Maus-tratos aos animais, queimadas e descarte de entulhos nas ruas podem gerar multa de mais de R$ 4 mil em Cordeirópolis

Cordeirópolis passou a ser uma cidade exemplo às causas de bem-estar animal, principalmente após a assinatura da Lei de crimes contra os animais oficializada em 2018. O município tem punido também os cidadãos que ocasionam queimadas e o descarte irregular de lixos e entulhos nas ruas da cidade.

Entre os anos de 2019 e os primeiros 8 meses de 2020, o Pelotão Ambiental registrou 69 atuações, 198 notificações e 886 atendimentos gerais. Boa parte das ações realizadas pelos profissionais, vem após denúncias anônimas de locais onde são promovidos esses delitos contra a natureza e aos animais.

Desta forma, é fundamental o apoio da sociedade em denunciar esta prática. O telefone do Pelotão Ambiental de Cordeirópolis é: 3546-5838 ou 153.

Todos essas ações sempre foram consideradas um crime na sociedade, mas Cordeirópolis tem punido e multado o cidadão ou a cidadã que efetua essas infrações. Além das multas que variam de R$ 53,30 a R$ 4.100,00 a criação do Pelotão Ambiental da Guarda Municipal e as leis municipais específicas fizeram com que Cordeirópolis conseguisse meios para fiscalizar algumas ações pouco conhecidas na cidade.

Confira os valores e o que pode gerar multa a partir da nova legislação:

– Abandono e maus tratos aos animais

Lei 3.0999/2018: multas que variam de R$ 53,30 a R$ 206.029,10

– Queimadas de folhas e capins

Lei 3.094/2018: multa de R$ 615,00 a R$ 16.400,00

– Descarte de entulhos nas ruas

Lei 3.101/2018: multa de R$ 410,00 a R$ 4.100,00

Sobe para 14 o número de mortos por afogamento em SP no feriado

TAYGUARA RIBEIRO – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Subiu para 14 o número de pessoas que morreram afogadas em São Paulo neste feriado prolongado de 7 de setembro. As mortes ocorreram entre o sábado (5) e a tarde desta segunda-feira (7).

Oito vítimas, além de outras três pessoas que ainda estão desaparecidas, estavam no litoral paulista. Três afogamentos ocorreram em represas da Grande São Paulo e três aconteceram no interior do estado, segundo dados atualizados do Corpo de Bombeiros.

Entre as vítimas que perderam a vida no mar, três estavam em praias do Guarujá (96 km de SP), outras três em Mongaguá (93 km de SP) e uma em Bertioga (113 km de SP), todas cidades do litoral sul paulista. Os bombeiros ainda registraram uma morte em Ubatuba (222 km de SP), no litoral norte do estado.

Na região metropolitana de São Paulo, duas pessoas se afogaram em prainhas da represa Billings, na zona sul da capital paulista, e no ABC, e uma em um lago em Juquitiba.

Um adolescente de 16 anos também morreu em uma represa em Bragança Paulista (85 km de SP). Os bombeiros também registraram um caso de afogamento em Avaré e outro em Sorocaba.

Entre as três vítimas que se afogaram em Guarujá estão um homem de 60 anos da cidade de Cerqueira César, um de 27 anos, de Várzea Paulista, e outro de 24 anos, de Sumaré, de acordo com os bombeiros. Em Bertioga, um jovem de 22 anos de Mogi das Cruzes foi socorrido, mas não resistiu.

Em Itanhaém (110 km de SP), no litoral sul, dois jovens, de 21 e 18 anos, moradores da capital paulista, desapareceram após entrarem no mar, segundo os bombeiros. E também uma outra pessoa está desaparecida em Mongaguá. Eles não haviam sido encontrados até a publicação desta reportagem.

Aglomerações Apesar de São Paulo ainda ser o centro da pandemia do novo coronavírus e de o estado estar oficialmente em quarentena, as praias paulistas ficaram lotadas neste feriado prolongado.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a corporação foi acionada para atender aproximadamente 380 ocorrências nas praias paulistas durante este feriado prolongado.

‘Em janeiro, a gente começa a vacinar todo mundo’, diz Pazuello

GUSTAVO URIBE – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta terça-feira (8) que o país dará início em janeiro à vacinação da população contra o novo coronavírus.

Em reunião ministerial, o ministro disse que as primeiras doses devem chegar a partir do início do próximo ano e que o plano é já imunizar “todo mundo”.

“A gente está fazendo os contratos com quem fabrica a vacina e a previsão é de que essa vacina chegue para nós a partir de janeiro. Em janeiro do ano que vem, a gente começa a vacinar todo mundo”, disse.

A pasta prevê que, inicialmente, chegarão ao país 100,4 milhões de doses da vacina, produzida em parceria com a Fiocruz. A estimativa é de que a segunda dose seja disponibilizada no segundo semestre do próximo ano.

Na semana passada, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, disse, no entanto, que a vacina não deve ser para toda a população. “Dentro dos dados da epidemiologia, não há previsão de vacinar 100% da população. Isso não é o normal, mas sim os grupos de risco”, disse.

Pazuello fez a afirmação ao ser indagado pela blogueira Esther Castilho, uma menina de 10 anos que foi convidada pelo presidente Jair Bolsonaro para participar da reunião ministerial.

A pedido de Bolsonaro, ela fez uma série de perguntas aos auxiliares presentes, muitas delas formuladas pelo próprio presidente e repetidas pela menina.

A blogueira questionou o ministro da Educação, Milton Ribeiro, por exemplo, quando serão retomadas as aulas presenciais no país.

“As aulas devem voltar em breve, assim que tiver mais segurança. E isso depende de cada governo estadual”, respondeu o ministro.

Sob risos do presidente, ela perguntou ainda ao vice-presidente Hamilton Mourão se ele deseja se tornar um dia presidente do país. “Em hipótese alguma”, disse o general da reserva.

Em tom de brincadeira, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, respondeu, ao ser questionado se o país está protegido de ameaças externas, que pretende tornar o serviço militar obrigatório para as mulheres.

A menina tem um programa no YouTube e já entrevistou pelo menos quatro vezes o presidente. No ano passado, ela foi convidada por Bolsonaro para a sua cerimônia de posse.

No início da entrevista, compartilhada pelo presidente em suas redes sociais, Bolsonaro disse que gostaria que as repórteres do país fossem como a menina.

Ao longo de seu mandato, o presidente se notabilizou por adotar uma postura agressiva com a imprensa, sobretudo quando é questionado sobre irregularidades ou polêmicas de seu governo.

VÍDEO: “Prejuízo incalculável”, diz gestor da Feena sobre incêndio

A Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade (Feena) voltou a ficar em chamas após uma ação que as autoridades acreditam ser criminosa pela forma como aconteceu.

No domingo (6) vários focos de incêndio começaram simultaneamente: “Parecia algo orquestrado da maneira como aconteceu. Acreditamos em crime sim. Muito se falou que teria começado com a queda de um balão. Realmente nós encontramos um balão porém antes disso já estávamos controlando as chamas. O caso do balão só veio a agravar ainda mais a situação”, afirma Rodrigo Campanha, gestor da Feena.

No primeiro dia, com focos simultâneos, os trabalhos para conter o fogo e que duraram aproximadamente 12 horas foram realizados pelo Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Brigada de incêndio da Feena e Usinas Iracema e São João.

Já na segunda (7) e nesta terça-feira (8), o trabalho de rescaldo e também de contenção de focos menores foi realizado apenas pela Brigada da Feena: “A biodiversidade sofre, a população sofre com essa grande quantidade de emissão de gases e fuligem. A gente já vive uma crise climática global e isso só soma para o aquecimento do planeta. A gente pede conscientização e ajuda da população principalmente para desestimular essas práticas próximo ao Horto e também em qualquer outro lugar”, diz o gestor.

Misteriosas mutilações em mais de 150 cavalos assustam a França

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Depois de uma megaoperação que envolveu mais de 40 agentes, cães policiais e um helicóptero no último final de semana, autoridades ainda não chegaram a respostas conclusivas sobre uma série de mutilações em mais de 150 cavalos na França.

“Há cerca de 20 casos de orelhas cortadas, mas também há outros incidentes, incluindo mutilação genital e lacerações com objetos pontiagudos”, disse o coronel Hubert Percie du Sert, da polícia francesa, à agência de notícias AFP.

Um homem chegou a ser detido na segunda-feira (7) após a divulgação do retrato falado de um possível suspeito, mas ele foi liberado sem acusações formais.

De acordo com o Ministério do Interior, responsável pela segurança interna da França, 153 investigações de casos de violência contra cavalos foram abertas em 20 departamentos do país.

Os animais geralmente são encontrados com orelhas cortadas, olhos arrancados ou órgãos genitais mutilados. Foi o que aconteceu, no último sábado (5), com duas éguas no departamento de Val-d’Oise, ao norte de Paris.

Elas sobreviveram ao ataque, mas uma foi encontrada com um corte na vulva e a outra com um ferimento de 30 centímetros de comprimento no flanco.

A polícia francesa aconselhou os criadores de cavalos a instalarem câmeras e a monitorarem seus estábulos regularmente. Didier Fruchet, dono de um clube com 80 cavalos nos arredores de Paris, seguiu as orientações das autoridades e investiu na compra de câmeras com visão noturna.

“Não nos importamos quanto custa quando se trata de manter nossos cavalos seguros”, disse, em entrevista à AFP.

A amazona Eloise Lang, de Coueron, no oeste do país, disse que está angustiada depois que seu cavalo foi alvo de um dos ataques.

“Ele tinha vários vestígios de ferimentos feitos com faca nos ombros, flancos e tórax. Quase não dormimos mais, pensamos nisso o tempo todo”.

A polícia segue sem pistas sobre as possíveis motivações dos crimes. Seitas satanistas, desafios na internet e algum tipo de caça ao tesouro macabra são hipóteses que ainda não foram descartadas.

Autoridades também estão preocupadas com a frequência crescente dos ataques e com a possibilidade de que o fracasso da polícia em encontrar os culpados leve a população a querer fazer justiça com as próprias mãos.

Em Quimper, comuna francesa na Bretanha, duas mulheres, mãe e filha, foram presas por ameaçar duas pessoas que se tornaram suspeitas dos ataques aos cavalos.

“Elas admitiram que estavam armadas com um facão e com uma espingarda de chumbo, e pararam um veículo quando não tinham o direito de fazê-lo”, disse à AFP o procurador-adjunto de Quimper, Emmanuel Phelippeau.

Se condenadas, as duas mulheres podem receber penas de até cinco anos de prisão. Nas redes sociais, as vítimas das ameaças foram acusadas de envolvimento nos crimes contra os cavalos, embora nenhuma queixa tenha sido formalmente registrada contra elas.

Nesta segunda (7), o ministro do Interior, Gérald Darmanin, e o ministro da Agricultura, Julien Denormandie, visitaram criadores de cavalos e se reuniram com investigadores para discutir planos que possam impedir os ataques.

“Nossas forças de segurança estão especialmente mobilizadas para questionar os responsáveis por atos de tortura em cavalos”, disse Darmanin, em uma rede social. “Conclamamos os franceses à mobilização geral para relatar qualquer indício que acabe com essas atrocidades.”

Denormandie escreveu que os dois ministérios estão do lado dos criadores. “A investigação é levada muito a sério para que esses atos de crueldade possam ser interrompidos o mais rápido possível.”

Pela 1ª vez no século, Brasil não atinge meta para vacinas infantis

NATÁLIA CANCIAN – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

Pela primeira vez em quase 20 anos, o Brasil não atingiu a meta para nenhuma das principais vacinas indicadas a crianças de até um ano, apontam dados de 2019 do Programa Nacional de Imunizações, analisados pela reportagem.

A situação ocorre em um contexto de cinco anos de queda nas coberturas vacinais, com redução de até 27% para alguns imunizantes.

Para complicar, em meio a pandemia do novo coronavírus, equipes de saúde dizem ver atrasos na busca pela vacinação também neste ano, o que indica a possibilidade de haver nova queda histórica.

Em geral, a meta de vacinação de bebês e crianças costuma variar entre 90% (para vacinas contra tuberculose e rotavírus) e 95% (as demais).

Abaixo desse valor, há forte risco de retorno de doenças eliminadas, como ocorreu com o sarampo, ou aumento na transmissão daquelas que até então eram controladas.

Em 2019, porém, nenhuma vacina atingiu a meta entre o grupo de bebês e crianças até um ano completo –em 2018, mesmo em queda, 3 das 9 principais indicadas a esse grupo atingiram o patamar ideal. Em outros momentos, o Brasil também chegou a ter até sete vacinas com cobertura dentro do ideal, com as demais próximas desse cenário.

Os números de 2019, assim, trazem um novo alerta a um país reconhecido por ter um dos maiores e mais bem-sucedidos programas de imunização do mundo.

O maior índice de cobertura na vacinação de rotina (91,6%) foi registrado para a vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, o que pode estar ligado ao aumento nas informações sobre a doença. O menor (69%) foi registrado para a pentavalente, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, entre outras, e alvo de desabastecimento no último ano.

Na prática, os dados de 2019 mostram que 8 das 9 vacinas indicadas a crianças de até um ano tiveram queda na adesão.

Em alguns casos, como as vacinas contra poliomielite e tuberculose, a cobertura vacinal já chega ao menor índice em pelo menos 23 anos. Em outros, como a pentavalente, a cobertura é a menor desde que houve a incorporação completa no SUS.

A cada ano, secretarias de saúde costumam ter até o final de abril para registrar no sistema dados de vacinação do ano anterior. Neste ano, com a pandemia, o prazo foi adiado para 31 de julho.

Os primeiros sinais de queda começaram a ser registrados em 2015 e se agravaram em 2017, quando apenas uma vacina atingiu a meta.

No ano seguinte, a situação continuou grave, mas algumas vacinas tiveram leve recuperação, o que levou equipes do Ministério da Saúde a considerar possível uma reversão na tendência. A queda, porém, se manteve em 2019, no primeiro ano da gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Análise feita pela reportagem nos dados do PNI evidenciam parte desse impacto. De 2014 a 2019, a cobertura das principais vacinas para bebês teve queda de 7% (pneumocócica) a 27% (pentavalente).

Apesar dos primeiros alertas terem ocorrido há anos, ainda não há explicação do que leva à queda. Pesquisas que estavam sendo aplicadas desde o último ano tiveram que ser adiadas na pandemia.

Especialistas, porém, apontam fatores como a falsa sensação de segurança, mudança no mercado de trabalho, problemas na organização da rede e até o próprio sucesso do programa, com aumento no número de vacinas ofertadas, o que exige ir mais aos postos.

Outro fator que teria pesado foi o desabastecimento, como houve com a pentavalente por problemas na compra no mercado internacional, e a BCG, dada em maternidades.

“Não é que a população não quer, é que faltou”, diz Isabella Ballalai, da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações), que aponta mais motivos para a BCG. “Alguns municípios passaram a evitar abrir um frasco [que tem dez doses] à toa para otimizar. Mas se não faz a vacinação na maternidade, a cobertura cai. E se chega no posto e ouve que é pra voltar dali a dois dias, não volta.”

A situação também pode ter interferido em outras vacinas com intervalos próximos, afirma José Cássio de Moraes, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SP, que cita ainda o impacto do ajuste fiscal na saúde, o aumento na informalidade e dificuldades na notificação por municípios.

Apontados como fator para uma queda na vacinação também no restante do mundo, movimentos antivacina ainda são vistos como fracos no Brasil.

Declarações recentes do presidente Jair Bolsonaro de que ninguém é obrigado a se vacinar contra Covid, no entanto, levantam polêmica pelo potencial antivacinação.

“É uma frase muito usada por movimentos antivacina. E é inadequada, porque a proteção da vacina não é só para uma pessoa, mas para a sociedade”, diz Moraes.

Equipes de saúde avaliam que o temor do coronavírus pode ter levado famílias a evitar os postos. Em abril, a vacinação de rotina também chegou a ser suspensa temporariamente em alguns estados.

Na tentativa de retomar os índices, o Ministério da Saúde prepara uma campanha de multivacinação em outubro.

Para especialistas, no entanto, a adesão deve ser estimulada já, sobretudo em estados que planejam retomar as aulas nas próximas semanas.

“Não dá para a criança voltar para a escola sem estar vacinada. Esses números deixam a gente vulnerável a um surto de pólio”, afirma Ballalai. “A situação é catastrófica.”

Questionado pela reportagem, o Ministério da Saúde diz que tem ampliado campanhas de conscientização e atribui a queda em 2019 à continuidade da redução anterior.

Também cita fatores, “tais como a falsa sensação de segurança causada pela diminuição ou ausência de doenças imunopreveníveis; o desconhecimento da importância da vacinação por parte da população mais jovem e as falsas notícias veiculadas especialmente nas redes sociais sobre o malefício que as vacinas podem provocar à saúde”.

A pasta frisa que a vacinação segue normalmente na pandemia, respeitando as orientações de segurança.

Eleição em SP já tem briga na Justiça e temor de advogados

CAROLINA LINHARES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) –

Enquanto os primeiros questionamentos entre candidatos à Prefeitura de São Paulo começam a aparecer na Justiça, os advogados das campanhas se preocupam com o protagonismo da internet devido à pandemia do coronavírus.
A reportagem mapeou sete ocasiões em que os atuais postulantes ao Executivo acionaram a Justiça ou o Ministério Público contra seus adversários –quatro delas dizem respeito a conteúdo na internet e, em duas, a publicação foi removida por decisão judicial.
Segundo os advogados eleitorais, a restrição de contato imposta pelo coronavírus tende a empurrar a campanha para as redes sociais. Consequentemente, as ações na Justiça devem girar em torno dessas postagens online, mas sem menosprezar a propaganda de rádio e TV, também fonte comum de embates.
Na opinião dos especialistas, a internet não pode ser vista como terra sem lei, que permite ataques e disseminação de fake news. Sempre que houver ofensa ou mentira, os advogados afirmam que irão à Justiça Eleitoral pedir a remoção do conteúdo, direito de resposta e a responsabilização dos autores –mais facilmente identificáveis no Twitter, Instagram e Facebook do que no WhatsApp.
Outra preocupação comum são as inseguranças a respeito da entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados, mas, nesse caso, as campanhas avaliam que uma parte da legislação eleitoral já trata do tema.
A troca de farpas virtual já levou a campanha de Márcio França (PSB), ainda pré-candidato, a entrar com uma ação, na última quinta-feira (3), contra Joice Hasselmann (PSL) por ter postado um vídeo no Twitter em que chama o ex-governador de gângster, frouxo, enganador, mentiroso nato e covarde, além de dizer que ele pretende roubar caso seja eleito prefeito.
Os advogados de França argumentam que houve crime de injúria. Joice afirma que provará suas falas.
A ação corre na Justiça comum, pois o período de campanha eleitoral terá início apenas no próximo dia 27. Ofensas e calúnias também são enquadrados como crimes eleitorais quando ocorrem na campanha.
Segundo o advogado Anderson Pomini, que representa França, “candidatos novatos e eleitos na gritaria da internet têm a falsa impressão de impunidade” nas redes.
“Existem ferramentas que permitem monitorar se há uma estrutura ilícita de difusão de fake news e robôs”, afirma Pomini a respeito do trabalho preventivo feito pela campanha.
Outra ação sobre publicação na internet foi movida por Filipe Sabará (Novo) contra Guilherme Boulos (PSOL) e sua vice, Luiza Erundina (PSOL), mas não por conta de xingamentos e, sim, por propaganda eleitoral antecipada.
A decisão liminar (provisória) determinando a retirada de vídeo em que Erundina afirma “nós vamos à luta eleger Boulos prefeito de São Paulo” veio em 12 de agosto, um dia depois do advogado Tiago Ayres ingressar com a ação.
No último dia 25, a decisão foi confirmada em primeira instância com a determinação de multa de R$ 5.000 para Boulos e Erundina.
O advogado Francisco Prado Filho, que representa o PSOL, recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral. Ele afirma que o vídeo foi gravado em ocasião de prévias partidárias, em que tal fala era permitida.
O episódio ilustra também a celeridade da Justiça Eleitoral na análise de conteúdos questionados. “Os prazos são muito exíguos”, diz Ayres, defensor do Novo. Ele e os demais advogados ouvidos pela reportagem cancelaram feriados e trabalham desde já no ritmo acelerado imposto pelas campanhas.
“Vamos estar vigilantes a qualquer situação que comprometa a regularidade do processo eleitoral. A forte migração para o ambiente virtual, vitaminada pela pandemia, potencializa o debate judicial”, diz Ayres.
Na campanha de Sabará, o maior receio também é o de ataques na internet. “Nem sempre é fácil rastrear quem faz o mal faz com criatividade”, afirma o advogado.
“A internet é um meio amplo e difícil de controlar. Há uma dificuldade de obtenção de provas, de descobrir quem financia campanhas de desinformação. É uma questão que não se resume a estratégia jurídica, tem uma parte de comunicação, para esclarecer os fatos ao eleitor”, afirma Prado Filho, que defende o PSOL.
Considerado favorito, o prefeito Bruno Covas (PSDB) é alvo de três investidas –duas movidas pelo PSL de Joice. Em uma das ações eleitorais, Covas foi obrigado a remover um vídeo da página da Secretaria Municipal de Educação no Facebook.
O juiz Renato de Abreu Perine considerou que Covas fez propaganda institucional pela “exaltação de sua atuação na assinatura de decreto” referente a um prêmio a professores e argumentou que o vídeo teve muitas visualizações.
A publicidade de atos administrativos é proibida três meses antes da eleição. A ação de Joice pedia a remoção de outros conteúdos anteriores a esse período, mas que continuam em exibição nas páginas da prefeitura. O juiz, porém, afirmou que nos demais casos não há “promoção pessoal com capacidade de desequilibrar a concorrência”.
A segunda ação questiona a contratação de uma produtora pela prefeitura por R$ 10,2 milhões para o registro audiovisual de eventos do prefeito e a produção de vídeos institucionais –sendo que essa divulgação é proibida na campanha.
A gestão Covas argumenta que a contratação teve início no fim de 2019 e “tem validade de 12 meses, portanto transcende o período eleitoral e não tem qualquer relação com o calendário político-eleitoral”.
Ricardo Penteado, que atende a pré-campanha de Covas, afirma que muitas ações eleitorais têm objetivo midiático e que cabe à imprensa ajudar a desmantelar fake news.
“Para o candidato, é enxugar gelo. Correr atrás da mentira é uma tarefa inglória”, diz ele ao comentar os embates judiciais em torno da campanha nas redes.
A contratação da produtora foi questionada também, na Justiça comum, pelo advogado Rubens Nunes, que representa Arthur do Val (Patriota) e vai ser candidato a vereador.
Nunes foi ao Ministério Público pedir apuração de eventuais condutas ilícitas de Jilmar Tatto (PT) após reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrar que a distribuição de cargos o impulsiona na zona sul. Tatto afirma que a contratação de líderes locais como assessores torna o mandato plural.
O advogado de Arthur também questiona eventual propaganda antecipada de Márcio França na internet.
“Vai ser muito semelhante a 2018, com judicialização de toda irregularidade que se fizer presente. Para que haja combate, tem que haver um papel ativo daqueles que são vítimas de fake news”, diz Nunes.
O advogado de Tatto, Helio Silveira, diz que há preocupação com “o ambiente de desinformação que circula pela rede”. “Não temos posição ofensiva, acreditamos que a mínima interferência judicial é necessária. Mas o que não for verdade, o que for ofensivo, vamos ingressar com ação.”

Jojo Todynho é a primeira participante confirmada de A Fazenda 12

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) –

A Record confirmou oficialmente nesta segunda-feira (7) a primeira participante de A Fazenda 12. Trata-se da funkeira Jojo Todynho, 23.
No perfil da atração no TikTok, foi publicado um vídeo da cantora de “Que Tiro Foi Esse?” com a legenda: “Primeira peoa revelada! Pode entrar @jojotodynho, confirmadíssima na #AFazenda12! Vem que a gente quer ver #FogoNoFeno!”
O nome da cantora já era dado como certo pelos fãs do programa. No domingo (6), a emissora havia dado dicas sobre a presença da peoa na mesma rede social. Um vídeo informava que uma das participantes era cantora e compositora, que seu primeiro hit havia sido lançado no finalzinho de 2017 e que ela havia bombado na internet após participar do clipe de outra cantora. A descrição se encaixa com o perfil de Jojo.
No sábado (5), um perfil de Instagram da Record Europa publicou gifs em que apareciam as silhuetas de dois participantes que fariam parte do elenco do reality rural. A ideia era fazer uma brincadeira e despertar interesse pelo programa, que estreia nesta terça (8).
Mas muitos internautas conseguiram achar fotos antigas de Todynho (e também do cantor Biel) que se encaixam perfeitamente às silhuetas. Depois que a ação gerou grande repercussão nas redes, os gifs foram apagados.

Casal narra saga para buscar filha gerada em barriga de aluguel no exterior durante pandemia

SIMONE MACHADO
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP (FOLHAPRESS) –

Após mais de uma década de tentativas de engravidar, sem sucesso, a administradora de empresas Camila Pavan, 32, e o fisioterapeuta Adriano Garbelini, 36, decidiram ter o tão desejado filho por meio do processo conhecido como gestação por substituição, a chamada barriga de aluguel.
O casal, que é de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, só não esperava que teriam que buscar a criança em outro país bem no momento em que o mundo enfrenta uma pandemia.
Antes de decidir pela barriga de aluguel, o casal tentou engravidar, mas Camila descobriu uma doença que a impede de gestar.
“Tive dois abortos espontâneos, e a partir daí comecei a procurar respostas. Durante 15 anos, fui em vários médicos e recebi diversos diagnósticos. Ao procurar um especialista nos Estados Unidos descobri que tenho distrofia muscular, e soube que meu corpo não aguentar ter uma gestação”, conta Camila.
O casal tentou a barriga solidária com a ajuda da irmã de Adriano. Mas também não deu certo, e a cunhada teve um aborto espontâneo. Diante disso, o casal passou a pesquisar sobre o processo de barriga de aluguel.
O procedimento, que não é permitido no Brasil, mas é legalizado em países como a Ucrânia e Tailândia, consiste na doação temporária do útero por uma mulher que carrega o bebê durante os nove meses de gestação em troca de pagamento.
“Aqui no Brasil, esse procedimento ainda é um tabu a ser vencido. Busquei informações nos Estados Unidos, na Tailândia e na Ucrânia até decidirmos fazer o procedimento em uma clínica em Kiev [capital ucraniana] que nos pareceu muito segura e nos oferecia alguns benefícios como um número de tentativas ilimitado, caso o primeiro procedimento não desse certo”, diz Camila.
Há um ano e meio, o casal foi até o centro de reprodução humana -local que une clínica e hotel- e passou ali cinco dias. Adriano teve o material genético colhido, mas os óvulos de Camila não foram usados devido à doença dela. O casal escolheu uma doadora através de uma seleção sem identificação.
“Nós optamos por não escolher também a mulher que geraria nosso bebê, só pedimos à clínica que fosse uma pessoa responsável para que não tivesse intercorrências durante a gestação”, explica a administradora.
Para realizar o sonho, o casal gastou aproximadamente R$ 230 mil, pagos ao longo de nove meses. O valor do procedimento, afirmam os dois, varia de acordo com o número de tentativas, de acordo com a genética, escolha da mãe e uso ou não de óvulos próprios.
Pietra estava com nascimento previsto para junho e vinha sendo muito aguardada pelo casal e por toda a família. O que eles não imaginavam era que na reta final da gestação o mundo estaria enfrentando uma pandemia, e a maioria dos países estariam com suas fronteiras fechadas.
Com os voos comerciais cancelados a viagem deles até a Ucrânia estava em risco.
Foram dias de incertezas até que Camila e Adriano conseguissem passagens em um voo de repatriação de ucranianos que sairia de Munique, na Alemanha, no dia 1º de junho. Para chegar até lá eles tiveram que fazer escala em Amsterdã, na Holanda, chegar à Alemanha, e finalmente seguirem até Kiev.
Chegando ao destino, o casal fez o teste para Covid-19 e ficou nove dias em quarentena em um hotel designado pelo governo do país. Com o resultado negativo dos testes, eles foram liberados e puderam ir para o hotel da clínica de fertilização. No dia seguinte, 11 de junho, Pietra nasceu.
“Achei que não conseguiríamos chegar a tempo do nascimento e de acompanhar os primeiros dias dela, mas deu tudo certo”, diz Camila.
O casal permaneceu por mais 55 dias na Ucrânia, para a bebê ganhar alguma imunidade, antes de retornar para casa com a filha nos braços. O medo de encarar horas em aeroportos e dois voos com um bebê recém-nascido, em meio a uma pandemia, era grande. Bebês não podem usar máscara de proteção, e Pietra ainda não havia tomado todas as vacinas.
Para poderem viajar, dois dias antes da data de embarque, Camila e o marido fizeram novo teste para a Covid-19. Diante do resultado negativo, foram autorizados a embarcar. Após 34 horas de viagem, com escala em Paris, chegaram a São José do Rio Preto com Pietra nos braços.
“Foi uma viagem bem complicada porque os aeroportos estão com trabalhos limitados. Em Paris estava tudo fechado, não tinha lugar para comprar comida ou água. Mas quando chegamos em casa e encontramos nossa família foi uma sensação de vitória”, diz Camila. “Ver que o esforço deu certo e ver a Pietra recebendo o amor de todos é algo inexplicável.”

Jornal Cidade RC
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