Rio Claro está há cinco anos consecutivos sem realizar os desfiles das escolas de samba, impactando a festa popular que reunia, em média, 15 mil foliões por noite. Em 2021, a pandemia do novo coronavírus impossibilitou o evento. Nos anos anteriores, a alegação do poder público foi a falta de recursos financeiros para financiar o Carnaval de rua.

Para João Nuvens, presidente da União das Escolas de Samba da Cidade Azul (Uesca), o município está sem sua maior festa popular, sem a receita financeira do comércio, além do impacto direto no turismo.

“A cultura não é apenas uma secretaria, é um direito do povo brasileiro. Aliás, uma pequena definição: é o ‘conjunto de padrões de comportamento, crenças, conhecimentos, costumes etc. que distinguem um grupo social’, e que em nossa cidade, ainda, acabou com entidades que se dedicavam a isso”, avalia Nuvens.

No último ano de Carnaval, o presidente da entidade destaca que foram gerados R$ 9 milhões em receitas diretas e indiretas. Na tentativa de reparar as perdas na comunidade carnavalesca nesse período, a união foi fundamental para manter o amor pelo carnaval vivo.

“Nos últimos anos, nos unimos ainda mais. Prova disso é o meu agradecimento aos novos blocos que apoiam e engrandecem em visões que, muitas vezes, foram deixadas de lado, principalmente na administração passada, que utilizou o samba como produto político e não cultural”, diz.

Com a atual administração, a Uesca está no começo de um diálogo e afirma que tem encontrado retorno em suas expectativas e ideias. “Percebo pessoas que querem de nossa cidade sua raiz e que se comprometem em engrandecer a Uesca, de modo a criar independência de gestões. E, ainda assim, firmamos parcerias esportivas, sociais, turísticas e culturais sem pensamentos unilaterais. Hoje, já executamos reuniões de alinhamento para revertermos a visão supracitada e dando início ao trabalho em conjunto para o bem do samba e de Rio Claro”, conclui.

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