Candidatos ao governo de SP apresentam propostas para a região de Rio Claro

Em entrevistas à rádio Excelsior/Jovem Pan News, os candidatos que disputam o segundo turno para governador de São Paulo, João Doria (PSDB) e Márcio França (PSB) falam sobre o problema da poluição do ar na região de Santa Gertrudes devido à falta de pavimentação em estradas vicinais e sobre projeto de implantação da Fatec no antigo prédio da escola Chanceler Raul Fernandes, em Rio Claro.

Cruzamento entre a Visconde e a Avenida 14 será interditado nesta terça (16)

Os motoristas devem ficar atentos ao transitarem nessa terça-feira (16) pelas imediações da Avenida Visconde do Rio Claro com a Avenida 14. Das 9h30 às 10h15 o cruzamento no sentido bairro-centro estará interditado para a realização de aferição do radar.

Para a realização do trabalho, trechos adjacentes também terão o trânsito impedido. No mesmo período não será possível trafegar pelos cruzamentos da Avenida Visconde com as avenidas 18, 16 e 12 e também Visconde com a Rua 6. Haverá interrupção de trânsito também na Rua 6 com as avenidas 10 e 14 e Rua 7 com a Avenida 16.

 

Interdição de trânsito na Visconde com a Avenida 14

Os motoristas devem ficar atentos ao transitarem nessa terça-feira (16) pelas imediações da Avenida Visconde do Rio Claro com a Avenida 14. Das 9h30 às 10h15 o cruzamento no sentido bairro-centro estará interditado para a realização de aferição do radar.

“A aferição dos radares é realizada anualmente e garante o funcionamento adequado dos equipamentos, inclusive com selo do Inmetro”, observa Marco Antonio Bellagamba, secretário de Segurança, Defesa Civil, Mobilidade Urbana e Sistema Viário.

Para a realização do trabalho, trechos adjacentes também terão o trânsito impedido. No mesmo período não será possível trafegar pelos cruzamentos da Avenida Visconde com as avenidas 18, 16 e 12 e também Visconde com a Rua 6. Haverá interrupção de trânsito também na Rua 6 com as avenidas 10 e 14 e Rua 7 com a Avenida 16.

Atualização automática antecipa horário de verão de celulares da TIM

Agência Brasil 

Clientes da operadora TIM em várias cidades do país acordaram uma hora mais cedo hoje (15) em função de um problema do sistema da operadora que adiantou o relógio dos telefones celulares para o horário de verão automaticamente. No ano passado, o horário de verão teve início no dia 15 de outubro.

Este ano, o horário de verão estava previsto para começar no dia 4 de novembro – primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Para não prejudicar os candidatos que vão participar da prova, o governo decidiu adiar o início do horário de verão para 18 de novembro.

Mesmo diante da manifestação de diversos usuários nas redes sociais, atendentes do serviço de atendimento ao consumidor ainda não tinham sido orientados até as primeiras horas da manhã. A reportagem contatou a empresa por telefone, e, por mais de uma vez, os atendentes descartaram que tenha ocorrido qualquer falha do sistema nos últimos três dias. A orientação foi tirar a atualização de horário do modo automático.

Em resposta à Agência Brasil, a assessoria de imprensa da TIM informou que o problema atingiu alguns modelos de smartphones. “As ações corretivas já foram tomadas para a normalização do relógio. A TIM lamenta o ocorrido e pede desculpas aos seus clientes pelo inconveniente.”

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que não há regulamentação sobre esse assunto e orientou os consumidores a entrarem em contato com a prestadora para saber como proceder para resolver o problema

SP tem quatro casos de feminicídio entre sexta e domingo

Atacadas por ex-maridos ou companheiros, ao menos quatro mulheres foram vítimas de feminicídio entre sexta-feira, 13, e domingo, 15, em São Paulo. Em três casos, o assassinato foi cometido com arma de fogo – na outra ocorrência, a vítima morreu queimada. Elas tinham entre 22 e 46 anos.

No caso mais recente, Ellen Bandeira, de 22 anos, foi morta a tiros pelo ex-namorado Richardson Jonhnison Silva, de 30, na madrugada deste domingo no bairro Bonsucesso, em Guarulhos, na Grande São Paulo. O suspeito foi preso em flagrante.

Segundo testemunhas ouvidas pela polícia, Silva teria ido até a casa da ex, atirado contra ela e depois fugido para uma igreja. Lá, foi preso pela Polícia Militar.

Baleada no tórax, Ellen chegou a ser socorrida ao Hospital Municipal Pimentas, mas não resistiu aos ferimentos. O caso é investigado pelo 4.º Distrito Policial de Guarulhos.

Na noite de sexta, por volta das 21 horas, o autônomo José Manoel da Silva, de 47 anos, usou um revólver calibre 38 para atirar seis vezes contra a ex-mulher Renata Solange de Souza, de 35. O crime aconteceu na Rua Constantino de Oliveira Ledo, na região do Campo Limpo, zona sul de São Paulo.

O supeito foi reconhecido por uma testemunha. À PM, ela relatou que Silva, primeiro, atirou contra Renata e, depois, também tentou baleá-la. Os agentes conseguiram localizar o suspeito e prendê-lo em flagrante. Ele teria confessado o homicídio e deve responder por homicídio e tentativa de homicídio, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP).

Com ele, os agentes também teriam encontrado a arma do crime, que estava com a numeração raspada. A investigação é conduzida pelo 89.º DP (Portal do Morumbi).

No mesmo dia, Sheron Chaves Monteiro, de 34 anos, teve a morte confirmada pelo Hospital Regional do Grajaú, também na zona sul da capital, após passar cinco dias internada, vítima de queimaduras.

Segundo investigações do 25.º DP (Parelheiros), delegacia responsável pelo caso, o principal suspeito do ataque é o companheiro dela, Alex Alexandre Ferreira. “Foi solicitada à Justiça a prisão temporária do autor, que está foragido”, diz a SSP.

Pela manhã, Renata Basso Beisman, de 46 anos, foi morta pelo marido Evandro Humberto Rizza, de 45, que se suicidou em seguida. O caso aconteceu por volta das 9 horas em Sumaré, no interior.

Acionados para a ocorrência, PMs encontraram os dois corpos dentro de uma casa, além de um revólver calibre 38. Testemunhas disseram aos policiais que o casal estava em processo de separação e que Rizza não morava mais lá.

Também relataram que o marido pediu a dois filhos para irem até a casa dos vizinhos, com a justificativa de que queria conversar com Renata. Quando estavam sós, ele atirou na vítima.

Em nota, a SSP afirma que “todos os crimes de violência contra à mulher são investigados” e que criou um protocolo para melhorar o acolhimento as vítimas e aprimorar a coleta de provas. “São Paulo é pioneiro no combate à violência contra a mulher, contando com 133 DDMs (Delegacia de Defesa da Mulher)”, diz a pasta.

Receita Federal paga o quinto lote de restituições do IR

Agência Brasil 

A Secretaria da Receita Federal paga hoje (15) as restituições referentes ao quinto lote do Imposto de Renda de Pessoa Física de 2018. O lote inclui restituições residuais de 2008 a 2017. As consultas foram liberadas no último dia 5.

De acordo com a Receita Federal, serão pagos R$ 3,3 bilhões para 2.532.716 contribuintes. Desse total, R$ 3,157 bilhões referem-se ao quinto lote do IR de 2018, que contemplará 2.459.482 contribuintes.

A Receita Federal recebeu 29.269.987 declarações do Imposto de Renda dentro do prazo legal neste ano. O número superou a estimativa inicial, que era de 28,8 milhões de declarações.

Para acessar o extrato do IR é necessário utilizar o código de acesso gerado na própria página da Receita Federal, ou certificado digital emitido por autoridade habilitada.

Prefeito apoia investigações sobre Jardim das Nações

O prefeito de Rio Claro, João Teixeira Junior, o Juninho da Padaria, anunciou que irá encaminhar pedidos oficiais para que o Banco do Brasil, como agente financeiro do empreendimento, apresente cópia de toda documentação referente ao Jardim das Nações 1 e Jardim das Nações 2. A iniciativa faz parte do apoio que a atual administração municipal vem oferecendo aos moradores no enfrentamento de problemas em suas moradias, construídas no governo anterior e que totalizam 2096 imóveis.

“Entendemos que tudo deve ser devidamente apurado. Estamos desde o primeiro momento apoiando as famílias que lá residem, pois sabemos que são merecedoras de uma moradia digna, que lhes garanta maior qualidade de vida”, afirmou o prefeito Juninho durante reunião com síndicos dos empreendimentos. “O que era um sonho não pode se concretizar num pesadelo”, afirma Juninho.

O prefeito também afirmou que irá acionar o Ministério das Cidades, responsável pelo Minha Casa Minha Vida.

A reunião com o prefeito foi realizada na manhã desta segunda-feira (15), no Paço Municipal, a pedido dos síndicos.

Os problemas estruturais das construções começaram a ser sanados há dois meses pela empresa Direcional, responsável pela construção, e tem o acompanhamento da prefeitura com as secretarias de Habitação e Obras e a Defesa Civil. “Até aqui a empresa tem respondido positivamente aos nossos pedidos. Vamos continuar acompanhando os serviços e exigindo soluções”, afirma o secretário municipal da Habitação, Anderson Golucci.

No início do mês de outubro, os problemas se ampliaram em consequência de um vendaval que destelhou vários blocos.

“São problemas que herdamos, e temos trabalhado para auxiliar as famílias a enfrentar e sanar essas dificuldades. Aqui moram muitas crianças, idosos, e toda pessoa merece uma casa em boas condições”, afirmou Juninho em uma de suas visitas ao local.

Os síndicos também solicitaram uma reunião com André Godoy, presidente da Câmara, e foram atendidos já no final da manhã. Uma nova reunião deverá acontecer ainda na segunda-feira (15) na Câmara Municipal, para qual foram convidados todos os vereadores.

Paraná Pesquisas: Bolsonaro chega a quase 70% dos votos válidos em São Paulo

Jovem Pan News

A nova pesquisa realizada pelo Instituto Paraná, em parceria com a Jovem Pan, mostra a força de Jair Bolsonaro (PSL) em São Paulo, na disputa pelo cargo de presidente do Brasil. Ele chega a ter 69,9% das intenções de votos válidos no estado, contra 30,1% do candidato Fernando Haddad (PT).

Considerando os votos totais, Bolsonaro aparece com 59,1% das intenções de voto em São Paulo. Haddad tem 25,5%. Os votos nulos e em branco somam 10,2% das intenções. E 5,2% dos entrevistas responderam que não sabem em quem votar.

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A pesquisa foi feita apenas em São Paulo, com 2002 eleitores, durante os dias 10 a 14 de outubro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Paraná Pesquisas mostra empate técnico entre Doria e França no 2º turno

Jovem Pan News

A disputa pelo cargo de governador de São Paulo tem tudo para ser muito equilibrada. O Instituto Paraná, em parceria com a Jovem Pan, divulgou uma pesquisa que mostra um empate técnico entre os candidatos João Doria (PSDB) e Marcio França (PSB).

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Doria aparece numericamente na frente, com 45,1% dos votos totais. França tem 41,1%, mas o empate técnico acontece porque a margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Existem ainda 8% de pessoas indecisas sobre o voto e 5,8% que pretendem votar em branco ou anular.

Considerando apenas os votos válidos, Doria aparece como vencedor, sem empate técnico, mas por uma margem mínima. Ele tem 52,3% dos votos, contra 47,7% de França. Considerando a margem de erro, a vantagem pode ser de apenas 0,6%

A pesquisa foi feita com 2002 eleitores de São Paulo, durante os dias 10 a 14 de outubro de 2018. O nível de confiança é de 95%. Ela está registrada sob o n.º SP-06154/2018 no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Apenas 3,3% dos estudantes brasileiros querem ser professores

Por Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil

“Meu sonho mesmo é dar aula para o ensino médio, pode ser em escola estadual,  municipal ou particular”, diz Lucas dos Anjos Castro, 16 anos, estudante do 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Professor Botelho Reis, em Leopoldina, Minas Gerais. “Eu me vejo como professor, igual aos meus, na correria, rodando para lá e para cá, entrando em uma sala e outra. É o que eu gosto”.

O sonho com a carreira docente, como o de Castro, é cada vez mais raro. De acordo com levantamento feito pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), com base nos dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2015, apenas 3,3% dos estudantes brasileiros de 15 anos querem ser professores. Quando se trata daqueles que querem ser professores em escolas, na educação básica, esse percentual cai para 2,4%.

Hoje (15), no Dia do Professor, a Agência Brasil, mostra as ideias de quem quer seguir a carreira docente e de professores que não abrem mão da profissão.

“Quando eu contei para a minha mãe, ela me disse: ‘você pode ganhar mal, como será o seu futuro?’ Eu falei que queria e que se eu não trabalhar no que quero, não vou ser feliz”, diz Castro.

Um dos professores que influenciou a decisão do estudante foi João Paulo de Araújo que, além de lecionar história na Escola Estadual Professor Botelho Reis, trabalha também na Escola Estadual Doutor Pompilio Guimarães e no Colégio Equipe, que é particular. “Acho que no primeiro momento, os alunos não escolhem porque a própria família recrimina, a sociedade julga muito. Eu tenho buscado ser um professor melhor, que inspire, que mostre que a profissão é tão boa quanto qualquer outra, que tem desafio como qualquer outra”.

Araújo foi um dos vencedores do prêmio Educador Nota 10, em 2013. “É a forma que posso retribuir tudo que educação fez por mim. Venho de família humilde. Meu pai é ex-presidiário e minha mãe era doméstica. A oportunidade que eu tive foi graças à educação”.

Carreira pouco atrativa

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Estudantes que pretendem ser professores tiveram desempenho abaixo da média no Pisa – Arquivo/Agência Brasil

O estudo elaborado pelo Iede mostra que a carreira docente não atrai os alunos que têm um melhor desempenho no Pisa. A avaliação internacional da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é aplicada a estudantes de 15 anos que fazem provas de leitura, matemática e ciências. Entre os 70 países e regiões avaliados, o Brasil ficou na 63ª posição em ciências, 59ª em leitura e 65ª em matemática. Os estudantes que disseram que pretendem ser professores obtiveram 18,6 pontos a menos da média do país em matemática, 20,1 pontos a menos em ciências e 18,5 a menos em leitura.

Dentre os países participantes do Pisa, a Alemanha é o que apresenta a maior diferença entre a nota dos alunos que esperam ser professores e a média geral do país. Aqueles que querem seguir a carreira docente obtiveram 42,9 pontos a mais em matemática, 52,5 em ciências e 59,1 em leitura.

Os países com os maiores percentuais de estudantes que querem ser professores são Argélia, onde 21,7% dos estudantes querem ser professores, e Kosovo, onde esse percentual chega a 18,3%. Nesses países, no entanto, o desempenho desses alunos não é bom, “mas é muito similar ao desempenho geral dos estudantes do país, que é baixo”, diz o estudo. Coreia e a Irlanda estão também entre os países com os maiores percentuais, respectivamente 13,8 e 12,6%. Ao contrário da Argélia e Kosovo, o desempenho dos alunos é bom, chegando, na Coreia, a ser superior à média nacional.

“O que o dado brasileiro revela é o fato que a ocupação de professor está com problemas de atratividade. As pessoas que têm notas mais altas escolhem outras profissões”, diz o professor de economia da Universidade Federal Fluminense (UFF) Fábio Waltenberg, um dos autores do estudo Ser ou não ser professor da Educação Básica? Salário esperado e outros fatores na escolha ocupacional de concluintes de licenciaturas. Segundo Waltenberg, o salário é um dos  entraves para a escolha da profissão.

Equiparação salarial

Recife – Alunos da Escola Municipal Abílio Gomes, na capital pernambucana, usam livros didáticos que podem ser proibidos pela Câmara de Vereadores (Sumaia Vilela / Agência Brasil)
Até 2020, o salário dos professores deve ser equivalente ao de outros profissionais com a mesma formação – Sumaia Vilela / Agência Brasil

Professores de escolas públicas ganham, em média, 74,8% do que ganham profissionais assalariados de outras áreas, ou seja, cerca de 25% a menos, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)Essa porcentagem subiu desde 2012, quando era 65,2%.

Por lei, pelo Plano Nacional de Educação, esse salário deve ser equivalente ao de outros profissionais com formação equivalente até 2020.

De acordo com o diretor do Iede, Ernesto Martins Faria, três aspectos contribuem para a atratividade da profissão. “Planos de carreira para professores e educadores, ações específicas de valorização, que geram estímulo e permanência, e coesão escolar. O funcionamento da escola tem a ver com visão consistente, semelhante de gestor, coordenador pedagógico e educadores”, diz.

Segundo ele, o fato de os professores serem muitos e estarem ligados a estados e municípios, muitas vezes com orçamentos restritos, dificulta sobretudo a existência de planos de carreira atrativos. “Estamos falando da carreira de 2 milhões de professores, [não apenas o Brasil], o mundo sofre para oferecer uma carreira atrativa”.

Apesar das dificuldades, a estudante de licenciatura em ciências sociais Aniely Silva, 20 anos, não desiste do sonho de ser, assim como Castro, professora de ensino médio. Ela conta que a vontade ficou mais forte após participar das ocupações de escolas em São Paulo.

“Durante as ocupações das escolas, percebi o quanto de informação não chega para nós, que somos de periferia e de escola pública. Queria conseguir levar informação para as pessoas. Quando a informação chega como conhecimento, muda a realidade das pessoas, como mudou a minha”.

Aniely arremata: “Não escolhi a profissão pelo salário e não me desmotiva. Quero estudar muito para ser muito boa no que eu faço e lutar para melhorar a educação, por mais investimento e valorização dos professores”.

Mortalidade infantil no País é três vezes maior entre bebês com microcefalia

Maria Vitória foi um dos primeiros bebês a nascer com microcefalia associada ao zika no Brasil, em setembro de 2015. Ainda na maternidade, no Recife, ela foi abandonada. A mãe biológica, pobre e cuidando de outro filho com deficiência, concluiu que não teria condições de ficar com a pequena e a colocou para adoção. Depois de sete meses vivendo em um abrigo, a menina foi adotada pela dona de casa Kely Romualdo de Oliveira, de 37 anos. A história de Maria Vitória, que parecia mudar de rumo com a chegada de uma nova família, foi breve. Com 1 ano e 9 meses, ela morreu vítima de uma infecção generalizada, após falhas na assistência médica.

Maria Vitória é uma das 218 crianças que nasceram com a chamada síndrome congênita do zika (que inclui microcefalia e outros problemas motores e cognitivos) e morreram entre novembro de 2015, quando a epidemia passou a ser oficialmente notificada, e julho de 2018, último dado disponível.

Considerando apenas crianças mortas antes de completarem o primeiro ano de vida, foram 188 óbitos, o equivalente a 5,82% de todos os 3.226 bebês que tiveram o diagnóstico de microcefalia associada ao zika confirmado no período. O índice é três vezes maior do que o observado na população em geral. Em 2016, o porcentual de bebês mortos antes do primeiro ano de vida foi de 1,27% sobre todos os nascimentos no País.

Além da gravidade do quadro de saúde dessas crianças, a falta de centros de reabilitação e de preparo das equipes de saúde para cuidar delas são apontadas por médicos e familiares como causas para o alto índice de mortes. “Minha filha começou com uma infecção urinária, a médica não quis dar antibiótico e mandou ela de volta para casa. Ela piorou. Quando voltou ao hospital, não tinha vaga na UTI. Ela acabou evoluindo para infecção generalizada e morreu”, conta a mãe de Maria Vitória.

“É tão difícil entender esse desprezo com os nossos filhos. Todo mundo sabe que eles precisam de um cuidado especial, que têm a saúde mais frágil, mas parece que fazem pouco caso. Eu acho que, se ela tivesse tido uma melhor assistência, ainda estaria aqui”, lamenta a mãe.

Coordenadora do setor de infectologia pediátrica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), no Recife, e uma das primeiras especialistas a identificar o aumento de casos de microcefalia no Estado, Maria Ângela Rocha destaca que a maioria das mortes de crianças com microcefalia é por infecções, sobretudo respiratórias, e esse risco poderia ser reduzido se os bebês tivessem acesso a terapias de estimulação precoce. “Essas crianças têm dificuldades para engolir. Se não fazem acompanhamento com fonoaudiólogos e fisioterapeutas, têm facilidade para broncoaspirar líquidos e alimentos e formar secreção, o que pode levar a infecções”, explica a médica.

Terapias

Os dados do próprio Ministério da Saúde mostram que, passados três anos do início do surto, somente 35,3% dos bebês confirmados com síndrome congênita do zika estão passando por terapias de estimulação precoce.

Para Germana Soares, presidente da União de Mães de Anjos (UMA), associação que reúne familiares de crianças com a má-formação, a falta de recursos e o despreparo está em todos os níveis. “Começa pela atenção primária, que não sabe receber uma criança com deficiência. Nos hospitais, não sabem como proceder no socorro a uma criança assim. E a falha também ocorre quando não é oferecida assistência multidisciplinar”, diz. “Parece que os governos não querem gastar dinheiro com essas crianças porque acham que elas não são reabilitáveis, mas eles se esquecem que reabilitação não é só para sentar, andar, é para que elas possam ter qualidade de vida”, reclama.

Diretora do departamento de ações programáticas do Ministério da Saúde, Thereza de Lamare afirma que o governo federal aumentou o número de centros especializados em reabilitação, mas que conhecer as particularidades de uma síndrome tão nova e ofertar assistência às famílias que vivem longe dos grandes centros ainda são desafios. “Como é algo que foi descoberto em 2015, ainda estamos aprendendo sobre como cuidar da melhor forma. Essas crianças nascem com uma série de condições associadas. Precisamos nos apropriar disso e melhorar o cuidado”, diz.

Ela ressalta, no entanto, que acredita que o índice de crianças que têm acesso a terapias de estimulação precoce é maior do que os números oficiais. “Pelo que conversamos com os Estados e municípios, os índices são maiores, mas precisamos de um sistema que nos informe isso em tempo real.”

Nordeste

Ao contrário do que foi prometido pelo Ministério da Saúde em 2015, nenhum centro de reabilitação novo foi aberto na Região Nordeste desde o início do surto de microcefalia associada ao zika. A região concentra 63,7% de todos os casos de síndrome congênita confirmados no País nos últimos três anos.

Onze novos centros foram prometidos, mas, até agora, somente unidades já existentes foram credenciadas ou ampliadas pelo ministério para atender as crianças com a má-formação.

Segundo a pasta, 54 unidades foram habilitadas no Nordeste como Centros Especializados em Reabilitação (CERs). A habilitação inclui ações de ampliação, adequação de equipes multiprofissionais, compra de novos equipamentos ou reformas. Em todo o País, o número de CERs credenciados foi de 89 no período

De acordo com Thereza de Lamare, do ministério, mesmo que os serviços já existissem, eles passaram a ofertar mais serviços para a população de crianças com microcefalia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Voto petista resiste no interior do País

O PT, partido que nasceu nos grandes centros urbanos do País e cresceu junto à classe operária, hoje vê seu desempenho desidratar mais nas cidades médias e grandes. Nos municípios com mais de 100 mil eleitores, o partido perdeu em 2018 metade do eleitorado conquistado na média histórica de 2002 a 2014. Nas localidades com menos de 20 mil votantes, o recuo foi bem menor, cerca de 15%.

Quanto maior o porte do município, maior foi a perda de participação no total de votos válidos. Na faixa de cidades com 20 mil a 50 mil eleitores, o presidenciável petista Fernando Haddad teve recuo de 23%. Nas localidades com eleitorado de 50 mil a 100 mil, a queda foi de 41%. Acima disso, a perda média foi de 52%.

Na comparação com o desempenho médio de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, Haddad teve menor proporção de votos em 4.201 municípios, ou seja, três em cada quatro das cidades brasileiras. Ele conseguiu superar ou igualar os antecessores em 1.369 municípios (25% do total).

Em 183 localidades, por outro lado, Haddad bateu o recorde histórico entre presidenciáveis petistas – isso equivale a 3% dos municípios brasileiros. São cidades pequenas, cujo eleitorado não ultrapassa 10 mil – 153 delas estão localizadas no Nordeste (veja quadro). Neste nicho, o petista obteve 70% dos votos, patamar não alcançado nem nas eleições de Lula e Dilma.

A migração do voto petista de cidades menores e mais pobres, na avaliação do cientista político Carlos Melo, do Insper, é reflexo da recessão econômica na vida dos brasileiros, especialmente os de origem mais humilde. “O eleitor sempre vota de acordo com a sua realidade. Vota no candidato que acredita ser capaz de lhe trazer vantagens, sejam elas econômicas ou não. Ele é racional em relação a seus interesses e valores”, disse.

Desde 2006 existe uma relação inversa entre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios e o voto de seus eleitores em candidatos petistas. O PT tem melhor desempenho nas localidades mais pobres. Isso ocorre no Brasil inteiro, mas a intensidade do fenômeno é marcada pela geografia. No Nordeste, região em que Haddad teve melhor desempenho, Jair Bolsonaro (PSL) teve melhor votação nas capitais, onde o IDH é maior, que no interior.

Já o apoio do Sudeste hoje deixa de ser realidade, na avaliação do professor da USP Lincoln Secco. “O PT, no passado, conseguiu os votos da direita que apoia governos populistas. É o espectro que consegue disputar com a esquerda nas camadas populares. Hoje, essa figura está concentrada no Bolsonaro.”

O professor Aldo Fornazieri, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, atribui a tendência aos trabalhadores do setor de serviços, predominantes em grandes cidades e mais afetados pela crise. “Essas famílias procuram uma perspectiva de mudança.”

São Paulo

Mesmo dentro dos Estados, a relação inversa entre IDH e votos petistas se mantém. Na capital paulista, Haddad teve um desempenho melhor em algumas das zonas eleitorais com menor IDH – caso de Parelheiros, no extremo sul, que tem o segundo menor índice de desenvolvimento humano da cidade. Lá, quem depende dos serviços públicos tende a apoiar candidatos petistas.

A ambulante Maria Marques da Silva, de 50 anos, que vende cachorro-quente em frente ao inacabado Hospital Municipal de Parelheiros – obra iniciada na gestão Haddad – foi eleitora de Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, e afirmou que votaria de novo no petista. “O PT ajuda mais quem é da periferia. Eu sempre votei no Lula e votaria de novo se pudesse.” /

Teodoro Sampaio

No município de Teodoro Sampaio (BA), a 96 km de Salvador, achar algum eleitor que não seja admirador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT é tarefa difícil. Do bêbado do bar da praça central ao agricultor montado em uma égua, a ampla maioria faz questão de manifestar o voto “no candidato do Lula” ao primeiro sinal de que a política é o tema do bate-papo.

“O nordestino é PT. O povo é Lula doente, porque gosta de ter moto, carro, pobre também gosta de estudar”, disse a comerciante Ana Clara dos Santos, de 48 anos. Ela diz que até conhece “um ou outro” teodorense que votou em Bolsonaro “porque o PT se estacionou muito e não cuidou do desemprego e da segurança”, mas esse eleitor é artigo raro na cidade.

Na cidade de 7.895 habitantes, conforme o IBGE, e uma economia baseada exclusivamente na agricultura – 345.º PIB entre os 417 municípios da Bahia, e com IDH baixo (0,594) – o candidato do PT, Fernando Haddad, teve 81,98% dos votos válidos, contra 7,33% de Jair Bolsonaro (PSL) e 5,47% de Ciro Gomes (PDT).

A vantagem do petista é explicada em poucos minutos e econômicas palavras por gente como o aposentado Nelson Pereira Costa, de 58 anos: “Lula deu muitas condições para a gente que é fraco, ele deu as coisas a nós”. “Eu voto no PT porque ele dá condições ao pobre. Não voto no Haddad, eu voto é no PT, no Lula, no 13”, completa o aposentado Wilson Vaz da Silva, cadeirante, de 47 anos.

Pelo menos em Teodoro Sampaio a tensão entre petistas e bolsonaristas não chegou. Mas manifestações como a de apoiadores de Bolsonaro oferecendo capim a nordestinos repercutem até mesmo nos grotões. “A gente não é cavalo, não é boi, como eles pensam”, lamenta o vaqueiro José Costa, de 28 anos.

A reportagem conversou com mais de 20 pessoas da cidade durante a sexta-feira, em pleno feriado de 12 de outubro, entre entrevistas e pedidos de informação, até encontrar um eleitor que não fosse do PT. Era José Ives Cerqueira, de 49, conhecido como Ives da Câmara por causa do trabalho que exerce na Câmara Municipal, que votou no Bolsonaro.

Filho de um ex-vereador do MDB da década de 1970 e eleitor do PSDB, ele recorreu ao problema da segurança para justificar o voto no presidenciável do PSL. E criticou o PT por supostamente tentar “implantar nas escolas infantis” o que os bolsonaristas chamam de “kit gay”, um livro sobre orientação de gênero que a bancada evangélica criticou quando Haddad era ministro da Educação de Dilma Rousseff (PT).

Ives viu a informação no WhatsApp e no Google, que ele afirma usar, assim como a TV, para ficar por dentro das notícias. É por esses meios que chegam até ele, também, os discursos do candidato sobre gays, negros e mulheres. Ives, no entanto, diz que não acredita “que ele vá matar ‘viado’, como estão dizendo por aí”. Para ele, o que importa “é que Bolsonaro tem projeto para resolver o que estamos vivendo na segurança”. “Ele tem a palavra dura que as pessoas não gostam de ouvir”, acredita o homem.

Ives foi um dos 335 teodorenses que depositaram o voto candidato do PSL – no município, Haddad teve 3.749 sufrágios e Ciro Gomes 250. Na média da Bahia, Haddad teve 60,28% dos votos, contra 23,41% de Bolsonaro nas eleições 2018. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Jornal Cidade RC
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