor. A adesão, no entanto, é opcional. Uma possibilidade para quem discorda dos parâmetros é mover uma ação judicial.

Em janeiro, quando a tragédia completou dois anos, Josiane disse que o acordo foi apresentado quando já estava pronto. “Disseram que é isso que a Vale está oferecendo ou ir para a Justiça”, afirmou na ocasião. Os valores são inferiores ao que previa um estudo interno da própria Vale que foi apreendido pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) no curso das investigações sobre a tragédia. Ele fixava a indenização em quase R$ 10 milhões por morto.

Para Andresa Rodrigues, vice-presidente da Avabrum, nem todo mundo que fechou acordo ficou satisfeito com os valores. “É o caminho que dá menos sofrimento. Mas diante da brutalidade, é um valor irrisório. E quando dá divergência, a Vale recorre. É um desgaste grande. Tem processo que já está no TST [Tribunal Superior do Trabalho]. Então não dá pra dizer que a situação está apaziguada com as famílias”, diz.

Segundo o MPT, a negociação foi pautada pela transparência, pela publicidade e pelo diálogo com as vítimas, a partir da realização de encontros com mais de 250 pessoas. Os termos teriam sido aprovados em uma assembleia ocorrida no dia 14 de julho de 2019, com a coleta pública de votos sendo acompanhada por familiares e trabalhadores, pela Defensoria Pública e por sindicatos profissionais. O MPT também considera que o acordo assegura que nenhum familiar de trabalhador falecido ficará sem reparação, estabelecendo valores igualitários para os atingidos.

Além dos 250 trabalhadores mortos, outras 20 pessoas perderam suas vidas. Entre estes, estão o dono, funcionários e hóspedes da Pousada Nova Estância, que foi soterrada pela lama. As indenizações dessas outras vítimas não são tratadas na esfera trabalhista e sim na esfera cível. Parte delas foi judicializada.

Em um dos processos, por exemplo, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) fixou em setembro de 2019 o valor de R$ 11,8 milhões de indenização por danos morais a quatro parentes de Luiz Taliberti, sua irmã Camila Taliberti e sua esposa Fernanda Damian, que estava grávida de cinco meses. Eles estavam em Brumadinho a turismo para visitar o Instituto Inhotim, centro de arte contemporânea  que é uma das principais atrações da cidade.

Em nota, a Vale afirma já ter gasto ao todo R$ 2,4 bilhões com indenizações, no âmbito de 5,5 mil acordos trabalhistas e cíveis que envolvem 11,2 mil pessoas. “Os números reafirmam o compromisso da Vale em indenizar de forma rápida e definitiva todos aqueles que sofreram algum impacto pelo rompimento da barragem ou pelas evacuações”, acrescenta o texto.

A mineradora diz ainda que oferece o Programa de Assistência Integral ao Atingido (Paia), para auxiliar as vítimas na gestão dos recursos provenientes das indenizações e na retomadas de suas vidas e planos. A iniciativa envolve quatro frentes: assistência psicossocial, apoio à compra de imóveis, planejamento e educação financeira e retomada produtiva urbana e rural. A adesão é voluntária e, segundo a mineradora, cerca de 45% dos indenizados se inscrevem no programa.

Uma das queixas recorrentes da Avabrum envolve a diferença significativa entre os valores indenizatórios e os recursos que a Vale tem despendido para remuneração aos seus acionistas. No mês passado, foi anunciado um novo pagamento de R$ 40,2 bilhões em lucros e dividendos.

A Avabrum contabiliza ao todo 272 vítimas, somando ainda os bebês de duas mulheres que morreram grávidas. Os corpos de oito mortos ainda não foram encontrados. O Corpo de Bombeiros continua as buscas. Nos últimos dois meses, foram identificados os restos mortais de duas funcionárias da mineradora: a analista operacional Juliana Creizimar Silva e a técnica de enfermagem Angelita Assis.

Mortos e sobreviventes

As indenizações firmadas conforme o acordo entre Vale e MPT diz respeito aos danos morais e materiais causados aos parentes dos trabalhadores que perderam suas vidas. Mas há uma discussão judicial se os próprios mortos também não deveriam ser indenizados. Essa tese, defendida em ação movida pelo Sindicato Metabase Brumadinho, foi aceita pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG) em primeira instância.

Em junho desse ano, a juíza Viviane Célia Correa fixou indenização de R$ 1 milhão por danos morais para cada empregado da Vale. A sentença contemplou 131 funcionários diretos da mineradora representados pelo sindicato, não incluindo assim os terceirizados. Os valores deveriam ser pagos aos espólios das vítimas.

“Como poderia o de cujus [pessoa morta], humanamente, externar o que se passou na mente, no coração, se se passou tudo ou se nada se passou? Se se recordou os filhos, das preocupações específicas, dos planos de vida, da família? Se, nos segundos, minutos, poucas horas, se no tempo transcorrido entre o primeiro golpe do dano que o levaria à morte até o último suspiro, provou das repercussões decorrentes da reação pela sobrevivência até a angustia da aceitação da morte certa? Por outro lado, o ofensor repousa comodamente no silêncio sepulcral (aqui, literalmente) que ele próprio provocou, deleitando-se da própria torpeza”, escreveu a magistrada.

Vale, no entanto, contestou a decisão e o recurso ainda deverá ser julgado. A mineradora alegou que o valor é “absurdo” e “exorbitante”. Também sustentou que o “dano morte” não existe na legislação civil brasileira e que o dano moral não se transmite por herança.

Além disso, os trabalhadores sobreviventes também negociam indenizações. Tratativas entre a mineradora e seis sindicatos culminaram em acordos que foram homologados em abril do ano passado pela 5ª Vara da Justiça do Trabalho de Betim. Devem ser pagos até R$ 250 mil por danos morais e materiais a cada um dos funcionários, sejam eles da própria Vale ou de empresas terceirizadas. O maior valor é para os que estavam trabalhando no momento do rompimento da barragem.

O processo de reparação da tragédia vai além das indenizações trabalhistas e cíveis individuais. Para a indenização de danos coletivos, um acordo global no valor de R$37 bilhões foi selado em fevereiro desse ano entre a Vale, o governo de Minas Gerais, o Ministério Publico de Minas Gerais (MPMG), o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública do estado. Foram previstos diversos projetos que incluem investimentos socioeconômicos, ações de recuperação socioambiental, medidas voltadas para garantir a segurança hídrica, melhorias dos serviços públicos e obras de mobilidade urbana, entre outras.

Pesquisa revela piora do estilo de vida do brasileiro na pandemia

Maior tempo de tela e menos atividade física: o estilo de vida do brasileiro piorou durante a pandemia, mostra pesquisa de universidades federais mineiras. O estudo foi iniciado cinco meses após o início das medidas de distanciamento social. 

Os resultados da primeira etapa foram publicados em artigo nas revistas Public Health Nutrition e na Frontiers in Nutrition. A pesquisa foi realizada em conjunto pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pelas universidades federais de Lavras (Ufla), Ouro Preto (Ufop) e Viçosa (UFV). 

Em relação às refeições, diminuiu a frequência de realização de café da manhã, lanche e almoço, por outro lado, aumentou a realização de lanches noturnos e outras refeições além das tradicionais. Os hábitos alimentares também pioraram, com aumento de consumo de pães, farináceos, refeições instantâneas e fast food. O consumo de frutas e vegetais, por sua vez, caiu.

Sobre o estilo de vida, houve mudança no consumo mais frequente de bebida alcoólica, aumento na frequência no hábito de fumar, e no tempo de utilização de telas e dispositivos. Antes da pandemia, os participantes da pesquisa relataram média diária de seis horas e meia de exposição. Durante a pandemia, esse número subiu para dez horas por dia.

Por outro lado, houve redução da prática de atividade física. Os voluntários que responderam ao questionário informaram praticar em torno de 120 minutos por semana no período pré-pandemia e o índice caiu para 80 minutos por semana com as restrições para evitar a circulação do novo coronavírus. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma prática semanal de 150 a 300 minutos.

Para o estudo, foram aplicados questionários online entre agosto e setembro de 2020. Os dados reúnem respostas de 1.368 pessoas de ambos os sexos, com idade a partir de 18 anos. Quase 90% são da região Sudeste e 80% são mulheres. Entre os respondentes, 97% disseram estar cumprindo as medidas de distanciamento social.

A segunda etapa da pesquisa envolve a análise de variáveis de comportamento alimentar, ganho de peso e prática de exercício físico durante a pandemia. De acordo com os pesquisadores, esta fase está em andamento e inclui a reaplicação do questionário após 10 meses.

Brasília inaugura sistema de bicicletas compartilhadas

O Governo do Distrito Federal (GDF) inaugurou hoje (11) um novo sistema de bicicletas públicas compartilhadas. O lançamento ocorreu na Estação 18, localizada na entrada do Parque da Cidade, próxima ao Setor de Rádio e TV Sul (SRTVS). Neste primeiro momento, 131 bicicletas estarão à disposição dos usuários em 17 estações, todas no Plano Piloto.

A empresa escolhida para essa parceria com o GDF foi a Tembici. Ainda em abril, o governo testou as bicicletas da empresa. Na ocasião, foram checados os sistemas de marchas e de freios, peso, para-lamas, bagageiros e a oferta dos equipamentos de segurança definidos pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). O funcionamento da estação também foi testado, para garantir uma retirada simples pelo usuário.

O objetivo do GDF é ter 70 estações e 500 bicicletas disponíveis ao brasiliense, já considerando o plano de expandir seu uso a outras cidades do DF. “À medida que as estações forem sendo instaladas e a demanda aumentar, esperamos que o sistema seja expandido para outras cidades”, disse o secretário de Transporte e Mobilidade Valter Casimiro, ainda à época dos testes.

Tembici opera por meio de aplicativo. É preciso baixá-lo no aparelho celular. A empresa opera em oito cidades brasileiras, além de Santiago, no Chile, e Buenos Aires, na Argentina.

Jornal Cidade RC
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