Rio-clarense participa de concurso internacional de fotos de astronomia

O astrônomo amador de Rio Claro, Antonio Carlos Duarte, está participando de um campeonato internacional de fotos de astronomia e já está nas finais do concurso.

A foto da Lua feita por Antonio Carlos ganhou o nome de MOONSCAPE e atualmente está em 3° lugar no campeonato, atrás de registros feitos por um chileno e um peruano.

A classificação da competição é definida por votação dos internautas e apenas alguns votos separam o rio-clarense do segundo lugar, portanto ele pede a ajuda da comunidade para tentar ultrapassar os primeiros colocados.

A votação segue até domingo (27) e pode ser feita através do site do concurso (https://www.npae.net/southern-hemisphere-competition-poll/?fbclid=IwAR0-y55_u8SgxzwPo8CVzKDTOyrapFndm2cfRlKNbVcepBNuaXz_nnhRs5I). Para votar em Antonio Carlos Duarte, basta entrar no site e clicar sobre a foto MOONSCAPE.

Morre o ex-presidente do Grupo Ginástico, Sergio Russo

Faleceu nesta sexta (25), em Rio Claro, Antonio Sergio Russo, ex-presidente do Grupo Ginástico Rio-clarense.

Sergio Russo, como era chamado, tinha 78 anos de idade e era conhecido no município, além da vida social no tradicional clube, por seus trabalhos na área de seguros.

No GG, Sergio Russo foi presidente entre 1998 e 2000 e vice-presidente entre 2000 e 2003, porém sempre esteve presente ao lado de outras diretorias do clube, tendo atuação relevante na compra das casas onde foi construída a parte nova do Ginástico.

Sergio deixa viúva Priscila Antonia Pinto da Fonseca Russo, além de três filhos e quatro netos.

O corpo de Sergio Russo será sepultado às 9 horas deste sábado (26) no Cemitério Parque das Palmeiras e não haverá velório.

Rio Claro tem 23 novos casos de coronavírus

Mais 23 casos de infecção pelo coronavírus foram registrados em Rio Claro nas últimas 24 horas e o município agora tem 4.684 confirmações da Covid-19. Não houve óbitos decorrente da doença nesse período e o número permanece em 135.

Uma morte está sob investigação. As informações estão no boletim da Secretaria Municipal de Saúde desta sexta-feira (25), que ainda aponta 4.532 recuperados da Covid-19 em Rio Claro.

Vinte e seis pessoas estão hospitalizadas. No Sistema Único de Saúde (SUS) são sete em enfermaria e nove em unidades de terapia intensiva (UTI). Na rede particular, são nove em enfermaria e uma em UTI.

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Mortes por Covid-19 em São Paulo caem e chegam ao índice mais baixo desde maio

ANA BOTTALLO E MATHEUS MOREIRA – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A média diária de mortes pelo novo coronavírus caiu mais na última semana e atingiu seu índice mais baixo desde maio, de 158 mortes (em comparação à semana anterior, de 181). A queda corresponde a 14%.

O anúncio foi feito em entrevista aos jornalistas realizada no Palácio dos Bandeirantes nesta sexta-feira (25).

O número de casos diários também apresentou queda de 2%, com cerca de 1.110 novos casos por dia em média.

A taxa de ocupação de leitos de UTI atingiu o menor índice na última segunda-feira (21) e apresentou nova redução nesta sexta-feira (25), atingindo 46,3% em São Paulo e 45,3% na Grande São Paulo.

A atualização dos dados do coronavírus no estado aponta que foram confirmados 6.681 novos casos e 200 novos óbitos.

O governador João Doria (PSDB) anunciou o encerramento das atividades do hospital de campanha do Ibirapuera no próximo dia 30 de setembro, o último hospital construído para esse fim ainda em funcionamento na capital.

Para Jean Gorinchteyn, secretário estadual de saúde, a queda do número de óbitos e casos diários e de novas internações representa um alívio para encerrar as atividades dos hospitais exclusivos para o coronavírus. “Com esses índices podemos fazer com que os hospitais que focaram exclusivamente no atendimento da Covid-19 possam ser encerrados, como o próprio hospital de campanha do Ibirapuera.”

Nesta quarta-feira (23), o governador anunciou que os primeiros grupos de profissionais da saúde do estado devem ser vacinados contra o novo coronavírus na segunda quinzena de dezembro.

Ainda segundo Doria, em outubro as primeiras 5 milhões de doses da CoronaVac, vacina produzida pelo Laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantã, chegarão a São Paulo. O imunizante ficará armazenado até que as autoridades sanitárias brasileiras aprovem sua aplicação.

Também nesta quarta-feira (23) houve o anúncio por parte da Anvisa da autorização para ampliação do ensaio clínico de fase 3 da CoronaVac de 9.000 para 13 mil voluntários. O governo ampliou ainda o número de centros para realização dos testes de 12 para 16. Os novos centros são em Barretos (SP), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT) e Pelotas (RS).

Dimas Tadeu Covas, diretor do Instituto Butantan, afirmou que com essa ampliação de voluntários é provável que o instituto atinja o número mínimo necessário de casos de Covid-19 na coorte de 61 casos para fazer a chamada “primeira análise interina”.

“Essa ampliação ajuda a obtenção dos resultados esperados. Se mantidas as proporções [de casos esperados no grupo de voluntários que receberam o placebo versus o grupo que recebeu o imunizante], teremos os primeiros resultados no dia 15 de outubro. Se não for atingido esse número mínimo até esta data, podemos aguardar os primeiros 154 casos até o final de outubro, que demonstraria a eficácia de pelo menos 50% da vacina.”

Covas afirmou ainda que se essas previsões seguirem como esperado, o governo poderá prosseguir com o registro da CoronaVac na Anvisa ainda em novembro, para disponibilizar a vacina para utilização em dezembro.

VÍDEO: Pré-candidato a vereador é morto a tiros depois de live em MG

DANIELA MALLMANN – BELO HORIZONTE, MG (UOL/FOLHAPRESS)

Um pré-candidato a vereador da cidade de Patrocínio (MG), a 338 quilômetros de Belo Horizonte, foi morto a tiros nesta quinta-feira (24), após participar de uma transmissão ao vivo nas redes sociais.

Durante a tarde, enquanto fazia uma live denunciando uma obra realizada pela prefeitura, Cássio Remis (PSDB) foi interrompido pelo secretário de Obras, Jorge Marra (DEM), que chegou em uma caminhonete branca e tomou o celular do político.

“Tá aqui o secretário. Chegaram aqui para me agredir, entendeu? Não pega meu telefone!”, afirma Remis no vídeo antes de ter o celular tomado.

Em outra gravação, é possível ver o secretário saindo com o veículo e Remis na frente do carro tentando impedir que o celular fosse levado.

Ele então tentou entrar na sede da Secretaria de Obras para recuperar o aparelho, momento no qual foi baleado. Segundo a Polícia Militar, Remis foi atingido por cerca de seis disparos -cinco deles na cabeça- e morreu no local.

Principal suspeito do crime, Jorge Marra, que é irmão do prefeito, Deiró Marra (DEM), está foragido, segundo a polícia.

O prefeito se pronunciou no início da noite. “Nós lamentamos tudo que aconteceu, essa sequência de fatos -absolutamente, eu diria, injustificáveis- que culminaram com a morte do Cássio Remis.”

Em consideração à trajetória de Remis, a prefeitura decretou luto de três dias. Segundo o prefeito, nesta sexta (25) será feita a exoneração do secretário de Obras. Ele afirmou que não sabe do paradeiro do irmão.

“Não tenho notícias nem do paradeiro dele, mas que ele possa fazer sua defesa, suas argumentações, enfim esclarecer”, disse Deiró.

Cássio Remis tinha 37 anos e era advogado. Em 2008, elegeu-se vereador pela primeira vez. Em 2013, foi o político mais jovem a assumir a presidência da Câmara Municipal de Patrocínio. Candidatou-se à prefeitura em 2016, mas perdeu as eleições para Deiró.

Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, equipes da perícia e de investigadores estiveram no local fazendo os primeiros levantamentos.

“A ocorrência está em andamento e neste momento os policiais civis estão tentando localizar o suspeito do crime. Na Delegacia de Plantão, as testemunhas serão ouvidas ainda hoje [quinta]”, informou a polícia.

Bolsonaro ignorou impacto da Covid-19 por decisão consciente, diz Mandetta

NATÁLIA CANCIAN – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

Embora tenha se recusado a analisar os números, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi alertado de projeções de mortes pela Covid-19 e da gravidade da doença.

A afirmação é do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que lança nesta sexta-feira (25) livro em que relata bastidores da crise que levou à sua saída do cargo, em abril.

Entre eles, está uma reunião na qual ele afirma ter apresentado projeções de equipes da pasta que indicavam o risco de o país chegar a até 180 mil mortes pela Covid caso não fossem adotadas medidas de prevenção e isolamento.

Bolsonaro, porém, ignorou os alertas.

“Ele tinha pessoas no entorno dele que mostravam outro cenário. E, como tinha uma assessoria paralela que fala o que se queria escutar, ele embarcou. Ele fez uma decisão não irracional, pensada. Ele não pode dizer ‘eu não sabia que seria assim’.”

Em entrevista à reportagem, Mandetta comenta alguns desses bastidores.

Pergunta – No livro, o sr. relata uma série de atritos com Bolsonaro e o processo que o levou à saída do cargo. O que o levou a querer registrar isso em um livro e que mensagem pretende passar com ele?
Luiz Henrique Mandetta – Quando eu estava no ministério, fui procurar o que tinha escrito sobre outras crises sanitárias. É um vazio total. Tem muitos artigos, mas sempre focados na doença, e nada sobre o ambiente [das decisões].

O livro vem para mostrar que você pode ter um técnico, mas a política no entorno tem papel preponderante. Fiz também para ficar um registro desse período.

Podemos nos distanciar o tempo que for, mas sempre o ano de 2020 vai ser antes e após o coronavírus.

O sr. diz no livro que Bolsonaro nunca aceitou ver os números da saúde e discutir a realidade que o governo iria enfrentar. E essa realidade envolvia projeções que apontavam até 180 mil óbitos. Como foi esse processo?
LHM – O presidente tem uma característica, não só em relação à saúde, mas de forma geral: ele decide com as informações que ele valida. Ele tinha um entorno próximo dele que deu para ele outra visão da epidemia.

Lembro das falas do Osmar Terra, da reunião que fez com a médica de São Paulo [Nise Yamaguchi]. Ele vai afastando quem está fora do seu viés político. Não é uma característica dele se envolver com a parte técnica.

Naquela época o Brasil chegou a quase zero de máscaras. Precisávamos baixar uma norma nacional para proteger o sistema de saúde.

Eu tentava explicar isso, mas era sempre muito atropelado por essa certeza de que “preciso ver a economia”, “precisa voltar a andar e passar logo por isso”.

O que acha que levava a isso?
LHM – Tinha um mix. Ele dizia que, se o povo ficar desempregado, podia ter convulsão social, saque a supermercados. Era uma coisa nesse gênero. E havia uma visão do próprio Ministério da Economia sobre arrecadação.

Tinha uma sensação de que ele [Bolsonaro] tentava jogar politicamente a saúde nas costas de governadores e prefeitos, como se aquele tema não pertencesse mais ao governo federal.

Mas não vamos falar nada? “Fala que tem a cloroquina.”

Isso é muito difícil para qualquer pessoa que venha da saúde, porque não tinha evidência científica, tanto que o meu sucessor [Nelson Teich] também teve a mesma dificuldade.

Só mesmo um militar para receber uma ordem e falar: “Então está bom, vou ampliar”.

No livro, o sr. cita uma reunião em que projeções foram apresentadas no Alvorada…
LHM – Foi a única reunião em que eu pude falar: “Olha, os cenários são esses, o estoque está assim, não temos condições de abrir a economia agora”.

Coloquei num papel e entreguei para ele por escrito as recomendações. Porque ainda nesse cenário tinha gente que falava: “Vão ser 2.000 mortos”. Ou: “Ah, é uma coisa que com cinco semanas, seis semanas, acabou”.

Quando estudamos a reação dos pacientes a uma doença, uma notícia muito grave, a primeira reação da pessoa é negar, dizer “esse médico errou, não sabe nada, vou procurar uma segunda opinião”.

E, nessa segunda opinião, às vezes escuta o que quer escutar. Ou fica com raiva. Depois vem uma fase de reflexão ou positiva, de adesão ao tratamento.

O presidente veio na primeira fase, de negação da doença, e o passo seguinte foi a raiva de quem problematizou para ele o problema, que foi o ministro da Saúde.

Eu achava que ele poderia cair na terceira fase, da reflexão, mas ele se manteve nessa fase da negação e de não querer aceitar.

Na reunião, Bolsonaro não chegou a comentar os números que o sr. apresentou?
LHM – Apresentei todos, mas ele tinha pessoas no entorno dele que mostravam outro cenário. E, como tinha uma assessoria paralela que falava o que se queria escutar, ele embarcou.

Ele fez uma decisão não irracional, pensada. Ele não pode dizer: “Eu não sabia que seria assim”. Sempre deixei muito claro para ele a gravidade dessa doença.

Como avalia as ações hoje de controle da epidemia?
LHM – A epidemia tem diferentes etapas. No início, a mortalidade era alta, e a medicina avançou muito.

Aquela fase em que eu estava como ministro era de preparo do sistema, para entrar depois mais forte em atenção primária. Mas não vimos isso. Vi o Ministério da Saúde perder a credibilidade na questão dos dados.

Agora que normalizou o mercado, e há oferta de respirador, tinha de trabalhar notas técnicas, de apoio a estados e municípios, como para a volta às aulas, e vemos um atraso.

Quando ministro, o sr. falava que iríamos ter cinco meses duros, mas já se passaram sete meses. Até quando acha que devemos conviver com esse número alto de casos da Covid?
LHM – Eu já falava de uma queda maior em setembro, e isso está começando agora. Devemos diminuir o número de casos, mas ainda ter pequenos surtos. Tem muita gente que ainda está se prevenindo.

Mas quanto mais o jovem achar que está tudo normal e for de encontro a essas pessoas, a doença vai ficar endêmica. Vamos conviver, baixando aos poucos, até o aparecimento da vacina.

O sr. diz no livro que “tudo poderia ser diferente se a OMS tivesse nos apresentado o cenário real” e do jeito que foi considerou o cancelamento do Carnaval “desnecessário”. Arrepende-se de não ter cancelado, ou de outra decisão?
LHM – Não me arrependo. Tudo o que fiz, fiz com notícias que eu tinha. Apresentaram para o mundo um vírus pesado [de transmissão limitada]. Quando saem as notícias da Itália é que se vê a dramaticidade.

Lamentar não ter tomado decisões com as informações que eu tinha, não posso lamentar. Posso lamentar não ter tido essas informações.

É como se houvesse duas epidemias, uma no Oriente e outra no restante. Ou é isso, ou a informação veio truncada [da OMS].

Planeja se candidatar a algum cargo nas próximas eleições [em 2022]?
LHM – Vamos passar as eleições de agora e ver. Não é uma coisa líquida e certa.

O que acho é que essa polarização, de pessoas falarem que tem de votar no Bolsonaro para não voltar o PT, e o PT falar em votar no PT para não ter o Bolsonaro, isso deixa o eleitor angustiado.

Espero que haja maturidade política para um caminho de convergência, um caminho pelo centro, democrático. Se isso acontecer, posso distribuir santinho, ajudar, participar de todas as maneiras.

O caminho do Brasil é reconciliar. Não dá mais para apostar em ruptura. Por enquanto vou trabalhar e escutar o que o Brasil tem a dizer.

Elefanta indiana viaja mais de mil quilômetros até Santuário de Elefantes do Brasil

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Bambi, uma elefanta indiana, está a caminho do Santuário dos Elefantes Brasil, localizado na Chapada dos Guimarães (MT), nesta sexta-feira (25). Ela percorre cerca de 1.270 quilômetros, já que foi transferida do Zoológico Municipal de Ribeirão Preto.

Autorizada pela Justiça no início da semana, a transferência da elefanta levou quatro dias para acontecer. Segundo informações fornecidas pelas redes sociais do Santuário, Bambi precisou passar por um processo de ambientação de Bambi com a caixa de transporte.

“Quando pensamos na logística de transporte de um elefante, temos que ter em mente as diversas fases e detalhes desse processo, que incluem desde a parte burocrática de documentação, equipamentos, produtos para cuidados com o elefante, além de tudo o que envolve as pessoas da equipe. Tudo isso é planejado sempre com o objetivo principal de oferecer o maior bem-estar.”

Ainda segundo o Santuário, a viagem conta com paradas de duas a três horas para verificar se Bambi está bem. Ela também é monitorada através de um sistema de câmeras. O percurso está sendo feito com um caminhão, dois carros com a equipe do Santuário e escolta da Polícia Rodoviária Federal.

O elefante estava desde 2014 no Bosque Zoológico de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Antes disso, o animal morava no Zoológico de Leme. Com aproximadamente 58 anos de vida, Bambi possuí deficiência visual no olho esquerdo e má oclusão dentária, tendo traumas de maus tratos.

“Depois de uma vida de sofrimento e solidão, Bambi terá a chance de ser um elefante novamente!”, escreveu o Santuário em um comunicado publicado no Instagram.

Mais de 20 mil candidatos mudaram declaração de cor desde as últimas eleições

ARTUR RODRIGUES, CAROLINA LINHARES, FLÁVIA FARIA E JOÃO PEDRO PITOMBO – SÃO PAULO, SP, E SALVADOR, BA (FOLHAPRESS)

Ao menos 21 mil candidatos brasileiros que disputarão as eleições municipais deste ano para prefeito ou vereador mudaram a declaração de cor e raça que deram no último pleito, em 2016, conforme registros disponibilizados até agora pela Justiça Eleitoral.

A mudança atinge um a cada quatro (26%) candidatos que concorreram nas últimas eleições e estão participando da disputa de 2020.

O movimento acontece num momento em que os partidos têm sido pressionados a ampliar a representatividade de negros na disputa, inclusive com a fixação de cota na distribuição dos recursos de campanha proporcional à quantidade de candidatos.

Ao mesmo tempo, especialistas falam no impacto do aumento de pessoas que se reconhecem como pretas e pardas após ações de combate ao racismo.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, concedeu liminar neste mês para que a cota financeira para negros no fundo eleitoral, aprovada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para 2022, seja aplicada já neste ano. O caso deve ser analisado pelo plenário do STF.

A criação da cota financeira para negros chegou a gerar debate sobre brechas nas regras –incluindo a subjetividade da autodeclaração e eventuais tentativas de burlá-la.

Os 21 mil candidatos que mudaram a declaração de cor e raça que havia sido dada no último pleito municipal representam por volta de 8% das 260 mil candidaturas que constavam no sistema do TSE até esta quinta (24) –os números podem aumentar, uma vez que as inscrições ainda estão sendo acrescentadas.

Embora essa quantidade de alterações não possa ser atribuída à criação da cota, especialistas avaliam que esse fator pode ter influência em ao menos parte do fenômeno.

A maior parte das mudanças –36% do total– foi da cor branca para parda. O movimento contrário vem na sequência, com 30% das alterações de pardo para branco.

Outros 22% mudaram de pardo para preto ou preto para pardo, mudança sem efeito prático do ponto de vista da distribuição de recursos do fundo eleitoral. Outros 2% mudaram de branco para preto.

Na capital paulista, a reportagem localizou ao menos quatro vereadores que, na comparação com 2016, tiveram mudanças na cor.

De pele clara, o vereador Caio Miranda (DEM) mudou a cor de branca para parda. Ele disse que o preenchimento, em 2016, foi feito pelo partido.

“A minha mãe era branca e meu pai é um nordestino, filho de indígena com africano, e com judeu ainda. Tem uma mistura supergrande. Então, eu sou pardo. Se eu falar que sou branco, por mais que eu pareça branco, vou estar negando a minha raiz”, diz.

Miranda diz que a mudança não teve relação com as cotas e cita o fato de já em 2018 ter se descrito como pardo na campanha a deputado federal.

O vereador Alfredinho (PT) mudou sua cor de pardo para negro. “Com a consciência que a gente passa a ter, eu posso dizer que sou uma pessoa negra. Eu tenho uma avó que foi descendente de escravos”, diz ele, que criticou eventuais mudanças devido à cota. “Acho que é muito ruim alguns que não tenha a cor se declarar apenas por causa da cota.”

Segundo o levantamento da reportagem, os partidos que mais tiveram candidatos que mudaram são PSD (1.829), MDB (1.787) e PP (1.685). Por estado, Minas Gerais (3.143), São Paulo (2.308) e Bahia (2.095).

Na Bahia, um dos estados de maior população negra do país, 33% dos candidatos trocaram declaração da cor da pele entre as eleições de 2016 e 2020, incluindo candidatos a prefeito de quatro das principais cidades do estado.

Em Barreiras, o deputado federal Carlos Tito (Avante) disputará a prefeitura declarando ser pardo. Há quatro anos, afirmava ser branco.

Já em Camaçari, o prefeito Antônio Elinaldo (DEM) declarou-se como preto na eleição deste ano e pardo na anterior. O mesmo aconteceu na cidade vizinha de Lauro de Freitas, onde a prefeita e ex-deputada federal Moema Gramacho (PT) também passou a classificar como preta.

“Nunca me senti identificada com esta cor parda, por isso busquei resgatar a minha identidade. Foi autoafirmação mesmo. Sou uma negra, filha de mãe branca e pai negro, nascida no Pelourinho”, afirma Moerma Gramacho.

Doutor em ciência política, o professor da UFBA (Universidade Federal da Bahia) Cloves Oliveira afirma que há duas hipóteses para as mudanças entre 2016 e 2020 de candidatos que se autodeclaram como pretos ou pardos.

De um lado, é crescente o número de pessoas, sobretudo entre os mais jovens, que tem se reconhecido como negro, resultado direto de mobilizações de movimentos da sociedade civil.

Esta premissa encontra respaldo nos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que apontam que 19,2 milhões de brasileiros se declararam pretos em 2018, um crescimento de 32% comparado a 2012, quando este número era de 14,5 milhões.

Por outro lado, com o avanço de políticas públicas de reparação, o declarar-se pardo ou preto ganhou dimensão simbólica no campo político: “A sociedade passou a valorizar este sentimento de pertencimento”, afirma o professor.

O caso de Salvador é bastante didático nesse sentido. Uma das cidades com maior proporção, a capital baiana nunca elegeu um prefeito negro. O tema, contudo, ganhou centralidade na pré-campanha, a partir de mobilização de entidades por mais pretos e pardos na disputa pela prefeitura.

Também houve um movimento de candidatos brancos ao Executivo que buscaram pretos ou pardos como vices: “É artifício de lideranças partidárias para dar uma ênfase na ideia de que essas organizações não são racistas”, destaca Oliveira.

Em sua avaliação, a disputa por espaços de protagonismo dentro da estrutura dos partidos não deve ser fácil. “Sem recursos, tempo de televisão e ferramentas para que os grupos sub-representados consigam expor as suas ideias, será impossível corrigir esta distorção.”

Cientista político da FGV, Marco Antonio Teixeira afirma que uma combinação de fatores pode ajudar a explicar as mudanças nas declarações de cor. “Têm ocorrido situações em que pessoas começam a se reconhecer enquanto a condição étnica que antes não se identificavam. Mas teve aí recentemente a decisão sobre a alocação de recursos [com cota para negros] e é preciso ver se houve uma onda de alterações [na identificação]”, diz.

O advogado Rodrigo Pedreira, especializado em direito eleitoral, acredita que haverá casos de brancos identificados como negros e que isso deverá ser fiscalizado, embora não tenha ficado clara qual seria a punição. “Acredito que virão à tona, tanto por adversários quanto pelo Ministério Público quanto por militantes.”

A reportagem encontrou candidatos estreantes cuja declaração de cor pode gerar confusão.

João Paulo Demasi, candidato a vereador em São Paulo pelo PSOL, afirma que um eventual aumento de candidaturas negras se dá “por uma mudança do próprio entendimento do ser humano em se identificar negro”.

Ou seja, uma nova autopercepção ou autoaceitação, segundo ele, mais do que por influência da nova regra eleitoral, que não estava colocada quando os partidos iniciaram a montagem de chapas.

Demasi, marido da apresentadora Bela Gil, é filho de mãe negra e pai branco e se identifica como preto em sua primeira eleição. Por ter cabelo liso, ele diz que dá explicações. “Não é meu nariz, minha boca, meu cabelo que me identificam. Isso tem que mudar até pela educação. A identidade é uma percepção minha, não sua”, afirma.

“Minha mãe é negra baiana. Eu era o menino preto numa escola de brancos. Eu sofri. Vi minha mãe chorar e chorei pela minha mãe. Ouço ‘só podia ser preto’ desde os 12 anos. Me identifico preto desde criança”, diz.

Demasi afirma, portanto, que sua declaração como preto não tem a ver com a nova regra eleitoral. Ele argumenta, porém, que os partidos deveriam se propor a seguir a divisão igualitária de verba entre negros e brancos mesmo que o plenário do STF ao final decida que a regra não vale em 2020.

Marcos Medeiros, candidato a vereador pelo PT, afirma que também sofreu questionamentos na pré-campanha por ter se declarado negro. “Eu sou descendente de negros e me sinto negro, essa é a minha identidade. Às vezes há um preconceito em se assumir negro”, diz.

Ele afirma que seu despertar aconteceu em 2017, quando sofreu racismo em viagem a Santa Catarina.

“”Por mais que a sociedade diga você é isso ou aquilo, você que tem que se determinar”, afirma. De acordo com ele, o aumento de candidaturas negras é explicado pelo fato de pretos terem a consciência de que é preciso se lançar à política para ter voz, e não devido à fixação da cota financeira.

Organizadores de Tóquio propõem redução de funcionários nos Jogos

AGÊNCIA BRASIL

Os organizadores da Olimpíada de Tóquio propuseram nesta sexta-feira (25) reduzir o número de funcionários nos Jogos do próximo ano e encurtar o período de abertura dos locais de treinamento, como parte de um plano para realizar um evento simplificado em meio à pandemia.blankblank

Os Jogos, originalmente programados para começar em julho deste ano, foram adiados por um ano pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e pelo governo japonês devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19). Desde então, os organizadores e autoridades do governo vêm buscando maneiras de cortar custos, simplificar os Jogos e proteger atletas e torcedores. Ainda assim, há dúvidas persistentes sobre a viabilidade de realizar um evento global em grande escala enquanto a pandemia continua.

O novo primeiro-ministro Yoshihide Suga vê o turismo como chave para retomar uma economia gravemente prejudicada e disse que deseja realizar a Olimpíada no próximo ano.

“Já estamos decididos a fazer isso [a olimpíada] no próximo ano, não importa o que aconteça”, declarou o presidente de Tóquio 2020, Yoshiro Mori, a repórteres em uma coletiva de imprensa, após reunião online de dois dias com representantes do COI.

Mori afirmou que o número de autoridades, funcionários e outras pessoas associadas aos Jogos pode ser reduzido em 10-15%. A operação do centro de imprensa principal pode ser reduzida em oito dias e as cerimônias de boas-vindas para os atletas, canceladas, segundo ele.

Os organizadores de Tóquio também sugeriram um período de abertura mais curto para os locais de treinamento e redução da equipe para o revezamento da tocha.

No entanto, não havia planos para reduzir o número de atletas participantes, disse o CEO da Tóquio 2020, Toshiro Muto.

Perseguição e troca de tiros termina com suspeito morto em Campinas

Imagens que circulam nas redes sociais mostram uma perseguição ocorrida na quinta-feira (24) na cidade de Campinas, onde um indivíduo após roubar um estabelecimento comercial, morreu após trocar tiros com policiais militares. Ele teria roubado uma loja de pesca, feito pessoas de refém e fugido em um veículo de um dos clientes.

A perseguição que durou cerca de 10 quilômetros, passando por vários bairros, acabou pelo bairro Jardim Campo Belo. A ação teve apoio de viaturas da PM, ROCAM, Polícia Rodoviária, Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) e do helicóptero Águia.

Em um dos vídeos mostra que uma viatura do BAEP encurrala o veículo do suspeito e na sequência se ouve os disparos de arma de fogo. Também nas imagens é possível ver o indivíduo colocando a mão para fora. De acordo com a PM, o homem atirou primeiro.

Uma equipe de resgate chegou a ser acionado, mas o indivíduo morreu no local.

Presidente Jair Bolsonaro está sem febre ou dor após cirurgia

AGÊNCIA BRASIL

Após passar por cirurgia para retirada de cálculo na bexiga, o presidente Jair Bolsonaro está clinicamente estável, sem febre e sem dor. A intervenção foi realizada na manhã de hoje (25) no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.blankblank

De acordo com o boletim médico, o cálculo foi totalmente removido. O procedimento, cistolitotripsia endoscópica a laser, foi realizado sem intercorrências e teve duração de uma hora e meia. O boletim é assinado pelo cardiologista Leandro Santini Echenique, pelo urologista Leonardo Lima Borges e pelo diretor-superintendente do hospital Miguel Cendoroglo.

Bolsonaro foi diagnosticado com cálculo no fim de agosto, após ser submetido a ultrassonografia no departamento médico do Palácio do Planalto.

Jornal Cidade RC
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